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segunda-feira, 22 de abril de 2019

Não há solução ótima para a demanda dos caminhoneiros

Se ceder à pressão em favor a tabela de preços, o governo prejudica atividades. Se não ceder, pode ter que enfrentar uma nova greve




O ministro da Economia mostrou habilidade em desmontar o imbróglio criado pelo presidente Jair Bolsonaro quando determinou a suspensão do aumento do diesel. Por mais engenhosas, todavia, que tenham sido as explicações de diferentes autoridades, ficou a impressão de que o presidente agiu por impulso e movido por seus instintos intervencionistas. Novos fatos como esse não podem ser descartáveis.
 
Seja como for, o risco de greve dos caminhoneiros permanece, pois estão mantidas as condições que os estimulam a jogar com a ameaça. Eles são vítimas de erros de política econômica dos governos do PT. 
[Tudo indica que esse tratamento especial que Bolsonaro dedica aos caminhoneiros é que ele pretende que tais sindicatos sejam um 'MST para o presidente Bolsonaro chamar de seu';  

A fortalecer tal teoria dos 'sindicatos dos caminhoneiros representarem para o presidente Bolsonaro um MST para ele chamar de seu', se fortalece quando os sindicatos, a exemplo do famigerado MST, não possuem, em sua maioria,  personalidade jurídica - portanto, não podem ser punidos pela Justiça.] 

De um lado, a oferta de fretes foi substancialmente ampliada por um programa de crédito subsidiado do BNDES, que despejou R$ 10,5 bilhões para financiar a compra de caminhões. Antes restrita a caminhoneiros autônomos e empresas de transporte, a compra de caminhões explodiu. A generosidade do programa – empréstimos a juros de apenas 4% ao ano – atraiu o interesse de outras categorias como a dos profissionais liberais, que passaram a participar da oferta de fretes. De outro lado, a recessão provocada pela política econômica desastrosa de Dilma Rousseff acarretou a contratação da demanda de transporte.

Essa conjugação perversa acarretou a queda do valor dos fretes. Os caminhoneiros passaram a viver uma situação em que, além de endividados, enfrentam uma redução de renda, que em muitos casos os leva a ter prejuízos. Por tudo isso, demandam uma intervenção do governo, isto é, uma tabela de fretes que lhes garanta um piso de renda e os liberte do fantasma de falência em suas atividades.

Não há solução ótima para essa questão. Se ceder à pressão dos caminhoneiros, o governo viola a visão liberal do Ministério da Economia ao agir contrariamente às forças do mercado. A saída provocaria aumento de custos de transportes para muitos segmentos da economia, principalmente a do agronegócio. A bancada ruralista, que apoiou o presidente na campanha eleitoral,  tende a se posicionar contra a tabela, como já o fez em outras oportunidades.

Se não ceder à pressão, o governo pode ter que enfrentar a calamidade de uma nova greve dos caminhoneiros, que pode agravar a já lenta recuperação da economia e do emprego. A legião de desempregados dificilmente sairá dos 13 milhões, podendo até aumentar, o que influenciará a popularidade do presidente. O governo precisará reunir toda a inteligência possível em seus quadros para buscar uma saída que evite o pior efeito dessa situação, que será a greve. Será difícil, no entanto, encontrar uma solução sem danos. Espera-se que não sejam tão drásticos quanto o que aconteceu na paradeira de caminhões, em maio de 2018. [FATO: não há solução ótima, então, o remédio é assumir a menos danosa e que resolve o problema = NÃO CEDER e JOGAR DURO CONTRA OS CAMINHONEIROS;

a própria legislação de trânsito dispõe de instrumentos que podem ser usados para enquadrar os pretendentes a ser o MST para o presidente Bolsonaro chamar de seu - multa, desde que não seja anistiada, atrapalha e muito - até mesmo os 'caminhoneiros de araque' que se aproveitaram dos juros subsidiados pelo BNDES e entraram no ramo de frete. 
 
A fortalecer a teoria dos sindicatos dos caminhoneiros representarem para o presidente Bolsonaro um MST para ele chamar de seu, se fortalece quando os sindicatos, a exemplo do famigerado MST, não possuem, em sua maioria,  personalidade jurídica - portanto, não podem ser punidos pela Justiça.

A solução péssima é o governo ceder ainda que um milímetro = cedendo estimula novas chantagens por parte dos caminhoneiros e estimula outras categorias.]

Blog do Mailson da Nóbrega - Revista VEJA 



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