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terça-feira, 27 de setembro de 2022

Missão de observação da OEA é recebida por Bolsonaro, que ironiza: ""Eles vêm observar o que?"

Bolsonaro ironiza missão da OEA que vai observar disputa eleitoral no País

Em discursos, levanta suspeitas infundadas de possíveis fraudes, sem nunca ter apresentado provas ou indícios de irregularidades [Carl Sagan, astrônomo = Ausência de evidência não é evidência de ausência.” - que equivale a:  Não é porque não há provas de algo que esse algo não é verdade."]

O presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou nesta segunda-feira, 26, a missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que vai observar o processo eleitoral no Brasil. "Eles vêm observar o que?", disse o candidato à reeleição a apoiadores, no Palácio da Alvorada. O chefe do Executivo também voltou a defender uma contagem paralela de votos e afirmou que seus apoiadores no País são "no mínimo 60%".
"Eu vou estar agora com o chefe dos observadores que vêm observar as eleições aqui. Eu vou perguntar: 'vêm observar o quê?'", disse o presidente, antes de se encontrar nesta manhã com Rubén Ramírez Lezcano, que chefia a Missão de Observação Eleitoral da OEA. As declarações do candidato à reeleição foram publicadas nesta tarde em um canal no YouTube mantido por seus apoiadores. [a pergunta "Eles vêm observar o que?", nos parece e completamos perguntando:  'quais as consequências da  OEA ou de alguns dos demais observadores declararem que houve fraude? 
se a OEA ou algum integrante da turma de dezenas  de especialistas, afirmar que houve fraude, Bolsonaro - que será com as bênçãos de DEUS, vencedor no  primeiro turno -  não será empossado?
O empenho em impedir a reeleição do 'capitão do povo', é tamanho, por parte de algumas autoridades, entre elas, sem limitar, três ministros e uma ministra, todos do STF,  que nos lembra a frase proferida por Carlos Lacerda, nas eleições presidenciais de 1950: “O Senhor Getúlio não deve ser candidato, se for candidato não deve ser eleito, se for eleito, não deve tomar posse, se tomar posse não pode governar”.]

Bolsonaro também voltou a atacar as urnas eletrônicas. "A gente tem que contar os votos", afirmou. O presidente tem agido para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro. Em discursos, levanta suspeitas infundadas de possíveis fraudes, sem nunca ter apresentado provas ou indícios de irregularidades. Em julho, o chefe do Executivo chegou a reunir embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para questionar a confiabilidade das urnas. "Tem muita gente inteligente por aí, o número de pessoas que conseguiram o entendimento do que está em jogo nós somos hoje em dia no mínimo 60% no Brasil", declarou. Na semana, durante viagem a Londres, no Reino Unido, para o funeral da rainha Elizabeth II, Bolsonaro já havia dito que se não ganhar a eleição no primeiro turno, com no mínimo 60%, "algo de anormal" terá acontecido no TSE, que é o órgão responsável pela contagem dos votos na eleição.

OEA
O presidente se reuniu hoje com o chefe da missão da OEA no Palácio do Planalto. A seis dias do primeiro turno, a entidade começou a avaliar a disputa eleitoral no Brasil e também deve manter contato com outros candidatos, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de partidos políticos e observadores locais.

"Hoje nós tivemos a oportunidade de falar com o presidente da República Federativa do Brasil e com parte do gabinete do senhor presidente", disse Lezcano, a jornalistas, sem dar detalhes sobre o teor da conversa com Bolsonaro. "Nós mantivemos uma reunião muito cordial. Estamos levantando todos os depoimentos dos diferentes candidatos", respondeu o chefe da missão da OEA, quando questionado sobre os ataques do chefe do Executivo às urnas eletrônicas.

Lezcano afirmou que a OEA vai divulgar um relatório sobre o primeiro turno das eleições. "Nós estamos iniciando a nossa Missão de Observação Eleitoral. Vamos, a partir de agora, uma série de reuniões com os candidatos. Convidamos todos os candidatos a mantermos reuniões. Também com os partidos políticos, com as instituições do governo, como o TSE, entre outros, com as organizações da sociedade brasileira, com observadores locais", detalhou o chefe da missão da OEA, que é ex-ministro das Relações Exteriores do Paraguai.

"O mais importante é a transparência", declarou Lezcano, que deve viajar para São Paulo nesta quarta-feira, 28. A missão da OEA chegou ao Brasil na última sexta-feira, 23, e conta com 55 especialistas. Lezcano disse que deve se reunir com Lula quando houver um espaço na agenda do ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

Política - Correio Braziliense