Moody’s rebaixava a
nota da estatal; agora, ela está no grau especulativo;
ações devem voltar a derreter nesta quarta.
Eis o legado do fanfarrão, que estava cercado por milicianos
Parecia
roteiro de filme barato, mas era verdade. Nesta terça, enquanto Luiz Inácio
Lula da Silva, cercado por milicianos truculentos, comandava um ato no Rio contra a Operação Lava Jato, contra a imprensa e contra a decência, a agência de
classificação de risco Moody’s rebaixava
uma vez mais, a exemplo do que fizera em janeiro, a nota da estatal, que já estava em Baa3, o último patamar do chamado
grau de investimento. Agora, na Moody’s, a estatal
está no grau especulativo — ou por
outra: a
agência está dizendo aos investidores do mundo inteiro que pôr dinheiro na Petrobras não é seguro. A agência está
dizendo ao mundo inteiro que emprestar dinheiro para
a Petrobras é arriscado.
Desta feita, não foi uma queda qualquer: a
Moody’s botou a Petrobras dois degraus abaixo de uma vez só. Em vez de cair para Ba1, o que já seria catastrófico, a empresa
despencou para Ba2, e a agência ainda
cravou um viés negativo no caso de uma futura avaliação. Só para vocês terem uma ideia: acima dessa nota, há outras… 11. Abaixo dela, apenas 9. Na Fitch e na Standard & Poor’s,
a Petrobras está também a um
rebaixamento apenas de passar para o grau especulativo.
A partir de agora, tudo se torna mais difícil para a empresa. A maioria dos fundos
proíbe investimento em empresas nessa categoria. Pior: em alguns casos, a ordem é se
desfazer dos papéis, ainda que amargando prejuízos. Para se financiar
dentro e fora do Brasil, a Petrobras terá de pagar juros mais elevados. E isso
se dá num momento em que a empresa já teve de reduzir ao mínimo seus
investimentos na área de exploração e refino de petróleo, suas atividades
principais.
O mais impressionante é que o rebaixamento veio duas semanas depois de
Dilma trocar toda a diretoria da Petrobras. Isso reflete a confiança do mercado
na nova equipe. A operação foi
desastrada. Com
ou sem razão — e nós veremos —, o juízo
unânime é que a
governanta escolheu um presidente para
maquiar no balanço as perdas bilionárias decorrentes da corrupção e da
gestão ruinosa do PT.
E não se enganem: atrás do rebaixamento
da nota da Petrobras, pode vir o rebaixamento da nota do Brasil. Na própria Moody’s, já não é grande
coisa. O país é “Baa2”. Ainda é “grau de investimento”, mas bem modesto.
Se o país cair mais dois, vai para a
categoria dos especulativos. O mesmo acontece na Fitch (BBB): um
próximo rebaixamento (BBB-) poria o
país a um passo da zona vermelha. Na Standard & Poor’s, a posição do país é mais preocupante: rebaixado em março,
caiu de “BBB” para “BBB-“, mesma
nota da Petrobras. Nessa agência, uma próxima queda conduziria o país para “BB+”, primeiro nível do grau especulativo. Foi o que já fez a
agência britânica Economist Intelligence
Unit na semana retrasada: o rebaixamento, de BBB para BB, lançou o Brasil no grupo dos potenciais caloteiros.
Não
obstante, naquele espetáculo de
pornografia desta segunda, Lula vituperou contra a investigação e contra a imprensa e
conclamou João Pedro Stedile a pôr seu exército na rua — sim, ele empregou a palavra “exército”. Aquele que a ex-filósofa Marilena Chauí disse “iluminar o mundo” quando fala ainda encontrou tempo para especular sobre a
situação no Iraque. E disparou: “Já tem gente lá com saudade do Saddam
Hussein, porque no tempo dele se vivia em paz”.
Lula, este celerado, tem uma
noção muito particular de paz. Pelo menos 300 mil
pessoas, árabes, foram assassinadas pelo regime de Saddam. Nessa conta, não estão pelo menos 100 mil curdos, vítimas dos gases
mostarda, sarin e tabun. É o que Lula chama de “viver em paz”. Foi o regime
criado por esse cara que quebrou a Petrobras. Agora
os brasileiros começam a pagar a conta
de sua irresponsabilidade, de sua ignorância e de sua estupidez.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo