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quinta-feira, 5 de maio de 2016

Cunha terá coragem de chutar o balde?

Eduardo Cunha terá condições de dar alguma espécie de "troco" por ter sido detonado de forma inédita - e até corajosa - pela cúpula do Poder Judiciário? Eis a grande dúvida da politicagem reinante em Brasília. Cunha reagiu muito pt da vida: "A gente respeita a Suprema Corte do país. Obviamente a decisão tem que ser cumprida. Porém, não posso deixar de estranhar e contestar. Obviamente, vou recorrer". Pelo jeito, agora cabe apenas recurso ao Papa Francisco...

Como era previsível, o plenário do Supremo Tribunal Federal referendou, com a unanimidade de 11 votos, o teor das 79 páginas da decisão provisória do ministro Teori Zavascki que afastou o deputado Eduardo Cunha do mandato e da presidência da Câmara Federal. Cunha, que não pretende renunciar, só continua com o absurdo direito ao foro privilegiado. O intrépido Waldir Maranhão (do PP da terra do Sarney) assume a presidência da Câmara. Contrariando Tiririca, pior que está... ainda fica...

O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, aproveitou para ressaltar que não houve intervenção do judiciário no legislativo. Apesar de tal versão, circula pela internet uma versão de que Teori agiu para impedir que, também na calada da noite, Levandowski e Marco Aurélio, articulados, propusessem, além do afastamento de Cunha, a nulidade total de seus atos, o que incluiria o processo de impedimento de DilmaNo entanto, ficou o dito pelo não dito, como mero boato... Dilma é cabra marcada para cair... Já foi, sem nunca ter sido.

O certo é que a decisão de afastar Cunha acentua uma guerra não-declarada entre o legislativo e o judiciário. Pelo menos oito líderes partidários questionaram a decisão do STF. Os líderes do PMDB, Leonardo Picciani, do PR, Aelton Freitas, do Solidariedade, Paulinho da Força, do PSC, André Moura, do PTN, Renata Abreu e do PP, Aguinaldo Ribeiro, e PSD, Rogério Rosso. Os parlamentares sabem muito bem que pau que o STF deu em Cunha agora vale para eles também...

Quem melhor justificou a decisão do STF foi seu decano Celso de Mello. Em seu voto, com o costumeiro conteúdo jurídico, ressaltou que todo chefe de poder republicano pode ser legitimamente afastado por uma liminar emanada pela Corte Suprema. Durante o voto de Mello, a imagem em plano aberto do plenário lotado do STF exibiu um sorridente conchavo entre o presidente Ricardo Lewandowski e o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. O motivo da graça entre ambos fica oculto.  

O Alerta Total insiste: O agravamento da instabilidade e da insegurança jurídica são os cenários previsíveis e realistas no presente do Brasil de futuro incerto. Já ficou claro que Michel Temer, o vice que traiu Dilma Rousseff, mas conchava secretamente com Lula, é uma peça meramente transitória que não tem compromisso com as mudanças estruturais que o País precisa para superar a gravíssima crise estrutural - com alto risco de descambar para uma ruptura institucional combinada com violenta radicalização política e desagregação nacional.

De qualquer forma, ainda fica no ar a pergunta: Quem agora corre risco de tomar no Cunha - como se brinca no popular?

Tem gente apostando que Renan Calheiros e até o futuro Presidente Michel Temer são candidatíssimos... Vale a pena ler a íntegra da histórica liminar de Teori contra Cunha:

http://infogbucket.s3.amazonaws.com/arquivos/2016/05/05/acao-cautelar-4070.pdf

Praga do Cunha

Eduardo Cunha, em seu desabafo, fez críticas ao PT e a Dilma:

"É óbvio que tem um processo político por trás disso, em que vários momentos enfrento a contestação do PT, que gosta de companhia no banco dos réus. É óbvio que o fato de ter conduzido a sessão do impeachment, que culminou com a votação que teve, mostra que ia ter uma reação, e já era mais do que esperada. A partir dai passou-se a buscar essa reação para me trazer ao banco dos réus na companhia deles".

"Isso vai acabar na quarta-feira que vem. Vamos ter o afastamento da presidente da República e depois seu afastamento definitivo, para que o Brasil possa se livrar dessa era do PT, dessa era que tanto mal fez ao nosso país e que os crimes de responsabilidade cometidos pela presidente possam ser efetivamente punidos. Quanto a dizer que antes tarde do que nunca, posso repetir a mesma frase. Quarta-feira que vem nós vamos dizer: antes tarde do que nunca que o Brasil vai poder se livrar do PT — disse sobre a votação do impeachment no plenário do Senado, quando a presidente poderá ser afastada do cargo por até 180 dias".

Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão