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sábado, 9 de setembro de 2023

Onde está a outra metade? - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Dizem que o país está dividido, polarizado, mas cabe perguntar, em especial após o 7 de setembro micado, vazio, às moscas: onde está a outra metade? 
Em 2022, o feriado de 7 de setembro reuniu milhões nas ruas do país. 
Eu sei, pois vi as imagens e estava lá, em Copacabana, sendo tratado como celebridade de Hollywood por gente simples, que veio do Brasil todo.
 
Essa multidão estava feliz, com verde e amarelo, com suas famílias inteiras, todos celebrando o patriotismo, a esperança num futuro melhor e pedindo respeito à Constituição. 
A velha imprensa nos chamava de "fascistas", de "golpistas" e de "extrema direita".  
Éramos apenas cidadãos comuns sonhando com um país realmente do futuro, com respeito às leis e punição aos corruptos.
 
Mas o ladrão voltou à cena do crime, como diria Alckmin.  
Após um malabarismo supremo, Lula ficou elegível e, com a ajuda de um TSE partidarizado, venceu pelas urnas eletrônicas. Mais de 60 milhões de votos!  
Aí gasta milhões para a festa patriota, e acena para o nada, para ninguém.
 
Um evento com "autoridades", com chefes de Poderes (nem todos, pois Arthur Lira, presidente da Câmara, não foi), mas sem povo
Os institutos de pesquisa dizem que a popularidade do governo vai bem, mas onde estão seus apoiadores? 
O clima era de velório. Uma festa para políticos e funcionários públicos, sem qualquer resquício de povo. Popular?
 
Os jornais alinhados falam em "volta à normalidade". Talvez. 
Afinal, o normal no Brasil sempre foi a casta política no comando e o povo na sarjeta, ignorado. 
Ocorre que o gigante despertou, que o povo tomou consciência de seus direitos e de seu poder, e não aceita mais esse papel de palhaço. 
O povo não acha graça em humorista censurado e bandido perdoado por ex-advogado com caneta suprema.
 
O teste das ruas é o grande choque de realidade que desespera os propagandistas do desgoverno. 
Eles pregam uma "democracia" de gabinete, tocada pelos "ungidos", pelos "iluminados", mas sem levar em conta a opinião popular. Para ter "governabilidade", abrem os cofres do orçamento secreto, agora rebatizado com eufemismo, para atrair o centrão fisiológico. Parece prostituição. Pois é.

A união entre esquerda radical, STF, mídia e centrão prostituído forma a aliança desta volta à normalidade. Os militares melancias observam tudo, alguns com constrangimento, mas prestam continência para comunista corrupto. [comunista corrupto que dá as costas para o general comandante do CMP, que, cumprindo o protocolo, lhe informa do término do desfile.]  O Brasil tem finalmente paz e harmonia - ao menos para os donos do poder. O povo é uma pedra no sapato, um entrave incômodo que precisa de "extirpado" da equação.

Todo regime comunista agiu da mesma forma: desfiles para autoridades e povo intimidado, acuado, com medo de reagir.  
O comunismo não precisa do povo, eis a triste verdade. 
E não resta dúvida de que este foi a grande figura ausente nas comemorações em tom fúnebre desta "Independência".  
Até a esquerdista Amanda Klein admitiu: não tinha povo ali.

Com dezenas de mortos no Rio Grande do Sul, pelas calamidades naturais, Lula achou adequado, após a cerimônia esvaziada de gente, pegar um avião e se mandar do país uma vez mais. Janja, deslumbrada, quer rodar o mundo todo, pelo visto. Imaginem se fosse Jair Bolsonaro fazendo isso!

Mas a imprensa está domesticada, adestrada, bem paga
Preferiu dar destaque à "volta da normalidade" no feriado. 
Um feriado sem povo na rua. Num país dividido. Então cabe perguntar: onde está a outra metade?


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 2 de abril de 2023

A grande coalizão para arrecadar. E façam suas apostas - Alon Feuerwerker

Análise Política

Toda política econômica é um exercício de economia política. Todo governo olha, antes de tudo, para a manutenção e ampliação do próprio poder. Assim, quando governos movimentam as peças econômicas, a bússola aponta para um norte político. É assim que a prudência orienta a análise e a leitura do cenário.

Feita a introdução, deve-se recordar que o PT é contra a existência de um teto de gastos públicos e na campanha presidencial prometeu acabar com ele. [apesar de óbvio, lembramos que teto de gastos é, no popular,  limites para gastar = dinheiro contado e dinheiro contado, mesmo o público, é mais dificil de ser roubado.] E não precisou assumir qualquer compromisso em contrário para atrair os votos do antibolsonarismo liberal em assuntos de política econômica.

Um mistério ronda a Esplanada: por que o governo petista, dispondo de uma margem de 200 bi acima do limite para gastar este ano, não deixou o agonizante teto terminar de passar desta para a melhor. Pois está evidente desde 2020 que qualquer governo dotado de base parlamentar pode simplesmente ignorar o teto.

A hipótese benigna, para o mercado, é que o PT e Luiz Inácio Lula da Silva mudaram de ideia. Não seria a primeira vez. Mas, como dito na abertura deste texto, é sempre mais esperto olhar para a política.

Está explícito que, com a apresentação do novo teto de gastos (agora chamado de “arcabouço fiscal”, um rótulo que, convenientemente, pode ao mesmo tempo significar tudo e nada), o governo opera para pressionar o Banco Central a reduzir o juro básico. Mas talvez esse não seja o objetivo principal.

A administração petista precisa, sim, forçar o BC autônomo a afrouxar a política monetária, que mantida nos níveis atuais vai produzir desemprego. [Não somos especialistas em economia tão capacitados quanto o Lula e seu poste Haddad, mas apontamos um DETALHE IMPORTANTE: se o BC afrouxar a política monetária pode, até em um primeiro momento, manter o nível de emprego, mas a INFLAÇÃO DISPARA, o DESEMPREGO VOLTA A AUMENTAR, a economia cai e teremos a MISÉRIA que é INFLAÇÃO + DESEMPREGO + RECESSÃO = ESTAGFLAÇÃO PIORADA - que só ocorre em governos de esquerda.] E Lula, ao contrário do primeiro mandato, não parece ter muita gordura política para queimar. As pesquisas mostram. Então é necessário desenhar alguma disciplina fiscal.

“Corte de gastos” é uma expressão totalmente ausente do discurso do novo poder, então só resta aumentar a arrecadação
Para tanto, é preciso acumular força política, reunir exércitos, pois o adversário, o contribuinte, também tem seus trunfos. Afinal é ele quem comparece à urna de dois em dois anos (no DF é de quatro em quatro).

O teto de gastos vigente, ao desvincular despesa possível e receita, eliminou qualquer motivação do mundo político para aumentar impostos. Pois, mesmo se a arrecadação explodisse, o limite do gasto seria o anterior mais a inflação. O novo “arcabouço” informa que, quanto mais o governo arrecadar, mais poderá gastar.

Se o Planalto operar bem a articulação com deputados, senadores, governadores e prefeitos, e se todos puderem em alguma medida participar da engorda dos cofres, tem boa chance de montar uma grande coalizão para arrecadar, essencial para alcançar, sem cortar gastos, algum resultado fiscal digerível pelo mercado.

A peça apresentada esta semana promete isso, e mais.

Lula terá algum recurso para turbinar o investimento público. O mercado e o BC receberão o presente de um renovado limite de gastos, pois haverá um teto e um piso de crescimento da despesa. E o governo, especialmente sua articulação política, não precisará todo final de ano pedir autorização para contornar a lei.

Claro que tudo isso ainda precisa ser posto em prática. 
Há dúvidas sobre algumas contas e sobre a viabilidade de aumentar os impostos, formal ou informalmente. 
Mas o caminhão pegou a estrada, e as melancias na carroceria costumam acomodar-se conforme sobrevêm os solavancos produzidos pelas lombadas e pela buraqueira.

Ainda resta uma incógnita. A função operada pelo governo informa que aumentar o investimento público, casado com um amolecimento do coração do BC, inverterá a tendência de desaceleração econômica. Outra hipótese é que o aumento da carga tributária (ou a ameaça de) simplesmente apertará o freio na atividade, pois os empresários entrarão em modo defensivo.

Façam suas apostas.  [Em nossa modesta opinião, o aumento de custo,  decorrente da elevação sem piedade da  carga tributária,  levará os empresários,  como bem aponta o articulista em uma das hipóteses, a   frear sem dó toda atividade econômica = modo defensivo = esperar a implosão do governo, visto não ter o menor sentido  investir para bancar  gastos sem controle e sem retorno  (tendo muito dinheiro para gastar  e sem saber como gastar - a maioria dos integrantes do atual governo é formada por SUMIDADES EM NADA) vão fazer o que a grande parte sabe fazer: roubar os cofres públicos.] 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

 

 

domingo, 4 de dezembro de 2022

O nó da disciplina militar - Política e disciplina não combinam nos quartéis - Elio Gaspari

É velha como a Sé de Braga a afirmação de que quando a política entra num quartel por uma porta, a disciplina sai pela outra.No princípio, um general pensa de uma maneira, e outro, de outra. Depois, a divergência passa aos coronéis, e assim sucessivamente.

Em algum momento, os comandantes militares devem parar essa roda, pois já há gente chamando generais de “melancias” (verdes por fora, vermelhos por dentro). Chegou-se ao ponto de um sargento lotado no Gabinete de Segurança Institucional postar uma mensagem dizendo que Lula não subirá a rampa do Planalto no dia 1º de janeiro.

A turma da transição quebrou a cabeça para escolher um ministro da Defesa. Pode ser importante, mas não é tudo.Os três novos comandantes das Forças assumirão seus postos com a tarefa de colocar ordem nas casas.[os saintes já colocaram limites ao arbítrio do ministro Moraes = em ÁREA MILITAR,  polícia não entra para expulsar e/ou  prender manifestante, apreender barracas - a fiscalização do GDF tentou e seus fiscais saíram escoltados pela PE e sob vaias.
Além do mais, ao que pensamos, os saintes nada tem contra os entrantes e vice-versa = são militares servindo as FF AA do Brasil e não ao presidente eleito.] Há chefes militares que empurram a disciplina com a barriga (Lyra Tavares, desastrosamente, em 1969) e chefes que a defendem com o pulso (Leônidas Pires Gonçalves de 1985 e 1990, e Orlando Geisel de 1969 a 1974).

Estão aí, calados, dois comandantes que chefiaram o Exército sem tumultos: Enzo Peri (2007-2015) e Gleuber Vieira (1999-2003).

Os dois sabem das coisas e afastaram-se da vida pública. Ouvi-los pode ser boa ideia. Ambos estão esquecidos, graças a duas regras de ouro do profissionalismo militar: se você é paisano e não sabe quem é um general, ele é um grande oficial, e se ele passou por um grande comando e você se esqueceu dele, foi um grande comandante.

(...)


Imposto sindical
Cozinha-se no comissariado dos sindicatos a ressurreição do imposto sindical.
Extinto no governo de Michel Temer, ele mordia compulsoriamente um dia de serviço anual dos trabalhadores. Com a mesma cara, ele não voltará.
Poderá vir, disfarçado de contribuição destinada a remunerar o trabalho do sindicato em serviços de assistência e na negociação de dissídios.
O coração do problema está na contribuição compulsória, inclusive para trabalhadores que não se sindicalizaram.
Há sindicatos que não prestam quaisquer serviços e, nos dissídios, consultam primeiro os empregadores.[o molusco eleito, era um dos líderes sindicais que insuflava seus liderados para enfrentarem a polícia e ia para a sede da Fiesp saborear whisky com os patrões.]

Estatística
O ministro Alexandre de Moraes, que cuida dos inquéritos das manifestações golpistas, está diante de duas estatísticas. Uma é horrível, a outra é didática.


A horrível é de Pindorama:
ninguém foi preso pela baderna dos caminhoneiros de 2018. Ela quebrou uma perna do governo de Michel Temer, foram abertos dezenas de inquéritos, e ninguém foi para a cadeia.

A outra vem dos Estados Unidos. No dia 6 de janeiro de 2021, uma multidão golpista invadiu o Capitólio. Pelo menos 955 cidadãos estão espetados na Justiça, cerca de 800 passaram pela cadeia e perto de 200 já foram condenados.[Nos Estados Unidos, NÃO ESQUEÇAM; Aqui no Brasil, ou Pindorama, um individuo rouba, faz tráfico de influência, lava dinheiro, é condenado por nove juízes diferentes, sentenças apreciadas por    TRÊS INSTÂNCIAS, é descondenado pelo Supremo - NÃO FOI INOCENTADO -  permitem que ele seja candidato à presidência da República, é eleito e no momento aguarda ser diplomado - penúltimo passo antes de ser empossado  Presidente da República. E ainda tem autoridades que não aceitam a rejeição do POVO ao ladrão.]

Faro
De duas pessoas que conhecem a política americana:
A primeira garante que Donald Trump acabou.
A segunda acha que seu lugar será ocupado por Ron De Santis, atual governador da Flórida, muito mais perigoso que Trump, por ser mais inteligente. 
 
 
Folha de S. Paulo - Jornal O Globo - Elio Gaspari, jornalista 
 

sábado, 22 de fevereiro de 2020

O gabinete fardado - O Estado de S. Paulo

 Marco Aurélio Nogueira


‘Militarização’ coincide com o comportamento autoritário e debochado do presidente

[Excelente matéria, porém, defende posições que se fossem consideradas e implantadas implicaria em cassar do presidente da República o direito, a competência,  que a tão falada (especialmente,  quando é usada e/ou interpretada contra o governo)  'constituição cidadã' confere ao Presidente da República = a escolha de seus auxiliares.]
E eis que, sem maior alvoroço, os militares voltaram a ter importante peso político no Brasil. Passaram a dominar o Palácio do Planalto, onde fica o presidente, ele também um ex-militar. Vários generais e um almirante ocupam da Casa Civil à Vice-Presidência da República.  O gabinete fardado está sendo analisado como um freio ao extremismo histriônico da ala ideológica do governo, formatada pelo olavismo. O fato poderia ser visto como uma oportunidade para que se imprima um novo estilo de atuação ao governo, reduzindo seu sectarismo e sua visão obnubilada da realidade. Um estilo mais frio não daria trela às baixarias dos ideólogos.

Nessa avaliação, o novo gabinete poderia funcionar como um freio de arrumação, que acomodaria as melancias que o governo deixa chacoalhar na carroceria. Ajudaria a reduzir o destempero presidencial. [externamos nosso entendimento que a palavra melancias, nada tem a ver com o sentido usado para indicar militar comunista - verde por fora, vermelho por dentro.
Os militares aos quais o artigo se refere certamente não foram contaminados pelo vírus do comunismo - mais mortal, nojento, repugnante que o coronavírus.]  Formar-se-ia um colegiado decisório que, apoiado na hierarquia militar e na cultura da caserna, faria um contraponto às manifestações bélicas do bolsonarismo. Afinal, em tempos de paz é mais importante saber guardar e reforçar posições do que atacar, sobretudo se os inimigos são imaginários.

Tudo isso a se ver. Antes de tudo será preciso descobrir se os oficiais têm um plano para recuperar a imagem do governo, se atuarão como fator de equilíbrio ou se darão um cheque em branco ao presidente Jair Bolsonaro, estimulando suas intervenções desqualificadas. Aconteceu algo assim com o general Heleno, no início visto como “moderador”, mas que logo se revelou um ativista do bolsonarismo, um “incendiário”.

A Casa Civil está com o general Braga Netto, militar experiente. Órgão estratégico, dele depende a coordenação governamental e a organização de um ambiente favorável no Congresso. Militares são, como todos os cidadãos, seres políticos qualificados para pensar o Estado, a comunidade política. Fazem isso, porém, com uma sólida ideia de lealdade e uma forte carga corporativa, que os impulsiona a verem a si próprios como diferentes dos demais e com interesses que precisariam ser defendidos a ferro e fogo. São treinados para “desconfiar” dos políticos, não para fazer política.

Se não tiver jogo de cintura, um general na Casa Civil pode dificultar ainda mais as relações entre o Executivo e o Legislativo. Pode, também, aprofundar a inserção das Forças Armadas no governo, com o risco de que terminem por trocar o perfil técnico e a missão institucional de proteger o Estado pela gestão dos negócios governamentais e pelos conflitos políticos a eles inerentes. Militares num governo autoritário, como é o de Bolsonaro, não beneficiam a imagem de isenção democrática das Forças Armadas. É algo que as lança no olho do furacão, ainda que sejam apenas alguns oficiais a assumir o encargo.

Um governo com uma ala militar ativa pode transitar em campo minado. Como observou o sociólogo Rodrigo Prando, em caso de rompimento com os militares o governo poderia ver-se numa crise de desfecho imprevisível. Militares sabem ocupar territórios, mas não necessariamente estão preparados para dialogar, mover-se entre ideias plurais e pressões típicas do mundo político.

No Brasil as Forças Armadas são vistas como patrióticas, disciplinadas e “desinteressadas”. Mas carregam o fardo do golpismo e do autoritarismo. Acreditam que os militares existem para salvar o País. É provável que os oficiais mais jovens não compartilhem esse fardo. A caserna, porém, é mais ampla. Seja como for, já estão dadas as condições para que as Forças Armadas contenham os seus impulsos históricos e atuem democraticamente.

A presença militar tenderá a incentivar uma postura focada em resultados estruturais, alheios ao jogo eleitoral. É onde repousa o risco de atrito com a política. Também terá de se haver com as resistências do núcleo civil do governo. A “militarização” coincide com o comportamento autoritário e debochado do presidente, com seu familismo exacerbado. É difícil imaginar que Bolsonaro adote uma conduta mais digna e educada, mais criteriosa com as políticas estratégicas e os interesses nacionais. A questão não é de espaço e poder de pressão, mas de biografia, estilo e modo de pensar.

Deveria ser constrangedor, para a ética militar, que as grosserias, ofensas e aberrações do presidente estejam a ser cometidas nas barbas dos oficiais que integram o núcleo principal do governo. Militares costumam ser discretos, falam pouco, cuidam da linguagem. Não deveriam lavar as mãos diante dos descalabros que jogam a Presidência da República num poço sujo e sem fundo.

O gabinete fardado dará força à tecnocracia? Vai depender, também, da capacidade que tiverem os políticos de equilibrar a balança. O Congresso tem contrastado a falta de iniciativa do Executivo no que tange às reformas e à formulação de políticas públicas. Se calibrar bem a sua atuação e reunir as forças democráticas de oposição, o Congresso poderá ajudar a que se organize uma agenda nacional e se modifique a orientação de uma população que acredita que a saída está fora da política e longe do Parlamento.

 Marco Aurélio Nogueira, professor - Opinião - Estado de S. Paulo 

sábado, 7 de setembro de 2019

O novo alvo do governo Bolsonaro - Isto É

O presidente, agora, investe contra os indígenas e ameaça liberar as suas terras demarcadas aos garimpeiros, escudado na hipócrita alegação de que elas “inviabilizam o País” e ameaçam a soberania nacional 

Está em andamento no Brasil um dos mais graves atentados humanitários da história das Américas desde no início de sua colonização. O agressor tem nome, sobrenome, apelido, patente militar e cargo de mandatário: Jair Messias Bolsonaro, o “Mito”, capitão reformado do Exército e presidente da República. A vítima é a população indígena, composta hoje por aproximadamente novecentas mil pessoas distribuídas em trezentas e cinco etnias que falam duzentos e setenta e quatro idiomas. Nunca a situação desse povo foi tão dramática! Nunca foi tão trágica! Nunca os indígenas estiveram numa condição tão arriscada de se verem fisicamente dispersados e, em decorrência disso, inevitavelmente marginalizados — senão mortos de fome, despejados de suas terras em que cultivam o que comem. Motivo: Bolsonaro os enxerga feito uma ameaça à segurança nacional, e, aqui, vale indagar: novecentas mil pessoas estariam colocando em risco a segurança e a soberania de mais de duzentos e dez milhões de habitantes? A hipótese é hipócrita, mentirosa e criminosa. 

[nada contra os índios, para começar eles já estavam aqui quando os portugueses chegaram.
Só que o privilégio concedidos aos índios não tem o menor sentido e suscita várias perguntas de dificil resposta justificadora:
- para que tanta terra para os índios? tem reservas indígenas com  50.000 hectares para uma dúzia de índios.
- o que os índios vão fazer de útil, de produtivo com essas terras?  tanto na exploração do potencial agropecuário quanto na exploração de minerais.

O índio é o maior latifundiário do Brasil. E, existe ameaça a segurança nacional, tanto pela possibilidade legal dos índios se arvorarem em nações independentes e colocarem os estrangeiros dentro das terras, quanto pela localização geográfica - estratégica tanto por facilitar o acesso por fronteiras como permitir controle sobre rodovias.]
 
O olhar do “Mito”cresce, mesmo, é nas terras, e sua estratégia é de guerrilha: asfixiar os indígenas territorialmente a partir de decretos revendo, impedindo e cancelando demarcações de terras, e nelas permitir que garimpeiros, reis do gado e grileiros façam a festa. Na próxima semana, ameaça o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o governo apresentará um projeto de regulamentação desses territórios. [qual o receio, a crítica antecipada ao projeto que o governo vai apresentada e que para virar lei tem que ser aprovado pelo Congresso? medo de que a exposição de motivos prove que o presidente Bolsonaro está certo?] Na ideologia totalitária do capitão reformado, explicitada em sua fala desconectada da realidade, as terras indígenas demarcadas, equivalentes a 14% do nosso solo (que o presidente julga ser solo unicamente dele), “inviabilizam o País”.  [como é comum entre ex-militares - exceto pelos 'lamarcas', ou 'melancias' que ainda hoje estão nas fileiras das  FF AA, felizmente poucos - há orgulho de ser militar da reserva, reformado, ex-militar. 
Tanto que Bolsonaro tem orgulho de ser capitão do Exército Brasileiro - ainda que muitos enfatizem o reformado - e também de ser Presidente da República Federativa do Brasil.] 

(...)

PÉROLAS DE BOLSONAROAs investidas do capitão reformado contra a população indígena
“Pena que a cavalaria brasileira não tenha sido tão eficiente quanto a americana, que exterminou os índios”
Abril de 1998


“Não tem terra indígena onde não tem minerais. Ouro, estanho e magnésio [o presidente esqueceu o 'nióbio' e outros minerais caríssimos.] estão nessas terras, especialmente na Amazônia, a área mais rica do mundo. Não entro nessa balela de defender terra para índio”  

Abril de 2015

“Eu já briguei com o ex-ministro da Justiça Jarbas Passarinho. Briguei em um crime de lesa-Pátria que ele cometeu ao demarcar a reserva ianomâmi. Criminoso”
Abril de 2017

“Se eu assumir a Presidência do Brasil não terá mais um milímetro para terra indígena”
Fevereiro de 2018

Em Isto É,
 
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segunda-feira, 27 de maio de 2019

Comentário Geopolítico

Desde a Nova República o Executivo só consegue aprovar os projetos do Legislativo se “pagar”. Essas formas de pagamento evoluíram, desde o governo Sarney de simples loteamento do governo com os partidos até, sob o governo Lula, o Mensalão, em que os deputados eram comprados com malas de dinheiro vivo no plenário do parlamento mesmo. [bom ter presente que a Nova República representou, executou e enquanto não for extinta em definitivo continuará executando, a institucionalização da corrupção.]

Pois bem, o fato é que hoje há uma bancada de cerca de 230 deputados do “Centrão”, que se aliada à esquerda chega a 350 parlamentares, sendo maior do que a turma que saiu das urnas de 2018. Sem perceber que os tempos mudaram, essa turma quer inicialmente impor a volta ao “presidencialismo de coalizão”,  ou seja o toma-lá dá-cá; em outras palavras a distribuição de cargos aos Centrão  ou até a compra de votos dos parlamentares no estilo Lula. Achou ruim? Por enquanto é apenas chantagem, mas o pior vem aí.

A oposição esquerdista se apoia no fisiologista Centrão para atingir seus reais objetivos: asfixiar o governo e fazer retroceder os avanços da Lava Jato, tendo como aliados incondicionais vários ministros do STF e inspirados no impeachment da Dilma manobram para, em um golpe parlamentar, derrubar o Governo se não puderem domá-lo. Força parlamentar para isto eles têm, mas só até as próximas eleições parlamentares quando os corruptos remanescentes serão varridos. Esta é a razão da pressa deles, mas como não fazem ideia do tamanho da indignação do povo comum esbarram no apoio  popular ao Presidente e na provável reação das Forças Armadas, as quais certamente interviriam para evitar o caos.

Observa-se o esforço desesperado do grupo Olavo de Carvalho em introduzir uma cunha entre o Exército e o Governo. Também é inútil, esse indivíduo há décadas combate o nacionalismo a pretexto de combater o comunismo. Aos militares nacionalistas, mesmo aos mais ferrenhos anticomunistas, ele taxava de “melancias” para minar a liderança deles. O Olavo é anticomunista sim, mas não por causa do nosso País e sim para ajudar os EUA e muitos anticomunistas já perceberam.

Obviamente nós, os nacionalistas não estamos contentes com as desnacionalizações mas sabemos que o momento é de união, que o saldo de boas medidas governamentais supera de longe as medidas que silenciosamente repudiamos. Estamos e estaremos ao lado do nosso Capitão e reparem que somos o segmento mais capaz de lutar. O Congresso e o STF que se comportem ,pois se conseguirem levar o nosso Brasil ao caos, seremos nós que exigiremos uma limpeza geral. Que sirva de alerta aos congressistas e magistrados ao se refestelarem entre lagostas, camarões e champanhes nos regabofes da corte.

O que o povo brasileiro queria ficou demonstrado nas urnas. [e sendo o Brasil uma democracia representativa, o que as urnas expressaram em 2018 é o que vale e continuará valendo, exceto se ocorrerem  mudanças radicais e ainda fora de questão, por absoluta falta de necessidade.]  ocorrerem  Agora, no domingo, dia 26, daremos um prazo e demonstraremos a nossa união em torno dos projetos em que votamos. Se a oposição esquerdista e o fisiologista Centrão quiserem a guerra, terão a guerra. Sabemos que a união faz a força e a força faz o triunfo. Mostraremos união e  que Deus  nos abençoe.
 
Gelio Fregapani é Escritor e Coronelda Reserva do EB, atuou na área do serviço de inteligência na região Amazônica, elaborou relatórios como o do GTAM, Grupo de Trabalho da Amazônia.
 
Artigo no Alerta Total www.alertatotal.net
 
Por GelioFregapani
 
 
 

sábado, 27 de abril de 2019

Lula usa entrevista para tentar se aproximar de Mourão

sábado, 21 de março de 2015

Eles chegaram no limite - O papel dos intervencionistas no movimento de oposição.

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Nas manifestações mais uma vez eles foram repudiados e alvo de fortes críticas. Contudo, finalmente conseguiram levar sua discussão até a grande mídia, chegando a ser assunto de um comentário de um ex-ministro do STF no programa de maior audiência do país no domingo a noite, e novamente na segunda–feira pela manhã.

O movimento de oposição ao governo obviamente não começou agora, vem sendo construído há algum tempo, e por muito pouco não chegou a seu ápice ainda antes das eleições. A gênese foi em meados de 2013, é fruto da grande polarização criada pela esquerda, da “heroicização” de  políticos esquerdistas condenados por corrupção e das discussões em torno da Comissão da verdade, que tenta reescrever a história recente do país.

Na época alguns grupos se reuniam na internet e planejavam ir para as ruas, no cinquentenário da revolução de 64, para, ao mesmo tempo, criticar o governo e fazer uma espécie de agradecimento aos militares por terem impedido a esquerda armada de transformar o Brasil em um país comunista. 

De fato, em março de 2014, eles foram para as ruas.

Em São Paulo reuniram cerca de 4 mil pessoas e no Rio algumas centenas. Compareci aos protestos. Como sociólogo tinha que ver de perto o que acontecia. Nos eventos, é verdade, algumas poucas pessoas pediram a volta dos militares. Mas, a esmagadora  maioria dos presentes exibia frases como Fora CUBA, Fora Foro de São Paulo, Não somos Vermelhos e coisas do tipo. Foram eventos predominantemente contra a implantação da filosofia esquerdista no país.

No Rio, Bolsonaro esteve presente na manifestação em frente ao quartel do Exército, na Central do Brasil. Sou testemunha de que falou muito contra o comunismo e em favor das forças armadas. Contudo, em nenhum momento disse que era necessário uma intervenção, ou golpe militar.  Na época a imprensa caiu de pau em cima, chamou os presentes de golpistas e militaristas. Ainda que alguns generais incentivassem as manifestações, nenhum deles disse que os militares reassumiriam o controle do país.

Mesmo assim os intervencionistas entendiam cada declaração como incentivo ao seu pensamento. Um a um os generais, ao negarem seu apoio aos pedidos de intervenção, foram transformados de heróis em vilões. Foram então chamados pelos intervencionistas de petralhas e melancias.

As primeiras manifestações dos intervencionistas foram organizadas por grupos que se reuniam online, como o “Intervenção Militar 2014“,  “Revoltados Online” e o MBR (VEJA AQUI). 

Não pode-se deixar de citar o papel que um grande grupo sediado no Rio, o Pesadelo dos Políticos, com mais de 150 mil membros, teve no movimento de oposição no Rio. Eles saíram da rede e foram para as ruas, distribuíram em vários locais da cidade dezenas de milhares de adesivos Fora Dillma, que até hoje circulam em ônibus e automóveis pelo Rio e cidades da região metropolitana.

No final de 2014 os grupos na internet cresceram muito, a política estava em alta, e o Movimento Brasil Livre começou a aparecer nesse palco. Alguns intervencionistas persistiam em seus pedidos. Suas lideranças compareciam a eventos em quartéis e faziam questão de ser fotografados ao lado de generais e personalidades ligadas aos militares. Tentavam demonstrar uma ligação mais estreita com as Forças Armadas no afã de aumentar seu status diante dos seguidores. Na cobertura das manifestações a imprensa passou a dar grande destaque às faixas e cartazes pedindo intervenção militar. Surgiu ai uma arma para a esquerda, as acusações de golpismo.

Articulistas como Reinaldo Azevedo começaram a dizer que os intervencionistas estavam atrapalhando o processo em curso. Ao mesmo tempo em que autoridades militares negaram a possibilidade de qualquer ação ilegal, a mídia insistiu em taxar o movimento de “golpista”. Desde então a maioria dos manifestantes, que não apoia o que se chama de “intervenção militar”, passou a repudiar os intervencionistas e pedir que se retirem das manifestações. Em um evento na Avenida Paulista o cantor Lobão chega a dizer, do alto de um carro de som, que os intervencionistas não eram bem vindos.

Alguns grupos, como o MBR, “racharam”, pois uma parcela significativa de seus membros se convenceu de que a intervenção não é o melhor caminho para o país. Depois de dezembro de 2014, nota-se um esvaziamento nos grupos intervencionistas. O grupo Intervenção militar, que permanece em sua luta por intervenção, conta hoje com cerca de 50 mil membros, o MBR também permanece bem pequeno. Já o grupo Revoltados Online, que luta agora pelo impeachment, disparou em número de adesões, e conta hoje com mais de 600 mil membros.  Chegamos a dizer em alguns artigos, aqui e aqui, na época, que a tendência era que os pleitos se unificassem em algumas poucas solicitações. E que, ainda que houvesse intervencionistas em meio as manifestações, o que valeria passaria a ser a “voz das ruas”. E, realmente, desde o final de 2014 a voz das ruas tem sido o “fora PT”, “Fora Dilma”.

É fato que os intervencionistas tiveram sim um papel importante no inicio do movimento de oposição que agora acontece no Brasil. Entendemos seu pedido como de alguém que se encontra em um beco sem saída, e não consegue ver alternativas. Mas, aos poucos, a maioria deles já enxerga opções, como o impeachment, por exemplo. Parcela significativa “evoluiu” em seus pleitos e, como o grupo Revoltados Online, agora soma forças com os demais que exigem que o PT saia do governo.

O filósofo Olavo de Carvalho, influencia importante para o movimento de oposição, é um dos que claramente invocavam uma intervenção militar e que agora assumiu posição mais racional nessa questão.  No inicio de 2014 a Revista Sociedade Militar publicou um texto, que correu o Brasil, versava sobre as conseqüências de uma intervenção militar, foi republicado por vários sites e acabou por trazer-nos o ódio de alguns intervencionistas mais radicais. Estes sim, dignos de ser chamados de extrema direita. Choveram palavrões e ofensas em nosso e-mail e espaços para comentários. Mas, verificamos que essas pessoas são uma exceção à regra. Eles distribuem o ódio, assediam militares, tentando criar grupos secretos, e acabam por macular o movimento de oposição. 

Pelo simples fato de nosso veículo se chamar Revista Sociedade Militar deveríamos apoiar uma solução de continuidade na democracia de nosso país? Acreditamos que não. Como veículo de comunicação nos abstemos de fazer isso. Porém, colocamos o assunto em discussão, e é compreensível que os mais radicais não suportem isso, nos atacando como se fôssemos inimigos, por meio de e-mails e mensagens desagradáveis. Os militares estão a serviço da democracia.  “ garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem…”. Contudo, entendemos o pleito dos grupos intervencionistas, e sua motivação. Isso foi exaustivamente colocado aqui.

Como diz o atual comandante do Exército, quem deve empreender as mudanças é a sociedade.

É notório que oficiais e praças das Forças Armadas compõem uma parcela significativa da sociedade que não se deixou ludibriar pelo discurso da esquerda, bem diferente do que ocorre em exércitos de países vizinhos. Na Venezuela, Chaves e Maduro deram muitos agrados aos militares, como reajustes diferenciados, supermercados exclusivos e até um banco só para empréstimos para militares. Aqui os militares não foram comprados, e nem vão ser. E Isso é uma aterrorizante arma de dissuasão contra ações mais ousadas da esquerda ligada aos Castro e, mais recentemente, aos chavistas.

Robson A.D.Silva – Cientista Social. Revista Sociedade Militar.