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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Justiça mantém preso marqueteiro de Dilma e Lula. Mônica Moura, mulher do criador de ilusões também permanece em cana

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) manteve a prisão nesta quarta-feira, 1º, do marqueteiro João Santana, que atuou nas campanhas de Dilma Rousseff (2010/2014) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006), e de sua mulher e sócia Mônica Regina Cunha Moura. O casal foi preso em 23 de fevereiro, durante a Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato. 

O decisão ratificou liminar em habeas corpus, no dia 8 de março, do desembargador federal João Pedro Gebran Neto, responsável pelos processos da Lava Jato no tribunal. A defesa argumentou que o perfil dos clientes é diferente dos demais acusados, pois “nunca foram operadores de propina, políticos ou funcionários públicos”, que não resistiram à prisão, mesmo estando no exterior quando foi decretada, que o dolo não foi demonstrado e que ambos têm colaborado com as investigações. 

Segundo Gebran, “as provas colhidas até o momento da decretação da prisão preventiva apontaram que João Santana e sua esposa, Monica Moura, seriam os controladores da conta mantida no Banco Heritage na Suíça, em nome da offshore Shellbill Finance S/A – empresa do Panamá. A conta teria recebido dinheiro da Odebrecht através de outras contas usadas para pagamento de propina, bem como diretamente de Zwi Skornicki”, um dos acusados de intermediar os pagamentos de propina. 

O desembargador ressaltou que Mônica, apesar de cuidar da parte administrativa e financeira dos negócios de João Santana, incluindo a conta da Shellbill, declarou que os valores eram pagamento pelas campanhas eleitorais na Venezuela e em Angola e que desconhecia que teriam sido efetuados pela Odebrecht e por Skornicki. “As alegações da defesa não se mostram consistentes, sobretudo no tocante aos pagamentos feitos pelo Grupo Odebrecht. Quem atua em campanhas eleitorais para um ou outro partido político ou chapa recebe a devida e justa remuneração de forma legal, em suas contas correntes regulares. Não se utiliza de artifícios, como doações por terceiros, para possibilitar o pagamento por serviço prestado, tampouco em contas offshore não declaradas no exterior”, afirmou Gebran. 

Quanto à alegação da defesa de que os acusados estariam colaborando com a Justiça, Gebran apontou que Santana teria excluído arquivos de sua conta Dropbox – servidor digital para armazenamento e compartilhamento de arquivos – e alterado seu conteúdo, indicando destruição de provas. Conforme o desembargador, o casal não conseguiu afastar os indícios de envolvimento no quadro de corrupção sistêmica e de tentativa de destruição de provas. “Há indicativos de que a revogação da prisão, sobretudo pelas transferências bancárias realizadas já após a notoriedade da ‘Operação Lava Jato’, possibilite, ainda que de forma oculta, a rearticulação do esquema espúrio e a possibilidade de ocultação de provas de interesse da causa”, concluiu o relator.

Fonte: Estadão - Conteúdo
 

sábado, 27 de fevereiro de 2016

A culpa da branca Fernanda Torres

Um texto pró-homem despertou uma ira desproporcional, febril e típica da chatice correta que nos assola 

Sim, você tem mais o que fazer do que acompanhar esse mi-mi-mi contra a opinião da Fernanda Torres sobre machistas, feministas, fiu-fius, mulatas e babás. Um texto, digamos, pró-homem, sumo pecado, em que ela inveja a leveza e o companheirismo masculinos e em que exercita o “livre-pensar”. Livre? Intitulado “Mulher”, no blog #agoraéquesãoelas da Folha de S.Paulo, o texto despertou uma ira uterina desproporcional, febril e típica da chatice correta que nos assola. O pau comeu.

Era um texto transgênero, em que a atriz se mete à vontade numa calça comprida e coça o saco (“machista!”). Um texto transocial, em que ela demonstra ternura por sua babá-mãe e admiração por ser ela um avião de mulher (“elitista e fascista!”). Um texto transracial em que ela fala a palavra proibida: mulata (“branca racista!”). Um texto transerótico, em que ela admite adorar flertes e assobios (“apologista do estupro!”). Um texto transgressor. Não pode, Fernanda. O livre-pensar é só para homens como o que você se orgulha de ter conhecido, o Millôr, que escrevia que “é porque quase todos agimos com muita cautela que uns poucos podem ser audaciosos”.

Fernanda escreveu um texto audacioso sobre a diversidade e as amarras mentais das mulheres. Com provocações, ironias, licenças poéticas e reminiscências. A camarada Fernanda foi tão massacrada que se apressou a escrever outro texto, “Mea-culpa”, em que pede perdão, contrita e arrependida. Fez isso com elegância, antes que virasse o Salman Rushdie das redes sociais de saia e fosse condenada à morte sumariamente pelos tribunais feministas na véspera do Dia Internacional da Mulher.

O Ancelmo Gois pode fazer um concurso em sua coluna, no jornal O Globo, chamado A mulata do Gois, que se baseia sobretudo em atributos físicos – e não é crucificado por isso. Mas você, Fernanda, é mulher, branquela e celebridade. Não pode elogiar a lindeza de nossas mulatas, especialmente de sua babá Irene, porque você é a patroa opressora. Se você fosse loura, Fernanda, a patrulha seria ainda pior. Será que as mulatas que desfilam e sambam no Carnaval são alienadas socialmente como você, Fernanda, e não entendem que estão servindo à “supremacia branca, rica, escravocrata e machista” ao andar seminuas ou peladas? Elas incitam ao estupro? Vamos cobrir de burca as mulatas indecentes e as louras burras, porque despertam os instintos mais baixos dos machos.

Em seu “Mea-culpa”, Fernanda diz que as críticas a ela procedem e confessa ter escrito “do ponto de vista de uma mulher branca de classe média”. O que ela é. Estou curiosa para ler os próximos textos de Fernanda, em que fará piruetas mentais para escrever em primeira pessoa do ponto de vista de uma mulher negra da favela. Claro que se pode escrever levando em conta todos os lados, todos os universos, todos os dramas sociais do Brasil... Só não dá para, numa crônica pessoal, roubar lembranças de alguém que não somos nós.

A polêmica contribui para a reflexão. Argumentos que colidem, com elegância, são salutares. Mas extrair trechos para tirar do contexto, distorcer e ignorar todo o resto, amarrar o autor no poste e linchar é um retrocesso. Chatíssimo, chauvinista, burro e fanático. Há enunciados de Fernanda bem interessantes. Um deles reproduzo abaixo. Eu também detesto a vitimização da mulher por ser um “falso machismo”, mais difícil de combater, aquele em que todos os homens são demônios e todas as mulheres umas santas. Não é a vagina ou o pau que formam um caráter.

“Estou certa de que essa é a minha primeira encarnação como mulher. Apesar do talento para ser mãe, sou menos feminina do que gostaria de ser. Já beirando a idade em que nos tornamos invisíveis ao peão da obra da esquina, rejeito as campanhas Anti-Fiu-Fiu e considero o flerte um estado de graça a ser preservado. A vitimização do discurso feminista me irrita mais do que o machismo. Fora as questões práticas e sociais, muitas vezes a dependência, a aceitação e a sujeição da mulher partem dela mesma. Reclamar do homem é inútil. Só a mulher tem o poder de se livrar das próprias amarras, para se tornar mais mulher do que jamais pensou ser.”

Fernanda não ofendeu ninguém. O que me ofende é o sorriso deslocado e tresloucado da Mônica Moura, mulher do marqueteiro de Lula e Dilma, ao ser presa, retrato do Brasil que bate abaixo da cintura. O que nos ofende é mulher de qualquer corpreta, branca, marrom e amarela – ganhar menos pelo mesmo trabalho, não ter direito legal ao aborto com ou sem microcefalia, não ter creche para deixar o filho, ser espancada e assassinada por motivos passionais ou fúteis, ter tripla jornada de trabalho, ser estuprada e traficada. O resto é fru-fru, ferro e fogo, por favor, não me perdoem.

Fonte: Ruth de Aquino - Revista Época