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domingo, 4 de dezembro de 2022

O nó da disciplina militar - Política e disciplina não combinam nos quartéis - Elio Gaspari

É velha como a Sé de Braga a afirmação de que quando a política entra num quartel por uma porta, a disciplina sai pela outra.No princípio, um general pensa de uma maneira, e outro, de outra. Depois, a divergência passa aos coronéis, e assim sucessivamente.

Em algum momento, os comandantes militares devem parar essa roda, pois já há gente chamando generais de “melancias” (verdes por fora, vermelhos por dentro). Chegou-se ao ponto de um sargento lotado no Gabinete de Segurança Institucional postar uma mensagem dizendo que Lula não subirá a rampa do Planalto no dia 1º de janeiro.

A turma da transição quebrou a cabeça para escolher um ministro da Defesa. Pode ser importante, mas não é tudo.Os três novos comandantes das Forças assumirão seus postos com a tarefa de colocar ordem nas casas.[os saintes já colocaram limites ao arbítrio do ministro Moraes = em ÁREA MILITAR,  polícia não entra para expulsar e/ou  prender manifestante, apreender barracas - a fiscalização do GDF tentou e seus fiscais saíram escoltados pela PE e sob vaias.
Além do mais, ao que pensamos, os saintes nada tem contra os entrantes e vice-versa = são militares servindo as FF AA do Brasil e não ao presidente eleito.] Há chefes militares que empurram a disciplina com a barriga (Lyra Tavares, desastrosamente, em 1969) e chefes que a defendem com o pulso (Leônidas Pires Gonçalves de 1985 e 1990, e Orlando Geisel de 1969 a 1974).

Estão aí, calados, dois comandantes que chefiaram o Exército sem tumultos: Enzo Peri (2007-2015) e Gleuber Vieira (1999-2003).

Os dois sabem das coisas e afastaram-se da vida pública. Ouvi-los pode ser boa ideia. Ambos estão esquecidos, graças a duas regras de ouro do profissionalismo militar: se você é paisano e não sabe quem é um general, ele é um grande oficial, e se ele passou por um grande comando e você se esqueceu dele, foi um grande comandante.

(...)


Imposto sindical
Cozinha-se no comissariado dos sindicatos a ressurreição do imposto sindical.
Extinto no governo de Michel Temer, ele mordia compulsoriamente um dia de serviço anual dos trabalhadores. Com a mesma cara, ele não voltará.
Poderá vir, disfarçado de contribuição destinada a remunerar o trabalho do sindicato em serviços de assistência e na negociação de dissídios.
O coração do problema está na contribuição compulsória, inclusive para trabalhadores que não se sindicalizaram.
Há sindicatos que não prestam quaisquer serviços e, nos dissídios, consultam primeiro os empregadores.[o molusco eleito, era um dos líderes sindicais que insuflava seus liderados para enfrentarem a polícia e ia para a sede da Fiesp saborear whisky com os patrões.]

Estatística
O ministro Alexandre de Moraes, que cuida dos inquéritos das manifestações golpistas, está diante de duas estatísticas. Uma é horrível, a outra é didática.


A horrível é de Pindorama:
ninguém foi preso pela baderna dos caminhoneiros de 2018. Ela quebrou uma perna do governo de Michel Temer, foram abertos dezenas de inquéritos, e ninguém foi para a cadeia.

A outra vem dos Estados Unidos. No dia 6 de janeiro de 2021, uma multidão golpista invadiu o Capitólio. Pelo menos 955 cidadãos estão espetados na Justiça, cerca de 800 passaram pela cadeia e perto de 200 já foram condenados.[Nos Estados Unidos, NÃO ESQUEÇAM; Aqui no Brasil, ou Pindorama, um individuo rouba, faz tráfico de influência, lava dinheiro, é condenado por nove juízes diferentes, sentenças apreciadas por    TRÊS INSTÂNCIAS, é descondenado pelo Supremo - NÃO FOI INOCENTADO -  permitem que ele seja candidato à presidência da República, é eleito e no momento aguarda ser diplomado - penúltimo passo antes de ser empossado  Presidente da República. E ainda tem autoridades que não aceitam a rejeição do POVO ao ladrão.]

Faro
De duas pessoas que conhecem a política americana:
A primeira garante que Donald Trump acabou.
A segunda acha que seu lugar será ocupado por Ron De Santis, atual governador da Flórida, muito mais perigoso que Trump, por ser mais inteligente. 
 
 
Folha de S. Paulo - Jornal O Globo - Elio Gaspari, jornalista