Fugindo da sua responsabilidade, mesmo que indireta, pelo
último reajuste dos preços da gasolina e do óleo diesel pela Petrobrás, respectivamente em 16,77 % e 24,9 %, I-N-J-U-S-T-A-M-E-N-T-E
o Presidente Jair Bolsonaro lança a culpa desse aumento nas “costas” do General
Joaquim Silva e Luna, atual presidente da estatal,indicado e “eleito” por ele mesmo ,como representante
do acionista controlador, e provável nova vítima dos corriqueiros “descartes” presidenciais.
Sem dúvida essa alta de preços dos combustíveis, bem próxima
à eleição presidencial em que Bolsonaro busca obstinadamente a sua reeleição, não soma pontos favoráveis à
sua candidatura, apesar dessa alta ter afetado quase todo o mundo, em maior ou
menor grau, e ao fato do consumidor não se importar muito em descobrir o real
culpado da alta, e sim preocupar-se exclusivamente com a “ferida” no seu bolso. E ter que buscar logo um “culpado” qualquer !!!
“Demagógica” e injustamente, o Presidente acusa a direção
da estatal, que ele mesmo escolheu, de ter cometido um “crime” contra os
consumidores e o povo brasileiro, ”esquecendo-se” que os dirigentes que ele
“elegeu” simplesmente cumpriram a lei e o estatuto da empresa, que em absolutamente
nada foram modificados após a posse de Bolsonaro ,em 1º de janeiro de 2019.
É claro que tudo anda muito errado na Petrobrás,que
abandonou a genial ideia da sua criação, nos anos 40 e 50,inspirada no lema ”O
`Petróleo é Nosso”, idealizado por verdadeiros patriotas, mas acabou mudando esse
lema para transformá-lo em ”O petróleo é dos acionistas e investidores”, que só
enxergam na estatal uma fonte de
lucros, ”lixando-se” para os consumidores e povo brasileiro.
Esse sem dúvida é o único motivo pelo qual os preços do petróleo e seus
derivados no Brasil estão “amarrados” a dólares americanos e a preços “internacionais”, apesar da renda dos
consumidores e do povo brasileiro não estar atrelada a dólares, nem a preços
internacionais, porém a míseros “reais”, a moeda brasileira.
Na verdade a Petrobrás é mais uma vítima do desvirtuamento
que fizeram com as sociedades de economia mista,inteligentemente criadas na
reforma administrativa federal proveniente
do Decreto-Lei Nº 200, de 1967, em plena época do Regime Militar, que
gradativamente foi sendo reformado para “pior”, principalmente pela lei das
sociedades anônimas (Lei 6.404/76),e
pela lei 13.303/2016.
O espírito de criação das empresas públicas e sociedades de
economia mista foi justamente o de poderem funcionar como se empresas privadas
fossem,apesar do controle acionário público. Mas com o tempo foram perdendo
essa característica,sendo “infectadas” por todos os vícios que motivaram as
suas criações,passando a funcionar como repartições públicas comuns da
Administração Direta (e não “Indireta”,como deveria ser ),da União,Estados e
Municípios. Inclusive a submissão das empresas estatais ao regime das “licitações”,foi
na verdade uma “festa”, não para as estatais, mas para os seus fornecedores, que
passaram a vender tudo mais caro para essas empresas, sob a máscara da
“moralidade pública”. A “prova”: se o regime das licitações públicas fosse bom
para quem adquire o bem ou o serviço, evidentemente a iniciativa privada iria
adotá-lo logo.
Mas a Petrobrás,sociedade de economia mista,acabou sendo
“arrastada” pela descaracterização dessas sociedades. Mudou seus estatutos a
fim de privilegiar o investidor nas suas ações,que só tem um objetivo: o maior lucro possível. Mas evidentemente esse
“lucro” entra em conflito flagrante com os interesses maiores dos consumidores
e do povo brasileiro,que acabam pagando o preço “internacional” em
dólares,ganhando em “reais”.
O problema está em eleger
qual o maior interesse que deve ser satisfeito pela Petrobrás, se o dos
investidores, como é, ou dos consumidores
e do povo brasileiro, como deveria ser? Nos países que vendem a gasolina mais barata do mundo não
existem investidores privados “mamando” nas tetas das respectivas petrolíferas.
Na Venezuela, custa R$ 5,00 para encher o tanque do carro, na Arábia Saudita, R$
14,54, e no Catar R$ 21,30. No Brasil já passa de R$ 300,00,com “festa”para os
investidores ,e desgraça para o povo.
E o Presidente da República, na qualidade de Chefe do Poder
Executivo Federal, e representante do
“acionista controlador”, sem dúvida é o
maior culpado por toda essa situação. Não por “ação”,mas por “omissão”. Não
adianta “descarregar” a culpa na direção da estatal, que não é verdade. “Eles”
não podem mudar nada. O Presidente, pode.
Mas como?
Uma missão quase impossível seria fazer uma revisão rápida
na Constituição e em toda a legislação
infraconstitucional que “prendem” qualquer grande reforma na Petrobrás. Mas um Presidente de “colhões roxo” poderia perfeitamente
expedir uma MEDIDA PROVISÓRIA
transformando a Petrobrás ,de sociedade de economia mista, em “EMPRESA
PÚBLICA, por exemplo, ficando “dona” da estatal,eliminando os acionistas
“mamadores” do suor dos brasileiros,cumulativamente com a decretação de
utilidade pública,para fins de desapropriação,de todas as ações dos
investidores. [o que impede o uso exitoso do recurso Medida Provisória, é que o presidente da Câmara dos Deputados tem o poder de devolver uma MP, no recebimento - alegando qualquer coisa, e sua decisão será respaldada pelo STF.
Os recursos para indenizar as ações dos investidores
certamente surgiriam com alguma imaginação do “competente” Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Como se comportaria a oposição e a esquerda numa situação “inesperada”
como essa ? Funcionaria como uma “camisa-se-força”?
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
[um comentário meio dentro do tema em comento e que a mídia militante, a pró esquerdismo progressista, não destaca. Putin, segundo os especialistas em guerra será fatalmente derrotado pelas sanções, boicotes e outras coisas que os 'aliados' do ex-comediante aplicam à Rússia.
Só que a exigência apresentada pelo mandatário russo, de que o petróleo fornecido pela Rússia aos seus inimigos seja paga em rublos, está provocando a queda de dólar e a valorização do rublo.
Enquanto isso, a vaidade do ex-comediante, sustentada pelos seus aliados de palanque, vai matando mais e mais ucranianos. A propósito o Reino Unido é o campeão de torcida pró Zelensky e também o aliado que concede o menor número de visto aos refugiados da Ucrânia.]