Análise Política
Hoje a CPI no Senado da Covid-19 realmente inovou. No dia dos
depoimentos de dois médicos favoráveis ao chamado tratamento precoce da
doença causada pelo novo coronavírus, o relator e o restante da bancada
de oposição saíram da sessão, para não ter de fazer perguntas aos dois
depoentes.Com isso, reduziram drasticamente a
exposição pública dos trabalhos da CPI neste dia, que seria naturalmente
desfavorável ao oposicionismo. [além da maior parte da oposição não primar por empregar práticas honestas, se destacam pela covardia e oportunismo.] Também naturalmente,
haverá um custo político. Aliás, é só que resta de dúvida na CPI. Qual
será o custo político para cada lado.
Pois não
há dúvidas sobre o teor do relatório final, visto que a comissão está
blocada desde o início num 7 a 4 contra o governo. E vai ser uma grande
surpresa se o presidente da República não aparecer no texto, pois daí a
CPI terá servido para pouca coisa, só para pescar os peixes pequenos e
ex-peixes. [mas a CPI não serve para nada, nem servirá, já que foi criada para atingir o presidente da República, tarefa na qual fracassará.
Seus mentores esqueceram que para incriminar alguém é preciso provas e estas estão vinculadas a FATOS e estes não são criados por chiliques e/ou surtos, ainda que de senadores.]
Terá sido muito barulho por nada. É improvável. Vamos
ver quais serão as descobertas na nova fase aberta hoje com a passagem
de diversos personagens de testemunha a investigado.
A CPI chegará ao
pote de ouro no final do arco-íris?
Encontrará a bala de prata?
Ou
terminará restrita à construção de narrativas eleitoralmente úteis?
Entrementes,
Jair Bolsonaro foi ao Pará. Faz como Luiz Inácio Lula da Silva em
2005/06, quando acossado pela crise desencadeada pelas acusações de
Roberto Jefferson. Evita permanecer o tempo todo numa Brasília
intoxicada pela guerra política.
O tira-teima?
Por enquanto está marcado para 2022. Para antecipar o calendário, só a
tal bala de prata e a rua. E as pesquisas. Por enquanto, como mostrou a
votação da Eletrobras no Senado, o jogo continua equilibrado.
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político