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sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Não quer entregar seu dinheiro ao sindicato? Lula e o STF farão você pagar à força - J. R.Guzzo

VOZES - Gazeta do Povo

Após oito meses e meio de discurso e de declarações de amor, inclusive no plenário da ONU, começa enfim a vigorar a segunda grande medida do governo Lula em relação ao [contra o]  bolso do trabalhador brasileiro. A primeira foi o aumento de 18 reais por mês no salário-mínimo
A segunda, essa para valer, é o confisco de até 12,5% do salário do trabalhador com a volta do “imposto sindical”.

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Estava morto desde 2017, quando Congresso aprovou uma lei tornando voluntário o pagamento – quem não quisesse mais pagar, ficava livre do desconto em folha, uma vez por ano, de um dia do seu salário anual. Aconteceu o óbvio. 
O trabalhador exerceu o direito legal que tinha recebido e nunca mais deu um tostão para os sindicatos. 
Agora, por imposição direta da parceria Lula-STF, a lei em seu benefício foi anulada na prática – e o desconto em folha do imposto sindical voltou, só que mais caro ainda do que era.

Lula fica escandalizado com os motoboys; diz que estão fazendo “trabalho escravo”. Na vida real, trata os pobres com a cobrança do “imposto sindical”.

É um caso objetivo, e acima de qualquer dúvida, de cassação de direitos de quem trabalha; o cidadão, até o governo Lula, tinha o direito de só pagar o sindicato se quisesse, e agora não tem mais. É uma pancada, sobretudo para os que ganham menos. 
A decisão Lula-STF é uma redução direta na renda do trabalhador – enquanto os governos, em geral, se esforçam para colocar mais dinheiro no seu bolso, o governo Lula está fazendo exatamente o contrário. As contas são chocantes. 
Funcionários já estão tendo de pagar o equivalente a três dias de salário para o sindicato o triplo do que pagavam até 2017. É empobrecimento direto na veia.
 
A cobrança começou a ser feita por um sindicato de São Paulo. Também já está desmascarada a mentira grosseira que o consórcio Lula-STF usou para justificar o que fez – o trabalhador, dizem eles, “tem o direito” de não pagar, desde que registre formalmente a sua recusa. Acontece, na prática, o que todo mundo sabe perfeitamente que iria acontecer. A pessoa tem um prazo de dez dias, que não está previsto em lei nenhuma, para manifestar a opção de não pagar. 
Tem de apresentar um requerimento por escrito do próprio punho. 
Tem de fazer horas de fila – como se tivesse folga suficiente para isso. 
Tem de pagar uma “taxa” de R$ 150 ao sindicato, para exercer o seu “direito”.
 
Lula fala o tempo todo em “orçamento dos pobres”, “vontade política para eliminar a pobreza”, “imposto para as grandes fortunas” e mais do mesmo. Fica escandalizado com os motoboys; diz que estão fazendo “trabalho escravo”. 
Na vida real, trata os pobres com a cobrança do “imposto sindical”.  
Age como se o trabalhador brasileiro, incluindo os motoboys, tivesse dinheiro sobrando no bolso.
 
É transferência direta de renda de quem tem menos para quem tem mais – da conta do trabalhador para a conta dos diretores de sindicato
É concentração de riqueza na sua forma mais primitiva. 
O cidadão não quer entregar seu dinheiro ao sindicato? Pois então vai pagar à força. É assim que funciona o governo Lula.
 
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos
 
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES