Governo pune professores de universidade federal por críticas a Bolsonaro
A Controladoria-Geral da União (CGU) puniu dois professores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), um deles o ex-reitor e coordenador da pesquisa nacional EpiCovid, Pedro Hallal, por terem criticado o presidente Jair Bolsonaro e ambos terão que ficar dois anos sem repetir as críticas. [esse ex-reitor que já deveria ter sido expulso do coordenadoria que ainda ocupa - ocupação mantida, por a pesquisa não estar mais (felizmente) sendo patrocinada com recursos públicos - tem agido como um agitador profissional e se especializado em dar entrevistas para a TV, nos intervalos da macabra contagem de cadáveres, criticando o governo, se mostrando ser um especialista em nada, um revoltado, um frustrado.]
Com a abertura do processo, os dois professores foram chamados pela CGU que, ao analisar o caso, descartou qualquer infração grave, mas enquadrou a manifestação dos docentes em uma falta funcional básica, a "manifestação de desapreço". "A parti daí o servidor tem duas opções: seguir com o processo, em que pode ser inocentado ou receber uma advertência por escrito, ou assinar um Termo de Ajustamento de Conduta", explicou Hallal. "Eu analisei com meus advogados e concluí por assinar o TAC, com o quê o processo é arquivado."
Apesar do arquivamento do processo, o TAC prevê que Hallal e Pinheiro não podem repetir a infração nos próximos dois anos, ou seja, não podem criticar Bolsonaro nominalmente em eventos da Universidade nesse período. O extrato do TAC, publicado na terça-feira no Diário Oficial da União, informava que o processo contra Hallal e Pinheiro era por "proferir manifestação desrespeitosa e de desapreço direcionada ao presidente da República" e que isso teria sido feito "durante transmissão ao vivo de Live nos canais oficiais do Youtube e do Facebook da instituição", no início de janeiro.
Segundo o entendimento da CGU, a live nas redes sociais da instituição "se configura como 'local de trabalho' por ser um meio digital de comunicação online disponibilizado pela Universidade". "É um absurdo um deputado denunciar e pedir a demissão de um professor por uma fala, é um absurdo a CGU levar isso adiante e não ter sido arquivado sumariamente, mas esses são os tempos que estamos vivendo", disse Hallal.
A fala dos professores que gerou a reação do governo aconteceu em 7 de janeiro, durante uma live feita para explicar a indicação de Isabela Andrade como reitora da UFPel. Como aconteceu em outras universidades federais, Bolsonaro não seguiu a praxe de escolher o docente com maior votação pela comunidade universitária. [qual a lógica dos subalternos escolherem que vai chefiá-los?]
A universidade, por saber da tendência de Bolsonaro de não indicar o mais votado nas eleições internas, fez uma lista tríplice não com os mais votados, mas com os três integrantes da chapa vencedora: Paulo Roberto Ferreira Júnior, candidato a reitor, Isabela Andrade e Eraldo Pinheiro, todos os três da mesma chapa. Isabela foi escolhida como reitora e indicou Paulo como assistente da reitoria. Ambos atuarão em conjunto, como foi informado na live. Durante a apresentação, Hallal disse que Bolsonaro tentou "dar um golpe na UFPel", que o presidente era um "defensor de torturador" e o "único chefe de Estado do mundo que não defende a vacinação" contra a Covid-19. [as três QUALIDADES que o ex-reitor atribuiu ao Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR MESSIAS BOLSONARO, honram quem as possui, destacando que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, foi acusado várias vezes por prática de tortura e nunca foi condenado pela Justiça.
O coronel Ustra merece sim um local de destaque no Panteão da República, seu nome escrito no livro de aço - livro dos heróis - óbvio que a inclusão do seu nome exige que seja procedida, antes, a retirada de alguns nomes indevidamente inscritos naquele livro.]
"Nós nunca nos curvamos ao presidente da República e não nos curvaremos mais uma vez", afirmou.Já Pinheiro chamou o presidente de "sujeito machista, homofóbico, genocida, que exalta torturadores e milicianos".[Presidente Bolsonaro denuncie, mesmo que na condição de cidadão, esse pró-reitor, que ele compareça as barras dos tribunais e prove as acusações que expele contra Vossa Excelência.
O Brasil merece, exige e espera, que os assacadores de vitupérios contra Vossa Excelência, que ocupa por escolha de quase 60.000.000 de eleitores, o mais alto cargo da Nação sejam punidos e no mínimo tenham que indenizar o ofendido - ainda que o valor da pena seja doado aos necessitados.]
A Controladoria-Geral da União foi procurada para que entregasse o processo administrativo contra os dois professores e explicasse a base da punição por críticas ao presidente, mas a instituição não respondeu.Hallal, que é epidemiologista, coordena a primeira pesquisa nacional sobre prevalência da Covid-19 no país. A primeira etapa da pesquisa foi feita com financiamento do Ministério da Saúde, depois suspenso, e segue hoje com recursos privados.
Reuters - Brasil