Por Ricardo Noblat
Um livro para falar bem dele
Quem do Poder
Judiciário, convidado ou não, teria o desplante de faltar ao lançamento,
ontem à noite, de um livro em homenagem ao ministro Dias Toffoli,
presidente do Supremo Tribunal Federal? O comparecimento foi grande.
Foi o culto à
personalidade mais escancarado que Brasília assistiu este ano. Toffoli
celebra 10 anos como ministro. O livro reúne artigos de diferentes
autores que analisam as principais decisões de Toffoli durante esse
período. Uma louvação só.
O livro foi coordenado
pelo ministro Alexandre de Moraes, companheiro de turma de Toffoli na
Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, e o
Advogado Geral da União, André Mendonça. Ambos pareciam felizes.
O local do lançamento foi
o chamado Salão Branco do prédio do Supremo. Quem apareceu por lá para
cumprimentar Toffoli e conseguir um autógrafo teve que passar por um
aparelho de raio-X. Poucos se queixaram. Quem se queixou não revelou seu
nome.
A segurança no prédio foi
reforçada depois que Rodrigo Janot, ex-Procurador-Geral da República,
disse que um dia entrou ali armado para matar o ministro Gilmar Mendes.
Arrependeu-se quando estava com o dedo no gatilho do revólver.
Reprovado duas vezes em
concurso para juiz de primeiro grau, sem ter feito doutorado ou mestrado
nem escrito livro nenhum, Toffoli chegou ao Supremo por indicação de
Lula, para quem advogou. Seu mandato como presidente termina no próximo
ano.
Blog do Noblat - Ricardo Noblat - VEJA