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quarta-feira, 26 de outubro de 2022

O mistério das inserções subtraídas - Percival Puggina


No uso da minha liberdade de opinião, expressarei percepções que me vêm da experiência pacientemente adquirida. Há alguma vantagem nisso? Sim, quem viver verá.

O servidor do TSE responsável pelo Pool de Emissoras do tribunal foi exonerado sem qualquer explicação. Levado até a porta da rua, o funcionário, que é de carreira, foi diretamente à Polícia Federal prestar depoimento voluntário sobre os acontecimentos. A imagem acima foi divulgada pela CNN.

Chama a atenção ter sido ele exonerado sem qualquer explicação após dar ciência a uma superiora sobre o e-mail de certa emissora comunicando haver deixado de exibir 100 inserções da campanha de Bolsonaro no período entre 7 e 10 de outubro. 
Também chama a atenção a informação de que o servidor depoente voluntário vinha fazendo, ao longo dos anos, advertências sobre a falta de fiscalização   do TSE à exibição das inserções.
 
Tudo fica muito parecido com o resto. Decisões urgentes tomadas como expressão de poder absoluto proibindo algo ou punindo alguém. A “colegialidade” não alcança servidores subalternos. Desta feita, nem foi necessário que o senador Randolfe tomasse alguma iniciativa. 
O justiceiro de quadrinhos não encontrou motivos para isso.

Para concluir. Engana-se quem pensa que tudo acabou com alguém entregando o crachá e sendo levado à porta da rua do tribunal. O fato é de imensa gravidade e repercussão. Um órgão caríssimo à sociedade, tão zeloso em caçar palavras nos meios de comunicação e nas peças publicitárias, tendo a violência contra a liberdade de opinião e expressão como padrão de conduta, não pode permitir tamanho desequilíbrio nas condições em que se trava a disputa eleitoral. Esta eleição entrará para a história como um mostruário de absurdos.

Se agissem mais como administradores do processo – o que de fato são – e menos como “senhores”, ou, quem sabe, feitores da eleição, tudo andaria muito melhor. Ah, se os ministros não se impusessem tão frequentemente ao juízo soberano dos eleitores! Estes sim, são os senhores da democracia. [Em nossa opinião duas situações não podem ser esquecidas:                                                                              1) a acusação de suposta omissão do servidor em comunicar falhas na fiscalização e acompanhamento de inserções de propaganda eleitoral gratuita tem tudo para não 'colar' - já que o servidor informa que desde 2018 tem comunicado reiteradamente ao TSE = se alguém se omitiu não foi o servidor. 
Ainda que tenha havido a suposta 'prevaricação', não nos parece ser motivo suficiente  para fato de tamanha gravidade não ser apurado.   
Também a alegada falta de provas não sustenta um arquivamento, já que provas são consequência natural de uma investigação - quem denuncia aponta indícios, provas costumam surgir durante as investigações;
2) UMA PERGUNTA decorrente da nossa opinião e da afirmação oficial de que não cabe ao TSE fiscalizar a inserção de publicidade.
O que faz então o TSE ( repartição eleitoral que este ano vai custar uns DEZ BILHÕES DE REAIS = mais de 13 vezes o que custa o Supremo) ???
- não fiscaliza o equilíbrio, no caso base da imparcialidade, nas inserções publicitárias !!!
- não conta mais votos - visto que o sistema de informática tem condições de efetuar contagem dos votos e com uma confiabilidade quase dogmática.
Quais tarefas, quais funções restam ao TSE e a toda Justiça Eleitoral?
Será que não já é o momento de o Brasil - reconhecidamente pobre - seguir os exemplos das maiores democracias do mundo e repensar a real necessidade de uma Justiça Eleitoral? É O QUE PENSAMOS.]

Percival Puggina - Conservadores e Liberais

AVISO: por falhas havidas e ainda sob análise,  a Conta Twitter do Blog Prontidão Total  - Blog Prontidão Total @ProntidaoTotal - não está recebendo postagens desde esta manhã.

Mas as postagens de hoje, 27/10/2022 e as futuras - até que o problema seja sanado -  podem ser vistas em um Blog que criamos - Maria da Conceição@Mariada79695538, sempre atualizado, com seguidores etc.

O Blog Prontidão Total continua com seu acesso inalterado. 

Obrigado pela compreensão e fiquem à vontade para nos seguir. 


terça-feira, 27 de setembro de 2022

Missão de observação da OEA é recebida por Bolsonaro, que ironiza: ""Eles vêm observar o que?"

Bolsonaro ironiza missão da OEA que vai observar disputa eleitoral no País

Em discursos, levanta suspeitas infundadas de possíveis fraudes, sem nunca ter apresentado provas ou indícios de irregularidades [Carl Sagan, astrônomo = Ausência de evidência não é evidência de ausência.” - que equivale a:  Não é porque não há provas de algo que esse algo não é verdade."]

O presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou nesta segunda-feira, 26, a missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que vai observar o processo eleitoral no Brasil. "Eles vêm observar o que?", disse o candidato à reeleição a apoiadores, no Palácio da Alvorada. O chefe do Executivo também voltou a defender uma contagem paralela de votos e afirmou que seus apoiadores no País são "no mínimo 60%".
"Eu vou estar agora com o chefe dos observadores que vêm observar as eleições aqui. Eu vou perguntar: 'vêm observar o quê?'", disse o presidente, antes de se encontrar nesta manhã com Rubén Ramírez Lezcano, que chefia a Missão de Observação Eleitoral da OEA. As declarações do candidato à reeleição foram publicadas nesta tarde em um canal no YouTube mantido por seus apoiadores. [a pergunta "Eles vêm observar o que?", nos parece e completamos perguntando:  'quais as consequências da  OEA ou de alguns dos demais observadores declararem que houve fraude? 
se a OEA ou algum integrante da turma de dezenas  de especialistas, afirmar que houve fraude, Bolsonaro - que será com as bênçãos de DEUS, vencedor no  primeiro turno -  não será empossado?
O empenho em impedir a reeleição do 'capitão do povo', é tamanho, por parte de algumas autoridades, entre elas, sem limitar, três ministros e uma ministra, todos do STF,  que nos lembra a frase proferida por Carlos Lacerda, nas eleições presidenciais de 1950: “O Senhor Getúlio não deve ser candidato, se for candidato não deve ser eleito, se for eleito, não deve tomar posse, se tomar posse não pode governar”.]

Bolsonaro também voltou a atacar as urnas eletrônicas. "A gente tem que contar os votos", afirmou. O presidente tem agido para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro. Em discursos, levanta suspeitas infundadas de possíveis fraudes, sem nunca ter apresentado provas ou indícios de irregularidades. Em julho, o chefe do Executivo chegou a reunir embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para questionar a confiabilidade das urnas. "Tem muita gente inteligente por aí, o número de pessoas que conseguiram o entendimento do que está em jogo nós somos hoje em dia no mínimo 60% no Brasil", declarou. Na semana, durante viagem a Londres, no Reino Unido, para o funeral da rainha Elizabeth II, Bolsonaro já havia dito que se não ganhar a eleição no primeiro turno, com no mínimo 60%, "algo de anormal" terá acontecido no TSE, que é o órgão responsável pela contagem dos votos na eleição.

OEA
O presidente se reuniu hoje com o chefe da missão da OEA no Palácio do Planalto. A seis dias do primeiro turno, a entidade começou a avaliar a disputa eleitoral no Brasil e também deve manter contato com outros candidatos, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de partidos políticos e observadores locais.

"Hoje nós tivemos a oportunidade de falar com o presidente da República Federativa do Brasil e com parte do gabinete do senhor presidente", disse Lezcano, a jornalistas, sem dar detalhes sobre o teor da conversa com Bolsonaro. "Nós mantivemos uma reunião muito cordial. Estamos levantando todos os depoimentos dos diferentes candidatos", respondeu o chefe da missão da OEA, quando questionado sobre os ataques do chefe do Executivo às urnas eletrônicas.

Lezcano afirmou que a OEA vai divulgar um relatório sobre o primeiro turno das eleições. "Nós estamos iniciando a nossa Missão de Observação Eleitoral. Vamos, a partir de agora, uma série de reuniões com os candidatos. Convidamos todos os candidatos a mantermos reuniões. Também com os partidos políticos, com as instituições do governo, como o TSE, entre outros, com as organizações da sociedade brasileira, com observadores locais", detalhou o chefe da missão da OEA, que é ex-ministro das Relações Exteriores do Paraguai.

"O mais importante é a transparência", declarou Lezcano, que deve viajar para São Paulo nesta quarta-feira, 28. A missão da OEA chegou ao Brasil na última sexta-feira, 23, e conta com 55 especialistas. Lezcano disse que deve se reunir com Lula quando houver um espaço na agenda do ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

Política - Correio Braziliense


quarta-feira, 19 de junho de 2019

Eleitores mútuos

Quem tem medo da volta de Lula à disputa eleitoral?

Lula livre ou Lula preso, tanto faz para a política, neste momento. A diferença é para ele próprio e os seus: restabelecimento da vida privada. Assim, com estudada "nonchalance", é avaliada a situação do ex-presidente no ranking sucessório e quando a discussão leva a prospecções para a campanha eleitoral que, já, já, bate à porta do calendário. A eleição municipal já bateu e entrou. A esperança de que mantenha os pés atados, por causa da inelegibilidade, rompe-se no momento em que tiver sentenças anuladas, cessando as causas. Se a defesa comprovar, diante do tribunal, o vício de um só dos processos, os demais terão sua credibilidade em risco. Então, Lula fora da cadeia não é uma situação improvável, brevemente se saberá.  [o problema é o 'SE'.]

A questão é ver se terá condição legal para uma candidatura e pique para conduzi-la. Ou se, mesmo não sendo ele próprio o candidato, terá condições políticas de juntar os fragmentos do PT, escolher um candidato viável que não carregue a imagem negativa do partido, promover alianças e dar um salto triplo na volta por cima.
É a viabilidade política de uma atuação de Lula a partir de sua casa, e os resultados que poderá obter no campo eleitoral, o que seus adversários temem e o que divide opiniões apaixonadas (ainda, até hoje).

O lado da minoria congrega petistas e inimigos do PT desencantados com a mudança do governo no Brasil. Muitos acham que daria tudo certo com o Lula retornado, a política brasileira precisaria dele para fazer um contraponto de peso a Jair Bolsonaro. Que, por sua vez, não desceu do palanque e tudo indica que nele permanecerá até o fim, para manter vivo o como adversário, o PT. À semelhança de Lula, igual e da mesma forma. Se não aparecer ninguém forte para fazer o contraponto e criar os dois polos entre os quais um terceiro possa avançar firme pelo meio, o atual governo pode se perenizar. É uma constatação e também uma ameaça para muitos. O forte seria Lula.

No grupo do vai dar certo estão os que consideram que o ex-presidente passará com facilidade pelo teste eleitoral do crime de corrupção. O argumento é que o petrolão, com o saque promovido pelo PT aos cofres da estatal para fins políticos, eleitorais e pessoais, é muito difícil de ser provado, daí partir-se para questões de mais fácil compreensão, comprovação e punição, como os casos do tríplex e do sítio. Entre esses crimes e aqueles relacionados à Petrobras, porém, há uma distância amazônica a ser demonstrada em campanha eleitoral.

Provavelmente, as privações e tratamento recebidos na prisão tenderão a ser mais fortes eleitoralmente do que os dois casos pelos quais já está sendo punido o ex-presidente. Ao lado disso, há as conversas hackeadas entre o juiz e o procurador da Lava-Jato que poderão comprovar, na argumentação da defesa, falta de isenção dos algozes de Lula. Caso para favorecer a imagem da vítima e garantir votos. [conversas cuja autenticidade não foi comprovada e. caso verdadeiras, foram obtidas de forma criminosa, o que as invalida como provas.]

Não sendo ele próprio o candidato, é visto como a única pessoa que conseguiria tornar o PT funcional. É necessário, porém, domar seu ego e evitar confundir-se com o partido. "O PT não sou eu", deve ser o lema de Lula para conseguir fazer algo pelo partido. O distanciamento permitirá reconstruir, identificar novas lideranças e cuidar da sua reinserção no sistema político que, como se pode ver por todos os ângulos, está tão perdido quanto o PT. Desse ponto de vista é considerado a pessoa certa no lugar certo: tem cabeça organizada, continua com disposição e densidade eleitoral, que migrou quase totalmente para o Nordeste mas, enfim, ainda vasta.

Por incrível que pareça a volta de Lula, com todas as denúncias e acusações que sofreu, é vista por muitos, desse grupo, como uma contribuição ao processo civilizatório. Baixou muito o nível da política e não há sinais de que Jair Bolsonaro e seu quádruplo de governo (guru e três filhos), consigam levantá-lo. Ao contrário. O grupo majoritário de apostas é o que acha que a volta de Lula não muda nada. A perspectiva é a política brasileira caminhar mais alguns anos na atual situação de indigência, sem que se permita surgirem opções para o eleitorado. [quem levou a politica brasileira a uma situação de indigência, foi quando permitiram que Lula e sua gang conseguisse se eleger presidente.
 
Ainda que consigam anular o processo do triplex - altamente improvável que ocorra, afinal as provas acostadas àquele processo foram examinadas (e aprovadas) em todas as instâncias do Poder Judiciário e a mais recente ratificação das provas e dos trâmites processuais foi efetuada pelo STJ, que manteve a condenação do ladrão petista  - restam a condenação proferida pela juíza Gabriela Hardt e que será confirmada pelo TRF - 4 sem esquecer que Lula responde a mais 7 processos penais que gerarão novas condenações.
 
São muitos julgadores, muitas acusações e muitas provas para que a esperança de anulações se materialize.]

Bolsonaro não melhora sua agenda de caça aos costumes e ao mundo moderno e aposta na instabilidade. O PT contrapõe-se a Bolsonaro, não para melhorar o país mas para fazer oposição. Lula não precisa estar livre para embaralhar a situação a seu favor. Afinal, foi trancafiado na prisão de Curitiba que arrebentou Ciro Gomes na eleição presidencial de 2018, determinou a escolha de Gleisi Hoffmann para presidente do partido e fez valer sua vontade na escolha do candidato do PT à sucessão presidencial. [Lula ainda manda no PT  e no que depender dos petistas que estão no comando, vai mandar até o dia que o PT completar sua destruição - que não demora e sem PT, Lula vai mandar em quem?] Para esses grupos que não veem mudança favorável à política com a volta de Lula a alternativa petista não só nada resolve como gera novas crises porque sua agenda é tão desestabilizadora quanto a de Bolsonaro.

Num ponto todos concordam: haverá estabilidade se uma força com projeto diferente se enfiar entre os dois polos, mas para isso não é necessário ter Lula de volta à política. A identificação de Bolsonaro com o PT é impressionante. Um se alimenta do risco da volta do outro, um é eleitor do outro. O escândalo feito pelo presidente com a suposta descoberta da contratação, pelo BNDES, de um quadro técnico que trabalhou nos governos petistas (e também nos governos tucanos e vários outros se mais velho fosse) é uma prova dessa identificação eleitoral. Palanqueiro como Lula, se Bolsonaro fosse demitir todos os funcionários que já trabalharam um dia nos governos do PT a Esplanada ficaria às moscas. Portanto, isso é pretexto, falta do que dizer, campanha permanente em prejuízo de seu governo.

A alternativa PT ajuda Bolsonaro a se manter, bem como governo como o de Bolsonaro facilita a naturalidade com que se vê uma possível volta de Lula à política.
Para os partidários do nada muda com a volta de Lula, o ex-presidente, no máximo, ficará administrando a disputa interna do PT. Não conseguirá criar um programa para o partido e seus grupos políticos, não terá liderança sobre as bancadas parlamentares, instâncias nas quais, hoje, emergem nomes novos, distantes daqueles marcados para perder.

Lula vai capitalizar parte da insatisfação com Bolsonaro, como Bolsonaro capitalizou parte da insatisfação com Lula. Mas há milhões de torcedores querendo sair desse jogo de zero a zero. Seria um bom momento para aparecer uma carta na manga de algum iluminado da política. As chances de novidade, já mapeadas, seriam mais pela esquerda do que pela direita. Mas a esquerda está desunida e a culpa é de quem? Lula impede a aglutinação em torno de Ciro ou de uma candidatura do PSB.
 
 
 

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Blindar a reforma da disputa eleitoral

 Para relator, reforma agora é dos deputados

Relator da reforma da Previdência diz que tem fortes divergências com o bolsonarismo, mas que o projeto é do país e precisa ser aprovado

O relator da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), acha que a reforma da Previdência pode ser aprovada, apesar dos erros do governo Bolsonaro. Ele defende a tese de que agora a reforma pertence aos deputados, e não mais ao executivo, que “tem dado caneladas” que atrapalham as negociações. Moreira diz que ele e o seu partido têm fortes divergências com o bolsonarismo, “que estimula um retrocesso do nosso estágio civilizatório”, mas lembra que o PSDB apoiou todas as tentativas de reforma, do governo Fernando Henrique ao governo Temer.

Moreira aceitou a relatoria de um projeto impopular, mas diz que não teme os efeitos colaterais que isso possa ter nas próximas eleições. Temo diagnóstico de que a crise fiscal és e vera, com seis anos seguidos de déficit primário, e que sem a contenção do rombo da Previdência — maior do que o orçamento do estado de São Paulo, diz — não será possível recolocar as contas públicas em ordem. —Estamos procurando blindar a reforma, nos despir das questões eleitorais. É uma Casa política? É a realidade. Mas é uma agenda nacional, absolutamente prioritária. O país está quebrado, vocês estão acompanhando o esforço do governo para poder aprovar um crédito suplementar. Eu confio demais nos deputados, Rodrigo Maia está comprometido coma proposta, acho que o Congresso tem que entregar essa reforma à sociedade — afirmou.

A grande questão é saber como a reforma vai andar na Casa, se o próprio presidente não busca o diálogo e a sua base tem imposto derrotas aos projetos do governo. Moreira reconhece que isso tem atrapalhado e não deixa de apontar as discordâncias que ele próprio tem com várias pautas do bolsonarismo. —O governo realmente tem dado caneladas desnecessárias. E nós temos divergências com o governo em uma série de coisas. Eu tenho preocupação com nosso estágio civilizatório, que já não é dos melhores. E o governo estimula o retrocesso do nosso estágio civilizatório porque ele arma as pessoas. Ele ataca a cultura. Ele ataca as minorias, é um governo dificílimo, que tem diferenças conosco grandes —reconheceu. [o governo Bolsonaro tem dado algumas 'caneladas', mas, os nobres parlamentares precisam entender que e reforma da Previdência foi concebida no Executivo e deverá nascer no Legislativo, o que a torna, como bem diz o relator, um projeto do país, do Brasil.
É até criminosos que qualquer pessoa ou instituição tente obter vantagens para trabalhar a favor do Brasil e do seu sofrido povo.]

O relator indica que o BPC pode ficar opcional e defende a aposentadoria rural: — A nossa posição é fazer a reforma com diálogo com a sociedade e se preocupando com os que mais precisam. Estamos falando do BPC e da rural, que é um salário mínimo, são os mais pobres. Na rural, pega muito o Nordeste. Veja o Piauí, 70% de toda a aposentadoria é rural, em São Paulo é 4%. [só que o pessoal da aposentadoria rural, mesmo sem ela, ainda tem alguma coisa para sobreviver; e os dependentes do BPC, em sua quase totalidade, nada possuem além daquele benefício.
Ambos precisam, e devem, ser atendidos - mas, se uma opção se tornar favorável, que os mais necessitados sejam poupados.]

Se o governo for derrotado nesses dois pontos, a reforma não será desidratada, segundo ele, porque as mudanças propostas não teriam grande impacto fiscal. Ele acha importante conseguir manter uma economia de pelo menos R$ 1 trilhão em 10 anos para que as contas públicas possam ser equilibradas. Pelo seu cronograma, Samuel Moreira pretende apresentar o voto na primeira semana de junho, no mais tardar na segunda, para que o projeto seja votado na Comissão Especial. O objetivo é que o texto esteja pronto para ir a plenário antes do recesso, que acontece na segunda quinzena de julho: — A meta é votar na Câmara antes do recesso. Mas veja, é uma meta, pode ser atingida ou não, dependendo da dinâmica da política. Eu vou fazer esforço, mas os líderes são importantes, têm que ser respeitados, valorizados, ouvidos, precisamos da ajuda deles, é uma construção. Por isso que governar não é só ter boas ideias, tem que fazer levá-las a efeito.

Perguntei se não era perda de tempo falar tanto no sistema de capitalização, se isso só será discutido posteriormente, em um outro projeto de lei. Moreira respondeu que a discussão não ajuda nem atrapalha, e explicou que a Constituição estabelece o modelo de repartição. Por isso, o governo só poderá debater esse assunto se antes houver essa possibilidade, por meio de uma PEC. Se vai dar certo esse esforço de blindar a reforma contra os problemas criados pelo próprio governo é o que se verá. Mas ele diz que esse é o caminho: —Se não, vamos afundar. O Brasil está com 13 milhões de desempregados. O que é isso? Onde nós vamos parar? Faltam investimentos, credibilidade. A Câmara precisa ter uma agenda com a aderência da sociedade.
 
 
 

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Incertezas da disputa eleitoral podem provocar surpresas nas pesquisas

Crise política e econômica, com campanhas de forte cunho emocional, sugere instabilidade nas preferências dos eleitores, incluindo chances de mudança nas últimas semanas, a exemplo do que houve em 2014

Quem acha que o quadro eleitoral está consolidado é melhor apertar os cintos e se preparar para as turbulências. Vários fatores sugerem possibilidade de mudança no quadro de intenções de votos revelados pelas pesquisas até o primeiro turno, em 7 de outubro. “Quando olharmos para esta eleição daqui a muitos anos, a principal marca será a incerteza”, afirma Paulo Calmon, diretor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (Ipol/UnB). O cientista Bruno Wanderley Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vai na mesma linha: “É uma eleição atípica, que ocorre sob o signo da revolta, devido à crise econômica e à Lava-Jato”.


A mudança esteve presente em 2014, apesar de a disputa da época ter menos candidatos de peso e uma polarização mais clara. Há quatro anos, a candidata Marina Silva, então no PSB, seguia confortavelmente em direção ao segundo turno. Tinha 29% da preferência do eleitor na pesquisa do Ibope que saiu a campo entre 20 e 22 de setembro. Inicialmente na vaga de vice, ela foi alçada à cabeça da chapa após a morte de Eduardo Campos, em 13 de agosto. A candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), apresentava 38%. Aécio Neves (PSDB) estava em terceiro lugar, bem abaixo de Marina, com 19%. No levantamento do Datafolha realizado próximo à data, os números eram próximos: Dilma tinha 37%; Marina, 30%; e Aécio, 17%.


Aécio subiu progressivamente nos levantamentos seguintes. Só apareceu à frente de Marina na véspera do pleito, mas com apenas entre dois a três pontos percentuais à frente dela, dependendo da pesquisa. Nas urnas, ficou com mais de 12 pontos de vantagem. É verdade que a queda de Marina havia se configurado alguns dias antes. Ela chegou a empatar com Dilma na virada de agosto para setembro. A partir de então, caiu progressivamente. Aécio conquistou esses eleitores, mas não de imediato.

Para Calmon, do Ipol/UnB, nem mesmo os votos consolidados são garantia de que a pessoa ficará com o candidato até a urna. A pergunta feita pelos institutos é se a pessoa tem certeza da escolha ou se pode alterá-la. “O problema é que isso é subjetivo. O eleitor tem aquela opinião de acordo com as informações de que dispõe, mas isso pode mudar”, assinala. Os votos consolidados são mais fortes nos casos de Jair Bolsonaro (PSL), com 75% entre os que o apoiam, e Fernando Haddad (PT), com 72%. Ciro Gomes (PSB) tem 45%; Alckmin, 39%; e Marina, 38%.

Prazo
Analistas chamam a atenção para o fato de que muitas pessoas tomam a decisão de voto nos últimos dias da campanha, mas a mudança começa a despontar com alguma antecedência. Portanto, qualquer virada precisa se configurar nos próximos dias.  Quem tem mais chances de crescer é Alckmin, por toda a estrutura de campanha, incluindo tempo de tevê, partidos políticos que o apoiam e dinheiro do fundo partidário. “Esse movimento, porém, já deveria ter se iniciado para que tivesse força”, diz o cientista político Murilo Aragão, da consultoria Arko Advice. Ele limita as possibilidades de mudanças no quadro eleitoral a algum grande erro que venha a ser cometido por um candidato ou à revelação de algum grande escândalo sobre um deles. Estima em 80% as chances de Bolsonaro estar no segundo turno. Para Haddad, são 60%. Restam chances para os outros, portanto, ainda que baixas.

Para Reis, da UFMG, é preciso que a reação da campanha tucana dê sinais de vida nos próximos dias. “O espaço vai se fechando”, diz. “Uma virada a favor de Alckmin é uma possibilidade teórica. Seria viável, caso os partidos do Centrão se empenhassem na campanha em favor dele, mas não é o que está se desenhando”.  Marina tem poucas chances de crescer, segundo os analistas. As possibilidades para Ciro são um pouco maiores, mas também vistas com cautela. “Caso Haddad tivesse demorado a crescer, ele poderia ter ocupado o espaço do PT, mas não é o que aconteceu”, destaca Aragão, da Arko Advice. Calmon vê limitação de crescimento forte entre os candidatos que têm hoje 3% das intenções, como Alvaro Dias (Podemos), João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB). “Nesses casos, teria de haver um movimento tectônico muito forte para que fossem alçados ao primeiro pelotão a esta altura”.

Ciro contesta números

Ciro Gomes, que segundo o Ibope tem 11% das intenções de voto, publicou no Twitter um vídeo contestando o resultado da pesquisa. Segundo o candidato, levantamentos internos do PDT, que não podem ser divulgadas, “dão números completamente diferentes”. “Eu quero lembrar o que aconteceu na reta final das últimas eleições, as de 2014, quando as pesquisas davam um quadro completamente diferente do resultado verdadeiro que saiu depois”, argumentou o candidato.

Correio Braziliense

 

domingo, 22 de abril de 2018

Na rota da Lava-Jato

O eixo da disputa eleitoral deste ano deslocou-se dos problemas que afetam o dia a dia da população — saúde, segurança, educação, transportes, habitação, etc. — para o tema da corrupção [e o POVO BRASILEIRO precisa do que usa no dia a dia: saúde, segurança, educação, transportes, habitação, etc - o combate à corrupção é necessário mas não pode ter prioridade sobre as necessidade diárias do brasileiro.]


Os fatos mais importantes do dia de ontem, em circunstâncias normais, seriam o embargo das importações de frango de 20 frigoríficos brasileiros pela União Europeia, que representa 35% das nossas exportações do setor, e o decreto assinado pelo presidente Michel Temer que autoriza os estudos para a privatização da Eletrobras, a holding brasileira de energia elétrica. Mas o noticiário foi tomado pela Operação Lava-Jato, que motivou pelo menos meia dúzia de decisões da Justiça, a começar pela concessão de habeas corpus ex ofício ao deputado afastado Paulo Maluf, pelo ministro Edson Fachin, depois de dois dias de sessões do Supremo Tribunal Federal (STF) só para discutir o caso do ex-prefeito de São Paulo.

O eixo da disputa eleitoral deste ano deslocou-se dos problemas que afetam o dia a dia da população — saúde, segurança, educação, transportes, habitação, etc. para o tema da corrupção. Por 6 votos a 5, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram o pedido de Maluf, atualmente em prisão domiciliar, para apresentar mais um recurso contra a condenação que sofreu no ano passado por lavagem de dinheiro. O pano de fundo da discussão era a dilatação das possibilidades de recurso e protelação do chamado “transitado em julgado”. [só que o POVO não come Lava Jato, não cuida da saúde na Lava Jato, não é transportado na Lava Jato e outras necessidades básicas não são, nem serão, supridas pela Lava Jato.
As necessidades básicas do POVO não são atendidas pela Lava Jato - aliás, não é objetivo da operação Lava Jato atender tais necessidades nem gerar empregos;
por tudo isso, a Polícia Federal DEVE desenvolver quantas operações forem necessárias para combater o crime (não apenas a corrupção) mas jamais pode ter prioridade sobre os caminhos para atender às necessidades de milhões de brasileiros.]

Depois de dois dias de sofisticados debates sobre o processo penal e a Constituição, o assunto foi encerrado como poderia ter começado: “de ofício” (por iniciativa própria), Fachin permitiu ao deputado, em razão do estado de saúde, continuar cumprindo em casa a pena de 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão que se iniciou em dezembro do ano passado. Maluf está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e corria o risco de ter que voltar para o Presídio da Papuda, em Brasília, para cumprir pena em regime fechado. Ele foi condenado por usar contas no exterior para lavar dinheiro desviado da Prefeitura de São Paulo quando foi prefeito da capital paulista, entre 1993 e 1996.[um detalhe: a Suprema Corte dedicou dois dias a resolver problemas de um condenado a pena inferior a oito anos (que pode perfeitamente ter seu cumprimento iniciado em regime semi aberto) e que não foi sequer mencionado nem no MENSALÃO - PT, ou no PETROLÃO - PT - em outras palavras, Paulo Salim Maluf não comete crimes (se os cometeu sequer foi, ou está sendo, acusado) desde 1996 - há vinte e dois anos; um dos crimes mais graves é o homicidio que prescreve em 20 anos. Saiba mais sobre as razões da 'generosidade' do ministro Fachin. ]

Quem corre mais risco de voltar para a cadeia é o ex-ministro José Dirceu, que cumpre pena em regime domiciliar, com tornozeleira eletrônica. O ministro Dias Toffoli negou liminar para impedir a volta do histórico líder petista à prisão. Dirceu pretende continuar em liberdade após o julgamento de recurso contra sua condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), ontem, no qual teve mantida a pena de mais de 30 anos de prisão. Com a prisão de Lula, é praticamente impossível que isso ocorra.

Em meio a notícias de que a Polícia Federal pedirá a prorrogação do inquérito que investiga a corrupção no Porto de Santos, no qual estão envolvidos amigos do presidente Michel Temer, e de que o ministro Gilmar Mendes já ampliou por 60 dias o inquérito que investiga o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ministro Marco Aurélio Mello assoprou o braseiro das divergências no Supremo. Pediu que o plenário da Corte julgue uma ação sobre prisão após condenação em segunda instância apresentada pelo PCdoB, que pleiteia liminar para impedir a prisão de condenados antes do trânsito em julgado, ou seja, antes de condenação definitiva pelo próprio STF. Na semana passada, pela quarta vez em dois anos, o STF discutiu e manteve a jurisprudência que determina a prisão. Segundo o ministro, porém, o entendimento firmado em 2016 pelo STF poderá mudar em uma nova análise pelo plenário da Corte. E tome Lava-Jato!

Eleições
Fora da agenda oficial, o presidente Michel Temer recebeu, no Palácio do Planalto, o juiz Ali Mazloum, que atua como juiz instrutor do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. É quem o auxilia a ouvir testemunhas e interrogar réus. Nem o Palácio do Planalto nem o magistrado deram informações sobre a conversa. Temer e Mazloum são amigos e fazem parte da comunidade árabe de São Paulo. Hoje, Temer fará um pronunciamento à nação, a propósito do aniversário da morte de Tiradentes: 21 de abril de 1792. Não pretende tratar da Lava-Jato, mas do sucesso de sua política econômica, ancorado nas últimas análises do Fundo Monetário Internacional (FMI).


É a tal história: não se fala de corda em casa de enforcado. O Palácio do Planalto não descarta uma terceira denúncia contra Temer, que poderia ser uma espécie de pá de cal nos esforços do governo para melhorar a aprovação popular. A anunciada candidatura presidencial à reeleição corre risco de ser abatida na pista. Esse não é um problema somente do presidente da República e seu partido, o MDB. O PSDB também vive um inferno astral, com a aceitação da denúncia contra Aécio Neves (PSDB) e o escândalo do Metrô de São Paulo, que estão respingando no ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato a presidente da República. Mesmo não estando diretamente envolvido na Lava-Jato, o tucano sente o drama da crise ética. Sua candidatura está isolada e não ganha aderência popular.

CB - Luiz Carlos Azedo

 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Novo relatório do TCU complica a resposta de Dilma



A intenção do Senado ao pedir ao TCU para adiar e incluir o relatório do Ministério Público de Contas é ganhar tempo e  dar uma refrescada no ambiente. Tanto o Ministério Público e políticos da oposição estavam pedindo desde o início que esse relatório fosse anexado ao relatório principal. É muito mais contundente do que o do Ministro Nardes porque faz a ligação direta entre os gastos a mais do governo de 2014 com a intenção de mexer na disputa eleitoral. 


Mostra a intenção eleitoral da presidência de aumentar gastos  sem autorização, gastar indevidamente, para ganhar a eleição. É um paradoxo da política brasiliense. Dá fôlego à presidente, mas dá mais problemas para ela responder.



Fonte: Merval Pereira – O Globo