Conheça a perigosa guerrilha que controla o norte do Paraguai
O Exército do Povo Paraguaio (EPP) já matou mais de 20 pessoas nos últimos dois anos e alguns se perguntam se o governo de Assunção está realmente tentando combatê-lo
No coração da América do Sul, um grupo terrorista relativamente novo no universo das lutas armadas está tomando o espaço das autoridades locais e provocando rumores de que o próprio governo age como cúmplice do grupo. O Exército do Povo Paraguaio (EPP) foi formalmente fundado em 2008, mas o movimento rebelde por trás da guerrilha marca presença no norte do Paraguai por quase 20 anos.
Guerrilha Exército do Povo Paraguaio(Reprodução/Twitter)
Mesmo com o envio de milhares de soldados e tendo declarado estado de emergência na região, o governo paraguaio parece não conseguir conter o grupo, que opera em algumas centenas de quilômetros quadrados de extensas florestas e propriedades agrícolas que só crescem. Ao todo, o EPP e seus fundadores já mataram mais de 50 pessoas - 25 só nos últimos dois anos - das quais 30 eram civis e 21 policiais ou militares. Em março, assassinaram três fazendeiros paraguaios desarmados, e espalharam panfletos proibindo o cultivo de "soja, milho, ou qualquer outro produto que exija pesticidas" pela propriedade.
Ele alega também que a polícia e a Força-Tarefa Conjunta (FTC) - a força organizada pelo presidente Horacio Cartes para combater os terroristas - são cúmplices no esquema de tráfico de drogas que acredita ser organizado pelo EPP. No final de junho, a Câmera dos Deputados criou uma comissão para investigar as acusações de corrupção na FTC. O clientelismo, cultivado por décadas de regime de partido único e que resultou em funcionários corruptos, que desviam grandes quantidades de dinheiro público, também desmotiva a população a denunciar as ações do grupo terroristas - que fica cada vez mais perigoso.
Fonte: Revista VEJA