Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
Num dia vem a público a "entrevista" de Lula com companheiros do Brasil 247 em que o presidente diz que, na prisão, desejava "foder" Sergio Moro e se vingar do juiz da Lava Jato.
No dia seguinte, vem a público a informação de que a polícia interceptou planos do PCC de matar autoridades, entre elas... Sergio Moro.
Não podemos esquecer que um preso do PCC disse que, com o PT, a entidade criminosa tinha"diálogos cabulosos". Lulistas conseguem subir favelas dominadas pelo tráfico de drogas sem escolta policial,como ficou claro na campanha, quando Lula usou o boné CPX na favela controlada pelo CV, ou mais recentemente, quando o ministro da Justiça Flavio Dino esteve no Complexo da Maré com apenas dois carros e sem forte esquema de proteção, o que só poderia acontecer com aval prévio dos bandidos.
O PT insiste muito na questão sobre quem mandou matar Marielle Franco, a vereadora do PSOL assassinada. Mas, curiosamente, o mesmo PT não tem a menor curiosidade de saber quem mandou matar Jair Bolsonaro, quando um esquerdista ex-filiado ao mesmo PSOL deu uma facada quase fatal no então candidato de direita.
O PT quer combater somente alguns crimes, enquanto outros ele parece ignorar - ou até defender, como os invasores do MST ou os sequestradores das FARC.
Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e agora deputado, reagiu: "O atentado do crime organizado contra a vida de Moro e sua família é um atentado contra a sociedade e todos os agentes da lei. Foi frustrado pela atuação coordenada da Polícia, do Congresso, do MP e da Justiça. Parabéns às instituições. Obrigado por não deixarem o crime vencer".
O ex-deputado Paulo Eduardo Martins comentou: "Parabenizo as forças policias por terem derrubado dos planos do PCC de assassinar autoridades, incluindo o Sen Sérgio Moro. O Brasil não pode se tornar um narcoestado, mas o risco é real. É preciso enfrentar a realidade e aniquilar essas organizações com toda a força disponível".
Esse ponto é muito importante. Afinal, a América Latina viu vários países caírem nas garras do narcotráfico, e o Foro de SP, idealizado e criado pelo PT ao lado do ditador comunista Fidel Castro, acaba endossando esse caminho.
Falar de possíveis ligações entre o partido do atual presidente e o crime organizado não é ser teórico da conspiração, mas simplesmente ser capaz de traçar elos evidentes e fazer perguntas pertinentes.
A mídia já está no esforço de desviar o assunto, cortar os possíveis laços entre a fala de Lula e a descoberta da polícia sobre o plano do PCC. Mas como podem ter tanta certeza de que não há qualquer ligação?Por que fingem que seria absurdo pensar numa relação mais próxima entre o PT e o PCC?
Os nossos militantes disfarçados de jornalistas reagem como se tal questionamento fosse já absurdo e coisa suja da "extrema direita", mas cabe fazer um exercício hipotético: e se houvesse um vídeo de Bolsonaro dizendo que desejava ferrar com Marielle Franco?
Qual seria a reação da imprensa?
Sem qualquer indício, essa turma alimenta há cinco anos a narrativa de que Bolsonaro poderia ser o mandante de tal crime bárbaro. Quem joga sujo, afinal? E quem protege criminosos?
O PT sonha com uma censura ao próprio passado petista,
mas o povo tem na memória o afago entre Lula e vários tiranos
Da esquerda para a direita, começando por cima: Lula com Fidel Castro,
Hugo Chávez, Mahmoud Ahmadinejad e Nicolás Maduro | Foto: Wikimedia
Commons/Divulgação
Além do maior escândalo de corrupção do país, a ligação de Lula e do PT com ditaduras socialistas é seu maior ponto fraco nesta campanha. Até porque os tucanos resolveram declarar apoio ao petista e assinar cartinha pela “democracia” alegando que Bolsonaro representaria uma ameaça às nossas liberdades, sem precisar apontar o motivo ou onde seu governo tenha avançado de fato contra nossas instituições.
Já Lula e seu PT nutrem desde sempre profundo apreço por regimes tirânicos. O TSE tem feito de tudo para apagar isso da memória do eleitor, inclusive censurando jornais, como a Gazeta do Povo,por simplesmente trazerem à tona o elo entre Lula e Daniel Ortega, o ditador da Nicarágua que persegue cristãos. O PT sonha com uma censura ao próprio passado petista, mas o povo tem na memória o afago entre Lula e vários tiranos.
A Folha de S.Paulo publicou nesta semana uma reportagem admitindo que a relação de Lula e do PT com ditaduras é uma“pedra no sapato” da candidatura esquerdista,já que o petista “foi próximo ideologicamente de líderes autoritários e firmou parcerias econômicas com regimes”socialistas.
Mas a Folha, como de praxe,tenta suavizar a coisa, dourar a pílula, tapar o sol com a peneira. Lula não foi próximo; ele ainda o é! E não se trata apenas de parceria econômica, mas de laços umbilicais ideológicos.
Lula fundou o Foro de SP com Fidel Castro, com o intuito de “resgatar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu”, ou seja, o comunismo. Lula sempre idolatrou Fidel, o maior tirano assassino da história do continente. Até mesmo durante a campanha, quando teve a oportunidade de se afastar um pouco do genocida (esse sim, verdadeiro genocida), Lula insistiu em sua profunda admiração pelo “líder cubano”.
Na Venezuela, Lula gravou vídeos de apoio tanto a Chávez como a Maduro, e disse certa vez que Chávez dirigia uma Ferrari, enquanto ele dirigia um Fusquinha, mas ambos apontando para o mesmo destino.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, sempre defendeu o regime venezuelano abertamente.
Na coligação do PT temos o PCdoB, que, além de comunista até no nome, já lançou manifesto de apoio à Coreia do Norte, o regime mais cruel do planeta.
Podemos falar também das tais ligações econômicas, claro. Quando o PT estava no poder, o BNDES virou instrumento para transferir recursos dos pagadores de impostos brasileiros para ditaduras socialistas como Cuba, Venezuela e Angola. Foram bilhões e bilhões de reais, e, se os mineiros ainda não possuem um metrô em Belo Horizonte, podem invejar os venezuelanos neste aspecto ao menos, pois Caracas construiu o seu graças ao nosso dinheiro enviado por Lula.
Nas manifestações esquerdistas, quase sempre há quebra-quebra, e Lula já chegou a defender os pneus queimados e a violência “revolucionária”. Que democracia é essa?
A diplomacia petista nessa época mirava na estratégia declarada sul-sul, ou seja, uma tentativa de reduzir a influência norte-americana e ocidental como um todo. Lula se aproximou de Ahmadinejad, o responsável à época pela ditadura iraniana. Lula se aproximou do Hamas, grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza. Lula foi ao Gabão e, ao retornar, “brincou”que foi lá aprender a como ficar quase 40 anos no poder.
Isso tudo é só a ponta do iceberg. Se o brocardo popular “diga-me com quem andas que te direi quem és” serve como sabedoria, então o PT sempre escolheu andar com as piores amizades. E nada disso é novidade. Em meu livroEstrela Cadente: as Contradições e Trapalhadas do PT, publicado em 2005, antes mesmo do Mensalão, já falou da bandeira ética esgarçada e dessa relação próxima com os piores tiranos do planeta.O Foro de SP não é uma invenção de Olavo de Carvalho, mas algo concreto criado pelo petista que se diz democrata.
Olívio Dutra, ex-governador petista do Rio Grande do Sul, chegou a receber no Palácio Piratini representantes das Farc, o grupo narcoguerrilheiro colombiano que sequestrou milhares de inocentes, além de ter estendido uma bandeira de Cuba na fachada do prédio. Quando Lula chama os sequestradores de Abílio Diniz de“meninos”, portanto, não é por acaso. O grupo responsável pelo sequestro também tinha cores ideológicas comunistas, e por isso acaba sendo protegido pelos parceiros do Foro de SP.
Isso no campo internacional, mas dentro do Brasil o PT sempre apoiou o MST, que promove invasões criminosas, e o MTST, seu braço urbano. Lula disse que Boulos e o MTST teriam papel relevante em seu eventual novo governo.
O PT tem “filósofos” que, além de odiar a classe média“fascista”,entendem a “lógica do assalto”. Nas manifestações esquerdistas, quase sempre há quebra-quebra, e Lula já chegou a defender os pneus queimados e a violência “revolucionária”.Que democracia é essa?
Como fica claro, Lula e o PT jamais demonstraram respeito pela democracia. Seu DNA é extremamente autoritário, quiçá totalitário. Tanto que o PT sempre tratou adversários como inimigos mortais, não como políticos ou partidos com divergências legítimas.
Os tucanos que resolveram apoiar Lula podem até fingir que estão preocupados com a nossa democracia, mas ninguém acredita mesmo nessa lorota.
Quem quer preservar a democracia não se une a quem mira nos exemplos de Cuba e Venezuela, ou quem liderou o Mensalão, esquema corrupto que usurpava a democracia representativa para transferir todo o poder para um só partido.
O TSE pode detestar isso, mas continua sendo verdade: o candidato petista tem ligação próxima com as piores ditaduras do planeta. Quem é democrata mesmo jamais votaria em Lula contra Bolsonaro.
O avanço da esquerda no continente faz do Brasil,
principal economia do cone sul, um ponto de resistência na luta pela
liberdade
Apoiadores do candidato Gustavo Petro comemoram depois que ele venceu o segundo turno das eleições presidenciais em Cali, Colômbia | Foto: Andres Quintero/AP/Shutterstock
A última reportagem de capa deOesteno ano passado tinha como título “América vermelha”. Alertava, em dezembro, para o avanço da esquerda como nunca no continente. Colômbia e Brasil eram as últimas trincheiras contra o populismo e o fim da liberdade na América Latina. Seis meses depois, só resta o Brasil.
No domingo passado, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro foi eleito presidente da Colômbia, tingindo ainda mais o mapa geopolítico de vermelho. Esta é a primeira vez que a esquerda chega ao poder num território marcado por décadas de derramamento de sangue no combate a narcoguerrilheiros e cartéis de drogas. A Colômbia registra em páginas tristes da sua história nomes como o do megatraficante Pablo Escobar, das Farc (Forças Armadas Revolucionárias) e do M-19 (Movimento 19 de Abril).
É por participar do violento M-19 que Gustavo Petro ficou conhecido. Ele fazia parte do grupo, que surgiu na década de 1970, como outros tantos formados por jovens marxistas pelo mundo. Logo entrou no radar das autoridades, pelo uso de pistolas e fuzis. A fama do bando armado começou em 1974, na invasão do Museu de Bogotá, para roubar a espada de Simón Bolívar, um dos líderes da independência do país. Anos depois, quando Pablo Escobar resolveu se meter na política, a espada foi parar nas mãos dele. Seu filho, Juan Pablo, já afirmou que brincava com ela quando criança.
“A esquerda precisa cativar jovens idealistas que não têm memória do que aconteceu no passado”
O M-19 foi responsável por uma série de sequestros que terminaram em mortes. O episódio mais trágico ocorreu em 6 de novembro de 1985. A imagem retratada na primeira temporada da série Narcos, da Netflix, mostra um tanque do Exército posicionado diante do Palácio da Justiça — o STF colombiano. Dentro do prédio, estavam 35 terroristas em conluio com o cartel de Medellín. Cem pessoas morreram, entre elas 11 magistrados. Pablo Escobar queria eliminar documentos. O M-19, tomar o poder.
Os “meninos” de Lula Para o Brasil e a economia global, a chegada de Gustavo Petro à Presidência assim como a de Gabriel Boric(uma espécie de Guilherme Boulos tatuado) no Chile pouco importam. São economias pequenas, pouco industrializadas e incapazes de competir com a produção agrícola de Mato Grosso, por exemplo. O que tem incomodado grande parte da sociedade é o radicalismo dessa ofensiva em bloco contra quem se opõe ao tal “progressismo”.
É como se fosse obrigatório estar engajado à agenda da esquerda para andar no compasso do mundo atual — isso inclui linguagem neutra(o “todes” e suas esquisitices, que não constam no dicionário), feminismo exacerbado, LGBT, “racismo estrutural”, etc. A coisa piora quando essa cartilha esbarra em minimizar o banditismo. Chamou a atenção, por exemplo, o primeiro discurso de Gustavo Petro depois de eleito: “Quanta gente morreu, quantos estão presos neste momento? Quantos jovens acorrentados e algemados, tratados como bandidos simplesmente porque tinham esperança e amor?”.Ele se referia a homens que foram parar na prisão por sequestros e assassinatos.
Veja o primeiro discurso do esquerdista presidente eleito da Colômbia. É a mesma conversa pró bandido do Lula. Não é por acaso pic.twitter.com/ekE6yedESF
— Paulo Eduardo Martins (@PauloMartins10) June 20, 2022
“A esquerda precisa cativar jovens idealistas que não têm memória do que aconteceu no passado”, afirma Gustavo Segré, analista político e consultor econômico argentino. “Por exemplo, da corrupção. No caso de Petro, esses jovens só se lembram de que ele foi prefeito de Bogotá, mas não que foi guerrilheiro.”
Os jovens de Petro não são diferentes dos “meninos” citados recentemente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em mais uma desastrosa fala eleitoreira de improviso. Ao lado do senador alagoano Renan Calheiros (MDB), contou que pediu ao então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, que libertasse os sequestradores do empresário Abílio Diniz, em greve de fome na cadeia.
“Fui na cadeia, no dia 31 de dezembro, conversar com os meninos e falar: ‘Olha, vocês vão ter de dar a palavra para mim, vocês vão ter de garantir pra mim que vão acabar com a greve de fome agora e serão soltos”, disse Lula. “Eles respeitaram a proposta, pararam a greve de fome e foram soltos. E eu não sei onde eles estão agora.”
O caminho para a revolução São nessas manifestações que os líderes de esquerda latinos se parecem. Lula já lamentou publicamente a prisão de jovens por furtos de celulares.E escorregou ao dizer que o presidente Jair Bolsonaro“não gosta de gente, gosta de policial”. Uma das bandeiras de campanha do colombiano Petro era “acabar com a abordagem do proibicionismo” em relação às drogas.
O advogado e ex-deputado chileno José Antonio Kast afirma que seu país segue na mesma direção. Ele perdeu as últimas eleições para Gabriel Boric. “O Estado de Direito tem de fazer valer a lei, ou a impunidade prevalece”, disse Kast a Oeste. “Não é só o narcotráfico que vai crescer, mas o mesmo se aplica ao ladrão de carros: se não for punido, no próximo assalto vai agredir o condutor. Se o militante ‘progressista’ acha que pode bloquear estradas porque nada vai acontecer, ele começa a incendiar e depredar.” O político conclui: “Começam a enxergar que é o caminho para uma revolução”.
Gabriel Boric, atual presidente do Chile, chegou a ser levado para uma delegacia em 2005. Foi fichado por furto, ao sair com um vidro de álcool escondido de um supermercado em Punta Arenas. Incendiar praças e vias públicas foi uma das marcas dos protestos que terminaram em vandalismo no Chile antes das eleições.
O consórcio sem juízo Os discursos da legião de governantes latinos de esquerda e seus apoiadores ainda sugerem a ampliação de relações diplomáticas com as ditaduras da Venezuela, Nicarágua e Cuba. Também é uníssona a narrativa de que os mandatários de direita estão depredando a Amazônia.No Brasil, é pior. A essa, somam-se acusações de que o presidente Jair Bolsonaro estimula a criminalidade na área de selva e promove genocídio de índios. A agenda ambiental, devidamente manipulada, desponta como a favorita dessa geração que vota pela primeira vez.
Com exceção de Equador, Uruguai e Paraguai, democracias com pouca expressão global, a vizinhança tem outros movimentos de esquerda em curso. O principal deles foi a vitória de Andrés Manoel López Obrador num plebiscito para esticar seu mandato na Presidência mexicana até 2024. Na Argentina, nem a miséria nas ruas de Buenos Aires nem a inflação galopante de 60% tiram a hegemonia do “kirchnerismo socialista”, atualmente representado por Alberto Fernández.
México e Argentina são bons exemplos de países onde a imprensa hoje paga o preço por ter apoiado candidatos populistas de esquerda. O tiro saiu pela culatra. López Obrador não só tenta silenciar a imprensa local como tem aversão aos correspondentes estrangeiros de jornais norte-americanos, mesmo os alinhados à esquerda. Já atacou publicamente o New York Times e o Washington Post. Cristina Kirchner, a vice-presidente que manda de fato na Argentina, ficou famosa por tentar fechar jornais que a investigam — o Clarín foi o pior caso, mas não o único. A caçada é descrita no livro A Batalha Final de Cristina, do jornalista Daniel Santoro.
Tentar regular os meios de comunicação depois de eleito foi uma marca nos países vizinhos. Poderia servir de alerta ao Brasil, não fosse a militância sem maquiagem das redações da velha imprensa, unidas em um consórcio político sem juízo. Apesar das críticas diárias à mídia tradicional, o fato é que Jair Bolsonaro não tentou calar articulistas que desejam sua morte em páginas de jornais nem repórteres que acham normal chamá-lo de fascista e genocida. Paralelamente, o consórcio também aplaude a censura imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF)a canais de direita na internet.
Em 2004, o governo brasileiro cancelou o visto do correspondente Larry Rohter, do New York Times. Tentou duas vezes estabelecer ferramentas de censura à imprensa, pelas mãos dos ministros Franklin Martins e José Dirceu, ambos ex-guerrilheiros de esquerda. O presidente era Lula — o candidato do consórcio.
Protestos contra o governo chileno em 2019| Foto: Unsplash
O encontro virtual teve a participação dosditadores Nicolás Maduro(Venezuela), Miguel Díaz-Canel (Cuba) e Daniel Ortega (Nicarágua). Outros países latinos enviaram representantes, inclusive os narcoguerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc. Quem mediou o evento foi a petista Monica Valente, mulher de Delúbio Soares, o tesoureiro oficial do mensalão.
É evidente que nada do que foi debatido no encontro teve alguma relevância a ponto de ser publicado em jornais, nem chacoalhou as bolsas pelo mundo, muito menos incomodou o empresariado. Mas a ordem para o Foro de São Paulo se reagrupar fazia algum sentido. Em outubro do ano que vem, Lula quer retomar o projeto de poder do PT,interrompido pela sua temporada na cadeia e pelo governo Jair Bolsonaro. Nada mais favorável do que buscar isso cercado por uma vizinhança amistosa.
“Não imaginávamos que esse encontro de partidos e movimentos chegasse aonde chegou, tornando-se um foro permanente e até uma referência para partidos de esquerda e progressistas de todo o mundo” (Lula, em julho do ano passado)
Chile O episódio mais recente do avanço das labaredas vermelhas pelo continente americano ocorreu no Chile. Gabriel Boric, um deputado de 35 anos do Partido Comunista e líder estudantil — seja lá o que isso ainda signifique neste século —, foi eleito presidente. Presidente da República, não do grêmio estudantil.
A reportagem de Oestevasculhou a trajetória de Boric e descobriu que, em janeiro de 2005, os guardas do supermercado Líder, na cidade chilena de Punta Arenas, notaram que um jovem havia saído do estabelecimento com um vidro de álcool sem pagar. Eles o interpelaram, levaram-no para a polícia e o ficharam por furto. O caso não seguiu adiante por causa do princípio da insignificância. Anos mais tarde, o rapaz afirmaria ter cometido “um erro”. Seu nome: Gabriel Boric.
Boric não é de família pobre. Seu pai foi gerente da Enap — equivalente à Petrobras. A condição financeira confortável permitiu que o garoto frequentasse o Colégio Britânico de Punta Arenas, no sul do país. Seu endereço à época, conforme consta no Boletim de Ocorrência, era o de uma mansão de dois andares de frente para o Pacífico.
Curiosamente, sua mãe fez exatamente a mesma coisa anos depois — no mesmo supermercado. Não foi a primeira vez. Em 2013, ela havia sido flagrada com cerca de R$ 250 em produtos surrupiados. Em 2016, por ser reincidente, a Justiça determinou que ficasse um ano sem entrar no estabelecimento. Boric apareceu na política em 2011, quando estudantes tomaram as ruas do país para protestar, entre outras coisas, contra a cobrança de mensalidades no ensino superior público (o que também existe em países de economia mais aberta, como os Estados Unidos). Em 2014, tornou-se deputado federal.
Longe de ser moderado, o partido de Boric, o Convergência Social, anuncia em sua plataforma a busca por “uma sociedade socialista, libertária e feminista”. O documento assusta ao falar em “socialização da produção”. O texto ainda critica a “aliança entre o patriarcado e o capital” e defende um projeto “continentalmente integrado”. Boric é uma espécie de Guilherme Boulos que deu certo.
Também sobrou, claro, para o presidente Jair Bolsonaro, classificado por ele como “racista, homofóbico” e adepto do “discurso de ódio”. Quando o brasileiro visitou o líder chileno Sebastián Piñera, em 2019, Boric se juntou aos baderneiros que organizaram um ato contra o presidente do Brasil.
Retrocesso Num país com quase 20 milhões de habitantes — do tamanho de Minas Gerais —e renda per capita maior do que o dobro do Brasil, o eleitor chileno resolveu praticar skate na Cordilheira dos Andes. Há mais de duas décadas, o Chile se nega a integrar os acordos tarifários do Mercosul. É um país de tradição econômica liberal, a despeito dos devaneios de Michelle Bachelet. Trata-se de uma nação que optou por negociações bilaterais, especialmente com os Estados Unidos. Além disso, detém o Porto de Antofagasta, com saída para o Oceano Pacífico.
A corda chilena, contudo, parece ter estourado num daqueles momentos de distração dos políticos do andar de cima. Sebastián Piñera enfrentou turbulências e pedidos de impeachment durante o mandato. Teve de manter o olhar fixo no Legislativo para não sair pela porta dos fundos e não entendeu o que acontecia na praça. Enquanto isso, grupos de vândalos encapuzados — como os black bloc brasileiros de 2013 — decidiram tomar as ruas, com Boric à frente. Pelo menos duas igrejas foram incendiadas desde 2019, entre elas a bela Igreja da Assunção, na Praça Itália, em Santiago. O Templo dos Carabineros (polícia chilena) também foi queimado.
A economia passou longe dos debates eleitorais neste ano de pandemia. A temática foi uma profusão de pautas LGBT mescladas com liberação do aborto, ampliação de programas sociais — Boric pretende criar uma espécie de Bolsa Família — e, especialmente, os direitos dos índios.
A presidente da Assembleia Constituinte, deputada Elisa Loncón, é uma representante dos mapuches. Ela batizou a nova Carta Magna, que deverá ser aprovada em 2022, como “Constituição da Mãe Terra”. Em outubro, quando a Assembleia realizou votações, Elisa conseguiu emplacar um pré-texto que fala em punir o “negacionismo” cultural e a opressão “aos povos originários durante a colonização europeia” — cerca de 10% do país afirma ser indígena. Segundo ela, são esses 10% que o Estado deve priorizar a partir de agora.
🌿Hoy nuestro presidente electo @gabrielboric visitó la CC asegurando que el proceso continuará de la manera más democrática y transparente durante su gobierno.
Vizinhos incômodos Desde 2011, a América Latina não era tão vermelha. E o cenário pode ser ainda pior — e inédito — caso o Brasil e a Colômbia optem por governos de esquerda no próximo ano. Equador e Paraguai também são exceções, mas têm peso menor na economia e na geopolítica do continente. Os equatorianos bateram na trave neste ano, mas o banqueiro Guillermo Lossa venceu a esquerda.
A Colômbia permanece sob o comando de Iván Duque, discípulo do ex-presidente Álvaro Uribe. Mas os colombianos vão às urnas em março para eleger um novo presidente. O senador Gustavo Petro, ex-integrante da guerrilha M-19 e ex-prefeito de Bogotá, aparece como favorito nas pesquisas eleitorais.
A lista de países sob domínio socialista-comunista é extensa e reúne a longeva ditadura cubana, a Venezuela chavista e a Nicarágua do golpista Daniel Ortega, que mandou prender seus adversários políticos. A Bolívia segue à mercê do grupo de Evo Morales e o Peru passou a ser administrado pelo sindicalista Pedro Castillo, uma espécie de Dilma Rousseff que fala espanhol.
Principal parceiro comercial do Brasil no continente, a Argentina segue com seu tango de alternar passos à direita, seguidos de recuos à esquerda. O único alento no país platino foi a vitória da direita nas eleições legislativas, que, além do susto na dupla presidencial, equalizou as forças.
Outra novidade foi a eleição neste mês da socialista Xiomara Castro em Honduras, encerrando um ciclo de 12 anos dos conservadores no poder. Ela é mulher de Manuel Zelaya — que ganhou notoriedade em 2009, ao transformar a embaixada brasileira em Tegucigalpa numa pensão, que ocupou por quatro meses para escapar da cadeia. No México, López Obrador é oficialmente o primeiro presidente de esquerda do país. Eleito em 2018, ele promove um plebiscito para saber se pode seguir até 2024.
Em outubro, será a vez de os brasileiros votarem para presidente. O professor de Ciência Política Jorge Corrado, da Universidade Católica de La Plata, na Argentina, afirma que o pleito no Brasil será crucial para os rumos da região. “É essencial que Bolsonaro — ou quem quer que represente a direita — triunfe”, diz. “Se o Brasil cair, estaremos em um continente incendiado. A tônica da esquerda é alcançar o poder, mudar a Constituição e permanecer no poder.”
Corrado afirma que, para aumentar as chances de sucesso, o presidente brasileiro deve ajustar sua postura pública — sem abrir mão dos princípios. “Ele precisa ter um discurso mais moderado e captar uma faixa maior da população”, diz. “Às vezes, ele tem de ser duro, às vezes conciliador. Se fizer isso, se tornará menos previsível para seus adversários”, argumenta o professor, que também é diretor do Instituto de Estudos Estratégicos de Buenos Aires.
Ele explica ainda que o sucesso da esquerda na América do Sul é fruto de três décadas de articulação conjunta, iniciada depois do colapso da União Soviética. A estratégia vai além da política eleitoral e inclui a ocupação de espaços em órgãos públicos, nas universidades e nos meios de comunicação. “Em alguns países essa semente tardou um pouco mais, em outros, menos, mas em todos ela deu frutos porque o Estado não se deu conta”, afirma. Se quiser vencer essa guerra, a direita precisará lutar nos mesmos fronts.
O que fica de lição para o Brasil na virada de um ano que promete ser de alta combustão política? Que o perigo mora ao lado. Por enquanto.
Argentina: Aposentados são impedidos de receber seu pagamento por não terem sido vacinados. Medida totalitária e inconstitucional que começou a valer na província de Buenos Aires.pic.twitter.com/Mot6m8BMT1
Milhões de cidadãos se sentem frustrados e impotentes. O produto
natural é uma indignação que flui para as redes sociais, seu único
espaço de expressão. Ali, ninguém é poupado. Os que patrulham a retórica
alheia só leem e só veem ódio, fake news e articulações
antidemocráticas quando as críticas se voltam ao Supremo.
Durante votos
que pareceram discursos na sessão do TSE que julgou a cassação da chapa
Bolsonaro-Mourão, as redes sociais ganharam evidência.A palavra
censura só não foi pronunciada porque tem carga negativa, mas ela esteve
ali, suspensa como lâmina de guilhotina justiceira. Disseminar ódio tem
sido acusação frequente contra as redes sociais. Muitos comunicadores
já foram calados; outros calaram-se.
É tênue a
linha que separa a indignação do ódio.A indignação expressa
inconformidade e impotência; é o sentimento dos injustiçados. Nos
espaços próprios da cidadania e nos devidos limites, costuma significar
dignidade ofendida, ou repulsa. Não deve descambar para o ódio porque
este afeta o discernimento e pode conduzir a ações condenáveis.Mas se
tem revelado conveniente confundir os dois sentimentos,chamando de ódio
o que é pura indignação manifestada com emoção que a expresse.
O debate
político, os desabafos dessa natureza nas redes sociais, não são do tipo
acadêmico, dialéticos, como pareceu ser o desejo do ministro Roberto
Barroso. Ao contrário, são manifestações que se parecem mais tensas,
como ocorre nos parlamentos, por exemplo.
Por outro
lado, ao longo de décadas,testemunhei e denunciei o ódio (neste caso,
sim), expresso em violência e chamando à violência, como nas invasões do
MST, nas vidraças quebradas e nos ônibus e catracas incendiados pelos
que querem tarifa zero no transporte público, nas ações do exército do
senhor Stédile, nas forças do senhor Vagner Freitas (CUT), nos black
blocs e nos Antifas, que em sua primeira aparição na Av. Paulista já
entraram numa fumaceira, queimando contêineres de lixo.“Não há mais
tempo para conversa e bons modos. (...) O que estamos esperando para
cruzar o rio?” (Roberto Requião, na Fundação Perseu Abramo, 2009). “Na
minha Bíblia está escrito que sem derramamento de sangue não haverá
redenção” (Benedita da Silva, no mesmo evento).
Recuando no
tempo, o Fórum Social Mundial transbordou amor à humanidade, mas os mais
veementes aplausos, em verdadeira euforia, tomavam conta do auditório
quando a revolução entrava na pauta com a presença de veteranos
revolucionários das FARC, de Cuba, da Argélia, da Argentina e a cada
menção a Che Guevara. Foram décadas de ódio e de apreço e compadrio com
regimes odiosos.
Não se zela pela democracia atacando sua essência, a liberdade de opinião.
Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de
dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do
Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Presidente fez chegar aos líderes militares, contrariados com a sugestão, que não dará curso à ideia
[para um bom inicio de Governo, até que as coisas peguem um rumo, a divisão ideal seria:
economia: Presidente Bolsonaro e Paulo Guedes;
assuntos militares: Presidente Bolsonaro, Alto Comando das Forças Armadas em articulação com o general Fernando Azevedo;
demais assuntos: Presidente Jair Bolsonaro e ministro da área envolvida.]
Em mais um recuo após a má repercussão da
ideia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez chegar aos comandantes militares e
oficiais generais da cúpula das Forças Armadas a informação de que não
haverá nenhuma base americana instalada no Brasil durante seu mandato. Segundo a Folha apurou com oficiais
generais que receberam o recado, a mensagem foi passada pelo ministro da
Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
Bolsonaro havia citado a possibilidade da instalação de uma base dos
EUA, país com o qual vem travando uma aproximação agressiva desde que
foi eleito, durante na semana passada.
Seu chanceler, Ernesto Araújo, confirmou a intenção na sequência. Ela
foi elogiada, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, pelo
secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que esteve na posse do
presidente no dia 1º. A declaração pegou os militares de surpresa, ainda mais vinda de um
egresso das fileiras do Exército conhecido pela retórica nacionalista.
O Alto Comando do Exército, centro de gravidade do poder militar
brasileiro, expressou seu descontentamento em conversas de seus membros
—os generais de quatro estrelas, topo da hierarquia. Azevedo e Silva,
que foi do colegiado e hoje está na reserva, conversou com Bolsonaro.
Os EUA possuem mais de 800 bases em cerca de 80 países, mas nenhuma
ativa na América do Sul.Estiveram presentes na Colômbia em acordo com o
governo local, dando apoio ao combate às FARC (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia).
Atuaram no Paraguai e, de 1999 a 2009, ocuparam uma base no Equador.
No caso colombiano, há talvez mil militares americanos ainda em solo
após o acordo de paz entre governo e Farc, em 2016. Mas o plano de
estabelecimento de bases locais foi rejeitado pela Justiça do país.
No Brasil, a simples ideia de haver militares americanos instalados
permanentemente causa urticária ao alto oficialato. O grau do
desconforto, ou de alívio com o recuo, será aferível nesta terça
(8JAN2019): Bolsonaro estará em um almoço em homenagem ao comandante da
Marinha.
A ideia da base contraria os princípios de soberania e busca de meios
de autodefesa estabelecidos pela Política Nacional de Defesa e pela
Estratégia Nacional de Defesa.
Mesmo que prosperasse, ela precisaria de autorização do Congresso, após o presidente consultar o Conselho Nacional de Defesa.
O Brasil só abrigou militares americanos durante a Segunda Guerra
Mundial. Em 1942, a ditadura de Getúlio Vargas cedeu áreas em Natal para
operações aeronavais aliadas no Atlântico, em troca de favorecimento
político e econômico.
Outra preocupação levantada pelos militares diz respeito a precedentes.
A Rússia conversa há anos com a ditadura chavista da Venezuela sobre
instalar uma base na costa caribenha do país, e poderia se sentir
estimulada por um movimento do gênero do Brasil.
De quebra, uma base russa cairia como uma luva para o acossado governo
de Nicolás Maduro, cuja reeleição foi denunciada por Brasil e outros.
A China, que vem comprando posições na exploração de commodities e na
área de energia na região, também poderia buscar alguma parceria,
trazendo elementos exógenos à tradição neutra da região.
A sugestão de Bolsonaro também causou preocupação na Força Aérea
Brasileira, mediadora das negociações para o estabelecimento de um
acordo com os americanos para o uso comercial da Base de Alcântara, que
tem uma das melhores posições geográficas para lançamento de foguetes do
mundo.
O temor era que a discussão de uma outra base americana fosse levada ao
Congresso, confundindo com o papel da base de foguetes, totalmente
diverso, melando o acordo.
Todo esse contexto leva à dúvida:como Bolsonaro deu curso à possibilidade? Não existe certeza, mas o núcleo militar do governo, formado por
generais da reserva em altos cargos, não havia sido ouvido sobre o caso.
A Folha ouviu de oficiais da ativa que as suspeitas todas recaem sobre o
novo chanceler, que é um fã declarado do governo de Donald Trump e
considera o presidente americano um líder no suposto embate entre os
valores ocidentais e o globalismo.
Segundo a visão que esposou em artigos e em seu discurso de posse, o
globalismo seria um ataque de raiz marxista a esses valores, e apenas a
união de países de tradição cristã poderia enfrentá-lo.
Isso casa com as ideias do escritor Olavo de Carvalho, que indicou
Araújo. Como o fiador do chanceler no cargo é Eduardo Bolsonaro,
deputado pelo PSL-SP e filho do presidente, os militares crêem que a
ideia emergiu por meio da influência familiar. De uma forma ou de outra, assim como teve a decisão de subir impostos
desmentida pela área econômica na sexta (4), Bolsonaro teve de recuar. E o fez numa área delicada, já que há um complicado equilíbrio entre os
influentes militares de sua equipe e as Forças Armadas, que os apoiam,
mas que temem politização de suas fileiras.
Município, que abriga duas penitenciárias, recebe mais de 200 policiais, drones de vigilância e veículos blindados
O servidor público Marcos Antonio Pereira, de 39 anos, mora num típico
bairro de cidade do interior paulista. Moradores conversam no portão no
fim da tarde, crianças jogam bola na rua, há poucos carros e nenhum
trânsito. No começo de outubro, policiais com armamento pesado tomaram
os arredores.
Um caminhão do Batalhão de Choque — o chamado Guardião, versão paulista
do carioca Caveirão, trazido de Israel e que suporta tiros de fuzil — se
posicionou na entrada. A casa de Pereira fica a cerca de um quilômetro
da Penitenciária 2, em Presidente Venceslau, onde estão presas as
lideranças mais perigosas da organização criminosa Primeiro Comando da
Capital (PCC).
— Virou o assunto. Ninguém sabia direito o que estava acontecendo — lembra Pereira.
Dias depois, ele tomou conhecimento, pelas redes sociais, da existência
de um suposto plano de resgate dos líderes da facção. Na ressaca de uma
eleição marcada pelas fake news, relatos fantasiosos começaram a pipocar
no WhatsApp. Um deles alertava sobre a possibilidade de explosões em
agências bancárias, postos de combustível e na Santa Casa. O pânico foi
generalizado. Sua mulher, professora de catequese, chegou para dar aula e
não havia nenhuma criança. Com quase 40 mil habitantes, Presidente Venceslau é uma cidadezinha um
tanto peculiar. Além de abrigar duas penitenciárias, é vizinha de uma
terceira, a de Presidente Bernardes, onde fica a chamada tranca-dura,
para onde vão os presos quando estão no “castigo”.
Apesar da familiaridade com o tema da segurança pública, a atual invasão
das tropas é inédita. Mais de 200 homens fardados chegaram para
reforçar a segurança. Por determinação judicial, o aeroporto, que só
comporta pequenas aeronaves particulares, foi fechado. Canhões de luz
varrem o céu à noite, à procura de drones da facção. Sem nenhuma
explicação oficial do governo de São Paulo, a população ficou perdida.O deputado federal major Olímpio, natural de Presidente Venceslau, agora
eleito ao Senado pelo mesmo PSL de Jair Bolsonaro, divulgou que o
resgate envolveria a contratação de forças paramilitares iranianas,
nigerianas e ex-combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc) — o plano, segundo autoridades ouvidas pelo GLOBO,
mencionava apenas africanos.
Clima de apreensão
O clima de apreensão existe, mas os moradores não se deixaram abalar. Ao
cair da tarde, a população continua com suas caminhadas habituais numa
pista que leva até os arredores das penitenciárias. Alguns se reúnem
para tomar tereré, uma bebida gelada feita de erva-mate, e jovens enchem
as calçadas em torno da mais nova modinha do interior: o narguilé, um
cachimbo oriental.
Em um dia andando pela cidade, a reportagem cruzou cinco vezes com o
Choque, uma com a Rota, duas com a cavalaria, além de incontáveis
encontros com as polícias militar e ambiental. A situação atípica impôs
ali uma espécie de pacto de silêncio. Nenhuma autoridade aceita falar
publicamente. Parte dos policiais forasteiros está insatisfeita. Quando o governo de
São Paulo os despachou para Presidente Venceslau, seus superiores
imaginavam que seria uma situação emergencial, de cerca de duas semanas.
Os mais de 200 homens estão em alojamentos provisórios. Um PM que
participa da operação relata que um local adequado para menos de 20
homens abriga 50. Na última terça-feira, havia um corre-corre para
conseguir ventiladores e beliches.
Autor de plano
O homem por trás do plano de resgate que abalou Presidente Venceslau é
Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, o maior fornecedor de armas e
drogas para a facção, segundo a polícia brasileira. Sob condição de
anonimato, a informação foi confirmada ao GLOBO por integrantes dos
serviços de inteligência da Secretaria da Administração Penitenciária
(SAP), Ministério Público (MP) e Polícia Militar (PM).
Amigo de infância de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe da
facção, Fuminho, hoje foragido na Bolívia, não é integrante da facção,
mas há décadas se tornou um dos principais aliados da organização
criminosa. O plano de resgate fez ressurgir a discussão sobre a transferência dos
chefes da organização criminosa para presídios federais. É quase
unanimidade entre policiais e promotores a ideia de que isolar a cúpula
da facção em penitenciárias federais, distantes de São Paulo, quebraria
sua cadeia de comando e ajudaria a enfraquecê-lo.
Representantes do Ministério Público se encontraram com o governador
Márcio França (PSB) para tratar do assunto na última segunda-feira. A
reunião terminou sem consenso.
Segundo um dos presentes no encontro, França diz que o governo de São
Paulo tem os presídios mais seguros do Brasil. Nos bastidores, a
preocupação é outra: o risco de uma retaliação por parte da facção
criminosa.
Corrupção, de fato, sempre houve em toda parte, mas a do PT atingiu níveis tais que quebrou as finanças do país.A militância petista, não mais podendo ocultar a conduta criminosa e
predadora do partido, em quatro governos sucessivos, busca diluí-la no
quadro geral da corrupção histórica do país. O PT teria feito apenas o que todos fizeram, não merecendo o destaque que lhe é dado, de recordista mundial na categoria. O destaque, no entanto, é indiscutível – e mede-se em números.
Corrupção, de fato, sempre houve em toda parte, mas a do PT atingiu
níveis tais que quebrou as finanças do país. Desdobrou-se, basicamente, em duas frentes: numa, a convencional,
enriquecia os seus agentes; noutra, sem precedentes, financiava uma
revolução, que, no limite, poria fim à própria nação, em nome de outra,
denominada Pátria Grande.
Uma nação ideologicamente forjada, a partir de manobras de cúpula,
sem que as respectivas populações dos países que a integrariam – América
do Sul e Caribe – fossem jamais consultadas ou sequer informadas. Um
dia amanheceriam em outro país. A instância de planejamento estratégico e de execução de tal
maracutaia era o Foro de São Paulo, criado em 1990, por Lula e Fidel
Castro.Reunia partidos e entidades de esquerda do continente, nela
incluídas organizações criminosas, ligadas ao narcotráfico, como as Farc
(Colômbia) e o MIR(chileno). PCC e Comando Vermelho não lhe eram (e
não lhe são) indiferentes, para dizer o mínimo.
O PT só chegaria ao poder federal doze anos depois, com Lula, mas,
nesse período, amealhou gradualmente prefeituras e governos estaduais,
que, em alguma medida, passaram a servir àquele projeto. Uma vez na Presidência da República, o PT impôs-lhe um up grade,
financiando-o por completo. Pôs a máquina governista a serviço da causa,
depenando, entre outras estatais, Petrobrás, Eletrobrás, Caixa
Econômica, Banco do Brasil e, sobretudo, BNDES. Os desvios, somados, ultrapassam a casa dos trilhões. O TCU examina
empréstimos irregulares ao exterior, pelo BNDES, em torno de R$ 1,3
trilhão. Nenhum deles cumpriu o imperativo constitucional de ser
submetido à aprovação do Congresso. Ao contrário, receberam tarja de ultrassecreto no BNDES, que captava
esses recursos, não disponíveis em seus cofres, no mercado, pagando
juros de 14,5% e cobrando do destinatário juros de 4%. A diferença, como
de hábito, ficou por conta do contribuinte brasileiro.
Mesmo com essas facilidades, o país não se livrou do pior: o calote.
Venezuela e Equador já avisaram que não irão pagar a conta, o que
resultou em aumento da dívida interna nacional. Além dos países do continente, a manobra beneficiou ditaduras
africanas, contempladas com obras de infraestrutura empreendidas pelas
empreiteiras nacionais que figuram no Petrolão (Odebrecht, OAS, Queiroz
Galvão etc.), tendo Lula como lobista. O resultado é a presente recessão, com mais de 14 milhões de
desempregados e orçamento deficitário em mais de R$ 130 bilhões pelo
terceiro ano consecutivo. O PT quer pendurar essa conta no governo Temer que, no entanto, por
mais que se esforçasse, não teria tempo de construir tal desastre.
Aécio, Temer, Geddel, Eduardo Cunha são os corruptos convencionais, cuja
escala é mensurável. Lula, José Dirceu et caterva são os corruptos
revolucionários, sem limites e sem pátria.
Não há o que comemorar. Apesar de a imprensa anunciar com assombro
algumas “vitórias” da suposta direita conservadora, o que se viu na
realidade foi maquiagens e arranjos na base do Photoshop, limpezas
cosméticas para enganar incautos.
Muito se celebrou sobre o “acordo de paz” na Colômbia, onde as FARC,
agora partido político oficial com outro nome mas a mesma sigla e planos
estratégicos, saiu dos montes e se incorporou à vida civil. Na ONU, e
com o aval do governo dos Estados Unidos, as FARC foram retiradas da
lista negra como grupo terrorista. Deixaram e entregaram as armas?Só
uma meia dúzia de fuzis e pistolas velhas enquanto o arsenal pesado
continua bem guardado, em Cuba e Venezuela, ou em alguns esconderijos
secretos dentro do território nacional. Suas fichas criminais foram
lavadas e hoje permanecem mais imaculadas do que os lírios do campo.
Criou-se uma lei especial para julgar seus crimes que não vão puni-los
com prisão mas, bem ao contrário, vão premiá-los com 16 cadeiras no
Parlamento, mesmo e apesar de mais de 80% da população ter rejeitado
esta excrescência, mais um crime cometido contra suas vítimas.
Acabou-se a guerrilha mais antiga e financeiramente mais poderosa da
América Latina? Evidentemente que não. Mais uma maquiagem foi feita. Uma
parte dos guerrilheiros hoje aparece como uma “dissidência”, para que o
movimento permaneça ativo fazendo o que de melhor sabem: produzir e
comercializar cocaína, em pasta base ou pó, que garante os bilionários
lucros aos chefões.
Na Venezuela a oposição tornou-se maioria na Assembléia Nacional mas
não teve o direito de legislar, pois o ditador Maduro a despeito do
rechaço da população num fraudulento e inconstitucional plebiscito
instalou uma Assembléia Nacional Constituinte que é quem DE FATO está
mandando no país. A miséria e a opressão aumentam a cada dia, mas a
cosmética segue, com o apoio do Foro de São Paulo (FSP), numa rodada de
conversações ocorridas na República Dominicana onde a palavra final
ficou com a ditadura.
O Chile realizou eleições presidenciais e a vitória coube ao
ex-presidente Sebastián Piñera, um bilionário que é visto como
“conservador”, pelo simples fato de ser dono de uma grande fortuna. Em
2013, quando Piñera estava em seu primeiro mandato, a CELAC realizou seu
primeiro encontro oficial no Chile e, a propósito desse evento escrevi o
artigo-denúncia em meu blog Notalatina [1]. Naquela ocasião,
Piñera, que era visto como democrata e conservador, “odiado” pelo FSP,
impediu que o Paraguai – que é membro oficial do bloco – participasse do
encontro para não causar “constrangimento” nos outros países membros do
MERCOSUL e UNASUL que o haviam suspendido pela deposição – legítima e
constitucional – de Fernando Lugo. Como se não bastasse, Piñera prestou
homenagens no túmulo do ex-ditador Salvador Allende, para agradar o
ditador Raúl Castro, de Cuba, que desejava colocar flores em sua
memória.
Seu governo anterior foi pífio, e tanto é prova disso que apenas 56%
da população em condições de votar participou das eleições, sendo sua
vitória consagrada de fato por apenas 28% da população. Mas nem tudo foi desgraça. Uma maquiagem foi desfeita quando Mônica
Valente, Secretária Executiva do Foro de São Paulo, confirma a análise
que fiz em meu livro “O Foro de São Paulo – a mais perigosa organização revolucionária das Américas” [2], quando afirma que o “novo” MERCOSUL, a UNASUL e a CELAC foram criadas pelo FSP para melhor expandir seus tentáculos. Em março o processo contra Lula deve ser julgado em segunda instância
e só depois disso saberemos se essa organização revolucionária
criminosa realmente está enfraquecida, ou se renascerá das cinzas como a
Fênix. A ver…
Enquanto no Brasil as atenções estão voltadas para os escândalos de
corrupção e quanto Temer teve que desembolsar do erário público para
comprar consciências e votos de parlamentares, o Foro de São Paulo (FSP)
segue seu curso impávido, interferindo nas decisões políticas da
Venezuela e Colômbia, ao mesmo tempo em que se queixa da “intervenção”
do “império” e países a este aliados. E nada se diz na imprensa
nacional.
Valendo-se do desinteresse dos brasileiros ao que acontece nos países
vizinhos, Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Monica Valente,
secretária de Relações Internacionais do PT e do FSP, emitiram uma nota
conjunta onde saúdam a vitória do PSUV nas eleições para governador no
último 15 de outubro, e registram, sem se dar conta, sua vocação
ditatorial de se perpetuar indefinidamente no poder , quando dizem com
gáudio “…em dezoito anos de governos liderados pelo PSUV” [1].
Como das inúmeras vezes anteriores, a fraude foi a estrela mais
reluzente uma vez que, um país que passa por um dos piores momentos de
sua história pela fome, miséria, assassinatos a soldo do Governo
impunes, centenas de presos-políticos e massiva saída do país,é
estarrecedor que de 23 estados, 18 dos governadores eleitos pertençam ao
partido governista. O povo já havia rechaçado rotundamente a Assembléia
Nacional Constituinte, instalada de forma ilegal e inconstitucional,
mas o ditador Nicolás Maduro a impôs à revelia, apesar das condenações e
não reconhecimento de países como Estados Unidos, Canadá, União
Européia, OEA e quase toda a América do Sul, obtendo o apoio apenas de
seus aliados do FSP em Resolução aprovada no XXIII Encontro ocorrido em
julho, em Manágua [2]. Ninguém vê nada de esquizofrênico nisso e ainda
há os que aplaudem chamando essa aberração de “democracia”.
Enquanto isso, na Colômbia, o pacto Santos-FARC-FSP continua de vento
em popa. Lá, o povo soberano também rechaçou rotundamente o famigerado
“acordo de paz” através de um referendo em 2 de outubro de 2016, cujo
resultado foi solenemente ignorado pelo governo, e agora apresenta sua
jóia da coroa: um engendro chamado “Justiça Especial de Paz” (JEP) que
fere tudo o que se conhece de Direito e Tratados internacionais, criada
unicamente para beneficiar os narco-terroristas das FARC e condenar
militares honrados, acusados através de falsos testemunhos e testemunhas
falsas, de delitos que jamais cometeram.
É o caso do Coronel Hernán Mejía Gutiérrez, reconhecido comandante e
herói do Exército Colombiano no período do ex-presidente Álvaro Uribe e
também no combate ao holocausto do Palácio da Justiça, acusado por
testemunhas falsas de ter “nexos” com para-militares, e agora vítima de
perseguição judicial. O Coronel Mejía havia sido condenado a 19 anos de
prisão mas decidiu apresentar uma carta à JEP afirmando que acolheria
esse sistema, o que lhe garantiria a prisão domiciliar. No dia 5 de
outubro em uma carta enviada à JEP, o Exército Colombiano solicitou sua
liberdade condicional indicando que ele cumpria com os requisitos
estabelecidos na Lei 1820 de 2016, mas uma juíza da Quarta Sala Penal
revogou a medida e o encaminhou ao centro penitenciário La Picota,
apesar dele estar gravemente enfermo.
Já é de conhecimento público que a testemunha-chave contra o Coronel
Mejía foi Edwin Manuel Guzmán, um sargento que foi detido em Valledupar,
quando o coronel descobriu que ele vendia armas e munições às FARC e
aos para-militares. Num claro ato de vingança, esse sargento fez a falsa
denúncia de que era o Coronel Mejía, e não ele, quem tinha “negócios”
com notórios para-militares, que foi prontamente acolhida como verdade
bíblica, ganhando a liberdade e ainda o status de “testemunha
protegida”. Três anos depois, outros dois prisioneiros, em busca dos
mesmos benefícios, confirmaram o falso testemunho dado pelo sargento.