Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador presidente José Sarney. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador presidente José Sarney. Mostrar todas as postagens

sábado, 29 de fevereiro de 2020

"Trezentos picaretas" - Alexandre Garcia

 Correio Braziliense

Criaram uma constituição Frankenstein, na qual o presidente, que é responsável pelo governo, não tem os poderes para governar; quem tem esses poderes é o Congresso, que não tem a responsabilidade de governar

“Há no Congresso uma minoria que se preocupa e trabalha pelo país, mas há uma maioria de uns 300 picaretas que defendem apenas seus próprios interesses.” A constatação é de 1993, do presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, depois de ter sido, por quatro anos, deputado constituinte. Dois anos depois, a constatação virava música dos Paralamas do Sucesso: “Luiz Inácio avisou, Luiz Inácio avisou/São trezentos picaretas com anel de doutor”. O tempo passou, a prática continuou, e, em fevereiro de 2015, foi o ministro da Educação de Dilma, Cid Gomes, que avisou: “Tem lá uns 400, 300 deputados que, quanto pior, melhor pra eles, que querem que o governo esteja frágil, porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele e aprovarem suas emendas impositivas.”

Semana passada foi a vez de um ministro de Bolsonaro, general Augusto Heleno, dar o aviso. Não o fez em público, mas numa queixa privada, para o ministro Paulo Guedes, captada por um microfone indiscreto: “Não podemos aceitar esses caras chantageando a gente o tempo todo. F…-se.” Mais tarde, em nota, o ministro da Segurança Institucional acrescentou: “Isso prejudica o Executivo e contraria os preceitos de um regime presidencialista. Se desejam o parlamentarismo, mudem a Constituição.”

A Constituição de 1988 é a origem disso. Logo que foi promulgada, entrevistei o presidente José Sarney na TV e ele disse: “Esta Constituição torna o país ingovernável”. Em 2014, com 28 anos de observação, Sarney, que viveu a maior parte da carreira política no parlamento, acrescentou: “A compulsão de expandir poderes torna o país ingovernável. O parlamento desmoralizou-se, instituiu práticas condenáveis.” Eu cobri a Constituinte e sei como aconteceu. Estavam fazendo uma constituição parlamentar e o presidente Sarney se mobilizou contra. De consolo, fizeram uma emenda presidencial, dando ao presidente a medida provisória. E criaram uma constituição Frankenstein, na qual o presidente, que é responsável pelo governo, não tem os poderes para governar; quem tem esses poderes é o Congresso, que não tem a responsabilidade de governar.

O resultado é que, para governar, os presidentes se entregaram aos partidos, cedendo ministérios e estatais, o que gerou a maior corrupção institucionalizada. Chamou-se isso de “presidencialismo de coalizão” um eufemismo para esseFrankenstein”. O atual governo interrompeu o acesso do monstro e afetou as “práticas condenáveis” e “os próprios interesses”, aplicando a separação de poderes, prevista na Constituição. A situação foi agravada com as emendas impositivas dá o dinheiro aos deputados, ainda que falte para quem tem o ônus de cobrar os impostos e governar. E agora articulam a derrubada de um veto do presidente para usar mais R$ 30 bilhões em ano de eleição municipal.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna Correio Braziliense


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Sequestro frustrado de avião no Brasil pode virar documentário

Pouca gente se lembra, mas o Brasil teve uma ameaça de “11 de Setembro” na década de 1980, com o sequestro de um avião.

Uma produtora independente de Brasília quer contar a história em documentário. A Ancine autorizou a captação de 3,7 milhões de reais até o fim de 2017 para tocar o projeto “Reabrindo a caixa preta – O sequestro do voo 375″.


 11 de setembro brasileiro
O episódio aconteceu em 1988, quando um avião da Vasp com destino ao Rio de Janeiro com 98 passageiros foi sequestrado.

O maranhense Raimundo Nonato obrigou os pilotos a mudar a rota para Brasília. Sua intenção era derrubar o avião no Palácio do Planalto e matar o então presidente José Sarney, a quem culpava pela perda do emprego em uma construtora mineira.

O copiloto foi morto, mas o comandante conseguiu negociar com Nonato e evitar uma tragédia maior. Roteiro digno de cinema.

Fonte: Radar On Line