Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador padre. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador padre. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Últimas palavras do brasileiro executado na Indonésia: “Eu cometi um erro, mas pagar com a vida é demais"

‘Pagar com a vida é demais’

Um padre revelou ao jornal “Folha de SP” as últimas palavras ditas por Rodrigo Gularte, de 42 anos, pouco antes de ser executado. Charlie Burrows, de 72 anos, esteve com o brasileiro e outros sete condenados à pena de morte por tráfico de drogas na clareira onde ocorreu o fuzilamento, na madrugada de quarta-feira (horário local). Segundo ele, quatro minutos antes de ser morto pelo pelotão, já amarrado a uma cruz de madeira, Gularte disse: “Eu cometi um erro, mas pagar com a vida é excessivo demais”.


 A cruz a qual o brasileiro foi amarrado pouco antes de execução Foto: BAY ISMOYO / AFP

Ainda de acordo com o relato do religioso - que estava no local porque a lei de pena de morte na Indonésia prevê que líderes espirituais podem dar conforto aos condenados -, Gularte foi o único que optou por não cantar - os demais entoaram o hino religioso “Amazing Grace”. O brasileiro preferiu fazer uma oração, em silêncio. O padre lembrou ainda que Gularte parecia calmo, sem medo, “aborrecido” com a pena mas consciente do que aconteceria. Em momento algum ele chorou.


Em seu relato, o religioso também contou que todos os condenados morreram imediatamente, não sendo necessária, assim, a aplicação do tiro de misericórdia - dado na cabeça caso o condenado sobreviva ao fuzilamento. O corpo de Gularte será levado para o Paraná, sua terra natal, nos próximos dias. Ele será enterrado em Curitiba. Nesta quarta, uma missa de corpo presente foi organizada pela prima dele, Angelita Muxfeldt, em Jacarta.

O padre Charlie Burrows é irlandês, mas vive na Indonésia há mais de 40 anos e está à frente de uma igreja em Java. Ele já acompanhou outra execuções e é contrário à pena de morte. "É tortura. Executar pessoas é tortura", disse ele, em entrevista ao portal australiano "News.com.au" um dia antes de Gularte ser morto.  Rodrigo Gularte foi o segundo brasileiro executado neste ano na Indonésia. Em janeiro, Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi morto. Eles são os dois únicos cidadãos brasileiros punidos com a pena de morte no exterior.


Fonte: Jornal Extra

domingo, 8 de março de 2015

O exército de Lula em defesa do que é nosso (deles)

A Operação Lava Jato é como um filme de gângsteres passado na cabeça de algum roteirista de Hollywood.

Lula convocou o "exército" do MST - nas palavras dele para defender o PT nas ruas. Até que enfim alguém faz algo concreto em defesa do nascente e moribundo governo de Dilma 2, a missão. A esta altura dos acontecimentos, talvez só mesmo um exército usando a força bruta possa salvar o mandato da grande dama - porque na legalidade está difícil. Mas não tem problema, porque o PT sabe que esse negócio de legalidade não tem a menor importância. Pelo menos não para quem tem bons despachantes, doleiros diligentes e militantes bem pagos dispostos a tudo. Lula convocará todos os seus exércitos até o dia 15, se possível com o auxílio sofisticado de alguns depredadores de elite. Entre uma soneca e outra, o Brasil está programando sair às ruas nesse dia. E não é de vermelho.

Cumpre ao grande líder, portanto, reunir todas as forças populares de aluguel para mandar o Brasil de volta para casa, que é o lugar dele.  Tudo isso acontece num momento histórico para o país. Após anos de trabalho exaustivo, o PT conseguiu o que parecia impossível: rebaixar a Petrobras à categoria de investimento especulativo. Não pensem que isso é tarefa fácil, nem para o mais laureado dos parasitas.

Tratava-se da oitava maior empresa do mundo, que ia ficar maior ainda após a descoberta do pré-sal. Jogar a Petrobras na lona, levando-a a perder o grau de investimento e a sair vendendo bugigangas como uma butique em liquidação é façanha para poucos. Os brasileiros que sairão às ruas no dia 15 só podem estar com inveja dessa obra-prima.

O Brasil deu 16 anos consecutivos de mandato presidencial ao PT, e pode-se afirmar com segurança que uma grossa fatia desses votos foi dada em defesa do nacionalismo - em defesa da Petrobras. Lula e o império do oprimido conquistaram o monopólio da defesa do que é nosso e não têm culpa se o povo não entendeu que eles estavam lutando pelo que é "só nosso". No caso, os dividendos bilionários que a Petrobras podia dar a um esquema subterrâneo de sustentação política. É mais ou menos como a situação do padre pedófilo, que guarnece a pureza da criança para poder abusar dela.

Os brasileiros levaram essa curra ideológica e continuam relaxados. Ninguém deu queixa. A Operação Lava Jato continua sendo assistida como um filme de gângsteres, como se isso se passasse na cabeça de algum roteirista de Hollywood. Um mistério insondável permanece impedindo que se entenda por que as vítimas do estupro ainda não botaram os gângsteres para correr. Talvez isso comece a se esclarecer no dia 15 de março de 2015. Ou não.

Em junho de 2013, o petrolão ainda não tinha jorrado nas manchetes em todo o seu esplendor. Mas o mensalão e seus sucedâneos já revelavam a jazida de golpes do governo popular contra o Estado - esse que o PT jurava defender contra a sanha da direita neoliberal. Ou seja: o padre pedófilo já estava escondido com a batina de fora, não via quem não queria. Foi então que o Brasil saiu às ruas indignado, disposto a dar um basta nos desmandos que já lhe custavam, entre outras coisas, a subida da inflação e o aumento do custo de vida. O padre pedófilo assistiu àquela explosão de olhos arregalados, certo de que tinha sido descoberto e de que agora vinham buscar o seu escalpo. Mas os revoltosos nem o notaram, e ele pôde até, tranquilamente, estender seu tempo de permanência na paróquia. Foi o fenômeno conhecido como a Primavera Burra.

Agora o outono se aproxima, com ares primaveris. As vítimas do abuso começam, aparentemente, a entender que o seu protetor é o seu algoz. Como sempre no Brasil, tudo muito lento, meio letárgico e confuso, com as habituais cascas de banana ideológicas largadas no caminho pelo padre - "a culpa é de FHC", "querem a intervenção militar", "é a burguesia contra o Bolsa Família" etc. Como escreveu Fernando Gabeira, o velho truque de jogar areia nos olhos da plateia - única instituição que dá 100% certo no Brasil há 12 anos. O problema é que, mesmo com areia nos olhos, está dando para ver que o petrolão ajudou a financiar a reeleição de Dilma. E agora?

Agora é hora de tirar a batina do padre e mostrar que o rei está nu. Sem medo dos exércitos de aluguel que farão o diabo para defender o que é nosso (deles).
 
Fonte: Revista Época - Ricardo Fiuza