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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Arcebispo é acusado de LGBTfobia ao recusar conceder entrevista a repórter

Situação aconteceu no Espírito Santo, município do Rio Grande do Norte. Dom Jaime, arcebispo metropolitano de Natal, só aceitou gravar depoimento se estivesse sozinho. "Tô achando que estão me usando para me ridicularizar", disse

[ao que percebemos na leitura da matéria não ocorreu nada que possa ser considerado homofobia ou algo do tipo.
Eventual recusa do Arcebispo metropolitano em conceder a entrevista, antes ou durante, é um direito de qualquer entrevistado - se recusar a conceder entrevista ainda não é crime, ainda que por analogia.]
O arcebispo metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, se envolveu em uma polêmica na última segunda-feira (1º/2). Isso porque, depois de presidir uma celebração no Espírito Santo, cidade da região do agreste potiguar, ele se incomodou com o repórter e se recusou a dar entrevista para o canal que transmitia a cerimônia pelas redes sociais. “Tô achando que estão me usando para me ridicularizar”, disse Dom Jaime. 

Na ocasião, o arcebispo foi convidado pela paróquia local para presidir a missa de encerramento da novena que celebra a Festa de Nossa Senhora da Piedade, padroeira da região. Terminada a cerimônia, o comunicador Ricardo Sérgio pediu para que Dom Jaime o concedesse uma entrevista para que pudesse falar as impressões de estar participando da comemoração em prol da Virgem da Piedade.

Quando Ricardo iniciou a apresentação de Dom Vieira, contudo, o arcebispo logo se mostrou incomodado com a fala do rapaz e, ao ser questionado sobre a festa, o clérigo expressou descontentamento: “Eu não 'tô' gostando dessa entrevista não. 'Tô' achando que estão me usando para me ridicularizar, é?”, perguntou o arcebispo. Prontamente o comunicador respondeu “não”, e perguntou como o pároco gostaria que a declaração fosse conduzida. Dom Jaime, então, agradece e pede para que a entrevista seja encerrada. “Deixe está”, afirmou.

Ricardo, desconfortável, começa a retirar o microfone de lapela que estava na roupa do sacerdote. Neste momento, outro integrante da equipe que conduzia a transmissão conseguiu convencer o clérigo a, ao menos, transmitir uma mensagem aos devotos. O arcebispo, contudo, só concorda em falar se for sozinho. “A gente vive num mundo complexo”, justificou. 

O que diz a Arquidiocese de Natal
Em nota, a Arquidiocese Metropolitana de Natal destacou que a recusa “não foi nada demais”. “Dom Jaime gravou a mensagem sobre a festa da padroeira, que foi postado ontem mesmo, nas redes sociais da Paróquia de Nossa Senhora da Piedade, em Espírito Santo”, enfatizou a Arquidiocese.Procurada, até a última atualização desta reportagem, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), não havia se pronunciado sobre o caso. 
 
MATÉRIA COMPLETA, Correio Braziliense
 

domingo, 24 de março de 2019

A desordem veste saia preta

Até hoje, este tipo de sobressalto vinha de comandantes uniformizados de verde




O Brasil é uma caixinha de surpresas. Tuitando na rede inquieto vaga-lume verde, eis que seu voo é ameaçado pelo desentendimento entre civis de ternos bem cortados e outros, de toga preta. Será questão de uniforme?  Muitas vezes fomos governados por profissionais uniformizados, desde a deposição do primeiro e único imperador brasileiro, o carioca Pedro II,  nascido no bairro de São Cristóvão, no Rio.

Mas, ao contrário de Pedro II, nossos presidentes não têm nem garantem nenhuma estabilidade. A República segue a trancos e barrancos e está na prisão o vice que se tornara presidente com a deposição da presidente cuja chapa integrara.  Está na prisão também o antecessor dos dois. Ela aguarda a sua vez de depor ou de ser presa antes para isso, como o foi seu vice na semana passada. O Brasil agora é governado com trajes civis, mas tem um soldado na presidência da República, um capitão de Exército cercado de generais, recuperando os albores da nova ordem, uma vez que desde os primeiros mandatos muitos militares têm passado pela presidência da República e pelos ministérios.

Foi no governo de um deles que foi instalada a integração do Brasil pelas comunicações, primeiramente por micro-ondas e depois por satélite, antecipando a internet que ano passado levou o capitão Jair Bolsonaro à Presidência da República.  O ministro das Comunicações a quem o general Emílio Garrastazu Médici dera a missão de unificar o Brasil foi Hygino Corsetti, oficial de Exército e descendente de italianos. Ele cumpriu a missão e em 1972, a Festa da Uva, celebrada em Caixas do Sul, sua terra natal, inaugurava a transmissão em cores na televisão brasileira.

Hoje, outro descendente de italianos, o presidente e seus ministros mais solares podem vestir-se de civis, mas só disfarçam o uniforme. O poder, não. Em qualquer democracia, quem garante o Direito é a Força. E a Força está em quem pode garantir que seja cumprido o que foi determinado pela Lei. Não precisam dizer isso e quando o fazem dá-se um estrago na mídia, mas foram eles que intervieram sempre que a lei precisou deles para consertar a bagunça e impor a ordem para o progresso, o lema que criaram ao garantir a República com os dois primeiros marechais, Deodoro e Floriano, e depois com outros generais. Aliás, no Brasil, vice assume, e o carma segue.

O que foi determinado nas ruas nas maciças movimentações populares que destituíram aqueles e levaram esses ao poder de novo? A Reforma da Previdência? O combate à corrupção? Bom, em primeiro lugar foi determinado quem seria o Presidente!  Essas substituições vêm de longe. De batina preta, o pároco substituiu o morubixaba, enfeitado de penas coloridas e altos penachos. Logo o médico, que havia pouco tinha substituído o barbeiro, substituiria também o pajé com outras feitiçarias. Foi assim que o Brasil começou e foi assim que se formou.

Se os prezados leitores estão gostando da salada deste texto, notem que os homens de saia estão lotando as prisões com presidiários civis. Mas estão divididos. Uns querem prender, outros querem soltar. As votações decisivas têm sido de 6 x 5 para um lado ou para outro na Suprema Corte, como chamam o STF.  Soltar ou prender deveria ser normal quando determinado por homens de saia. O problema é que, tal como os primeiros homens de saia, os atuais acham que não podem ser criticados. O morubixaba deles, aliás, já pariu o primeiro monstro, determinando que seja punido quem dele discordar.
Que é isso? Até hoje, este tipo de sobressalto vinha de comandantes uniformizados de verde. Agora, a desordem veste saia preta.

Deonísio da Silva
Diretor do Instituto da Palavra & Professor
Titular Visitante da Universidade Estácio de Sá
http://portal.estacio.br/instituto-da-palavra




Publicado em Veja