A
nomeação hoje no Diário Oficial da primeira
juíza negra do Brasil, Luislinda Valois, para a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial sofreu resistência de parte do movimento
negro — em especial do Rio Grande do Sul, que pedia a Eliseu Padilha que
fosse um gaúcho o nomeado.
Prevaleceu o apadrinhamento de
Geddel Vieira Lima pela baiana Luislinda.
Caso aconteceu na África do Sul, país onde a discriminação racial era legal até 1994
Uma juíza da África do Sul está sendo acusada de
racismo após ter
supostamente dito em redes sociais que o
estupro faria parte da cultura dos negros. Segundo petição on-line que pede
o afastamento de Mabel Jansen, ela teria afirmado que estupros coletivos bebês,
garotas e mulheres eram vistos como “prazerosos”
no passado. “Na cultura deles, a mulher está lá para o prazer. Ponto. É visto como
direito absoluto e o consentimento da mulher não é necessário”, teria
afirmado a juíza em sua conta no Facebook. Em outra postagem, Mabel teria dito
que “assassinatos não são tão graves”
para homens negros e “estupro coletivo de
bebês, garotas e mães eram prazerosos no passado”.
A discriminação racial era
considerada legal na África do Sul até 1994. Nos últimos meses, o debate acerca do tema tem se
acalorado no país, sobretudo por causa de publicações em redes sociais, tanto
que o governo local afirmou que pretende endurecer as leis contra o racismo. A
juíza se defende, afirmando que suas declarações foram tiradas de contexto. Ela
alega que as publicações foram feitas em uma conversa privada com a produtora
de filmes Gillian Schutte, numa tentativa de conseguir apoio para vítimas de — Eu estava me referindo a casos específicos
— disse a juíza à emissora local News24. — É muito ruim
quando você é atacada dessa forma. Eu não sei o que ela está tentando fazer.
Também
pelo Facebook, Gillian afirmou que tornou as declarações públicas para “expor o pensamento de uma pessoa diretamente
responsável pelo julgamento de pessoas a quem ela percebe como monstros e
vítimas — desumanizados”. O caso foi encaminhado à Comissão do Serviço
Judicial, órgão responsável indicação de pessoal para o judiciário. “É para ilustrar como o discurso colonial
ainda é empregado na narrativa branca — e facilmente mobilizado para minar
movimentos negros e indivíduos que constituem uma ameaça para o status quo em
detrimento das mulheres que são vítimas de estupros”, afirmou Gillian.
Fonte: O Globo