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Após
oito meses e meio de discurso e de declarações de amor, inclusive no
plenário da ONU, começa enfim a vigorar a segunda grande medida do
governo Lula em relação ao [contra o] bolso do trabalhador brasileiro. A primeira
foi o aumento de 18 reais por mês no salário-mínimo.
A segunda, essa
para valer, é o confisco de até 12,5% do salário do trabalhador com a
volta do “imposto sindical”.
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Estava morto desde 2017, quando Congresso
aprovou uma lei tornando voluntário o pagamento – quem não quisesse
mais pagar, ficava livre do desconto em folha, uma vez por ano, de um
dia do seu salário anual. Aconteceu o óbvio.
O trabalhador exerceu o
direito legal que tinha recebido e nunca mais deu um tostão para os
sindicatos.
Agora, por imposição direta da parceria Lula-STF, a lei em
seu benefício foi anulada na prática – e o desconto em folha do imposto
sindical voltou, só que mais caro ainda do que era.
Lula fica escandalizado com os motoboys; diz que estão fazendo “trabalho escravo”. Na vida real, trata os pobres com a cobrança do “imposto sindical”.
É um caso objetivo, e acima de qualquer dúvida, de cassação de
direitos de quem trabalha; o cidadão, até o governo Lula, tinha o direito de só
pagar o sindicato se quisesse, e agora não tem mais. É uma pancada, sobretudo
para os que ganham menos.
A decisão Lula-STF é uma redução direta na renda do
trabalhador – enquanto os governos, em geral, se esforçam para colocar mais
dinheiro no seu bolso, o governo Lula está fazendo exatamente o contrário. As
contas são chocantes.
Funcionários já estão tendo de pagar o equivalente a três
dias de salário para o sindicato – o triplo do que pagavam até 2017. É empobrecimento
direto na veia.
A cobrança começou a ser feita por um sindicato
de São Paulo. Também já está desmascarada a mentira grosseira que o
consórcio Lula-STF usou para justificar o que fez – o trabalhador, dizem
eles, “tem o direito” de não pagar, desde que registre formalmente a
sua recusa. Acontece, na prática, o que todo mundo sabe perfeitamente
que iria acontecer. A pessoa tem um prazo de dez dias, que não está
previsto em lei nenhuma, para manifestar a opção de não pagar.
Tem de
apresentar um requerimento por escrito do próprio punho.
Tem de fazer
horas de fila – como se tivesse folga suficiente para isso.
Tem de pagar
uma “taxa” de R$ 150 ao sindicato, para exercer o seu “direito”.
Lula fala o tempo todo em “orçamento dos pobres”, “vontade
política para eliminar a pobreza”, “imposto para as grandes fortunas” e mais do
mesmo. Fica escandalizado com os motoboys; diz que estão fazendo “trabalho
escravo”.
Na vida real, trata os pobres com a cobrança do “imposto sindical”.
Age
como se o trabalhador brasileiro, incluindo os motoboys, tivesse dinheiro sobrando
no bolso.
É
transferência direta de renda de quem tem menos para quem tem mais – da
conta do trabalhador para a conta dos diretores de sindicato.
É
concentração de riqueza na sua forma mais primitiva.
O cidadão não quer
entregar seu dinheiro ao sindicato? Pois então vai pagar à força. É
assim que funciona o governo Lula.
Conteúdo editado por: Jocelaine Santos
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES