Moro cruza fronteiras da ética institucional e compromete a independência e a imagem de imparcialidade do Judiciário
O
juiz Sérgio Moro foi alçado, por nossa conta e risco, a um patamar
acima do bem e do mal. Suas ações e palavras passaram a ser lidas pelo
signo da virtude, sobretudo da coragem, da honestidade e do heroísmo.
Manias de sacralização não terminam bem na história democrática, nem à
esquerda nem à direita; nem para o sacralizado e muito menos para o
sacralizador. A aclamação deixa a visão nublada, interdita a crítica e
confere uma licença para agir que escapa aos canais ordinários de
prestação de contas. Permitimos que Moro preste contas apenas a sua
consciência, não às instituições de controle. E ele soube se valer dessa
onda redentora que lhe vestiu o manto da infalibilidade.
O
Judiciário e parte da sociedade têm conferido aos atos de Moro um selo
de integridade presumida. Questão de caráter, não de legalidade. Quando
liberou sigilo de interceptações telefônicas de modo ilegal; quando
ordenou condução coercitiva espetaculosa de modo ilegal; quando se
insubordinou a decisão de desembargador e, num domingo de férias,
telefonou para a Polícia Federal, articulou com o presidente do tribunal
e emitiu despacho à distância; ou quando liberou delação premiada de
nenhum valor probatório, mas de grande octanagem política dias antes da
eleição, atos com tempo bem calculado, engolimos suas explicações
professorais de bolso. [quando orForam variações da explicação ao STF, a quem
pediu “respeitosas escusas”: “Não teve por objetivo gerar fato
político-partidário, polêmicas ou conflitos”.
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