Indonésia nega pedido de Dilma e mantém execução de
brasileiro
Condenado
por tráfico de drogas, Marco Archer pode ser executado no domingo; país já
negou outros pedidos
A presidente Dilma Rousseff conversou pelo telefone, na manhã desta sexta-feira, com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, mas não conseguiu
clemência para os brasileiros Marco
Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt, condenados à morte por tráfico de drogas.
O assessor especial da presidência,
Marco Aurélio TOP
TOP Garcia, afirmou que
só um “milagre” pode reverter a decisão e disse que ficará uma “sombra” na
relação entre os dois países. — Vamos esperar que um milagre possa
reverter essa situação — disse Marco Aurélio, em entrevista coletiva.
Governo ‘acompanha
estreitamente’ caso de provável execução de brasileiro na Indonésia
Em nota,
Itamaraty avalia que ‘todas as
possibilidades de ação estão abertas’
O governo
brasileiro informou que continua ‘acompanhando
estreitamente’ o caso do brasileiro
Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, que está preso na Indonésia desde
2004. Ele teve mais um pedido de clemência negado
pelo presidente da Indonésia, Joko
Widodo, e pode ser executado
no próximo domingo. Em nota, o Itamaraty disse que o governo está analisando
as ações que ainda podem ser adotadas, mas não quis dar detalhes. "O governo brasileiro continua
mobilizado, acompanhando estreitamente o caso e avalia todas as possibilidades
de ação ainda abertas. De modo a preservar sua capacidade de atuação, o governo
brasileiro manterá reserva sobre as decisões tomadas", informou o
Itamaraty.
De acordo
com reportagem do jornal "Jakarta
Post", da Indonésia, a
procuradoria geral do país decidiu que
não irá mais atrasar a execução do brasileiro, preso por tráfico de drogas em
2004. Ele teve a revisão do caso recusada pelo Supremo Tribunal de Justiça
do país.
O governo
brasileiro quer manter a discrição sobre as ações que estão sendo deflagradas
para tentar evitar a execução do brasileiro preso na Indonésia por tráfico de
drogas. Segundo integrantes do governo, a presidente Dilma Rousseff vai
continuar tentando um contato com o presidente da Indonésia, Joko Widodo.
Oficialmente, o Palácio do Planalto não se pronunciou, mas interlocutores
reiteraram a nota do Itamaraty. De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, Dilma
Rousseff pediu na última semana para conversar com o presidente para fazer um
novo pedido de clemência pelo brasileiro.
A Anistia
Internacional lançou uma ação urgente pedindo que todas as suas seções no mundo
pressione o governo indonésio a não levar adiante as execuções agendadas para o
fim de semana. [essa
anistia é especializada em defender bandido.
Se deixar por conta deles, em breve
as pessoas de bem estarão presas e os bandidos soltos.
Não se trata de um caso humanitário.
Um marginal, traficante de drogas, praticou tráfico de drogas na Indonésia e a
legislação penal daquele País prevê PENA DE MORTE.
O bandido brasileiro foi julgado,
condenado e agora deve ser, merecidamente, executado.
Assim, o mundo saberá que a Indonésia
não é o Brasil, país em que assassinos confessos são anistiados, indenizados e
pensionados e muitos exercem cargos públicos.]
Em 2005, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o primeiro pedido
de clemência pelo brasileiro, que foi
negado. Em setembro de 2012, em Nova York, a
presidente Dilma Rousseff aproveitou o encontro bilateral com o então
presidente da Indonésia, Susilo
Bambang Yudhoyono, para interceder pelo brasileiro.
Ela entregou ao líder indonésio uma carta apelando para que o brasileiro não
fosse punido com a pena de morte.
Preso há 11 anos, Marco Archer é
carioca e instrutor de voo livre. Ele foi condenado em 2004, por
tentar entrar na Indonésia um ano antes com 13,4 kg de cocaína escondidos em
tubos de uma asa-delta. Na ocasião, ele confessou ter recebido US$ 10
mil dólares para levar a droga do Peru, com conexão em São Paulo. Essa seria a
primeira vez que um brasileiro seria executado no exterior.
OUTRO
BRASILEIRO TAMBÉM FOI CONDENADO À MORTE
Além de
Marco, outro brasileiro também pode ser executado por
tráfico de drogas no país asiático: Muxfeldt
Rodrigo Gularte. O surfista foi preso em 2004, no aeroporto de
Jacarta, com 12 pacotes de cocaína que
estavam escondidos em oito pranchas. O surfista, que seguia para Bali,
estava com dois amigos, mas assumiu a autoria do crime de tráfico internacional
de drogas sozinho. Gularte também teve o
pedido de clemência negado e também aguarda a execução.
Fonte: O Globo