Eduardo Cunha terá condições de dar
alguma espécie de "troco" por ter sido detonado de forma inédita - e
até corajosa - pela cúpula do Poder Judiciário? Eis a grande dúvida da
politicagem reinante em Brasília. Cunha reagiu muito pt da vida: "A gente
respeita a Suprema Corte do país. Obviamente a decisão tem que ser cumprida.
Porém, não posso deixar de estranhar e contestar. Obviamente, vou recorrer". Pelo
jeito, agora cabe apenas recurso ao Papa Francisco...
Como
era previsível, o plenário do Supremo Tribunal Federal referendou, com a
unanimidade de 11 votos, o teor das 79 páginas da decisão provisória do
ministro Teori Zavascki que afastou o deputado Eduardo Cunha do mandato e da
presidência da Câmara Federal. Cunha, que não pretende renunciar, só continua
com o absurdo direito ao foro privilegiado. O intrépido Waldir Maranhão (do PP
da terra do Sarney) assume a presidência da Câmara. Contrariando Tiririca, pior que está... ainda fica...
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski,
aproveitou para ressaltar que não houve intervenção do judiciário no
legislativo. Apesar de tal versão, circula pela internet uma versão de que
Teori agiu para impedir que, também na calada da noite, Levandowski e Marco
Aurélio, articulados, propusessem, além do afastamento de Cunha, a nulidade total
de seus atos, o que incluiria o processo de impedimento de Dilma. No
entanto, ficou o dito pelo não dito, como mero boato... Dilma é cabra marcada para cair... Já foi, sem nunca ter sido.
O certo é que a decisão de afastar
Cunha acentua uma guerra não-declarada entre o legislativo e o judiciário. Pelo
menos oito líderes partidários questionaram a decisão do STF. Os líderes do
PMDB, Leonardo Picciani, do PR, Aelton Freitas, do Solidariedade, Paulinho da
Força, do PSC, André Moura, do PTN, Renata Abreu e do PP, Aguinaldo Ribeiro, e
PSD, Rogério Rosso. Os
parlamentares sabem muito bem que pau que o STF deu em Cunha agora vale para
eles também...
Quem melhor justificou a decisão do
STF foi seu decano Celso de Mello. Em seu voto, com o costumeiro conteúdo
jurídico, ressaltou que todo chefe de poder republicano pode ser legitimamente
afastado por uma liminar emanada pela Corte Suprema. Durante o voto de Mello, a
imagem em plano aberto do plenário lotado do STF exibiu um sorridente conchavo
entre o presidente Ricardo Lewandowski e o Procurador Geral da República,
Rodrigo Janot. O motivo da graça entre ambos fica oculto.
O Alerta Total insiste: O agravamento
da instabilidade e da insegurança jurídica são os cenários previsíveis e
realistas no presente do Brasil de futuro incerto. Já ficou claro que Michel
Temer, o vice que traiu Dilma Rousseff, mas conchava secretamente com Lula, é
uma peça meramente transitória que não tem compromisso com as mudanças
estruturais que o País precisa para superar a gravíssima crise estrutural - com
alto risco de descambar para uma ruptura institucional combinada com violenta
radicalização política e desagregação nacional.
De qualquer forma, ainda fica no ar a
pergunta: Quem agora corre risco de tomar no Cunha - como se brinca no popular?
Tem gente apostando que Renan Calheiros e até o futuro Presidente Michel Temer são candidatíssimos... Vale a pena ler a íntegra da
histórica liminar de Teori contra Cunha:
http://infogbucket.s3.amazonaws.com/arquivos/2016/05/05/acao-cautelar-4070.pdf
Praga do Cunha
Eduardo Cunha, em seu desabafo, fez
críticas ao PT e a Dilma:
"É óbvio que tem um processo
político por trás disso, em que vários momentos enfrento a contestação do PT,
que gosta de companhia no banco dos réus. É óbvio que o fato de ter conduzido a
sessão do impeachment, que culminou com a votação que teve, mostra que ia ter
uma reação, e já era mais do que esperada. A partir dai passou-se a buscar essa
reação para me trazer ao banco dos réus na companhia deles".
Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão
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