Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
quarta-feira, 19 de abril de 2023
Ingênuo ou megalômano? [NA VERDADE, É BURRICE, IGNORÂNCIA.]
domingo, 12 de fevereiro de 2023
Relatório Otálvora: o Brasil sob o controle do Grupo de Puebla
O brasileiro voltou a visitar a Casa Branca, onde já havia sido convidado por George W. Bush e Barack Obama. E, mais uma vez, Lula se apresentou como o interlocutor virtual entre os Estados Unidos e os governos de esquerda da América Latina, papel que os “meninos” de Biden acreditaram, sem sucesso, que o argentino Alberto Fernández poderia desempenhar.
Além disso, Lula trouxe para a mesa de Biden temas como mudanças climáticas, racismo, defesa da democracia contra ataques da direita radical e a guerra na Ucrânia com a qual buscou harmonia com a atual Casa Branca. Lula chegou aos EUA depois de anunciar em Brasília a ideia de promover um grupo de países que servem de intermediários entre a Ucrânia e a Rússia para negociar a paz, proposta que não teria sido comprada pelos anfitriões em Washington. A posição “neutra” do Brasil diante da invasão russa da Ucrânia, estabelecida por Bolsonaro e continuada por Lula, não agrada à diplomacia norte-americana. De fato, no comunicado conjunto emitido por Biden e Lula, os negociadores americanos exigiram uma linguagem que não deixa dúvidas sobre a culpabilidade da Rússia na “violação da integridade territorial da Ucrânia”.
Por certo. Chamou a atenção a ausência da primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, quando o marido recebeu o casal presidencial brasileiro. [Jill Biden estivesse presente, com certeza não teria gostado da cena mostrada abaixo.]
CONFIRA ABAIXO:
Para que não restassem dúvidas sobre as tendências políticas de Lula, antes de comparecer à sua nomeação na Casa Branca, o brasileiro, que estava hospedado na presidencial Blair House, realizou duas atividades nas quais manteve encontros com figuras da esquerda radical do Partido Democrata . O primeiro a chegar à residência presidencial “Blair House” foi o senador Bernie Sanders que, após deixar o encontro, falou à imprensa e afirmou que com Lula pretende “fortalecer as bases democráticas não só no Brasil e nos Estados Unidos, mas em todo o o mundo“. Sanders equiparou Donald Trump a Jair Bolsonaro, chamando-os de “extremistas de direita”.
O Grupo de Puebla , organização continental de esquerda criada em 2019, [para substituir o Foro de S.Paulo] colocou vários de seus membros fundadores em cargos de destaque no novo governo brasileiro.
Lula da Silva participou da fundação do Grupo, à revelia, da confortável sala onde cumpria pena por corrupção. Com sua chegada à Presidência da República no dia 01JAN2023, o Grupo de Puebla conta com membros e associados à frente dos governos da Argentina, Chile, Bolívia, Brasil, Colômbia e México, além de fazer parte da aliança governamental na Espanha.
(...)Os membros fundadores do Grupo de Puebla assumiram o controle do aparato econômico-financeiro do Estado brasileiro. Fernando Haddad, que foi ministro da Educação de Lula por sete anos e candidato à presidência em 2018 devido à impossibilidade de libertar o preso Lula, agora é ministro da Fazenda. Da definição da política econômica ao controle de todo o aparato financeiro do Estado, incluindo a importante rede de bancos públicos, está agora nas mãos do economista Haddad.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, braço financeiro do Brasil para o financiamento de empresas, que foi usado massivamente pelos governos do PT para beneficiar construtoras brasileiras e governos estrangeiros de esquerda, também foi colocado sob o controle direto do Grupo de Puebla. O economista Aloizio Mercadante, fundador do PT em 1980 e do Grupo Puebla, foi nomeado presidente do BNDES. Mercadante é, juntamente com o colombiano Ernesto Samper Pizano, um dos quatro membros do “Conselho Político” do Grupo Puebla.
(...)Evo Morales está promovendo a derrubada de seu colega de partido e presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora. Vários dirigentes do MAS deram conta, nas últimas semanas, das instruções dadas por Morales em várias reuniões partidárias para que seus militantes realizem ações de protesto contra o governo de Arce. Morales, que aspirava a atuar como uma espécie de co-governante, mantém uma luta interna pelo controle do partido. Do governo surgiu uma “ala renovadora” encabeçada pelo vice-presidente David Choquehuanca que pretende afastar a liderança de Morales. Choquehuanca foi ministro das Relações Exteriores do governo Morales e atuou como secretário-geral do grupo de governos castro-chavistas ALBA.
Morales pretende impedir a reeleição de Arce ou a nomeação de Choquehuanca para as eleições presidenciais do distante 2025. Morales já foi visto em 09FEV2023 com uma camisa que anuncia uma nova presidência no período 2025-2030.
O confronto entre Morales e Arce começa a criar atritos dentro da aliança continental castro-chavista.
Em DefesaNet, leia MATÉRIA COMPLETA
domingo, 29 de maio de 2022
Até quando? - Ana Paula Henkel
Revista Oeste
O que aconteceu nesta semana em Uvalde, no Texas, e em outras ocasiões semelhantes na história norte-americana vai além do raso debate “mais armas ou menos armas"
Qualquer tragédia que arrebata vidas humanas é devastadora. Mas uma tragédia que ceifa vidas de crianças inocentes é algo tão avassalador que deixa marcas profundas em todos nós. É difícil sequer imaginar o que os pais e os familiares das 19 crianças mortas nesta semana por um atirador em uma escola no Texas podem estar passando. Como alguém pode cometer uma atrocidade dessa magnitude? E aqui, antes de seguirmos com a nossa conversa semanal, peço, por gentileza, que fechem os olhos por alguns segundos e façam uma prece para essas famílias.
Como sempre fazem, as almas vazias do mundo aproveitaram a tragédia para empurrar suas agendas políticas. Durante uma coletiva de imprensa das autoridades do Texas, com a presença de policiais, do prefeito da cidade de Uvalde e do governador, Gregory Abbott, todos visivelmente abalados pelo terrível evento, o candidato democrata ao governo do Estado, Beto O’Rourke, um dos que participaram das primárias democratas em 2020, resolveu se levantar e ir até a mesa “cobrar” uma resposta do governo sobre o banimento de armas, pauta de seu partido. De maneira desprezível e oportunista, O’Rourke usou a tragédia para impulsionar sua candidatura ao governo do Estado e continuar sob os holofotes.
Enquanto as autoridades do Texas identificavam as vítimas do massacre, avaliavam suas consequências e tentavam, dentro do humanamente possível, cuidar dos familiares das vítimas do massacre, o ex-presidente Barack Obama divulgou uma mensagem no Twitter invocando a morte de George Floyd, assassinado pelo policial Derek Chauvin, em Minneapolis, durante uma prisão, em 25 de maio de 2020. Em um malabarismo insensível e bizarro, Obama conectou o tiroteio da escola em Uvalde ao segundo aniversário do assassinato de Floyd: “Enquanto lamentamos os filhos de Uvalde hoje, devemos ter tempo para reconhecer que dois anos se passaram desde o assassinato de George Floyd sob o joelho de um policial. Sua morte permanece com todos nós até hoje, especialmente aqueles que o amavam”, tuitou o ex-presidente. Narcisismo e psicopatia em estado puro.
Mais armas X menos armasLonge das abjetas tentativas de usar a inimaginável dor de pais e mães para as agendas políticas, é preciso abordar de maneira honesta e com maior profundidade alguns pontos importantes que podem estar mudando os perfis da sociedade norte-americana, principalmente dos adolescentes. O que aconteceu nesta semana em Uvalde e em outras ocasiões semelhantes na história norte-americana vai além do raso debate “mais armas ou menos armas”. A própria expressão “tiroteio em massa” (mass shooting), usada em eventos como esse, já carrega em si uma ansiedade difícil de ser controlada. Nos Estados Unidos, existem várias definições diferentes, mas comuns, de “tiroteios em massa”.
O Serviço de Pesquisa do Congresso define tiroteios em massa como incidentes múltiplos, com arma de fogo e homicídio envolvendo quatro ou mais vítimas em um ou mais locais próximos uns dos outros. A definição do Federal Bureau of Investigation (FBI) é essencialmente a mesma. Muitas vezes há uma distinção entre tiroteios em massa privados e públicos, como uma escola, um local de culto ou um estabelecimento comercial. Os tiroteios em massa realizados por terroristas estrangeiros não estão incluídos, não importa quantas pessoas morram ou onde o tiroteio ocorra. Essas formulações são certamente viáveis, mas o limite de quatro ou mais mortes é arbitrário. Há também exclusões importantes. Por exemplo, se 20 pessoas são baleadas, mas apenas duas morrem, o incidente não é um tiroteio em massa. Mas nada disso importa quando essas tragédias acontecem. O fato é que, em menos de duas semanas, Salvador Ramos, 18 anos, matou 19 crianças e dois professores em uma escola primária no Texas, e Payton Gendron, também de 18 anos, assassinou dez pessoas em um supermercado em Buffalo, Nova Iorque.
Armas, big techs e big pharmas
Poucas horas depois de 19 crianças terem sido assassinadas, o presidente dos Estados Unidos fez um pronunciamento na televisão e o tom não foi de união ou elevação do espírito de uma nação profundamente ferida e em agonia.
O que mudou?
O diretor-executivo da Associação Nacional de Oficiais de Recursos Escolares, Mo Canady, disse recentemente em uma entrevista que as escolas estão “vendo mais agressão em termos de brigas e roubos”. Segundo Canady, isso não costumava acontecer, mas está acontecendo agora em grande intensidade. Por quê? Não são armas. Não é sobre o lobby de armas.
Essa deveria ser a conversa bipartidária aqui nos Estados Unidos e a que deveria unir políticos de todos os espectros no Brasil. Mas ela vem sendo abafada por lunáticos que buscam atenção e que esperam apenas ganhar a próxima e a próxima e a próxima eleição, sem se preocupar, de fato, com as raízes profundas de problemas que não são simples.
Mais de 107 mil norte-americanos morreram de overdose de drogas em 2021. Esse é o maior número anual de mortes já registrado e um aumento de 15% em relação ao ano anterior
Mostrei esses dados a uma amiga médica que está no campo da psiquiatria há quase 30 anos, e ela relatou que está assustada com o movimento dos antidepressivos na América. O objetivo dessas drogas é tornar o indivíduo mentalmente mais saudável, reduzir o suicídio e a violência, mas, ainda assim, as taxas de suicídio e violência estão aumentando. Não sabemos se isso é causalidade, mas precisamos encarar esse assunto com profissionalismo e preocupação. Novos números divulgados nesta semana pelo Centers for Disease Control and Prevention, o hoje famoso CDC, mostram como as overdoses de drogas aumentaram durante a pandemia. Mais de 107 mil norte-americanos morreram de overdose de drogas em 2021. Esse é o maior número anual de mortes já registrado e um aumento de 15% em relação ao ano anterior.
O isolamento humano através das telas digitaisMas, então, as pessoas estão usando mais drogas, estão mais instáveis, estão se matando com maior frequência e, em outros casos, matando outras pessoas. O problema é tentar encontrar a raiz da mentalidade de quem mata crianças em uma escola primária! A pessoa deve estar tão terrível e profundamente desconectada de outros seres humanos que isso pode parecer normal, como uma regra que se aplicaria a todos nós. O que poderia estar aumentando o sentimento de desconexão que temos um do outro? Pesquisando alguns dados na internet, encontrei que, em 2020, os adultos nos Estados Unidos passavam em média oito horas todos os dias nas mídias e nas plataformas digitais olhando para uma tela. Os lockdowns eternos pioraram, e muito, essa situação. É claro que não estou apontando para uma, duas ou qualquer causa certa para insanos possuídos matarem pessoas, não acredito que haja uma única causa, mas não é difícil ver que esse isolamento humano através das telas digitais pode estar pesando mais do que imaginamos. Em relação a 2019, esse aumento foi de 20%.
Charles Krauthammer, proeminente escritor norte-americano, comentarista político, médico psiquiatra por Harvard e colaborador-chefe do terceiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (falecido em 2018), disse, após um tiroteio em massa no Washington Navy Yard, em setembro de 2013, que há muitos doentes mentais em nossa sociedade e que precisamos parar de ignorá-los, especialmente quando políticos travestem esse isolamento covarde e vil com vestes de falso amor e cuidado. Krauthammer, vencedor do Prêmio Pulitzer em 1987, disse: “Ele (o atirador) precisava de ajuda. Há 30 anos, os policiais o teriam levado para uma sala de emergência psiquiátrica. Ele provavelmente teria recebido antipsicóticos e provavelmente teria sido hospitalizado por algumas semanas. Era assim que se fazia nos anos 1970, quando eu exercia a psiquiatria, mas hoje isso não acontece. Os policiais foram embora e ele foi deixado sozinho. Ele era um homem que não deveria estar sozinho. Ele deveria ter o Estado cuidando dele e acabou matando pessoas. Olha, você quer respeitar as liberdades civis de todos, mas há um ponto em que, se você não assumir o controle de pessoas que estão claramente fora da realidade, você está prejudicando essas pessoas, expondo-as e, claro, expondo tragicamente muitos inocentes ao seu redor”.
No rescaldo de tragédias como a desta semana no Texas, e outras como Columbine, Parkland, Sandy Hook, os norte-americanos ouvem as características compartilhadas dos atiradores: normalmente são jovens do sexo masculino que obtiveram uma arma normalmente de maneira ilegal, usaram drogas ou estão fazendo uso de antidepressivos pesados, abandonaram a escola e cometeram ou planejaram suicídio como o grand finale para seus assassinatos, além de sérios problemas familiares com lares sem pais.
A mente humana é complicada. Fato. Mas paramos de falar de pessoas para dar lugar ao coletivismo macabro que ignora o indivíduo, seus problemas e as consequências muitas vezes diabólicas de seus atos. O que esses assassinos têm em comum? A resposta aos tiroteios em massa nos Estados Unidos ou à criminalidade no Brasil não pode ser a sempre fácil e rasa retórica de confisco universal de armas. A falsa bondade em ignorar doentes mentais ou viciados em drogas, sejam as ilícitas, sejam as com prescrição médica, pode ter um preço alto demais e sem volta. Foi assim que, nesta semana, a pequena cidade de Uvalde, no Texas, mudou para sempre.
Leia também “O ativismo judicial e a barbárie”
Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste
segunda-feira, 11 de abril de 2022
Apertem os cintos, o comandante sumiu - Revista Oeste
Ana Paula Henkel
O partido de Joe Biden procura tentar conter o gigantesco dano causado em tão pouco tempo de mandato. E, para isso, nada melhor do que chamar Barack Obama
Em um desses artigos, observo como o antigo Partido Democrata de John Kennedy não existe mais e que o que vemos hoje é um partido com políticas tão democratas quanto as políticas do Psol no Brasil. Muitos leitores entram em contato e me perguntam gentilmente o que, de fato, aquele insight, aquele sinal fez a minha “previsão” ser tão acurada. Vejam, eu adoraria levar o crédito de que algumas “previsões” foram parte de uma análise mirabolante. Mas, como eu disse, não há nada de mirabolante nisso. A única coisa que fiz foi ouvir. Nada de “leitura nas entrelinhas” ou “análises profundas”, não, nada disso. Foi tudo preto no branco. Cada palavra do que está acontecendo foi dita sem rodeios e sem firulas nas primárias democratas, depois nos debates presidenciais com Donald Trump. O problema é que chegou a conta de tanta sinceridade, combinada com uma eleição estranha. E ela chegou como um iceberg gigantesco na frente de um navio sem comandante.
“Joe Biden não está ajudando”
E o que era óbvio para aqueles que votam em políticas e não personagens, para aqueles que assistem a debates e entrevistas com o cérebro e não com o fígado, parece ter chegado aonde menos se esperava: na velha imprensa norte-americana.
A cantilena da imprensa
Bernie Sanders era inaceitável para as pessoas que financiam o Partido Democrata, mas havia um problema, as opções eram piores do que tirar Bernie da jogada — como em 2016. Pete Buttigieg, Beto O’Rourke, Elizabeth Warren? Não. Kamala Harris… horrível em todos os níveis. Absolutamente ninguém gostava de Kamala Harris e por boas razões. [fosse no Brasil a Harris seria imposta pelo absurdo sistema de cotas - que esperamos acabe em novembro próximo.]
— Jemele Hill, CBS: “É um alívio ter adultos no comando”.
— John Brennan, ex-diretor da CIA de Barack Obama: “Agora temos adultos na Casa Branca”.
— Dana Bash, CNN: “Qualquer um que tenha alguma conexão com a realidade sobre o que está acontecendo ao seu redor deve dizer: ‘Os adultos estão de volta à sala'”.
— Cornell Belcher, MSNBC: “Parece que temos um adulto profissional mais uma vez na Casa Branca”.
— Fareed Zakaria, CNN: “Realmente, o que eu diria é que os adultos estão de volta”.
— Nicolle Wallace, ex-assessora de George W. Bush, MSNBC: “Há uma sensação, eu acho, em todo o mundo, de que os adultos voltaram”.
— Jonattan Capehart, Washington Post, MSNBC: “Temos um adulto na Casa Branca agora e isso é glorioso”.
— Don Lemon, CNN: “Ok! Os adultos estão de volta na sala!”.
Detalhe: Don Lemon, âncora da CNN de um dos importantes telejornais da emissora, chorou ao vivo quando deu o resultado final da eleição de 2020 e noticiou a vitória de Joe Biden. Onde estão os adultos na imprensa?
Chama o Obama!Biden certamente é um adulto e completará 80 anos neste ano, mas ninguém em Washington acha que a Presidência de Biden é gloriosa. A verdade é que todos sabem que ele é um desastre.
Durante a pomposa recepção àquele que foi um dos piores presidentes dos EUA, chamado às pressas para tentar evitar um banho de sangue nas eleições de novembro, o atual presidente dos Estados Unidos, em sua própria Casa, foi evitado como o diabo evita a cruz. Ninguém falava com ele e, em um momento de visível confusão mental, tudo diante de várias câmeras, ele se afasta olhando para o vazio enquanto uma multidão se formava em torno do ex-presidente Barack Obama, que, obviamente, demonstrava muita satisfação pela atenção. Mas nada que já não esteja ruim não possa piorar. . Algumas das principais manchetes nesta semana em veículos alinhados ao Partido Democrata não deixam dúvidas:
— ABC News: “A apreensão dos eleitores está maior do que apenas o aumento dos preços ou a guerra da Rússia na Ucrânia. A criminalidade violenta nas cidades norte-americanas permanece persistentemente alta e há um problema crescente na fronteira”.
— CNN: “O índice de aprovação do presidente Biden ainda não atingiu o fundo e vem caindo durante todo o ano”.
— NBC News: “A inflação altíssima está acabando com os salários maiores. Embora os ganhos por hora tenham aumentado 5,6% em relação ao ano passado, um em cada cinco trabalhadores diz que fica sem dinheiro antes de receber o próximo pagamento”.
— ABC News: “Temos uma inflação histórica e preços recordes de combustível. Os norte-americanos estão sentindo isso”.
—Revista Politico: “Os números de Biden caíram dois dígitos com os eleitores jovens, que foram uma grande parte de sua coalizão em 2020”.
Culpa de Vladimir PutinEntão parece que a inflação é real e não é transitória como o governo de Biden anunciou inúmeras vezes em 2021? Então parece que cortar verbas para as forças policiais (Defund the police, slogan de dez entre dez democratas desde 2020) na verdade aumenta o caos e que o crime e a desordem nas cidades também são reais?
(...)
Questão de sobrevivênciaJá está muito claro que o Partido Democrata e sua grande ala na imprensa decidiram descartar Joe Biden. Nunca houve uma ordem oficial para fazer isso, mas o que percebemos é a mente coletiva trabalhando para acabar com a erva daninha do momento. Sem dó. Os democratas têm as mesmas reações porque têm os mesmos instintos: “Biden é fraco, devemos nos livrar dele”. Para a maioria das pessoas, isso soa duro e implacável, ainda mais considerando os anos de janela do democrata no partido. No entanto, no reino animal é uma resposta totalmente natural. É a primeira regra das matilhas. O conhecido fratricídio no reino dos bichos que operam por instinto não é nada pessoal. É apenas uma questão de sobrevivência do grupo, e é exatamente assim que o Partido Democrata opera.
Leia também “Uma tragédia anunciada”
Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste - MATÉRIA COMPLETA
sábado, 5 de março de 2022
Demagogia no front - Revista Oeste
Guilherme Fiuza
Os pacifistas de butique trocaram de roupa para posar contra a guerra. É comovente
Existem duas Ucrânias: uma é alvo de bombardeios que sacrificam
inocentes; a outra é o novo aeroporto dos demagogos, que não são nada
inocentes. A segunda Ucrânia é uma mistificação que avilta a primeira (e
única).
A pandemia mostrou que, nos dias de hoje, toda tragédia tem potencial de oportunidade para esse contingente cada vez maior de surfistas da virtude imaginária. O nome do jogo é desenhar vilões horripilantes, jogar as culpas nas costas deles e correr para o abraço da claque. Sendo assim, nem vamos nos deter naqueles que usam a guerra na Ucrânia para botar a culpa “no Bozo”, e pirraças do tipo.
O que se impõe de forma bastante intrigante no cenário do “debate político” (entre muitas aspas) é o uso do ataque russo para uma tentativa patética de reabilitação de Joe Biden, o fenomenal recordista de votos da história dos EUA que mal consegue concluir suas frases. Tudo é muito enevoado em se tratando de Biden e suas circunstâncias.
Mas aí está: aquilo que antigamente se denominava grande imprensa, e que hoje virou um ajuntamento de manchetes parecidas entre veículos supostamente concorrentes — o tal “consórcio” —, resolveu apostar tudo na guerra da Rússia. Como sempre, o peixe que esse consórcio tenta vender é um excelente indicativo, em qualquer circunstância, do que cheira mal. E é claro que o panfleto vendido entre um bombardeio e outro é a volta do mocinho Joe Biden, fiel da resistência ucraniana. Contando ninguém acredita.
Os progressistas de butique estavam com saudade de fingir que Biden é o final feliz após as trevas demoníacas do trumpismo — historinha que eles construíram com tanto esmero e tão mal. Veio aquela eleição imunda, com um festival de indícios de fraudes em votos voadores pelos correios que a Justiça americana decidiu não examinar, e emergiu o magnífico poste de Barack Obama, para êxtase dos demagogos de vida fácil ao redor do mundo. Aí obviamente sobreveio um governo trapalhão, porque demagogia não é solução para nada, e a claque do final feliz ficou aí pelos cantos meio encabulada.
É incrível que esse mesmo Biden ressurja como o estadista fiador do equilíbrio geopolítico contra a tirania
Mas não totalmente, porque o forte dessa gente é justamente a desinibição. Biden comandou uma retirada súbita, atabalhoada e vergonhosa das tropas norte-americanas do Afeganistão, cuja consequência imediata foi a ascensão do Talibã, uma das forças políticas mais violentas e obscuras do mundo. É incrível que esse mesmo Biden ressurja agora nas bocas como o estadista fiador do equilíbrio geopolítico contra a tirania. E o Talibã mandou mensagens de paz e amor para a Ucrânia. Está dando para entender?
Biden segue uma linha de política externa transigente com regimes totalitários como Irã e China (que trabalhou pela sua eleição) em nome de um suposto pragmatismo pacifista — que não resulta em um milímetro de paz na conduta bruta desses “parceiros”. Sua credencial como contraponto ao autoritarismo bélico de Putin é nenhuma. Seu grupo político passou anos acusando Trump de conluio com Rússia e Ucrânia sem conseguir provar nada, sendo o filho do próprio Biden quem tem relações e negócios mal explicados na região. Que mocinho é esse?
É o que aparece hoje nas manchetes do consórcio e na conversa mole do “debate político” como a esperança da paz ao lado de líderes decadentes da Europa, como Macron, ou das Américas, como Trudeau, todos desesperadamente precisados dessa nova demagogia após a farsa totalitária que protagonizaram na pandemia. Após dois anos de cumplicidade com a violência fantasiada de proteção sanitária, apoiando a transformação de cidadãos do mundo inteiro em reféns de ações ditatoriais mentirosas e experimentos anticientíficos graves, os pacifistas de butique trocaram de roupa para posar contra a guerra. É comovente.
Deve ser sintomático que tudo quanto é surfista de pandemia, como João Doria, Sergio Moro e companhia promotora de lockdowns estúpidos e vacinações experimentais compulsórias, reapareça depois de toda sua brutalidade pedindo paz no mundo. A guerra revela coisas terríveis, inclusive que a inocência está em falta na atual conjuntura.
Leia também “Passatempo para o fim do mundo”
Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022
A Ucrânia balança o mundo - Revista Oeste
Os alertas sobre o expansionismo russo sempre foram interpretados como uma espécie de teoria da conspiração de radicais da direita
Quando era candidata a vice-presidente na chapa de John McCain em 2008, uma pouco destacada Sarah Palin foi entrevistada sobre seu conhecimento de geopolítica, já que era vista apenas como a governadora de um Estado pouco relevante como o Alasca. A resposta de Palin virou piada nacional: lembrando que o Alasca faz fronteira com a Rússia, afirmou poder ver de seu Estado natal Putin invadindo a Ucrânia. Até hoje há quem creia que a governadora tenha afirmado que podia ver fisicamente a Rússia de sua casa (home), mas quase ninguém se lembrou de sua declaração quando Putin anexou a Crimeia seis anos depois.
Em um debate com o então presidente, Barack Obama, em 2012, Mitt Romney havia dito que a maior ameaça geopolítica que a América enfrentava era a Rússia. Obama soube ganhar apoio midiático e votos rindo da declaração, gracejando que seu adversário republicano queria uma política externa “dos anos 1980” de volta. Seu vice-presidente era um certo Joe Biden, então pouco conhecido no Brasil.
Quatro anos depois, Donald Trump surpreenderia o mundo com sua campanha de amplo apoio popular — e violentíssima reação da mídia — afirmando, já na abertura do seu livro América Debilitada, que Vladimir Putin era um perigo para os Estados Unidos da América e para o mundo livre — e que a política democrata estava enfraquecendo a América e favorecendo os planos expansionistas do novo autocrata russo. Putin foi considerado o homem mais poderoso do mundo durante quase todos os anos da administração Obama, que tinha em Hillary Clinton seu braço internacional e em Joe Biden a conexão e o apoio político com o establishment norte-americano.
Desta vez, além de virar alvo de galhofa da mídia, seguiram-se pelo menos dois anos de uma teoria da conspiração que é tratada até hoje como se tivesse sido provada: que Trump havia ganhado as eleições com ajuda da manipulação russa — logo de Putin, que era alvo do então candidato. Seria pedir muito que a maioria dos jornalistas da grande mídia lesse duas ou três páginas de um livro antes de emitir opiniões tão fanatizadas. Foram apenas alguns exemplos de constantes críticas pela direita norte-americana ao expansionismo russo, enquanto o Partido Democrata, o complexo midiático internacional e as instituições acadêmicas que formam a opinião pública faziam troça de tais acusações — tal como Obama, geralmente afirmando que era uma “retórica de Guerra Fria”.
A Ucrânia, país pobre e debilitado, mas ao mesmo tempo muito importante no projeto geopolítico e cultural russo, era vista como o próximo alvo dos planos de Vladimir Putin, tal como Taiwan é a menina dos olhos da China de Xi Jinping. Mas os alertas constantes sobre o imperialismo russo sempre foram ouvidos pelo estamento como uma espécie de teoria da conspiração de extrema direita ultranacionalista — exatamente a chuva de adjetivos de forte impacto psicológico e nenhuma clareza conceitual que foi esquecida na última semana, tão logo Putin cumpriu suas ameaças. A concretização da geopolítica russa, afinal, é resultado do fracasso constante da política externa democrata — de Obama, Hillary e Biden.
O fracasso da “contenção” tardiaO ex-presidente Donald Trump adotou uma política aplicando conceitos mais próximos da administração do que da geopolítica. Apesar das críticas ao seu desconhecimento em geopolítica, ele cuidou de favorecer os amigos do Ocidente, no que ficou conhecido como a política da América em primeiro lugar (America First). Assumindo quando o Estado Islâmico parecia trazer o fim dos tempos, conseguiu manter-se por quatro anos sem nenhum incidente internacional digno de nota. Conseguiu inclusive trazer Kim Jong-un para a mesa de negociações e colocou fim à guerra civil síria, além de ter levado mais paz ao Oriente Médio com os Acordos de Abraão.
Com a vitória de Biden, não demorou até outras potências e grupos opositores colocarem à prova a força do novo governo. Quando isso ocorreu com o Trump, ele respondeu rapidamente com um bombardeio contra bases sírias. Com Biden, o oposto tomou forma: sua política fracassou no Afeganistão e perdeu uma guerra custosa de 20 anos. O caminho estava aberto para que a China, a Rússia, o Irã e outros países voltassem a avançar contra a estabilidade mundial.
Biden também tem culpa por colocar a ideologia acima dos interesses nacionais norte-americanos. O presidente norte-americano é um dos grandes responsáveis por não ter Índia e Brasil alinhados de modo mais claro à posição norte-americana, já que escolheu esnobar Narendra Modi e Bolsonaro por serem conservadores. Ele também fez o mesmo com os países do Golfo, cancelando vendas de produtos de defesa para a Arábia Saudita e para os Emirados, ambos desafetos do Irã, principal aliado russo no Oriente Médio.
Para o Ocidente poder mostrar seu poder de fogo de volta, precisa passar pela via burocrática: pedidos da Otan, destacamento caríssimo de tropas, passagem por países — não raro ditaduras —, culminando em exercícios diminuídos e que nunca poderiam assustar alguém como Putin. Até tal resposta aparecer, os russos já puderam fazer novos exercícios, em outros pontos da fronteira russa que envolvem países diferentes — e todo o processo recomeça do zero, a altíssimo custo, enquanto Putin apenas movimenta tropas alguns quilômetros acima ou abaixo.
Vladimir Putin sonha em criar algo digno dos grandes conquistadores da Antiguidade
Seria preciso que os Estados Unidos tivessem realizado uma política de contenção mais robusta, como as sanções impostas por Trump ao oleoduto Nord Stream 2 — Biden simplesmente desistiu das sanções em maio último, o que levantou suspeitas sobre os interesses de seu filho — e também da família Clinton — nos sistemas de energia dos países mais corruptos do Leste Europeu. Putin logo entendeu que podia se preparar para atacar. Medidas como esta, no tempo correto, teriam sido suficientes para evitar o atoleiro no qual Biden se vê: todas as desvantagens de um conflito militar, que agora é quase inevitável, sem nenhuma vantagem da contenção diplomática.
O curioso é que a propaganda de Biden era justamente de que Putin tinha “medo” dele (e não de Trump), porque ele seria “muito duro” com o autocrata russo. Palavras sem espada são apenas tinta no papel. Ou no Twitter. Hoje, tudo o que resta a Biden é prometer sanções econômicas, que poucos dos seus aliados europeus levarão a sério, se são tão dependentes da energia russa.
Vladimir Putin doesn’t want me to be President. He doesn’t want me to be our nominee. If you’re wondering why — it’s because I’m the only person in this field who’s ever gone toe-to-toe with him.
— Joe Biden (@JoeBiden) February 21, 2020
A Ucrânia no xadrez geopolítico
Vladimir Putin sonha em criar algo digno dos grandes conquistadores da Antiguidade: a recriação da grandeza do antigo Império Russo, mas com a tecnologia moderna e o poder autocrata herdado da União Soviética. Este plano busca recriar o Império original, a grande Rus, o nome original da Rússia. A Ucrânia, ou “Pequena Rússia”, como é chamada pelos russos, é peça-chave para o plano de Putin. Além de muitos ucranianos serem etnicamente russos, e identificarem-se mais com o grande e glorioso país do que com seu decadente e corrupto Estado moderno, o antigo Império tinha em Kiev o seu centro cultural — o que é uma questão séria para Putin.
Sem ter uma ideologia muito precisa que unifique a sociedade a favor do seu projeto de poder como os ditadores comunistas possuíam com o bolchevismo comunista, seu apelo atual é para um “nacionalismo” expansionista, no qual os antigos territórios do Império Russo serão retomados um a um. A hegemonia cultural, militar e econômica do globo deixará de ter na América e na Inglaterra o seu centro irradiador, e a Grande Mãe Rússia ressurgirá como a nação capaz de salvar os pobres e aflitos do planeta. Foi neste contexto que vimos a Ucrânia querer uma aproximação com o Ocidente: cogitando mais um modelo liberal, pró-União Europeia e sendo apoiada até militarmente pelo mundo livre. Cogitou se filiar à Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, o bloco de países que se uniu justamente para frear o expansionismo militar russo durante a Guerra Fria. Para um autocrata com um plano global como Putin, é muito mais do que uma provokatsiya: é praticamente uma declaração de guerra. Afinal, a “Pequena Rússia” é parte da Rússia, segundo pensa Putin.
Memes começaram a aparecer nas redes sociais minutos depois da invasão:
A despeito das ideologias, as fronteiras atuais da Ucrânia foram definidas pelos tratados do fim da Guerra Fria. Como os países menores eram controlados por governos “satélites” de Moscou pela União Soviética, o mapa atual da Ucrânia possui fronteiras artificialmente maiores do que seu desenho histórico — o que é martelado dia e noite pela propaganda oficial de Putin. Entre os principais alvos estão Odessa e Sevastopol, importantes portos para a economia russa. Quando a Ucrânia se declarou independente de Moscou de vez, em 2014, essas regiões tornaram-se zonas de extrema tensão e conflito. E é neste ponto em que a política externa de Biden, desastrosa em tudo, se tornou verdadeiramente mortífera.
A política da provokatsiya e da desinformatsiyaPutin, homem forte da KGB e especialista em desinformatsiya, sempre soube fazer intensa propaganda separatista na Ucrânia, sobretudo na fronteira leste, financiando milícias, apoiando grupos rebeldes e prometendo mundos e fundos para quem pretendesse anexar-se à Rússia. Ao mesmo tempo, também destaca como grupos “neonazistas” aparecem no país vizinho, passando a tratar qualquer um que se oponha ao seu projeto de poder como um “nazista” ou um “racista”. Como palavras importam em uma guerra travada antes na mídia do que no campo de batalha, países ocidentais pisam em ovos para apoiar governos legítimos, como o da Ucrânia. Mesmo no Brasil, até sua bandeira já foi acusada de ser um “símbolo neonazista”, exigindo que o embaixador ucraniano no Brasil viesse a público explicar que o símbolo do país não é “neonazista”.
Em um mundo interligado, um conflito na Ucrânia não é mais assunto distante, como a última Guerra da Bósnia. O Brasil está em uma situação bastante peculiar: sua agropecuária alimenta boa parte do mundo, mas é extremamente dependente de fertilizantes russos — e 49% das exportações de gado têm como destino a China. Por isso, uma negociação com os russos é necessária e delicada.
Além de uma possível alta no preço dos combustíveis e do gás, em caso de um embargo, como proposto por Biden, a Rússia provavelmente irá triangular com a China para furar o bloqueio. A manobra aumentaria ainda mais o poder de Xi Jinping sobre o comércio internacional. Mais um desastre da atual política norte-americana é forçar sanções nas regiões pró-Rússia em dólar, euro e iene. Em vez de enfraquecer o inimigo, todas essas áreas separatistas passam a recorrer ao iuane chinês, aumentando o poder de barganha de Pequim. O Brasil também sofre com uma China controlando ainda mais territórios com sua moeda.
O cenário tem tudo para ser, no mínimo, péssimo para a economia.
Leia também “A fraqueza ocidental”
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022
Putin vê Biden como incompetente - O Globo
Guga Chacra
[Biden é incompetente]
EUA x Rússia
Leia mais: Para Putin, base dos EUA na Polônia, a 1.300 km de Moscou, justifica aposta russa na Ucrânia
O cenário se alterou com Joe Biden. Primeiro, obviamente, não havia mais um isolacionista na Casa Branca. O novo presidente é um multilateralista em busca do fortalecimento da Otan. Em segundo lugar, o democrata tinha ligações com a Ucrânia. Seu filho, Hunter Biden, conhecido por seus enormes problemas, ocupou no passado um cargo no conselho de uma empresa de energia em Kiev (algo extremamente controverso). Terceiro, o líder russo enxerga o presidente americano e sua equipe de política externa como incompetentes, especialmente após o fiasco da retirada do Afeganistão. Para completar, a Ucrânia tem no poder um presidente que fez carreira como comediante, sem nenhum histórico político. Volodymyr Zelensky é impopular e frágil na visão do Kremlin. Mais grave, adotou uma posição forte de aproximação com a Europa e a Otan.
Diante desta nova conjuntura, Putin decidiu apostar suas fichas em uma pressão para conseguir concessões e evitar uma guinada definitiva da Ucrânia para o lado “pró-europeu”. Se por um lado o status quo não estava mais garantido sem Trump na Casa Branca, de outro, o “incompetente” Biden e o “frágil” Zelensky tornavam o momento propício para uma ação para tentar restabelecer a Ucrânia como parte da zona de influência russa ou ao menos frear a guinada para a Europa. Esta ainda é a visão do líder russo, que tenta fazer o governo americano de bobo.
O governo Biden busca alterar o cálculo de Putin ao adotar um tom duro. Basta ver as recentes declarações do presidente americano, ameaçando com fortes sanções a Rússia no caso de invasão. Quer dar o recado de que não é “frouxo” como Obama e irá agir com fortíssimas sanções se tropas russas cruzarem a fronteira. [Declarações até o Jimmy Carter fazia e não só sobre amendoins - Biden tem de sobra as qualidades negativas que Carter tinha o que garantirá ao atual ocupante da Casa Branca o primeiro lugar na lista dos incompetentes, deixando com o georgiano o merecido segundo lugar.] Basicamente, tornará Moscou pária no sistema financeiro global. Claro, não sabemos se realmente o líder russo pretende invadir ou se desde o início apenas mobilizou as tropas para ter um poder maior de barganha.
Guga Chacra, coluna O Globo