A mãe de um jovem
condenado à decapitação por ter participado de protestos contra a monarquia saudita pediu ao presidente americano Barack Obama
que salve seu filho, em uma entrevista veiculada nesta quinta-feira. A sentença contra
Ali al-Nimr, que tinha apenas 17 anos quando foi detido em fevereiro
de 2012, atraiu atenção no mundo inteiro por sua idade
e pela suspeita de que foi torturado para confessar supostos crimes.
Ali
Mohammed al-Nimr: condenado à decapitação por protestar contra o governo
saudita(VEJA.com/Facebook)
"Quando visitei meu filho
pela primeira vez, não o reconheci", explicou sua mãe, Nusra al Ahmed, ao jornal
britânico The
Guardian. "Vi
claramente uma ferida em sua testa. Outra ao redor de seu nariz. Eles o
desfiguraram, seu corpo estava muito magro", contou. "Ele urinou sangue por dias e disse que
sentia muitas dores". O pai de Ali, Mohammed al-Nimr, admite que seu
filho participou das manifestações, mas afirmou que é
inocente das acusações de roubo, violência contra a polícia e uso de coquetéis
molotov.
O menino é sobrinho de Nimr al Nimr, um religioso xiita - o regime saudita é sunita - condenado à morte acusado de ser um dos mentores das manifestações que abalaram o país há quatro anos, no período conhecido como Primavera Árabe, quando países do Oriente Médio e Norte da África tiveram protestos pedindo por democracia e mais liberdades civis.
Fonte: VEJA/AFP