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domingo, 12 de fevereiro de 2023

Fúria do governo contra armas paralisou indústria de blindagem de carros - Alexandre Garcia

VOZES - Gazeta do Povo

Decreto de Lula tinha como alvo os CACs, mas também acabou inviabilizando atividade de blindagem de automóveis.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Os da minha idade vão lembrar que o presidente Jânio Quadros – que foi meu primeiro voto na vida – proibiu biquíni nas praias e rinha de galo. Por que lembro disso? Porque o atual presidente está impedindo a blindagem de automóveis.  
Em vários estados do Nordeste, as empresas de blindagem já estão paradas há mais de três semanas. 
É que saiu um decreto, já no dia 1.º de janeiro, revogando um outro decreto do governo anterior, e com isso deixou na mão a blindagem dos carros, que precisa ser autorizada pelo Exército, mas agora não há mais essa autorização, isso em um país inseguro como o nosso.
 
Para quem quiser pesquisar no doutor Google, falo do Decreto 11.366, que revogou o Decreto 10.030. 
É um decreto contra os CACs, que são 670 mil brasileiros, incluindo caçadores – a caça só é permitida para controlar a população de javalis, e isso é controlado pelo Ibama –; colecionadores de armas, que são muitos; e atiradores, que fazem parte de 2 mil clubes de tiro e entre os quais há até atletas olímpicos, pois o tiro é modalidade olímpica que, aliás, deu o primeiro ouro para o Brasil, em 1920, em Antuérpia (Bélgica). 
Todos eles movimentam uma indústria que gera 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos, segundo dados do Ministério da Defesa. São cerca de US$ 4 bilhões, ou 4,46% do PIB. Pagam imposto de 71,6%, e pagam antecipadamente.

E é mentira que essas armas, licenciadas pelo Exército, caiam na mão de bandidos. De 48.658 apreensões feitas em um ano, segundo a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, só 83 armas tinham registro legal, ou 0,17%. Outra mentira é a de que as armas aumentam o número de mortes. Pelo contrário: os homicídios caíram de 57 mil por ano para 30 mil. É preciso registrar isso.

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Sérgio Cabral quase solto e viagem a NY: retratos da Justiça brasileira
Cabral, condenado a 415 anos, está solto, enquanto em Brasília tem gente presa sem nem saber o motivo
Como também é preciso registrar que um sujeito, sem usar arma em seus crimes, foi condenado a 415 anos de prisão por corrupção em 35 ações. Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, foi solto pelo Tribunal Regional Federal do Rio por 4 a 3. 
Ele vai passear pelas ruas do Rio apenas com tornozeleira, só não pode sair do país. Já estava em prisão domiciliar desde dezembro. 
Uma maravilha, não? Enquanto isso, a cozinheira do acampamento na frente do QG do Exército está presa. Nem pôs os pés na Esplanada dos Ministérios, mas foi levada naqueles ônibus, naquela coisa de Hitler que faz lembrar os tempos dos judeus na Alemanha. 
Cabe ao acusador o ônus da prova, mostrar que todas aquelas pessoas agiram com vandalismo, destruindo patrimônio público no Congresso, no Supremo e no Palácio do Planalto; precisam mostrar as provas para prender tanta gente. E aí comparamos uma coisa com outra: 
Sérgio Cabral solto apesar de ter sido condenado a 415 anos, e pessoas que nem sabem por que estão nos presídios da Papuda (masculino) e da Colmeia (feminino), aqui em Brasília.
 
A volta dos caminhões-pipa no Nordeste 
E falei de empresas de blindagem de carros no Nordeste, pois o Congresso está investigando um outro problema por lá, que está beneficiando empresas de caminhão-pipa. 
De repente parou a água do Rio São Francisco, que estava circulando pelo Nordeste, e os caminhões-pipa voltaram. 
Agora, os deputados, que voltaram das férias, querem investigar para saber o que está acontecendo, e nisso fazem muito bem.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 7 de janeiro de 2023

A maldição dos 40 ameaça um setentão - Augusto Nunes

Revista Oeste

Lula 3 repete erros que amputaram o mandato de quatro presidentes 

 Ex-presidentes Fernando Collor, Jânio Quadros e João Goulart | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Wikimedia Commons

Os ex-presidentes Fernando Collor, Jânio Quadros e João Goulart -  Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Wikimedia Commons 

Um trecho da Constituição informa que só podem candidatar-se à Presidência da República brasileiros com mais de 35 anos de idade.  É pouco, adverte a saga dos três quarentões que desocuparam o Palácio do Planalto muito antes do prazo combinado. 
Jânio Quadros tinha 44 quando decidiu usar o atalho da renúncia para voltar à planície e logo depois regressar ao ponto de partida; a esperteza não deu certo. 
João Goulart tinha 42 quando foi obrigado a deixar o emprego e o país. Fernando Collor tinha 40 quando preferiu pedir demissão a aguardar a inevitável decretação do impeachment.
 
Os três protagonizaram molecagens que governantes cinquentões certamente evitariam. Jânio, por exemplo, fantasiou-se de moralista radical ao banir do território nacional briga de galo, biquíni e lança-perfume.  
Jango mandou às favas a hierarquia militar ao apoiar ostensivamente uma greve de marinheiros. 
Collor deu de mandar mensagens em código com inscrições nas camisetas que realçavam o peitoral bombado. 
Mas a trinca talvez escapasse da amputação do mandato se não tivesse cometido o pecado capital do qual presidentes mais vividos fogem como o diabo da cruz: confrontados com a crescente má vontade do Legislativo, os três optaram pelo enfrentamento.
A “maldição dos 40” mistura inexperiência, soberba e incompetência. No dia da vitória, a euforia impediu que Jânio, Jango e Collor enxergassem o sinal vermelho aceso no Congresso: o presidente eleito não tinha o apoio da maioria dos deputados e senadores
Deveria, portanto, usar as semanas que precedem a posse para negociar espaços no ministério e no segundo escalão com partidos sensíveis a cargos e verbas. 
Confiantes no poder de sedução de um presidente em começo de mandato, os integrantes da trinca, que nunca haviam dado maior importância a partidos, acharam perda de tempo buscar acordos que expandissem a base parlamentar governista.
Comícios e propaganda de Jânio Quadros. Campanha eleitoral 
de 1960 | Foto: Wikimedia Commons/Arquivo Nacional

Lançado candidato pela União Democrática Nacional, Jânio venceu a eleição de 1960 graças à força do janismo — movimento muito maior que a UDN e todas as outras siglas pelas quais passou na trajetória que o levou, em 12 anos, da Câmara de Vereadores de São Paulo ao Palácio do Planalto. Cercado de velhos amigos, afastou-se dos parceiros de palanque e fez do ministério uma extensão do universo político paulista. Todas as legendas se uniram para impedi-lo de governar o país.

Jango foi fiel ao PTB, sigla dominante nos bisonhos ministérios que nomeou. No dia da queda, mesmo parlamentares petebistas já estavam fora do barco
Governador de Alagoas, Collor começou o ano sonhando com a candidatura a vice-presidente na chapa do PSDB, liderada por Mário Covas. Animado com o desempenho nas pesquisas eleitorais, deixou a tribo dos tucanos para fundar uma esquisitice batizada de Partido da Reconstrução Nacional. O PRN seria tão efêmero quanto a Era Collor. 
O impetuoso caçador de marajás só pediu socorro a grandes partidos quando o naufrágio se tornara irreversível. Seus aliados no Congresso já cabiam numa van.
Presidente João Goulart inaugura duas turbinas na 
Usina Hidrelétrica de Três Marias (MG) | Foto: Arquivo Nacional
Quase 20 depois do despejo de Collor, Dilma Rousseff provaria que a maldição dos 40 pode atingir uma sexagenária com idade mental consideravelmente inferior à registrada na certidão de nascimento. Entre o início de 2011 e o fim de 2014, a primeira mulher a presidir o país não disse coisa com coisa. 
Fora outros assombros, saudou a mandioca, dobrou metas que não haviam sido fixadas, até enxergou um cachorro oculto por trás de toda criança — mas não só completou o primeiro mandato como conseguiu ser reeleita.
Posse do presidente Fernando Collor de Melo, em 15/3/1990 - 
Foto: Wikimedia Commons
A mudança dos ventos ocorreu já na largada de Dilma 2. Antes que 2015 terminasse, a única faxineira do mundo que não vive sem lixo por perto foi obrigada a varrer do ministério sete corruptos juramentados. 
Mas a hora da agonia só chegou em 2016. Afetada por manobras desastradas e jogadas infantis da chefe do Executivo, sua “base parlamentar” tornou-se tão vigorosa quanto um chilique de Randolfe Rodrigues. Com o povo nas ruas e o Congresso longe do governo, a substituição de Dilma pelo vice Michel Temer ficou tão previsível quanto a mudança das estações.
 
Enquanto “atos de protesto contra o golpe” juntavam algumas dúzias de teimosos sem cura, cresciam dramaticamente multidões cuja reivindicação se condensava em duas palavras, uma vírgula e um ponto de exclamação: “Fora, Dilma!”. O impeachment foi aprovado por 367 parlamentares.  
Apenas 137 se opuseram ao despejo, 7 se abstiveram e 2 nem apareceram no plenário. 
Dilma foi defendida na tribuna por deputados do PT com o entusiasmo de orador de velório. “O Congresso sempre faz o que o povo quer, porque o instinto de sobrevivência do político é muito mais agudo que o do eleitor”, repetia o deputado gaúcho Ibsen Pinheiro, então presidente da Câmara, aos jornalistas que lhe perguntavam qual seria o desfecho do processo de impeachment contra Fernando Collor. “Todo parlamentar sabe que, quando isso acontece, contrariar o povo é suicídio.”
São Paulo – Manifestação na Avenida Paulista, região central da 
capital, contra a corrupção e pela saída da presidenta 
Dilma Rousseff (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Com o terceiro mandato ainda no berçário, é cedo para saber se (e quando) emergirá das ruas um pressago “Fora, Lula!” rugido por centenas de milhares de gargantas. [nosso palpite é que será ainda no primeiro semestre de 2023 - alguns 'buracos' financeiros precisarão ser tapados e a única fonte de recursos é  a dos oriundos da PEC da Transição = PEC PRECIPÍCIO, o que fará com que ainda no primeiro semestre de 2023,  parcelas do antigo Auxilio Brasil deixem de ser pagar... e,. as consequências virão ...] De todo modo, multiplicam-se sinais de que o homem que exerceu por oito anos o cargo que disputou em seis eleições agora parece subestimar o poder de fogo do Congresso — e os humores sempre instáveis do Parlamento. Isso é coisa para quarentões de curta milhagem. Não para quem acaba de transformar-se, aos 77 anos, no mais idoso presidente do Brasil republicano. A suspeita foi reforçada por Eduardo Cunha num artigo publicado pelo site Poder360 (veja entrevista nesta edição).

Entre as acusações endereçadas a Cunha, que presidiu a Câmara durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, jamais figurou a de amadorismo político. Em tom seguro, ele afirma que Lula não usou a engorda do primeiro escalão, de 23 para 37 ministérios, para consolidar os laços entre os participantes da multifacetada aliança que o elegeu. “Foi a pior composição de todas as gestões do PT”, acredita.  Segundo Cunha, o partido do presidente ficou com 21 ministérios. Computados os seis distribuídos entre siglas reduzidas a puxadinhos do PT, chega-se a 27. Feitas as contas, a soma das bancadas desses e outros partidos contemplados com fatias do bolo “é incapaz de garantir uma maioria sustentável no Congresso”.

“O PT sempre quis servos, não aliados”, diz. “Alguém acha que um Ministério da Pesca vai segurar uma bancada de 42 deputados do PSD? Esse ministério, a exemplo do que se viu no mandato de Dilma 2, será refeito mais rápido que se imagina.” Cunha também avisa que humilhações podem abrir feridas que não cicatrizam. “O caso de Simone Tebet foi um exemplo. Humilhada pelos vetos a que ela ocupasse posições que o PT entendia imprescindíveis para eles, acabou no Ministério do Planejamento. Sem qualquer importância na gestão da economia, que ficou a cargo do Ministério da Fazenda.”

Depois de reiterar que a performance dos responsáveis pela economia determinará o destino do governo Lula, Cunha exala desconfiança ao prever o desempenho de Haddad. E completa o ligeiro checkup com uma frase pouco animadora para o PT: “Lula 3 está ficando parecido com Dilma 2”.

Leia também “A imensidão dos sem-sigla”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 


quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Nunca vi uma campanha tão animada nem uma escolha tão fácil

Alexandre Garcia

Afinal, os dois submetidos ao julgamento das urnas são bem conhecidos. O que os dois fizeram e deixaram de fazer é conhecido por todos. De nenhum eleitor será aceita a desculpa de "eu não sabia"

No próximo domingo, as urnas nos esperam, para decidirmos nosso próprio futuro e de nossos filhos e netos.  
Vamos dar procuração para outros brasileiros agirem em nosso nome, fazendo e mudando leis, administrando o dinheiro de nossos impostos. 
Não é o único momento em que o poder emana do povo, mas é o mais importante, porque formaliza a outorga do poder. 
Votei pela primeira vez em 3 de outubro de 1960. 
Meu eleito, Jânio Quadros, renunciou no ano seguinte, criando uma crise que nos tirou o voto direto para presidente. 
De Castello a Tancredo-Sarney, seis presidentes foram eleitos pelo Congresso
Quando voltou a eleição direta para presidente, em 1989, a polarização Lula x Collor no segundo turno foi semelhante à de hoje, com ânimos à flor da pele, esquerda e direita se digladiando. Eu cobri aquela campanha, mediei o debate final entre os dois, comentei várias vezes o Ibope, transmiti os resultados — mas não lembro dos nomes dos ministros do Tribunal Eleitoral nem dos juízes do Supremo daquela época. 
Naquele tempo, esses tribunais agiam com discrição, sem intromissão ou ativismo.

Collor ganhou e depois sofreu impeachment. No Supremo, foi inocentado sob a constatação de que notícia de jornal não é prova. Assumiu o vice Itamar, que nos deu o real e o fim da hiperinflação.

Depois, vieram eleições presidenciais com disputas entre PSDB e PT, entre mais esquerda e menos esquerda. Após o desastre da corrupção e apropriação do Estado, apareceu Bolsonaro, despertando uma maioria que o elegeu em 2018. Naquele ano, houve polarização direita x esquerda, mas atenuada porque Lula estava cumprindo pena.

Condenações anuladas e liberado para ser candidato, pelo voto de juízes que hoje comandam o TSE, Lula voltou à cena, e a campanha ficou acirrada, embora ele não tenha se exposto às ruas. Agora, faltam cinco dias para ser julgado pelos eleitores.

Os dois candidatos acham que vencem no 1º turno; um olha para as pesquisas e outro olha para as ruas. Como nunca houve tanta pesquisa, elas foram tão noticiadas quanto a movimentação dos candidatos. Vai ser um teste definitivo das pesquisas, que erraram feio na última eleição presidencial.

Nunca vi uma campanha tão animada nem uma escolha tão fácil. Afinal, os dois submetidos ao julgamento das urnas são bem conhecidos. Lula foi presidente por oito anos e comandou o PT que governou seis anos depois dele. Uma exposição de 14 anos no governo. Bolsonaro, no próximo domingo, terá três anos e nove meses de Presidência. O que os dois fizeram e deixaram de fazer é conhecido por todos. De nenhum eleitor será aceita a desculpa de "eu não sabia".

No último dia 22, entrou a primavera, estação das flores, da renovação da vida. Vamos votar em plena primavera. 
Que tudo que ela simboliza nos inspire a contribuir para que se espalhe uma longa primavera sobre todos nós, brasileiros, até nossos bisnetos.

 Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense

 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Polarização e “terceiras vias” da idiotia - Sérgio Alves de Oliveira

Se porventura os  brasileiros fizessem uma retrospectiva do seu passado político em relação às suas escolhas para presidente da república, governador,senador, deputado federai e estadual, prefeito e vereador, evidentemente não se poderia  ver com algum entusiasmo os resultados das eleições que se avizinham para  outubro de 2022,nem importando quem seja o vencedor. O passado “não deixa”. Não dá essa “esperança”.

Com efeito, para que não se vá muito longe, as eleições e posses  de Juscelino Kubitschek,que governou de 31.01.1956 a 31.01.1961; de Jânio Quadros/João Goulart, de31.01.1961 a 01.04.1964 ; de Fernando Collor de Mello/Itamar Franco, de 15.03.1990 a 01.01.1995 ; de Fernando Henrique Cardoso,de 01.01. 1995 a  01.01.2003 (reeleito); de Lula da Silva,de 2003 a 2010 (reeleito); de Dilma Rousseff/José Temer,de 2010 a 2018 ; e de Jair Bolsonaro,com mandato em pleno  andamento, desde janeiro de 2019, indicam com absoluta segurança que a democracia em prática no Brasil, até esse momento, NÃO DEU CERTO. Por isso o que se praticou todo esse tempo foi na verdade “oclocracia”,que é o oposto da democracia,com vícios apresentados tanto pelos eleitores,quanto pelos seus candidatos,não condizentes com uma verdadeira democracia.

Juscelino construiu Brasília irresponsavelmente, levando pedras, tijolos,ferro e cimento de avião,desperdício pago pelo povo até hoje ; em Jânio Quadros, que sucedeu Juscelino, deu  uma “bobeira” tal  que ele  acabou renunciando e dando lugar ao “vice”, Jango Goulart, que “entupiu” o seu governo de comunistas

Apeado do poder ,o Presidente  Jango Goulart, pelo movimento cívico-militar de 31 de março de 1964,instalou-se a partir daí no pais o Regime Militar ,que durou até 1985.,seguindo-se a eleição indireta de Tancredo Neves, que morreu antes de tomar posse, dando lugar ao seu “vice”, José Sarney,que governou de 21.04.1985 até 15 de março de 1990,”dizem” que numa “manobra” do então seu Ministro  da Guerra, Gal.Leônidas Pires Gonçalves,contestada por muitos.

Após ampla mobilização política com as “DIRETAS JÁ”,acabou  eleito Fernando Collor de Mello,que governou de 15.03.1990 até 29.12.1992,sendo substituído,em virtude do seu impeachment ,pelo “vice” Itamar Franco,que governou de 29.12.1992 até 01.01.l995.               

E nos Estados e Municípios geralmente a realidade política não foi muito diferente. A “tragédia” federal repetiu-se nas duas outras esferas federativas. Verdadeiras quadrilhas de delinquentes assaltaram inúmeras câmaras de vereadores em todo o país,”raspando” o erário ,tanto  quanto muitos dos seus colegas “colegas” das  esferas estaduais e federal.

Esse cruel veredicto da democracia brasileira causa vergonha à minoria de  patriotas  conscientes e de boa índole política, que não enxergam  melhores opções nas eleições que não seja uma  nominata que não tem nada melhor que“lixo”,apresentada pelo partidos políticos,primeiros responsáveis por esse estado de coisas,pelo caós político que se instala no país sempre que tem eleições diretas ou indiretas.

De 1964 a 1985 o Brasil  foi governado por gente absolutamente alheia aos partidos políticos, constituindo-se,”coincidentemente”(?), no período em que o Brasil teve os melhores governos. E isso aconteceu por um só motivo: os partidos políticos deixaram  de ser os  protagonistas da política brasileira, tendo sido substituídos pela “disciplina e honradez” tradicionalmente cultivadas no dia-a-dia da caserna.

Somando-se as obras de infraestutura pública e benefícios sociais conquistados pelos brasileiros durante o chamado ”Regime Militar”,sem dúvida essas obras  superam em muito o que foi feito antes e depois de 1985, até hoje.  Desde então, por exemplo,as obras de infraestrutura de usinas hidrelétricas praticamente “congelaram”. As cinco maiores usinas em operação no Brasil são daquela época, de 1964 a 1985. Não haviam partidos políticos para “atrapalhar”e embaraçar as obras públicas.

Mas infelizmente não se enxerga quaisquer perspectivas de efetivas mudanças depois das eleições de outubro de 2022. A tendência é continuar acontecendo  o mais do mesmo”,nem importando quais os eleitos. Mas pressupondo-se que “o povo tem o governo que merece”,nas palavras do filósofo francês Joseph-Marie De Maistre,conjugado com dizeres do pensador brasileiro Nelson  Rodrigues,de que “a maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas,que são a maioria da humanidade”,e que “os idiotas vão tomar conta do mundo,não pela capacidade,mas pela quantidade,eles são muitos”,há que se estar muito atento para os resultados eleitorais de outubro de 2022,dando-se todo o empenho para desmanchar ou no mínimo amenizar as trágicas consequências dessas novas eleições  que batem à portas dos brasileiros.

Mas as “cartas” estão dadas para as eleições de outubro de 2022. A “fatalidade” está a caminho. Mas não podemos nos abster de votar. Se deixarmos de votar, esses “pontos” irão somar à pior escória dos candidatos. E temos um só candidato concorrendo contra todos os outros  que se uniram para “bater” nele!!!

Nessa eleição de outubro de 2022,portanto,o “jeito” [o melhor para o Brasil] será  optar nas urnas  pela reeleição do atual Presidente Jair Bolsonaro,  onde  residirá a única chance de haver uma reviravolta para no mínimo melhorar um pouco a politica. Os “outros” governaram até hoje e só fracassaram ,alguns  “rapinando” o erário em 10 trilhões de reais.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


sábado, 15 de janeiro de 2022

Bolsonaro desmoraliza 64? - Sérgio Alves de Oliveira

Alguém porventura já parou para pensar, “arriscando” chegar à conclusão que os governos oriundos do “Regime Militar”, da Revolução (ou “golpe”,como preferirem) de 1964,que permaneceu até l985, cujos cinco (5) presidentes não foram eleitos diretamente pelo povo, todavia saíram-se, sem exceção, muito melhores que todos os outros governos,anteriores ao Regime Militar e, principalmente,posteriores?

Em todo esse tempo de “governos civis”, quantos aventureiros, oportunistas,falsários,demagogos e corruptos sairam consagrados das urnas para usar a faixa presidencial e outros cargos eletivos, porém acabaram estagnando, ou até regredindo o país, política, moral, econômica, e socialmente ?

Como explicar,por exemplo,que os Estados Unidos,comparado ao Brasil, os quais têm praticamente a mesma “idade”,são tão diferentes,um muito rico,inclusive o seu povo,e outro muito “pobre”,mais ainda o seu povo,desde o momento em que as potencialidades e riquezas dadas pela natureza a cada um privilegiaram muito mais o Brasil,em detrimento dos ”States”?  
E que na questão do desenvolvimento,a partir das respectivas potencialidades humanas e riquezas naturais de cada qual,essa equação se inverte? Qual a melhor explicação? Seria mérito e demérito dos respectivos povos? Dos seus políticos e governos?
Teria razão o filósofo francês Joseph-Marie De Maistre,de que “o povo tem o governo que merece”? 
E “avançando o sinal”,que “cada povo tem a realidade política,social,moral econômica ,“dirigida” por seus políticos ,que também merece”? 
Como explicar que os presidentes “civis” escolhidos pelo povo na prática da sua democracia deturpada foram sempre muito piores que os outros que não foram escolhidos em eleições diretas pelo povo,ou indiretas,pelo Congresso (Tancredo Neves/José Sarney)? 
 
Como explicar que os governos militares,de 1964 a 1985, fizeram muito mais em benefício do povo do que todos os outros que os sucederam,de 1985 a 2022,ou seja,durante 37 anos, passando por José Sarney, Collor de Mello,Itamar Franco,Fernando H.Cardoso,Lula da Silva,Dilma Rousseff,Michel Temer e Jair Bolsonaro? 
E sem falar que “antes” de 64,tivemos o tresloucado Jânio Quadros? E Jango Goulart,que terminou o mandato de Jânio,devido à sua renúncia,até ser apeado do poder em 1964?
Qual a razão do Brasil ter ficado completamente estagnado em obras de infraestrutura,de maneira que as obras dos governos militares ,que não foram eleitos,realizadas durante 21 anos ,praticamente “congelaram” de lá para cá? 
Que quase nada foi feito nesses 37 anos,além de muita politicagem, corrupção,e gastança inútil dos tributos “extorquidos” do povo,inclusive para sustentar uma ”máquina pública” mas cara que a de qualquer outro país mais rico?

É claro que nossas conclusões poderiam ser rebatidas pelo fato do Governo Bolsonaro estar “entupido” de militares, havendo generais e outros oficiais superiores por todos os cantos, até para “servir cafezinho”,além naturalmente,do próprio Presidente ter sido um militar (capitão), cuja saída do Exército até hoje não ficou bem esclarecida,para “se meter” na política. [a sentença do Superior Tribunal Militar, Instância máxima da Justiça Militar da União, é de clareza solar ao não condenar Bolsonaro e permite a dedução da saída ter sido motivada pelo capitão entender que na política poderia servir melhor ao Brasil - o que fará com o fim da pandemia e sua reeleição em outubro 2022.]

Essa enorme diferença entre os governos nos “dois tempos” só pode ter uma explicação. Quem já pensou que enquanto o “cérebro militar” governou de 64 a 85,o “cérebro político” se adonou do poder posteriormente,de 1985 a 2022? 
Que os militares que governaram de 64 a 85 assumiram o governo, mas não se transformaram nessa “praga” chamada “políticos”? 
E que os militares que entraram no governo junto com o “capitão” Jair Bolsonaro deixaram de ser militares e se transformaram em meros “políticos”,com todas as suas deficiências,sem terem a “malandragem” necessária, só presente nos políticos de carreira? 
E que o mesmo acontece com o próprio Presidente Bolsonaro,cuja inércia para afastar os obstáculos,sabotagens e boicotes ao seu governo,com o remédio “devido”,claramente previsto na constituição, certamente não significa menos que a preponderância na sua pessoa, do político”,ao invés do “militar”,como aconteceu nos governos de 64 a 85? 
 
Será que deu para entender porque os políticos “demonizam” tanto os militares,dando a entender nos seus discursos que só “eles” teriam capacitação para governar,jamais os militares? 
O que teria o militar a “menos”que qualquer outra profissão que pode livremente se dispor a governar? 
Civil pode,e militar,não? 
Será que o grande “álibi” dos políticos seria a sua grande capacidade de enganar o povo nas suas campanhas eleitorais,o que os militares não gostam e nem sabem fazer?

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Votar em 2022 no assaltante de bancos ou no ladrão de galinhas ? - Sérgio Alves de Oliveira

Após ter consumido durante muito tempo o pior “lixo” que poderia ser despejado por uma deturpada democracia (?), os brasileiros, responsáveis por essas escolhas no passado, aprontam-se para repetir exatamente o mesmo que fizeram antes, nas eleições porvindouras de outubro de 2022.

Seria alguma maldição do destino a contaminação da (pseudo)democracia brasileira de modo a enquadrá-la na visão que dela teve o pensador Nelson Rodrigues? Que a “maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas, que são a maioria da humanidade”? Que “os idiotas vão tomar conta do mundo,não pela capacidade,mas pela quantidade,(porque) eles são muitos”?

Ora,a tese pela qual iremos nos pautar é que realmente a (pseudo) democracia brasileira deixa muito a desejar. E basta dar um pequeno “passeio” pelo passado mais recente do pais para que se perceba essa realidade. Teria sido fruto de uma democracia sadia as escolhas do tresloucado Jânio Quadros, em 1961, passando, após a interrupção do Regime Militar, de 1964 a 1985, e o período de eleições “indiretas” (de 1985 até 1989), novamente para eleições “diretas”,com as escolhas, a partir de Fernando Collor de Mello, em 1989, de Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva, Dilma Rousseff/Michel Temer, e Jair Bolsonaro?

Além do mais,tudo leva a crer que os vícios da democracia deturpada em prática no Brasil não se resumem às “escolhas” dos eleitos propriamente ditas,porém eles vão muito mais “fundo”. Começam com as escolhas dos candidatos nos viciados partidos políticos,ou seja,nessa “eleição primária”, “interna”.

E geralmente, dessas relações apresentadas pelo partidos políticos, colhidas dentro da pior escória da sociedade, essa “democracia” começa a ser validade, e “reforçada”, porque dentro dessa pior escória da sociedade levada a fazer política,a probabilidade maior é a de que sejam eleitos exatamente os piores dentre esses piores.

Os que despontam nas lideranças apontadas pelas pesquisas eleitorais certamente reforçam a tese em curso. Não parece concebível que um povo pretenda eleger novamente um candidato que já exerceu a presidência da república por dois mandatos consecutivos (de 2003 a 2010), e chefiou uma quadrilha que roubou do erário 10 trilhões de reais.

Jair Bolsonaro se elegeu em 2018, principalmente na qualidade do principal “moralista” que denunciou e prometeu na sua campanha combater a corrupção do PT. E realmente “combateu”. Mas, muito moderadamente,mais um tipo “faz-de-conta”. [o presidente Bolsonaro sofreu o mais repugnante boicote seja por parte do Legislativo, via "primeiro-ministro" Maia, do Poder Judiciário, sem contar traidores que encastelados no governo do capitão conspiravam contra aquele que os valorizou, porém que desconhecem o sentido de honra e lealdade. Boicotado dessa forma, nenhum governo consegue governar, executar seu programa de governo - sem esquecer a pandemia e outros percalços, alguns causados pela própria natureza. Oportuno lembrar que acusações feitas contra o governo do capitão, antes mesmo de sua posse, não foram provadas e permanecem a beira do esgoto onde terminarão, junto com seus autores.]

Mas Bolsonaro não teria também o “rabo-preso” no seu governo para ter o direito combater a corrupção dos adversários, do PT,”et caterva”? Por que ele se empenha tanto em acobertar e negar as tais de “rachadinhas” de gente muito próxima a ele.[cabe aos acusadores provar; o presidente não precisa acobertar, nem o faz, o que não foi provado.Curiosamente, esqueceram as rachadinhas do Alcolumbre!!!]  De ladrõezinhos “pé-de-chinelo”,perto do pessoal do PT?

Mas a grande diferença estaria eventualmente no “tamanho” da corrupção de um e de outro. Se irregularidades forem provadas no Governo Bolsonaro, com certeza não passaria da casa dos “milhões” de reais, enquanto a do PT foi de “trilhões”de reais ,não de simples “milhões”,ou “bilhões” de reais ,melhor,de 10 trilhões de reais. Ora,um trilhão de reais significa o mesmo que mil bilhões de reais,ou um milhão de milhões de reais. Multiplique-se tudo por “dez” para chegar-se aos 10 trilhões de reais.

É por esse motivo que o povo brasileiro está no cruel dilema de ter que escolher em outubro de 2022 entre um “refinado” assaltante de bancos, e um eventual “ladrão de galinhas”. Eu optarei sem dúvida nas urnas pelo segundo,considerando o “infinitamente” menor dano ao povo brasileiro pelo qual eventualmente possa ser responsabilizado.

As eleições de 2022, portanto, não são, em suma,nenhuma questão política.

É “matemática”!!!  -


Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo 

 

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Lula, o mentiroso e cara de pau - Sérgio Alves de Oliveira

Está na hora do povo brasileiro acordar politicamente e deixar de eleger esse “lixo” político que tem escolhido inclusive para Presidente da República, e que o governa desde as “Diretas Já”, a partir de Fernando Collor de Mello,cassado por corrupção em 1992.

Sem dúvida a nominata que saiu vencedora nas urnas, antes mesmo do “Regime Militar” (1964 a 1985), por exemplo, com a eleição de Jânio Quadros, em 1960,e também após o “Regime Militar”,inclusive com a eleição de Jair Bolsonaro,em 2018,deixa muito a desejar para a satisfação das maiores necessidades do povo brasileiro.

Todavia há que se considerar que todos [sic] esses presidentes eleitos não foram selecionados dentre os “melhores” da sociedade, porém dentre os “piores”, que são exatamente aqueles elementos que geralmente são levados a fazer política,e que a adotam como “profissão” altamente lucrativa ,egressos de partidos políticos igualmente viciados pelo que há de pior.

Será que os portadores de título eleitoral estariam fazendo jus à situação “pintada” por Nelson Rodrigues, segundo o qual “a maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas,que são a maioria da humanidade”, e de que “os idiotas vão tomar conta do mundo,Não pela capacidade, mas pela quantidade.Eles são muitos”? Os eleitores brasileiros estariam enquadrados nessa visão desmoralizadora de uma “democracia”, caso verdadeira, considerando a realidade da sua prática “democrática”?

E que a democracia na vida real pode acabar se moldando ao risco da macabra visão que dela teve o filósofo francês Joseph-Marie De Maistre, segundo o qual “o povo tem o governo que merece”? Isto é,de que o povo seria o responsável direto, tanto pelo “bom”, quanto pelo “mau” governo?

Mas de todos os governos eleitos a partir de Jânio Quadros, interrompido temporariamente pelo Regime Militar, de 1964 a 1985, a partir da derrubada de Jango Goulart, que era “vice” de Jânio, sem dúvida os piores e mais corruptos deles foram os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff, de 2003 a 2016, ambos do Partido dos Trabalhadores -PT, maiores responsáveis pelo caos moral,político,social e econômico reinante no Brasil ,”herdado” por Jair Bolsonaro, a partir da sua posse, em 1º de janeiro de 2019, mas que não teve forças nem competência suficientes para superar os males deixados pelos governos anteriores, em grande parte, reconheça-se, para que não se faça injustiça,ao “aparelhamento” do Estado e das Leis , deixado pela esquerda enquanto governou, sem que o Presidente Bolsonaro tivesse poderes para alterar esse estado de coisas, sem o “aval” do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, via de regra sabotadores e boicotadores do Governo.

Mas após a recente candidatura presidencial de Lula da Silva, ”arranjada” de forma vergonhosa pelo seu “padrinho”, o STF, o que impressiona mesmo é a mentira deslavada e cara de pau do candidato Lula de atribuir o caos reinante ao Governo de Bolsonaro, apresentando-se como “salvador da pátria”, omitindo que todos esse caos foi deixado principalmente por ele mesmo, que governou, “diretamente” de 2003 a 2010, e “indiretamente”, mesmo com Dilma Rousseff, de 2010 a 2016. Isto é, Lula está tendo a ousadia e a cara de pau de lançar as consequências dos seus “malfeitos” sobre aquele que os herdou, e criados principalmente nos seus próprios governos.

Alguém conseguiria calcular o preço que os brasileiros hoje estão pagando pela roubalheira de 10 trilhões de reais do erário que a esquerda cometeu durante seus governos?
E que certamente estarão “bancando” agora a nova candidatura de Lula?

Não posso ter certeza que a eleição de qualquer outra candidato presidencial, que não Lula, seria exatamente “melhor” do que a do ex-condenado e ex-presidiário. Mas de uma coisa posso ter certeza: qualquer outro candidato que for eleito em outubro de 2022, no mínimo, será bem “menos pior” que a eleição de Lula da Silva,o grande mentiroso e cara de pau. ”Encantador de burros”, como afirmam alguns. Pior candidatura que a de Lula da Silva para o povo brasileiro é absolutamente impossível de existir!!! [não há como prosperar qualquer ideia sobre uma hipotética eleição do maior de todos os ladrões, do coisa ruim, que ainda lidera o famigerado pt =  perda total tendo como causa a falta de condições até para o coisa ruim - que se esconde das 'ruas', alegando medo de ser contaminado pela covid-19 - ser candidato.]

Sérgio Alves de Oliveira  - Advogado e Sociólogo 



sábado, 16 de outubro de 2021

Delação fantasiada de jornalismo - Revista Oeste

Augusto Nunes

Folha atropela a Constituição e viola o sigilo da fonte alheia 

Jânio Quadros e Fernando Henrique Cardoso entraram emparelhados na reta final da corrida pela prefeitura de São Paulo. A votação ocorreria no dia 15, uma sexta-feira, e me cabia cuidar da reportagem de capa da revista Veja, que incluiria obrigatoriamente o ainda imprevisível desfecho do duelo. Para redigir o texto eu teria parte da noite de sexta e a madrugada de sábado. O problema era a foto. Como a capa da edição requeria cuidados que consumiam cerca de 48 horas, a imagem teria de ser produzida até o dia 13. E havia uma complicação adicional: o ex-presidente e o senador deveriam posar para a câmera — separadamente, claro — sentados na cadeira então ocupada pelo prefeito Mário Covas. Jânio nem quis conversa. Mandou um assessor avisar que não confiava em nenhum jornalista e encerrou o assunto. Bem mais gentil, Fernando Henrique aceitou de imediato a proposta da revista: se não vencesse a eleição, receberia tanto as fotos reveladas quanto os negativos. Na tarde da quarta-feira, a sucessão de cliques se aproximava do fim quando uma assessora do candidato entrou no gabinete para transmitir-lhe a insatisfação de duas duplas, compostas de um repórter e um fotógrafo, acampadas na sala de espera.

Os coleguinhas estão enciumados — informou a assessora, referindo-se aos jornalistas do Estadão e da Folha de S.Paulo. — Acham que a Veja tem tratamento privilegiado.

Depois de alguns segundos de silêncio, Fernando Henrique quis saber se me opunha à entrada dos queixosos. — O senhor é quem decide — saí pela tangente. — Mas acho bom deixar claro que as fotos estão embargadas até o encerramento da apuração.

Os quatro jornalistas concordaram sem hesitação com os termos do acordo. No dia seguinte, descobrimos que a Folha resolvera antecipar-se à Veja e ao Estadão: lá estava a foto embargada arrendando um latifúndio de papel na primeira página. O repórter alegou mais tarde que o editor de Política se limitara a lembrar aos dois subordinados que nenhum deles estava autorizado a fechar acordos em nome do jornal. Ainda hoje a foto é apresentada como prova do presunçoso açodamento de um poço de vaidade. Tremenda fake news. Fernando Henrique foi vítima de mais uma prova contundente de que a Folha não tem palavra.

Entrevistado pelo programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, o jornalista Alexandre Garcia resgatou outro episódio exemplar. Ele era subsecretário de Imprensa Nacional do governo João Figueiredo quando foi encarregado de escalar o grupo de colegas que testemunhariam um encontro entre o presidente da República e o cardiologista Euryclides Zerbini. A pedido de amigos e parentes de Figueiredo, o médico famoso tentaria publicamente convencer o chefe de governo a abandonar o cigarro. Foi o que fez quando a conversa ia chegando ao fim. Zerbini insistiu em saber o que impedia o anfitrião de livrar-se do vício. A resposta emergiu já com cara de manchete: “Doutor, eu não paro de fumar porque não tenho caráter”. Garcia assustou-se: “Imaginei o Hélio Fernandes afirmando na primeira página da Tribuna da Imprensa que Figueiredo finalmente havia reconhecido que não tem caráter”, contou Garcia, que foi à luta: por telefone, repetiu aos participantes do encontro, um por um, o mesmo pedido escoltado pelo mesmo argumento. “Não use aquela frase, por favor. No Rio Grande do Sul, não ter caráter quer dizer que a pessoa não tem força de vontade.” Todos prometeram atender ao apelo, inclusive o enviado pela Folha. Todos cumpriram a promessa, menos a Folha, que incluiu na reportagem a frase que atribuía o tabagismo à falta de caráter.

Entre leitores capazes de assoviar e caminhar ao mesmo tempo, esses registros na folha corrida podem ter abrandado a surpresa, mas não o assombro provocado pela manchete da edição deste 7 de outubro, uma quinta-feira: BLOGUEIRO BOLSONARISTA USA DE INFORMANTE ESTAGIÁRIA DO STF. 
Sete palavras e uma sigla resumem a reportagem, torpe na forma e sórdida no conteúdo, que se baseou em diálogos telefônicos grampeados pela Polícia Federal para concretizar uma façanha e tanto. Simultaneamente, a Folha conseguiu reduzir a farrapos bandeiras que vive hasteando ao som de tambores e clarins, violentar a Constituição com o estupro do sigilo da fonte e consumar o parto do jornalismo de delação.

“Blogueiro bolsonarista” foi a expressão escolhida para esconder a atividade profissional de Allan dos Santos, que comanda o portal Terça Livre e é tão jornalista quanto qualquer condecorado com um crachá da Folha. A palavra “informante”, pinçada do jargão policial, tentou transferir para uma fonte o papel que a Folha desempenhou: dedo-duro. As patéticas trucagens se completaram com o termo “estagiária”, que confere ares de jovem avoada à brasileira Tatiana Garcia Bressan, de 45 anos, que trabalhou por 18 meses no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski. Essas piruetas semânticas tentaram camuflar a verdade vergonhosa: a Folha pariu a imprensa delatora para transformar em casos de polícia um jornalista e uma funcionária que o ajudara a ver o Supremo como o Supremo é. Nada do que Tatiana revela surpreende quem conhece o Pretório Excelso. Num dos trechos destacados pelo jornal, por exemplo, Tatiana diz que se espantou ao constatar que os ministros mudam frequentemente de ideia quando políticos de estimação necessitam de ajuda. Ganha uma viagem só de ida para a Venezuela quem ainda não sabia disso.

O que seriam “jornalistas de verdade”? Os formados por faculdades de comunicações?

A delação pareceu funcionar. Na edição seguinte, a Folha noticiou que o ministro Alexandre de Moraes anexara a “informante” ao inquérito das fake news (podem chamá-lo de “inquérito do fim do mundo”; ele atende). A medida incorporou a delatada ao elenco de depoentes na mira da Polícia Federal. Previsivelmente, redes sociais trataram de fechar a Allan dos Santos os espaços que ocupa. Mas o jornal que faz o diabo para derrubar o presidente fora longe demais. Dois dias depois da feérica entrada em cena, o caso caiu fora da Folha à francesa — e não voltou a dar as caras sequer nas páginas internas. O jornalista Nelson Rodrigues provavelmente teria sugerido que os autores da ignomínia sentassem no meio-fio, chorando lágrimas de esguicho, até se sentirem prontos para a expiação da torpeza numa seção “Erramos” de página inteira. Em vez disso, os envolvidos no espetáculo da infâmia andam murmurando por aí que só jornalistas de verdade têm direito ao sigilo da fonte.

O que seriam “jornalistas de verdade”? Os formados por faculdades de comunicações? De jeito nenhum, garante o editorial da edição de 19 de junho de 2009, que exaltou o Supremo Tribunal Federal por ter abolido a exigência do diploma para o exercício da profissão. Trecho: “O que nunca se justificou — e vai se tornando cada vez mais anacrônico diante da proliferação do jornalismo pela internet — é restringir-se apenas aos detentores de diploma específico uma atividade que só se beneficia quando profissionais de outras áreas — médicos, biólogos, historiadores, filósofos — encontram lugar nas redações.” Outro parágrafo ensina que esse tipo de impedimento, “desconhecido na ampla maioria dos países democráticos, é incompatível com o direito à informação, com a liberdade profissional e com a realidade, cada vez mais complexa, do jornalismo contemporâneo”.

Coerentemente, vagas na redação e cargos de chefia estão ao alcance de gente que nunca viu de perto um professor de jornalismo. O próprio Otavinho Frias preparou-se para fundar a Folha moderna na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. É natural que tenha dispensado da apresentação de diplomas os originários de outras ramificações do conhecimento humano que hoje integram o primeiro escalão, como Gustavo Patu, Uirá Machado e Hélio Schwartsman. Erros cometidos por algum deles não podem ser atribuídos à formação profissional. Não foi por falta de estudos específicos, por exemplo, que Schwartsman confessou torcer pela morte do presidente da República. O que falta é parafuso. Ou juízo. Ou caráter. E o que sempre sobra é a vontade de fazer bonito nos bares da Vila Madalena frequentados pelos rapazes da imprensa. Allan dos Santos não é menos jornalista que carrascos homiziados em colunas de papel. O problema é que não deseja morte de nenhum adversário político. Pior: não apoia o impeachment de Jair Bolsonaro. Pior ainda: convive muito bem com o presidente da República.

O jornalista alvejado pela Folha decidiu processar Alexandre de Moraes pela quebra do sigilo da fonte
É mais uma evidência de que não houve nada de ilegal nas relações com Tatiana. 
Ainda que houvesse, ele seria beneficiário do precedente aberto por Glenn Greenwald. Suspeito de envolvimento no roubo de mensagens trocadas entre juízes e procuradores federais engajados na Operação Lava Jato, Glenn foi socorrido pelo ministro Gilmar Mendes, que proibiu qualquer tipo de investigação contra o advogado norte-americano que a Folha, em nome da coerência, deveria qualificar de “blogueiro lulista”. Caso alguém insistisse em investigá-los, Allan e Tatiana poderiam incorporar aos argumentos da defesa a montanha de artigos e reportagens que a Folha publicou em louvor da inviolabilidade do sigilo da fonte.

Já que vai processar Alexandre de Moraes, Allan poderia interpelar a Folha e a Polícia Federal sobre o vazamento das conversas que teve com a funcionária do STF. Quem entregou a qual jornalista a transcrição dos diálogos telefônicos? Vai ser divertido ver a Folha, no esforço para livrar-se de enrascadas judiciais, recorrer ao sigilo da fonte que acabou de estuprar.

Leia também “As soberbas lições de Sobral Pinto”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste