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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Você é sócio do caixa três

Depois de abarrotar o caixa eleitoral, as virgens de Lula decidiram proibir a doação das empresas 

O Brasil não falha: a ideia de criar um fundo público (seu dinheiro) para bancar campanhas eleitorais surge no momento em que João Santana (alguém se lembra dele?) pede à Justiça para desbloquear seus bens, porque está sem grana. Deu para entender? O marqueteiro-laranja do maior assalto da história da República está esquecido na prisão, tentando reaver sua fortuna, enquanto o país discute a oferenda de mais R$ 3,6 bilhões para engordar novos marqueteiros eleitorais.

Como isso é possível? Simples:
dê uma olhada pela janela de seu computador e veja o Brasil, ao vivo, inflamado em seu despertar cívico, discutindo se o fundo público de financiamento eleitoral é de esquerda ou de direita. Se não for exatamente isso, é algo nessa linha, em geral um pouco mais tolo e surrealista. Se você fosse o João Santana, você faria o mesmo: “Deixa eu aproveitar o recreio intelectual dos idiotas que estão discutindo a ideologia de Adolf Hitler e salvar minha pele”.


Vamos interromper o recreio um minutinho, com todo o respeito à frivolidade geral, para uma lembrança saborosa: essa facada nas costas do contribuinte (você) nasceu – não ria – de um surto ético do PT. Naturalmente um surto ético de mentira, como tudo que provém das almas mais honestas do prostíbulo.


A situação era a seguinte: a Operação Lava Jato fervia, em plena revelação da máfia montada por Lula e Dilma com as maiores empreiteiras do país para roubar a Petrobras e a economia popular, quando o Partido dos Trabalhadores resolve dar seu grito contra o abuso do poder econômico perpetrado pelo capitalismo selvagem. Traduzindo para o português: depois de usar as empresas para abarrotar criminosamente seu caixa eleitoral, as virgens de Lula resolvem proibir a doação eleitoral de empresas – em nome da ética.
Não ficou clara a tradução? Vamos tentar de outra forma: o PT roubou você com o petrolão e vai te roubar de novo com o Orçamento da União. Se ainda não deu para entender, pelo menos rimou.

Podemos continuar essa conversa triste. Mas prometa que você não vai querer discutir se a proibição hipócrita das doações de empresas é de direita ou de esquerda. Hipocrisia não tem ideologia. Rimou de novo – rima pobre, como o espírito de um país que ama polemizar sobre o que não presta. É claro que o poder econômico sempre influenciará eleições – assim como o poder político, o poder cultural, o poder acadêmico, o poder familiar, o poder espiritual etc. Uma estrela de televisão que apoia um candidato está influenciando poderosamente o jogo eleitoral com o capital de sua fama. Não existe capital mais poderoso – e concentrado. Que tal proibi-lo? Nova lei: em ano eleitoral, artista famoso não pode abrir o bico sobre política.

Se você pode fiscalizar a promiscuidade entre artistas e políticos, pode fazer a mesma coisa sobre cartas marcadas entre empresas e partidos. Pode regular limite de gasto, tipo de contrato e condutas em geral – até onde você achar que deve, para controlar o tráfico de influência. Mas isso dá trabalho, então é melhor aderir à demagogia anticapitalista do maior ladrão da República.

>> Mais colunas de Guilherme Fiuza

Esse proselitismo malandro, supostamente progressista, tem entre seus arautos os heróis carnavalescos de sempre – vários dos quais de toga. Desse Supremo Tribunal Federal que tentou melar o impeachment de Dilma na mão grande, o mesmo que abençoou a tramoia de Janot com Joesley, só se ouvem tiradas espertas em busca de manchetes – tipo o “quero mudar o Brasil, não me mudar do Brasil” de Cármen Lúcia, frase matadora para bolo de aniversário. Sobre a garfada obscena de R$ 3,6 bilhões com a bênção do STF (o companheiro Barroso não falha), nenhuma tirada estilística.

Queridos legalistas ornamentais, onde está a investigação das operações bilionárias do BNDES com o caubói biônico, maior corruptor confesso do sistema político brasileiro, sob a regência do PT? A omissão geral sobre esse esquema pornográfico, protegido pelas flechas de bambu do procurador companheiro, é de esquerda ou de direita?  Até o procurador Deltan, expoente da Lava Jato, resolveu aderir à coqueluche ideológica do jardim de infância. Afinal, o oportunismo é de esquerda ou de direita?
Com a palavra, as viúvas de Adolfo.

 Fonte: Guilherme Fiuza


domingo, 21 de maio de 2017

“Iolanda”, a agente por trás da presidente

Dilma enigmática – agora se sabe! – falava por códigos. Desvendaram seus recônditos segredos logo aqueles a quem ela deve o sonho de dois mandatos consecutivos na presidência da República: o marqueteiro “Feira”, João Santana, e sua mulher, gerentona de caixa dois, Mônica Moura, que atende pela alcunha de “Xepa”. No universo de códigos e dribles para atuar nas sombras, a deposta presidente Dilma assumiu o codinome de “Iolanda”.

Em homenagem (imagine só!) a esposa do ex-presidente na Ditadura, o General Artur da Costa e Silva. Faz sentido. Talvez justificável pelo pendor de dona Yolanda, a Dilma, por agir ilegalmente nos porões do Planalto. Sigilo para bolar esquemas informais de comunicação, criação de dois emails secretos para avisar possíveis investigados da proximidade da polícia, cobrança de recursos paralelos na sua campanha eleitoral e ciência sobre a funcionalidade do esquema que irrigou criminalmente as candidaturas petistas, inclusive a sua, estavam no radar da agente especial que cumpria em simultâneo expediente de presidente.

Yolanda armou no Planalto um QG de práticas nada republicanas, embora sempre garantisse que nunca faria isso. Direto de lá, esparramada nas cadeiras da biblioteca do Palácio, tal qual uma Mata Hari da política brasileira, disparava mensagens de natureza, no mínimo, impróprias à liturgia do cargo que ocupava. Antecipava aos amigos diletos o risco de terem a prisão decretada. Foram os próprios que confessaram o delito com a participação inestimável de dona “Iolanda”, a Dilma.  Ela tinha plena noção do dinheiro sujo que corria a rodo para bancar suas vitórias e programas eleitorais empastelados com um verniz de promessas falsas – cujo intuito era engabelar as massas. Aos criadores da versão edulcorada de “Dilminha, Paz e Amor” caberia por parte dela, de fato, uma fidelidade e gratidão irrestritas. Mas como presidente, em pleno exercício de suas funções, não há como cogitar tamanha devoção que a levou a distribuir no varejo da patota informações vitais de segurança. Foi coisa digna de espiã de Estado. Nunca de mandatária.

Estão claras, evidentes, as ações de Dilma/Iolanda para obstruir a Justiça nesse aspecto. Por muito menos, vários de seus asseclas foram parar atrás das grades, enquanto ela continua a agir, quiçá praticando atos tão ou mais escabrosos. Tome-se, por exemplo, o diálogo travado em uma das inúmeras mensagens da então presidente que vieram a público. Diz Iolanda, a Dilma espiã: “O seu grande amigo está muito doente. Os médicos consideram que o risco é máximo, 10. O pior é que a esposa que sempre tratou dele, agora está com câncer e com o mesmo risco. Os médicos acompanham os dois, dia e noite”.

Dada a senha, “Feira” e “Xepa” entenderam de pronto. Tinham entrado na alça de mira. Dilma buscou socorrê-los assim como o fez, por meio de “Bessias”, ao ex-presidente e tutor, Lula, quando lhe enviou uma nomeação antecipada para o ministério, de onde lhe seria garantida a imunidade, livrando-o das garras dos tribunais. Dilma, a Iolanda, não há como negar, é de uma generosidade e desprendimento extremos em relação aos amigos. Inacreditável que de dentro dos gabinetes do Palácio tenha tido o desplante de praticar tamanha ignomínia.

O casal de marqueteiros, por sua vez, em depoimentos que deram há alguns dias aos procuradores, no bojo das investigações da Lava-Jato, trataram de despir a esfinge solecista. Daqui para frente, quem sabe, será possível decifrar o que ela queria dizer quando tratava de “fabricar vento”, de “louvar a bola” porque ela “é o símbolo de nossa evolução” ou de criar as “mulheres-sapiens”, metáforas da mesma lavra, não alcançáveis por nós, pobres de vocábulos e interpretações. Talvez venha daí a melhor das contribuições de “Feira”, “Xepa” e “Iolanda”: explicar a fundo o que há por trás dessa transviada linguagem de expressões, sinais e menções que configuraram crimes os mais variados.

Desde que Dilma foi desmascarada pela dupla de seus criadores, nunca mais frases corriqueiras como “gostei do vinho indicado” ou “veja aquele filme” terão o mesmo significado. Eram comentários fictícios, alertas em forma de mensagens, para checar emails, mudar contas da Suíça para Cingapura, coisas normais no mundo da bandidagem. Nesse pormenor, Mata Hari era fichinha diante de Iolanda.

Fonte: IstoÉ - Carlos José Marques, diretor editorial  




sábado, 6 de maio de 2017

A nova tormenta do PT

Após João Santana, Duque atinge Lula e o partido em cheio

Até semanas atrás, parlamentares petistas comemoravam o fato de a delação da Odebrecht ter atingido em cheio seus principais adversários e ter revelado que o caixa 2 e a corrupção eram disseminados entre políticos de quase todos os partidos. O depoimento do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, no entanto, coroa um novo período de inferno astral do PT que começou quando o publicitário João Santana firmou sua delação, há cerca de um mês.

Preso desde março de 2015, Duque vem tentando fechar um acordo de delação premiada e decidiu pedir uma audiência com o juiz Sergio Moro para demonstrar seu poder de fogo. Conseguiu. Após Santana informar à Justiça que os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff tinham conhecimento do uso de caixa 2 em suas campanhas, agora Duque afirma que o ex-presidente também sabia detalhes do esquema de corrupção. E ainda teria tentado convencê-lo a extinguir contas de corrupção no exterior.

Embora suas acusações sejam difíceis de ser provadas de forma cabal, pois envolvem reuniões privadas que precisariam ter sido gravadas, elas vêm do homem escolhido pelo ex-ministro José Dirceu para comandar a diretoria de Serviços da Petrobras e lá permitir que o partido fizesse milionárias arrecadações enquanto estivesse à frente do Planalto.

Nas próximas semanas, a situação, que já é delicada, pode piorar. Isso depende de o ex-ministro Antonio Palocci cumprir a promessa feita ao juiz Sergio Moro de ajudar as investigações revelando “fatos, com nomes, endereços, operações realizadas”.  Todas as pesquisas deixam claro que Lula detém hoje a fidelidade eleitoral de cerca de 30% dos brasileiros. É improvável que ele perca o posto de líder da disputa presidencial até o início de 2018. O que esses depoimentos agora minam, no entanto, são suas chances de vencer em um eventual segundo turno um adversário sem rejeição massiva. Isso, é claro, se chegar lá solto e elegível.

Fonte: O Globo

sábado, 31 de dezembro de 2016

Três avulsas do Sanatório Geral

#SanatórioGeral: Mosquita em perigo

Dilma explica a diferença entre mosquitos e mosquitas, presidentes e presidentas

 Fevereiro
“Então, nós temos de combater o mosquito nas nossas casas. Por que que ele está nas nossas casas? Porque se o mosquito gosta de fruta, de inseto, enfim, o mosquito não é o mosquito macho. Ele não pica as pessoas, quem pica e gosta de se alimentar do sangue humano é a mosquita. E ela é sensível ao cheiro”. (Dilma Rousseff, no programa de comícios Minha Casa, Minha Vida, nesta sexta-feira, ensinando que é a mosquita que gosta de gente)

#SanatórioGeral: Mais um

Marco Aurélio  [Top Top] Garcia jura que o triplex de Lula não é de Lula

Fevereiro
“O apartamento não é dele e o sítio também não. E se formos falar desse triplex, ele é bem fubango, né? Considero meu apartamento melhor”. (Marco Aurélio [Top Top] Garcia, confessando que é mais rico que o único metalúrgico que virou milionário sem trabalhar)

#SanatórioGeral: Engaiolada exigente

A caminho da cadeia, mulher do marqueteiro do PT faz questão de escolher o tamanho da cela 

Fevereiro
“Não vou baixar a cabeça, não”. (Mônica Moura, mulher e sócia do marqueteiro João Santana, ao desembarcar nesta terça-feira em Curitiba, avisando que faz questão de hospedar-se numa cela com pelo menos 2 metros de altura)

[A marqueteira já se enquadrou. Agora basta se aproximar, seja de um policial, faxineiro ou procurador, a sentenciada baixa a cabeça e cruza as mãos nas costas = posição obrigatória de qualquer marginal diante de uma autoridade.]

Fonte: VEJA - Coluna do Augusto Nunes
 

sábado, 24 de setembro de 2016

Teori barra ofensiva de marqueteiro contra Sergio Moro

As informações foram divulgadas no site do Supremo. Segundo a defesa de Santana, Moro teria violado a Súmula Vinculante 14 do STF. O marqueteiro é réu da Operação Lava-Jato 

 O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), julgou improcedente Reclamação 24228 do publicitário João Santana - marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma - contra ato do juiz Sérgio Moro, titular da 13.ª Vara Federal de Curitiba, que teria negado à sua defesa acesso aos autos de ação penal. As informações foram divulgadas no site do Supremo. Segundo a defesa de Santana, Moro teria violado a Súmula Vinculante 14 do STF. O marqueteiro é réu da Operação Lava Jato.

De acordo com os advogados, embora Santana tenha, em seu depoimento na Polícia Federal, autorizado amplo acesso das autoridades brasileiras a seus dados bancários na Suíça, há um pedido de cooperação internacional em andamento relacionado à conta estrangeira dele e um pedido de bloqueio dos valores ali mantidos.  Segundo os advogados de João Santana, tudo leva a crer que existam, ainda, outros procedimentos relacionados a ele - aos quais ainda não tiveram acesso e conhecimento. A defesa alega que Moro indeferiu pedido para que fossem certificados nos autos todos os procedimentos distribuídos perante a 13.ª Vara Federal relacionados ao caso, e que tal situação ‘configura ofensa à Súmula 14’. A defesa pede ‘acesso irrestrito’ a todos os procedimentos criminais em tramitação contra João Santana.


Em sua decisão, Teori Zavascki destacou que a Súmula 14 foi editada para assegurar ao defensor legalmente constituído o direito de acesso às provas já produzidas e formalmente incorporadas ao procedimento investigatório.  Para o ministro, estão excluídas, consequentemente, as informações e providências investigatórias ainda em curso e, por isso mesmo, não documentadas no próprio inquérito ou processo judicial.


Zavascki observou ainda que, segundo informações prestadas pela 13.ª Vara Federal, a defesa teve acesso, desde o início, a todos os elementos que integram a denúncia, inclusive aos inúmeros documentos juntados.  A quebra de sigilo e o pedido de cooperação jurídica internacional encontram-se em processo ao qual a defesa também teve acesso.


De acordo com o relator, a defesa não comprovou, nos autos da Reclamação, que não teve acesso total aos elementos que subsidiam a denúncia oferecida nos autos da ação penal e ao pedido de cooperação jurídica internacional autuados na 13.ª Vara Federal de Curitiba. Por não verificar violação à Súmula Vinculante 14, o ministro concluiu pela improcedência da Reclamação do marqueteiro.

Fonte: Agência Brasil

 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Lava-jato chega muito perto da Dilma

Nas entrelinhas: Mais perto de Dilma

Além de ter ajudado a sepultar o “Volta, Lula!”, o ministro da Fazenda operava a chamada “nova matriz econômica”

A nova etapa da Operação Lava-Jato chega muito perto da ex-presidente Dilma Rousseff, que manteve Guido Mantega como ministro da Fazenda durante todo o primeiro mandato, mesmo depois que ele pediu para sair, por causa da doença de sua esposa, e das pressões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que fosse substituído pelo atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Quanto era presidente, Dilma não podia ser investigada por fatos anteriores a seu mandato; agora pode.

A prisão de Mantega é mais um degrau na escalada de confronto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT com o juiz Sérgio Moro. A notícia circulou como denúncia de arbítrio e de desumanidade: o advogado de Mantega, José Roberto Batochio, carregou nas tintas ao dizer que o ex-ministro foi preso no hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, quando acompanhava uma cirurgia agendada de sua esposa: “Ele está sendo retirado da área do centro cirúrgico nesse momento”, disse. Era mentira, mas a versão colou nas redes sociais. A PF fora à casa de Mantega para efetuar uma busca e apreensão e prendê-lo temporariamente. Como não estava, entrou em contato por telefone e Mantega se apresentou espontaneamente na portaria do hospital.

O delegado Igor Romário de Paula, coordenador da Lava-Jato, justificou a ação: “Não houve entrada de policiais no hospital, ainda mais no centro cirúrgico para retirar o (ex-)ministro”. Os policiais levaram o ex-ministro até seu apartamento em Pinheiros, na Zona Oeste, para cumprir um mandado de busca e apreensão. Por volta das 9h25, Mantega chegou à sede da PF em São Paulo, na Lapa, Zona Oeste da capital. O juiz Sérgio Moro, ao saber do contexto da prisão que havia sido decretada em agosto, mas não foi executada antes por causa das Olimpíadas —, revogou a própria decisão. Com isso, recrudesceram as críticas de que a prisão temporária era desnecessária. O Ministério Público havia pedido a prisão preventiva de Mantega, em junho, mas Moro negou. Aceitou apenas a prisão temporária.

Propina
Mantega foi “dedurado” pelo empresário Eike Batista, em razão do suposto pagamento de propina em contrato da Petrobras com o Consorcio Integra, no valor de R$ 2.350.000,00, em 16/04/2013, a João Cerqueira de Santana Filho e a Mônica Regina Cunha Moura “mediante depósito, comprovado documentalmente nos autos, em conta da off-shore Shellbill Financeira mantida no Heritage Bank, na Suíça”. Mantega, então Ministro da Fazenda e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, teria pedido que o pagamento fosse efetuado em novembro de 2012, em razão de serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores nas eleições municipais: “O pagamento estaria vinculado ao esquema criminoso que vitimou a Petrobras e a propinas também pagas a agentes da Petrobras no âmbito do contrato da Petrobras com o Consórcio Integra”, diz o despacho de Moro.

João Santana era o rei da cocada preta no marketing do governo Dilma. No dia do pagamento da propina, Mantega havia reduzido a previsão de crescimento da economia deste ano de 4,5% para 3,5%, segundo o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 enviado ao Congresso Nacional. Na véspera, Dilma se encontrara com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um seminário do PT em Belo Horizonte, para articular a candidatura do governador Fernando Pimentel (PT). Sua campanha à reeleição já estava em pleno curso. Mantega fora decisivo para isso.

Além de ter ajudado a sepultar o “Volta, Lula!”, o ministro da Fazenda operava a chamada “nova matriz econômica”. O então secretário do Tesouro, Arno Augostin, caprichava na “contabilidade criativa” para ocultar as “pedaladas fiscais”, e o secretário-executivo Nélson Barbosa, que em dezembro de 2015 viria a ocupar o Ministério da Fazenda até o afastamento de Dilma Rousseff, já pensava em pegar o boné porque sabia que o trem da política econômica estava descarrilado.

O prestígio de Mantega com Dilma Rousseff vinha desde 2008, quando eclodiu a crise do mercado financeiro mundial. Dilma havia defendido uma política “anticíclica” numa reunião ministerial, para enfrentar a “marolinha” e garantir a própria eleição na sucessão de Lula, em 2010, pois o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), sob seu comando, estava indo para o ralo. Mantega voltou à reunião seguinte com o programa “Minha Casa, Minha Vida”, que exerceria um “efeito multiplicador” na economia. Também começava ali a farra das desonerações fiscais, financiamentos seletivos e investimentos temerários, como os da OSX de Batista, cujas consequências foram os rombos nas contas públicas e nos fundos de pensão, além da crise na Petrobras.

Fonte: CB 

 

terça-feira, 9 de agosto de 2016

SUPREMA IRONIA: Lewandowski o algoz de Dilma - Votação do impeachment no Senado deve durar 20 horas


Presidência de Lewandowski em sessão deve "baixar o tom" de oposição, avalia Agripino


Senadores se reúnem hoje (9) para definir se impeachment de Dilma Rousseff avança na Casa 

Apesar da expectativa de uma longa sessão de pronúncia do impeachment de Dilma Rousseff, com duração total de cerca de 20 horas, o presidente do DEM, senador Agripino Maia, acredita que a oposição ao governo Michel Temer adotará um tom menos beligerante hoje (9). 

Para Agripino, senadores do PT e aliados devem apresentar questões de ordem e procurar esticar ao máximo a sessão, mas tentarão evitar bate-bocas e acusações de que estão sendo "atropelados" pela maioria. O motivo? Ninguém vai querer se indispor com o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, que comandará a reunião.

Senado deve definir hoje se transforma a presidente afastada em ré no processo de impeachment. Aprovação se dá com maioria simples

Em mais uma maratona que poderá durar quase 20 horas, o Senado Federal vai definir hoje se a presidente afastada, Dilma Rousseff, se transforma, de fato, em ré no processo de impeachment. Para isso, é necessária a maioria simples dos votos dos senadores (metade mais um dos presentes). Aliados de Dilma tentarão “contaminar” a votação com as recentes denúncias envolvendo o presidente em exercício, Michel Temer.

“São denúncias que, como todas as outras, precisam ser investigadas. Por enquanto, o que temos é apenas a palavra de um delator. Mas o presidente Temer já deu demonstrações de que não tem condições de governar o país”, disse  Costa. A estratégia da tropa de choque dilmista é retardar em pelo menos duas horas e meia o início dos debates sobre o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), com a apresentação de questões de ordem.

Para o líder do DEM na Casa, Ronaldo Caiado (GO), não há por que misturar a votação do impeachment de Dilma com as denúncias envolvendo Michel Temer. “Se fizermos isso, a rigor, nem precisaríamos realizar a sessão, bastaria afastar Dilma. O mesmo Marcelo não disse, na suposta delação, que ela lhe ordenou para pagar o marqueteiro João Santana?”, questionou o demista.

Para Caiado, já se passaram mais de 110 dias desde que a Câmara aprovou a abertura do processo de impeachment contra Dilma. “Estamos há quase 120 dias convivendo com uma situação maluca de termos uma presidente afastada e um presidente em exercício no mesmo país”, criticou. “Todos os ritos processuais foram cumpridos, com amplo direito de defesa. Não há por que afirmar que houve qualquer cerceamento na defesa de Dilma”, prosseguiu Caiado.

Aliados da petista estão céticos quanto ao êxito na votação de hoje, sobretudo porque são necessários apenas a metade mais um dos votos dos presentes para que o relatório seja aprovado. O receio é que a presidente tenha menos votos do que na rodada anterior, em maio. Uma das incógnitas é o suplente do senador Walter Pinheiro (PT-BA), Roberto Muniz (PP-BA). O partido dele compõe a base de apoio a Temer, embora ele esteja no mandato graças ao petista Rui Costa, governador da Bahia, que nomeou Pinheiro secretário de Educação.

Fonte: Época

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O marqueteiro confessa

O depoimento de João Santana fixa um novo marco na Lava Jato. O marqueteiro mais badalado do país admitiu ter recebido US$ 4,5 milhões em caixa dois na corrida presidencial de 2010. Ele comandou a primeira campanha vitoriosa de Dilma Rousseff e Michel Temer.

A confissão fornece novos elementos para entender como a aliança PT-PMDB se lambuzou no petrolão. Além disso, ajuda a derrubar um segredo de polichinelo da política brasileira. Santana contou, em primeira pessoa, como funcionam os pagamentos "por fora" nas eleições.  "Acho que se precisa rasgar o véu de hipocrisia que cobre as relações político-eleitorais no Brasil", afirmou o publicitário. Ele descreveu o caixa dois como "prática generalizada nas campanhas" e disse que empresários e empreiteiros sempre buscaram "caminhos extralegais" para financiar os partidos políticos.

"Os preços são altos, eles não querem estabelecer relação explícita entre os doadores de campanha, e se recorre a esse tipo de prática", afirmou.  Em tom penitente, Santana disse que considerava o método "equivocado" e "nefasto", mas alegou que não tinha como atuar dentro da lei. "Você vive dentro de um ambiente de disputa, de competição", argumentou. "Ou faz a campanha dessa forma ou não faz. Vem outro que vai fazer."

O juiz Sergio Moro perguntou se o caixa dois não representa uma trapaça nas eleições
. "Acho que significa, antes de tudo, um constrangimento profundo. É um risco. É um ato ilegal", respondeu Santana. Ele admitiu, em seguida, que conhecia o risco ao assumi-lo. "Ninguém me colocou revólver [na cabeça]", disse.

No escândalo do mensalão, Duda Mendonça já havia confessado que o PT abasteceu suas contas no exterior. Ele foi inocentado pelo STF, e tudo continuou como antes. A novidade da Lava Jato é que o caixa dois passou a dar cadeia aos magos da propaganda. "Eu jamais imaginaria que pudesse ser preso", desabafou Santana, há cinco meses em Curitiba.


Fonte:  Bernardo Mello Franco - Folha de S. Paulo

domingo, 10 de julho de 2016

Perícia do TSE evidencia que a campanha de Dilma lavou dinheiro do Petrolão

Durante auditoria realizada pelo Tribunal Eleitoral, as gráficas VTPB, Focal e Red Seg, que receberam R$ 52 milhões da campanha da presidente afastada, em 2014, não comprovam que prestaram os serviços declarados

No dia 20 de abril, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, corregedora-geral da Justiça Eleitoral, autorizou a apuração das suspeitas de que a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014, havia utilizado gráficas para lavar dinheiro do Petrolão. Na última semana, o relatório entrou em fase final de redação e uma perícia deverá ser oficialmente divulgada no próximo mês. ISTOÉ apurou que as evidências de lavagem de recursos desviados da Petrobras se confirmaram. As empresas VTPB, Focal e Red Seg não conseguiram comprovar que prestaram os serviços declarados durante as últimas eleições, o que reforçam os indícios de que eram mesmo de fachada e serviram de ponte para o pagamento de propinas do Petrolão. Juntas, elas receberam uma fábula da campanha de Dilma em 2014: R$ 52 milhões.

A Focal foi a segunda que mais recebeu recursos do PT, só ficando atrás do marqueteiro João Santana. Um total de R$ 24 milhões. Mas a gráfica, assim como a VTPB e a Red Seg, simplesmente não apresentou notas fiscais, comprovantes de pagamento, ordens de serviço, contratos trabalhistas ou de subcontratação de terceiros, além de extratos de transferências bancárias que justificassem as atividades exercidas para a campanha de Dilma a um custo milionário. Esses documentos eram fundamentais para provar que as gráficas não foram usadas como laranjas pelo PT para esquentar dinheiro ilegal. 

A ausência da papelada compromete a campanha de Dilma e incrementa o caldo político que pode levar ao seu afastamento definitivo em agosto, no derradeiro julgamento do impeachment. “A ausência da devida comprovação de gastos eleitorais, principalmente quando envolver altos valores, pode indicar a ocorrência de graves fraudes e até lavagem de dinheiro, com sérias consequências”, afirmou o presidente do TSE, Gilmar Mendes.

Os peritos do TSE visitaram as três gráficas entre maio e junho. Seus donos contaram histórias mirabolantes na tentativa de atestar que colocaram seu maquinário a serviço da petista em 2014. Por isso, teriam sido aquinhoadas com os R$ 52 milhões declarados pela campanha de Dilma. As versões, repetidas também à ISTOÉ, não param em pé. Para comprová-las, as empresas tinham até o dia 24 de junho para entregar a farta documentação exigida pela Justiça Eleitoral. O não fornecimento das provas exigidas pela Justiça Eleitoral torna muito difícil a absolvição das gráficas pela perícia do TSE.

Quem for hoje às dependências da Focal vai se deparar com uma estrutura ínfima. A empresa de Carlos Cortegoso, ex-garçom de Lula, fica localizada em São Paulo e exibe uma portinha que seria incompatível com o volume de produtos que ela declarou ter fornecido à campanha de Dilma em 2014. Dividida em dois pisos de cerca de 40 metros quadrados cada um, a empresa conta com apenas duas impressoras e só três funcionários trabalham por lá. Os proprietários argumentam que, durante o período da campanha, a empresa chegou a ter 200 funcionários, quando ainda estava sediada em São Bernardo do Campo, cidade vizinha à capital paulista, em um espaço bem maior. Entretanto, não foram apresentados ao TSE contratos de trabalho desses colaboradores. Como desculpa, argumentaram que eram prestados serviços semanais, sem vínculo trabalhista. 

Alegaram ainda que os equipamentos de off set utilizados para atender ao PT estariam acondicionados em outro imóvel de Cortegoso. Todavia, o empresário não apresentou as notas fiscais das máquinas, nem comprovou ainda que a tralha estava registrada nos ativos da companhia em 2014. “Existem algumas pequenas irregularidades no sentido fiscal, mas no sentido de criminal não tem nada”, jurou Cortegoso, abordado pela reportagem da revista. Carece de explicação ainda como uma gráfica, sediada em São Bernardo, poderia ter erguido palanques para a campanha à reeleição de Dilma Rousseff Brasil afora, conforme declarou ao TSE. Até a última semana, porém, mais essa atividade suspeita não havia sido justificada aos peritos do tribunal.

As dependências da empresa VTPB são ainda mais inacreditáveis, em termos de estrutura física. É uma gráfica muito engraçada, não tem impressora, não tem nada. Nem scanner, sequer máquina de xerox. O endereço fiscal fica registrado em uma kit net no bairro da Casa Verde, zona norte de São Paulo. Os donos da empresa dizem sem corar a face que a estrutura micro não é conflitante com os R$ 22,9 milhões repassados pela campanha da presidente afastada nas últimas eleições. A empresa, segundo suas explicações, trabalha fazendo a intermediação entre os políticos que precisam de santinhos, por exemplo, e as gráficas que os produzem. Contudo, não foram apresentadas notas fiscais ou contratos que comprovem essas subcontratações. Tampouco comprovantes de pagamentos ou ordens de serviço.

Mas quem lacrou mesmo foi a Rede Seg. Abastecida com R$ 6,15 milhões da campanha de Dilma, a gráfica sequer entregou cópias ou originais do livro contábil, porque ele simplesmente não existe. A gráfica – 8ª maior beneficiária de dinheiro da campanha que reelegeu a presidente da República em 2014 – não faz contabilidade escriturada da empresa. Isto, por si só, já configuraria, no mínimo, um “ilícito fiscal”, segundo advogados ouvidos pela ISTOÉ. A Red Seg também está lotada em um imóvel que abriga somente uma guilhotina de papel e uma impressora, que também é filha única. Os documentos do estabelecimento apontam como proprietário Vivaldo Dias da Silva. Um ano antes da campanha, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, ele era motorista e ganhava salário de R$ 1.490.

As suspeitas de que o montante repassado à Focal, VTPB e Red Seg era oriundo do esquema do Petrolão foram levantadas a partir da delação premiada de donos de empreiteiras presos em decorrência dos desdobramentos da operação Lava Jato. O mandatário da UTC, Ricardo Pessoa, que assinou a colaboração com o Ministério Público, afirmou que repassou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma Rousseff (PT). E que o dinheiro teve origem no Petrolão. O mesmo empresário contou que realizou três repasses de R$ 2,5 milhões. Ao que tudo indica, uma dessas parcelas serviu para saldar notas fiscais da VTPB e Focal. O repasse ocorreu em 27 de agosto ao tesoureiro Edinho Silva, ex-ministro das Comunicações, que realizou quatro depósitos na conta da VTPB no total de R$ 1,7 milhão. Outros R$ 672,6 mil irrigaram os cofres da Focal. 

 Aproximadamente R$ 1,8 milhão teve como destino a gráfica Red Seg. Esses não foram os únicos repasses feitos pela campanha de Dilma às fornecedoras suspeitas de lavagem de dinheiro. Os maiores montantes destinados à Focal e à VTPB também são de 2014 e da ordem de R$ 24 milhões e R$ 23 milhões, respectivamente.  Chamou a atenção do TSE o volume gasto pelo comitê eleitoral de Dilma com serviços de confecção de faixas e santinhos. No dia 29 de julho do ano passado, o ministro Gilmar Mendes, que ocupava a cadeira de vice-presidente da corte eleitoral, pediu à Polícia Federal que investigasse as três empresas. No documento, Mendes recomendou que os agentes concentrassem as atenções na empresa Focal. A PF aproveitou e relacionou a VTPB no bojo da apuração. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) já apontava para a existência de crime de lavagem de dinheiro praticado pela VTPB uma vez que havia a comunicação de movimentação atípica nas contas da empresa.

Outro indício de que as empresas fornecedoras possam fazer parte do esquema de lavagem de dinheiro, por meio de serviços gráficos, refere-se à prestação de contas da campanha da petista. Há centenas de recibos eleitorais de doações de materiais e serviços. Parte deles está em nome dos mesmos financiadores diretos da campanha. Ou seja, o “produto” doado é produzido pelas mesmas empresas suspeitas, mas leva o carimbo de outra campanha. É o caso do deputado Vicentinho. Ele encomendou à Focal Comunicação a produção de centenas de faixas para a campanha da presidente. O que intriga a investigação é que o petista, que arrecadou pouco mais de R$ 1,4 milhão, tenha ainda contribuído materialmente para a reeleição de Dilma com R$ 350 milhões.

Também intrigou os técnicos do TSE o fato de valores declarados nos recibos de doação de materiais serem muitas vezes bem abaixo do valor praticado no mercado. Do total da produção de santinhos pela Axis Gráfica, de São Caetano do Sul (RS), o Comitê Financeiro do PT doou para a campanha de Dilma 6,5% de um total de 30 mil, ou 1.950 itens. O valor declarado pela campanha foi de apenas R$ 14,62. Mas uma no mercado gráfico o valor médio é de R$ 1,8 mil para a quantidade total encomendada e de R$ 121 equivalente ao percentual doado.

A ministra Maria Thereza, relatora do pedido de cassação de Dilma no TSE, ainda está pedindo o compartilhamento de provas e informações obtidas pelas investigações da PF. À ISTOÉ, o ministro Gilmar Mendes ponderou que “nem todas as diligências foram cumpridas pelo TSE e há outras em curso, de modo que há de se aguardar uma maior quantidade de elementos para elaboração do relatório final da perícia”. O prazo é de 90 dias, que alcançará meados de agosto. Até lá, é possível que o afastamento definitivo de Dilma Rousseff já tenha sido julgado pelo Senado.
Colaborou:  Ary Filgueira - Isto É  - http://istoe.com.br/pericia-do-tse-evidencia-que-campanha-de-dilma-lavou-dinheiro-do-petrolao/

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Dilma exigiu R$ 12 MILHÕES da ODEBRECHT PARA Caixa 2



O acerto de R$ 12 milhões
Em acordo de delação, Marcelo Odebrecht revela que a presidente Dilma cobrou pessoalmente doação de campanha para pagar via caixa dois o marqueteiro João Santana e o PMDB em 2014


 Dilma, a Afastada e Marcelo, o que sabe tudo

O diálogo que compromete Dilma
Entre o primeiro e o segundo turno da eleição de 2014, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, cobrou de Marcelo Odebrecht uma doação “por fora” no valor de R$ 12 milhões para serem repassados ao marqueteiro João Santana e ao PMDB.  Marcelo se recusou a fazer o repasse, mas diante da insistência de Edinho disse que iria procurar Dilma.  Dias depois, em encontro pessoal, o empreiteiro e a presidente afastada mantiveram a conversa abaixo: – Presidente, resolvi procurar a sra. para saber o seguinte: é mesmo para efetuar o pagamento exigido pelo Edinho?, perguntou Odebrecht.
É para pagar, respondeu Dilma.

No acordo de delação premiada, firmado na última semana, o empreiteiro Marcelo Odebrecht fez uma revelação que, pela primeira vez, implica pessoalmente a presidente afastada Dilma Rousseff numa operação de caixa dois na eleição de 2014 – o que configura crime.  

Aos procuradores da Lava Jato, o empresário afirmou que a mandatária exigiu R$ 12 milhões para a campanha durante encontro privado entre os dois. A conversa ocorreu depois do primeiro turno da disputa presidencial.  

O recurso, segundo Odebrecht, abasteceu o caixa paralelo de Dilma e serviu para pagar o marqueteiro João Santana e o PMDB. A história narrada pelo empreiteiro é devastadora para as pretensões de Dilma de regressar ao poder. Nela, Marcelo Odebrecht atesta que a presidente afastada não apenas sabia como atuou pessoalmente numa operação criminosa.  

Aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, o empreiteiro desfiou com riqueza de detalhes a ação da presidente. O empresário contou que durante o período eleitoral foi procurado pelo então tesoureiro da campanha, Edinho Silva.

O ex-ministro da Secretaria de Comunicação parecia apreensivo e reproduzia o mesmo comportamento persuasivo identificado por outros delatores do esquema do Petrolão, quando abordados pelo tesoureiro. A tensão derivava da urgência em amealhar mais recursos para reforçar o caixa da presidente. Na conversa, em tom impositivo, Edinho cobrou do empresário uma doação por fora que extrapolava o valor já combinado com os petistas anteriormente: um adicional de R$ 12 milhões. Deste total, deixou claro Edinho, R$ 6 milhões seriam para bancar despesas com marqueteiro João Santana e R$ 6 milhões para serem repassados ao PMDB

Oficialmente, o Grupo Odebrecht já havia doado R$ 14 milhões à campanha. Como a quantia extra era alta e, com o acréscimo, o valor doado representaria quase o dobro do acerto inicial, Marcelo ficou intrigado com a abordagem do tesoureiro. Num primeiro momento, o empreiteiro reagiu de maneira negativa. Disse que se recusaria a fazer o pagamento. Diante da insistência de Edinho, disse-lhe, então, que procuraria pessoalmente a presidente Dilma. Foi o que aconteceu na sequência. Embora estivesse em plena efervescência da campanha eleitoral, Dilma abriu um espaço em sua agenda para receber o empresário. No encontro, segundo relato aos procuradores, Marcelo Odebrecht foi direto ao ponto. Questionou se era mesmo para efetuar o repasse exigido por Edinho. Ao que Dilma respondeu, sem titubear: “É para pagar”.



Ao narrar o diálogo aos integrantes da Lava Jato, Odebrecht compromete a presidente afastada naquilo que ela alardeava como uma vantagem em relação aos demais políticos mencionados no Petrolão: a pretensa ausência de envolvimento pessoal num malfeito.  

No momento em que a mandatária lutava para ganhar algum fôlego a fim de tentar reverter o placar do impeachment no Senado, a delação de Odebrecht confirmando que ela exigiu R$ 12 milhões do empreiteiro – numa ação nada republicana destinada a abastecer o caixa dois de sua campanha –  cai com uma bomba em seu colo. Pela letra fria da lei, utilizar-se de dinheiro não declarado na campanha eleitoral é fator decisivo para a perda do mandato presidencial.
 
E Dilma não só se beneficiou do esquema do Petrolão como operou diretamente para que um recurso de caixa dois, portanto ilegal, irrigasse os cofres de sua campanha, conforme revelou Marcelo Odebrecht à Lava Jato. Embora não seja este o objeto do processo do impeachment em tramitação no Senado, o depoimento do empresário torna insustentável a situação de Dilma e praticamente inviabiliza o seu retorno à Presidência. Na Lava Jato, a delação de Odebrecht é tida como absolutamente verídica.

 Os procuradores e delegados têm certeza de que não se trata de apenas uma versão.
Tanto a Polícia Federal quanto a Procuradoria da República já reuniam evidências de que a Odebrecht havia alimentado as contas do marqueteiro João Santana por meio de caixa dois eleitoral. Em relato aos procuradores federais de Brasília na tentativa de sacramentar um acordo de delação premiada, Mônica Moura, mulher de Santana, havia reconhecido que, na disputa de 2014, pelo menos R$ 10 milhões teriam sido pagos a ela e ao marqueteiro fora da contabilidade oficial. 

Segundo Monica, só a Odebrecht pagou via caixa dois ao menos R$ 4 milhões. Em dinheiro vivo. Pelo acordo firmado com a Lava Jato, ela tinha ficado de relatar de que maneira e por quem foram repassados os outros R$ 6 milhões. Os valores teriam sido entregues diretamente para ela e usados para pagar fornecedores na área de comunicação. Os investigadores e agentes da PF já tinham identificado um depósito para o casal feito pela Odebrecht numa conta na Suíça, não declarada à Receita brasileira, de US$ 3 milhões.

Agora é possível entender a razão do embaraço da presidente afastada ao discorrer sobre o tema em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada no último final de semana. Instada a se manifestar sobre a possibilidade de o empreiteiro a acusar de pedir dinheiro para pagar o marketing da campanha de 2014, a presidente afastada lançou mão de um discurso que, à luz dos fatos novos expostos por Marcelo Odebrecht no acordo de delação, não pára mais em pé: “Eu jamais tive conversa com o Marcelo Odebrecht sobre isso”. “Eu paguei R$ 70 milhões para o João Santana (em 2014). Tudo declarado para o TSE. Onde é que está o caixa dois?”, perguntou ela. 

Na referida entrevista, Dilma já havia se encalacrado ao negar que tivesse mantido encontros com o empreiteiro no Alvorada e “não se lembrar” de reuniões com o mesmo interlocutor no Palácio do Planalto. De acordo com os arquivos eletrônicos do Planalto, Dilma recebeu Odebrecht quatro vezes desde a sua posse. Duas no Palácio da Alvorada (em 26 de março e 25 de julho de 2014, ano eleitoral) e duas no Planalto (10 de janeiro e 10 de outubro de 2013).




Unindo as peças do quebra-cabeça disponíveis até agora também é possível entender com mais clareza o motivo pelo qual a presidente Dilma se esforçou pela soltura de Marcelo Odebrecht da prisão: ela temia que viesse a público exatamente o que o empresário revelou aos procuradores da Lava Jato – e que, agora, ISTOÉ divulga com exclusividade.  Em sua delação, Delcídio do Amaral (sem partido- MS) expôs a gigantesca preocupação da presidente com o tema. Disse que Dilma nomeou o ministro Marcelo Navarro ao STJ em troca do seu compromisso de produzir um relatório em favor da liberdade do empreiteiro. Delcídio personifica a chamada prova testemunhal.

Segundo ele, a nomeação de Navarro destinada ao propósito de soltar Odebrecht foi tratada por Dilma em conversas com ele próprio, durante caminhadas nos jardins do Alvorada. Como se sabe, Navarro realmente emitiu parecer pela concessão de um habeas corpus a Odebrecht, mas acabou sendo voto vencido no tribunal. 

Com base no depoimento de Delcídio o procurador-geral da Repúbica, Rodrigo Janot, requisitou ao STF a abertura de um inquérito para apurar se Dilma obstruiu a Justiça, o que também é considerado crime.

Quando o então líder do governo assinou o acordo de delação, João Santana e sua mulher ainda desfrutavam a liberdade com o dinheiro das petrotraficâncias.
Antes mesmo da prisão dos dois, a PF havia recolhido no celular de Marcelo Odebrecht uma mensagem endereçada a um executivo de sua empreiteira crivada de suspeitas: “Dizer do risco cta [conta] suíça chegar na campanha dela.” O cheiro de pólvora resultava do óbvio “risco” insinuado no texto de Odebrecht de que a conta na Suíça fosse descoberta e ficasse estabelecida a conexão com a campanha de Dilma em 2014

Com a delação de Marcelo Odebrecht, surge a peça que restava para compor um cenário letal para a presidente afastada na luta contra o impeachment. A Polícia Federal também já havia anexado ao inquérito da Operação Acarajé documentos apreendidos com a secretária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares, presa em março. 

Uma das planilhas encontradas tinha o título “Feira-evento 14”. O documento detalhava sete pagamentos feitos entre 24 de outubro e 7 de novembro de 2014, totalizando R$ 4 milhões. Os investigadores descobriram que “Feira” era o apelido usado por funcionários da Odebrecht e pelo próprio ex-presidente da empresa para identificar a mulher do marqueteiro, responsável por cuidar das negociações financeiras do casal e da agência de publicidade Pólis, que comandou as campanhas da presidente Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

Há duas semanas, em meio à divulgação das conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, soube-se que o meio político, em especial os caciques do PMDB, já precificava o potencial devastador da delação de Odebrecht sobre Dilma Rousseff. Num diálogo com Machado, ex-presidente da Transpetro, o presidente do Senado, Renan Calheiros, diz que a situação de Dilma Rousseff se tornaria insustentável a partir da delação da Odebrecht, porque iria “mostrar as contas” dela. “Mas, Renan, com as informações que você tem, que a Odebrecht vai tacar tiro no peito dela, não tem mais jeito”, disse-lhe o ex-presidente da Transpetro. “Tem não, porque vai mostrar as contas. E a mulher é corrupta”, sapecou Renan. Ao que Machado, na réplica, sentencia o desenlace irremediável da presidente. “Acabou, não tem mais jeito. Então a melhor solução para ela, não sei quem podia dizer, é renunciar ou pedir licença.  

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sábado, 4 de junho de 2016

Últimas delações dão ao impeachment a aparência de uma guerra entre facções

O conteúdo das últimas delações premiadas da Lava Jato além das cenas da já conhecida promiscuidade nas altas esferas da política entre os que lutam para se firmar no Planalto e os que brigam para retornar— revela um cenário típico de guerra entre facções criminosas pelo controle dos negócios do poder.

Sérgio Machado, o delator do PMDB, disse ter repassado R$ 70 milhões roubados da Transpetro para Renan Calheiros (R$ 30 milhões), Romero Jucá (R$ 20 milhões) e José Sarney (R$ 20 milhões) —uma troica de cardeais que Michel Temer afaga, para evitar que o roteiro do impedimento de Dilma desande no Senado.

Marcelo Odebrecht, o delator dos delatores, avisou que seu alvo mais reluzente será Dilma. Ele conta que as arcas da reeleição de madame foram abastecidas com dinheiro de propina. Algo que, aliás, a forca-tarefa da Lava Jato já havia farejado ao rastrear o envio de R$ 3 milhões da construtora Odebrecht para uma conta aberta na Suíça por João Santana, além do repasse de R$ 22 milhões em dinheiro vivo ao marqueteiro da reeleição.

A batalha do impeachment se desenrola contra um fundo de progressivo descrédito da sociedade saqueada e submetida a uma combinação de recessão, inflação e desemprego. Há em cena dois Brasis. O país oficial faz pose de limpinho ao lado dos seus respectivos lixões, enquanto briga pelo controle dos pontos de coleta. O país real luta para sobreviver à escassez e ao desemprego.

Alheio às revelações de Machado sobre os 12 anos de pilhagem na Transpetro, sob as barbas de Lula e o nariz empinado de Dilma, Temer negocia com Renan a manutenção da Eletrobras, outra boca de propinas, na cota do PMDB do Senado. Num instante em que Dilma reivindica o direito de continuar voando nas asas da FAB, o delator Nestor Cerveró rouba o que lhe resta de chão sob os pés ao revelar que ela mentiu sobre Pasadena. Enquanto se acusam mutuamente, os dois lados simulam interesse em interromper o fluxo de propinas, acabar com a política de acobertamento e do compadrio. Ou seja, prometem acabar com seus valores mais tradicionais.

Fonte: Blog do Josias de Souza 

 

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Justiça mantém preso marqueteiro de Dilma e Lula. Mônica Moura, mulher do criador de ilusões também permanece em cana

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) manteve a prisão nesta quarta-feira, 1º, do marqueteiro João Santana, que atuou nas campanhas de Dilma Rousseff (2010/2014) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006), e de sua mulher e sócia Mônica Regina Cunha Moura. O casal foi preso em 23 de fevereiro, durante a Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato. 

O decisão ratificou liminar em habeas corpus, no dia 8 de março, do desembargador federal João Pedro Gebran Neto, responsável pelos processos da Lava Jato no tribunal. A defesa argumentou que o perfil dos clientes é diferente dos demais acusados, pois “nunca foram operadores de propina, políticos ou funcionários públicos”, que não resistiram à prisão, mesmo estando no exterior quando foi decretada, que o dolo não foi demonstrado e que ambos têm colaborado com as investigações. 

Segundo Gebran, “as provas colhidas até o momento da decretação da prisão preventiva apontaram que João Santana e sua esposa, Monica Moura, seriam os controladores da conta mantida no Banco Heritage na Suíça, em nome da offshore Shellbill Finance S/A – empresa do Panamá. A conta teria recebido dinheiro da Odebrecht através de outras contas usadas para pagamento de propina, bem como diretamente de Zwi Skornicki”, um dos acusados de intermediar os pagamentos de propina. 

O desembargador ressaltou que Mônica, apesar de cuidar da parte administrativa e financeira dos negócios de João Santana, incluindo a conta da Shellbill, declarou que os valores eram pagamento pelas campanhas eleitorais na Venezuela e em Angola e que desconhecia que teriam sido efetuados pela Odebrecht e por Skornicki. “As alegações da defesa não se mostram consistentes, sobretudo no tocante aos pagamentos feitos pelo Grupo Odebrecht. Quem atua em campanhas eleitorais para um ou outro partido político ou chapa recebe a devida e justa remuneração de forma legal, em suas contas correntes regulares. Não se utiliza de artifícios, como doações por terceiros, para possibilitar o pagamento por serviço prestado, tampouco em contas offshore não declaradas no exterior”, afirmou Gebran. 

Quanto à alegação da defesa de que os acusados estariam colaborando com a Justiça, Gebran apontou que Santana teria excluído arquivos de sua conta Dropbox – servidor digital para armazenamento e compartilhamento de arquivos – e alterado seu conteúdo, indicando destruição de provas. Conforme o desembargador, o casal não conseguiu afastar os indícios de envolvimento no quadro de corrupção sistêmica e de tentativa de destruição de provas. “Há indicativos de que a revogação da prisão, sobretudo pelas transferências bancárias realizadas já após a notoriedade da ‘Operação Lava Jato’, possibilite, ainda que de forma oculta, a rearticulação do esquema espúrio e a possibilidade de ocultação de provas de interesse da causa”, concluiu o relator.

Fonte: Estadão - Conteúdo
 

segunda-feira, 2 de maio de 2016

João Santana e Mônica Moura serão transferidos para presídio



Quatro presos da Lava-Jato deixarão as celas da Polícia Federal e serão transferidos para o Complexo Médico Penal, na Região Metropolitana de Curitiba: o publicitário João Santana, a mulher dele, Mônica Moura, o ex-senador Gim Argello e o empresário Ronan Maria Pinto, dono de empresas de ônibus no ABC paulista. O juiz Sérgio Moro autorizou a transferência após pedido da PF, que argumentou que o espaço físico de sua carceragem é pequeno para abrigar, além dos presos da Lava-Jato, também detidos não relacionados à operação. 

De acordo com a PF, permanecem na unidade apenas os colaboradores que estão em processo de tomada de depoimentos. O juiz ressaltou que Mônica Moura deverá ser encaminhada à presídio feminino. Segundo a PF, o Complexo Médico Penal tem área destinada a mulheres. A Polícia Federal ainda não definiu o dia da transferência.

O casal João Santana e Mônica Moura foi preso no dia 22 de fevereiro, durante a 23ª fase da Operação Lava Jato. Na semana passada, os dois passaram à condição de réus em duas ações por corrupção e lavagem de dinheiro por terem recebido valores da Odebrecht e do operador Zwi Skornick, que atuava no setor de estaleiros como representante da Keppel Fels. O casal recebeu US$ 7,5 milhões em uma conta na Suíça e R$ 23,5 milhões em espécie, no Brasil, que, segundo o Ministério Público Federal, era parte de propina de contratos da Petrobras. Os procuradores argumentam que eles sabiam da origem do dinheiro.

O ex-senador Gim Argello, do PTB, foi preso na 28ª fase da Lava Jato, no dia 12 de abril. Ele foi vice-líder do governo no Senado e vice-presidente da CPMI da Petrobras. O empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, que assinou acordo de delação premiada, afirmou que Argello pediu R$ 5 milhões de cada uma das empreiteiras para evitar que seus dirigentes fossem convocados a depor. Pelo menos quatro partidos foram beneficiados pela propina. A articulação teria sido feita por Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS e já condenado na Lava-Jato, com a participação de Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez

O empresário Ronan Maria Pinto foi preso no dia 1º de abril, na 27ª fase da Operação Lava-Jato. Segundo o Ministério Público Federal, Ronan Maria Pinto foi o beneficiário final de metade do empréstimo de R$ 12 milhões retirado para o PT, em nome do pecuarista José Carlos Bumlai, no Banco Schahin, quitado fraudulentamente depois que uma das empresas do Grupo Schahin fechou contrato de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras para a sonda Vitória 10000, em 2007. O publicitário Marcos Valério, condenado no Mensalão, havia dito em 2012 que Ronan chantageou dirigentes do PT com informações vinculadas à morte do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), assassinado em 2002.


Fonte: Extra