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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Governo de SC faz lista de livros proibidos e manda tirar de circulação; veja as obras - O Estado de S. Paulo

Relação inclui best-seller, obra futurista e livro sobre amor e sexo; determinação é para que as obras sejam ‘armazenadas em local não acessível à comunidade escolar’. 
Governador atacou ‘agenda ideológica’ da educação federal [Decisão ACERTADÍSSIMA - já passa da hora de poupar nossas crianças do 'lixo cultural', com destaque para a pornografia e outras aberrações  = de péssimo gosto e também péssimo exemplo = que somos obrigados a engolir na chamada TV aberta e outros canais. São obras que não valem o papel no qual foram escritas e deveriam ser  vendidas em embalagens lacradas.]
 
 
Exemplo da produção cultural brasileira realizada com dinheiro público - o tempo passou e a qualidade piorou

  O governo de Santa Catarina elaborou uma lista de livros que devem ser banidos das escolas do Estado. Fazem parte da relação de obras proscritas um best seller de Stephen King, ‘It: A Coisa’, e a obra futurista de Anthony Burgess ‘Laranja Mecânica’, que deu origem ao filme de mesmo nome do cineasta Stanley Kubrick.

A lista dos proibidos inclui ainda ‘O Diário do Diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo’, que revela detalhes sobre o regime extremista de Adolf Hitler e o Terceiro Reich. Os títulos ‘Os 13 Porquês’, que gira em torno das consequências do suicídio, e ‘A Química Entre Nós’, que fala sobre amor e sexo a partir dos olhares da psicologia e da neurociência, também foram censurados pela Secretaria de Educação de Santa Catarina.

O governo de Santa Catarina distribuiu um ofício circular nessa terça-feira, 7, determinando a retirada dos livros da rede estadual de educação. No total, nove livros foram listados. Confira os títulos:

> A química entre nós (Larry Young e Brian Alexander)

> Coração Satânico (William Hjortsberg)

> Donnie Darko (Richard Kelly)

> Ed Lorraine Warren: demonologistas - arquivo sobrenaturais (Gerald Brittle)

> Exorcismo (Thomas B. Allen)

> It: A coisa (Stephen King)

> Laranja Mecânica (Anthony Burgess)

> Os 13 Porquês (Jay Ascher)

> O diário do diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo (Robert K. Wittman e David Kinney)

“Determinamos que as obras listadas sejam retiradas de circulação e armazenadas em local não acessível à comunidade escolar. Em breve enviaremos novas orientações”, diz o ofício. O documento é assinado pelo supervisor regional da Educação, Waldemar Ronssem Júnior, e pela integradora Regional de Educação, Anelise dos Santos de Medeiros.

Procurada pelo Estadão desde a noite dessa quarta-feira, 8, a Secretaria de Educação não se manifestou.

Em suas redes sociais, o governador Jorginho Mello criticou a educação a nível federal nesta terça-feira, 7. O destaque foi para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mello afirmou que a “agenda ideológica domina a pauta na educação federal”, ao mesmo tempo em que disse que ”em SC estamos preservando nossos valores e investindo pesado no futuro das crianças e dos jovens”. Ele não falou sobre a lista de livros proibidos em seu estado.

Política - O Estado de S. Paulo

 

sábado, 10 de agosto de 2019

Direito ameaçado - Hélio Schwartsman

Ciência nos dá elementos para questionar a ideia de que juízes podem julgar objetivamente

A Folha de terça-feira (6) trouxe duas reportagens de pessoas que, ao que tudo indica, passaram anos da cadeia por causa de erros judiciais, mais especificamente de reconhecimentos equivocados. Igor Barcelos, 22, ficou preso por três anos após ter sido identificado como autor de um roubo de carro, embora haja evidências físicas de que seria impossível que ele estivesse no local e hora do crime. O Innocence Project Brasil levantou as provas que o tiraram da cadeia. Ele permanecerá em liberdade enquanto a Justiça reanalisa o seu caso.  Antônio Cláudio Barbosa de Castro amargou cinco anos de prisão por ter sido apontado como autor de um estupro por uma menina de 11 anos, num inquérito que a polícia julgou inconclusivo —mas a juíza de primeira instância não. O Innocence Project também levantou incongruências em seu processo e ele foi inocentado na segunda instância.

Se é verdade que avanços tecnológicos, como exames de DNA, trouxeram novas e mais poderosas ferramentas para investigadores e juízes, a ciência, de modo mais amplo, não tem sido gentil com o direito.

A neurociência mostra, por exemplo, que a memória, base dos reconhecimentos e dos testemunhos, é absolutamente não confiável. Ela não funciona como um registro fotográfico, mas como linhas em um diário que reescrevemos cada vez que tentamos lembrar os fatos. Psicólogos não têm nenhuma dificuldade em implantar memórias falsas na cabeça das pessoas. A polícia também não.

E isso é só a ponta do iceberg. Desenvolvimentos da ciência nos dão elementos para questionar a ideia de que todos os seres humanos são capazes de conter seus impulsos, de que juízes podem julgar de forma objetiva e até de que o livre-arbítrio, base do edifício jurídico, exista. Paradoxalmente, a ciência também nos dá pistas de que, sem algo parecido com um sistema de Justiça, sociedades humanas entram em colapso.
 

Hélio Schwartsman - Folha de S. Paulo