Se ceder à pressão em favor a tabela de preços, o governo prejudica atividades. Se não ceder, pode ter que enfrentar uma nova greve
A fortalecer tal teoria dos 'sindicatos dos caminhoneiros representarem para o presidente Bolsonaro um MST para ele chamar de seu', se fortalece quando os sindicatos, a exemplo do famigerado MST, não possuem, em sua maioria, personalidade jurídica - portanto, não podem ser punidos pela Justiça.]
Essa conjugação perversa acarretou a queda do valor dos fretes. Os caminhoneiros passaram a viver uma situação em que, além de endividados, enfrentam uma redução de renda, que em muitos casos os leva a ter prejuízos. Por tudo isso, demandam uma intervenção do governo, isto é, uma tabela de fretes que lhes garanta um piso de renda e os liberte do fantasma de falência em suas atividades.
Não há solução ótima para essa questão. Se ceder à pressão dos caminhoneiros, o governo viola a visão liberal do Ministério da Economia ao agir contrariamente às forças do mercado. A saída provocaria aumento de custos de transportes para muitos segmentos da economia, principalmente a do agronegócio. A bancada ruralista, que apoiou o presidente na campanha eleitoral, tende a se posicionar contra a tabela, como já o fez em outras oportunidades.
Se não ceder à pressão, o governo pode ter que enfrentar a calamidade de uma nova greve dos caminhoneiros, que pode agravar a já lenta recuperação da economia e do emprego. A legião de desempregados dificilmente sairá dos 13 milhões, podendo até aumentar, o que influenciará a popularidade do presidente. O governo precisará reunir toda a inteligência possível em seus quadros para buscar uma saída que evite o pior efeito dessa situação, que será a greve. Será difícil, no entanto, encontrar uma solução sem danos. Espera-se que não sejam tão drásticos quanto o que aconteceu na paradeira de caminhões, em maio de 2018. [FATO: não há solução ótima, então, o remédio é assumir a menos danosa e que resolve o problema = NÃO CEDER e JOGAR DURO CONTRA OS CAMINHONEIROS;
a própria legislação de trânsito dispõe de instrumentos que podem ser usados para enquadrar os pretendentes a ser o MST para o presidente Bolsonaro chamar de seu - multa, desde que não seja anistiada, atrapalha e muito - até mesmo os 'caminhoneiros de araque' que se aproveitaram dos juros subsidiados pelo BNDES e entraram no ramo de frete.
A solução péssima é o governo ceder ainda que um milímetro = cedendo estimula novas chantagens por parte dos caminhoneiros e estimula outras categorias.]
Blog do Mailson da Nóbrega - Revista VEJA