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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Moro será homem de sorte se não acabar preso - Vozes

JR Guzzo

Fim da Lava Jato

Depois de sete anos de trabalhos, a força-tarefa da Lava Jato de Curitiba foi encerrada pelo procurador-geral Augusto Aras.

Durante sete anos, o Brasil não foi o Brasil. Esteve em operação, ao longo desse tempo, a Lava Jato – e a Operação Lava Jato era exatamente o contrário da política brasileira como ela sempre foi. No Brasil da Lava Jato os políticos e os demais corruptos, de todo porte e espécie, se arriscavam a ir para a cadeia. Foram presos um ex-presidente da República, o dono da maior empresa de obras públicas do país, governadores de Estado, um ex-presidente da Câmara dos Deputados e por aí afora. Os próprios ladrões se comprometeram a devolver aos cofres públicos R$ 15 bilhões da montanha de dinheiro que tinham roubado.

Em qualquer país sério é precisamente assim que as coisas se passam; lei é lei, e tem de ser aplicada para todos. Só que o Brasil não é assim. A vida pública, na verdade, é o contrário disso. A Lava Jato, enquanto durou, refletiu um país que não existe. Nada mais natural, assim, que ele voltasse à sua verdadeira natureza. É o que acaba de acontecer, oficialmente, com a dissolução formal da operação toda, por ordem de ninguém menos que o próprio procurador-geral da República Aí sim. Eis, enfim, o Brasil de novo sendo como o Brasil realmente é: o chefe dos investigadores decide que é proibido investigar.

A Lava Jato sempre foi a principal inimiga dos que mandam no Brasil: gente da política e do governo, seus parentes e amigos, empreiteiros de obras, fornecedores do Estado, donos de empresas estatais, altos barões do Judiciário e empresários que vivem do Tesouro Nacional. Seu grande objetivo na vida, nesses sete anos, foi acabar com a Lava Jato; todos, nesse bonde, têm um sistema natural de rejeição à honestidade.

No começo, com medo do imenso apoio popular às novas regras, o mundo oficial fingiu que apoiava a operação. Depois, com o tempo, passaram a aparecer queixas de que estaria havendo “exageros” nas investigações e sentenças contra os corruptos. Mais um pouco, as reclamações viraram uma guerra aberta e sem quartel;  
a Lava Jato, no fim, estava sendo acusada em pleno Supremo Tribunal Federal de criar “um regime de exceção” no país, a “República de Curitiba”.

Foi um momento de exceção, de fato: pela primeira vez em sua história, possivelmente, a Justiça e o aparelho de Estado brasileiros consideraram que roubar dinheiro público era ilegal. Assim que foi possível voltar à vida de sempre, naturalmente, eles voltaram: enterrar a Lava Jato sempre foi o objetivo número 1 das elites brasileiras, seja no governo Lula-Dilma, seja no governo Temer, seja no governo Bolsonaro – a cujo procurador-geral, no fim, coube a grande honra de dar o tiro de misericórdia.

Do jeito que vão as coisas, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, será um homem de sorte se não acabar preso.[além de eventuais ilícitos que pode ter cometido na condução da Lava Jato, o ex-juiz cometeu delitos outros, entre eles o de denunciação caluniosa contra o presidente da República.]

Leia também:  Essas carreatas só provaram que, até agora, ninguém quer impeachment nenhum

J R Guzzo, jornalista - Gazeta do Povo - VOZES  

 

domingo, 26 de abril de 2020

O mistério continua: Adriano foi ou não executado pela polícia? - VEJA




Um deles entrou pelo tórax à esquerda e percorreu trajeto de baixo para cima, provocando uma lesão também no pescoço. O outro foi dado de cima para baixo, entrou pela clavícula direita e saiu pelas costas. Dizem os peritos: “Importante ressaltar que as direções descritas nos trajetos de projetis de arma de fogo no interior de um corpo não constituem informação suficiente para compreender as posições da vítima e do atirador no momento do disparo, devendo sempre, obrigatoriamente, haver a devida correlação com o laudo da perícia criminal no local do fato, buscando assim, elucidar com precisão a dinâmica do evento”.

As posições da vítima e dos atiradores são justamente as chaves do mistério. Segundo a versão oficial, policiais militares da Bahia, com a ajuda da equipe de inteligência da Polícia Civil do Rio, cercaram Adriano num sítio no município de Esplanada, na Bahia. Foragido há mais de um ano, o ex-capitão do Bope teria se recusado a se render. Os policiais que participaram da ação contaram que três deles invadiram a sede do sítio um na frente com um escudo, e dois atrás com armas de fogo — e foram recebidos a bala por Adriano, que teria morrido no confronto. O fato de um dos disparos ter sido dado de cima para baixo inviabiliza a versão de que o confronto ocorreu frente a frente. “As lesões discutidas no laudo não são de pessoa que está de frente para os atirados”, afirma um dos peritos mais experientes do país, que pediu para não ser identificado.

Para esse perito, as informações preliminares apontam para uma execução. O trajeto do que ele considera o segundo disparo, de cima para baixo, seria um indício disso. “O segundo disparo foi dado com ele caindo ou já caído. É o tiro de misericórdia.” Esse perito consultado por VEJA ainda lembrou que, segundo o laudo oficial da Polícia Civil do Rio, uma ferida encontrada na cabeça de Adriano ocorreu quando ele ainda estava vivo, num sinal claro de que o ex-capitão do Bope sofreu houve algum tipo de agressão quando estava rendido.
NO PEITO – A queimadura pode ter sido provocada pelo cano de uma arma longa e de grosso calibre ./.
Há três escoriações perto da ferida. Para a família, essa ferida foi produzida por uma coronhada, o que indicaria a realização de tortura. O corpo de Adriano também tinha uma queimadura no tórax. O Ministério Público da Bahia, que investiga o caso, perguntou aos peritos da Polícia Civil do Rio se essa queimadura foi produzida pelo contato do cano aquecido da arma de fogo na pele de Adriano. Os peritos disseram que a resposta estava “prejudicada” porque “desconhecem a dinâmica do evento”.

A análise sobre a possibilidade de tortura em Adriano enfrentou uma série de obstáculos. Um deles foi o fato de as suas vísceras, que poderiam revelar lesões internas, terem sido retiradas de seu corpo antes da perícia. Outro, o estado de decomposição decorrente do tempo transcorrido entre a morte e o novo exame. “O estado de decomposição cadavérica, ainda que parcial, e a aplicação de técnicas de conservação cadavérica, em especial a retirada das vísceras, não permitem determinar as lesões que levaram ao êxito letal”, registram os peritos no laudo. “Entretanto, em decorrência das características das lesões cutâneas e ósseas observadas (…), é possível descrever trajetos em topografia de órgãos vitais, tais como coração e pulmões. Dentro desse cenário observado, as lesões têm alta letalidade e não se opõem os peritos que a causa da morte tenha se dado por lesões em tais órgãos, com consequente hemorragia e choque”.

(.....)

Amizade com Queiroz

O ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega era amigo do policial aposentado Fabrício Queiroz, protagonista da investigação sobre o esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Adriano e Queiroz trabalharam juntos no 18º Batalhão da Polícia Militar, na zona oeste do Rio de Janeiro, e participaram juntos de rondas que resultaram em mortes suspeitas, conforme matéria publicada por VEJA em junho de 2019.Quando foi demitida do gabinete de Flávio, a ex-mulher de Adriano enviou uma mensagem de texto o ex-capitão do Bope: “O amigo disse que fui exonerada”, escreveu, referindo-se a Queiroz. Danielle contou que estava sem dinheiro e com boletos para pagar. Adriano respondeu, em mensagem de texto: “Contava com o que vinha do seu tmbm (sic)”.

Em Veja - MATÉRIA COMPLETA


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O que fará Raquel Dodge com as delações?

Conheça casos que serão revisitados pela procuradora. Governo teme o que dirá Geddel; Cunha quer negociar. Nova PGR monta grupo para fiscalizar todas as delações

É grande a expectativa no Planalto e na oposição quanto ao tratamento que Raquel Dodge dará a delações premiadas ainda no forno da Lava Jato. Os dois lados não sabem como a futura procuradora-geral da República tratará do assunto.  Para os colegas, a nova chefe já criticou a forma como o atual procurador, Rodrigo Janot, vinha conduzindo as delações. Ela chegou a anunciar que montará 1 grupo para fiscalizar o cumprimento dos acordos. Mas também tem se declarado uma defensora desse instrumento de investigação.

A procuradora-geral tem dito que, assim que assumir, na 2ª feira (18.set.2017), checará algumas delações acertadas por Janot. Serão revisitados os casos da Odebrecht, do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

DELAÇÃO DA J&F
Às vésperas de deixar o cargo, Rodrigo Janot anulou as delações de Joesley Batista, principal acionista da J&F (dono do frigorífico JBS-Friboi), e Ricardo Saud, executivo do grupo. O PGR ressaltou que a decisão não impede o uso de provas por eles apresentadas. Em tese, mesmo essa decisão poderá ser revista pela nova comandante da PGR.


DELAÇÕES NA FILA
Após o anúncio de Dodge como procuradora-geral da República, houve uma corrida de advogados para fechar delações premiadas. Há receio sobre como ela se comportará. O operador Lúcio Funaro foi 1 dos que conseguiram. Mas há outros ainda na fila:

  • Geddel Vieira Lima— preso junto com o ex-ministro, o advogado Gustavo Ferraz iniciou negociações com a Lava Jato. Já informou que pegou em São Paulo uma das malas de dinheiro encontradas no apartamento de Geddel. A PF acredita que, com sua colaboração, Geddel acabará delatando. O Planalto tem calafrios com essa hipótese;
  • Antonio Palocci— o ex-ministro da Fazenda negocia sua delação há meses. Começou disparando flechadas contra o PT e os ex-presidentes Lula e Dilma. Tem potencial para abrir fogo contra bancos e empresas ainda não arroladas na Lava Jato;
  • Ricardo Saud— o executivo da JBS é alvo da desconfiança dos donos da empresa desde que o grupo começou a perder os benefícios da delação premiada. Pode entregar todos os passos ainda desconhecidos de Joesley e Wesley Batista;
  • Eduardo Cunha— espera Raquel Dodge para voltar a negociar. É uma esfinge. Pode ajudar Michel Temer a desmontar a delação do operador Lúcio Funaro. Ou se tornar o tiro de misericórdia contra o Planalto.
 Fonte: FAP - Por Tales Faria, do Poder 360

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Últimas palavras do brasileiro executado na Indonésia: “Eu cometi um erro, mas pagar com a vida é demais"

‘Pagar com a vida é demais’

Um padre revelou ao jornal “Folha de SP” as últimas palavras ditas por Rodrigo Gularte, de 42 anos, pouco antes de ser executado. Charlie Burrows, de 72 anos, esteve com o brasileiro e outros sete condenados à pena de morte por tráfico de drogas na clareira onde ocorreu o fuzilamento, na madrugada de quarta-feira (horário local). Segundo ele, quatro minutos antes de ser morto pelo pelotão, já amarrado a uma cruz de madeira, Gularte disse: “Eu cometi um erro, mas pagar com a vida é excessivo demais”.


 A cruz a qual o brasileiro foi amarrado pouco antes de execução Foto: BAY ISMOYO / AFP

Ainda de acordo com o relato do religioso - que estava no local porque a lei de pena de morte na Indonésia prevê que líderes espirituais podem dar conforto aos condenados -, Gularte foi o único que optou por não cantar - os demais entoaram o hino religioso “Amazing Grace”. O brasileiro preferiu fazer uma oração, em silêncio. O padre lembrou ainda que Gularte parecia calmo, sem medo, “aborrecido” com a pena mas consciente do que aconteceria. Em momento algum ele chorou.


Em seu relato, o religioso também contou que todos os condenados morreram imediatamente, não sendo necessária, assim, a aplicação do tiro de misericórdia - dado na cabeça caso o condenado sobreviva ao fuzilamento. O corpo de Gularte será levado para o Paraná, sua terra natal, nos próximos dias. Ele será enterrado em Curitiba. Nesta quarta, uma missa de corpo presente foi organizada pela prima dele, Angelita Muxfeldt, em Jacarta.

O padre Charlie Burrows é irlandês, mas vive na Indonésia há mais de 40 anos e está à frente de uma igreja em Java. Ele já acompanhou outra execuções e é contrário à pena de morte. "É tortura. Executar pessoas é tortura", disse ele, em entrevista ao portal australiano "News.com.au" um dia antes de Gularte ser morto.  Rodrigo Gularte foi o segundo brasileiro executado neste ano na Indonésia. Em janeiro, Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi morto. Eles são os dois únicos cidadãos brasileiros punidos com a pena de morte no exterior.


Fonte: Jornal Extra