Houve uma vitória de grande porte na viagem de Bolsonaro: um enorme acordo de livre comércio entre a União Européia e o Mercosul
Houve ameaças de má recepção europeia a
Bolsonaro, mas não houve nada de errado. Bolsonaro conversou com o
presidente francês Macron, que acabou convidado a visitar a Amazônia. E,
ao mesmo tempo, houve uma vitória de grande porte: um enorme acordo de
livre comércio entre a União Européia e o Mercosul. Dois números:
espera-se que, em 15 anos, o Brasil aumente as exportações à UE em US$
100 bilhões; e, com o acordo, o PIB brasileiro pode crescer em US$ 125
bilhões no mesmo período.
Com isso, nossa economia, que está devagar
quase parando, tomaria um choque de entusiasmo, e demonstraria que a
reforma da Previdência, embora essencial, não é a única ferramenta
disponível para o aumento do emprego. Mas tudo foi ofuscado por uma
nuvem de pó: a prisão em Sevilha de um dos integrantes do grupo de apoio
à viagem presidencial, que tentou carregar 39 kg de cocaína para fora
do aeroporto de Sevilha. Como um comissário de bordo entra num avião da
Presidência com 39 kg de cocaína na mala? Como levou a cocaína, poderia
ter levado explosivos. Quem falhou na vigilância?
Quem viaja em comitiva presidencial, seja ou
não no avião do presidente, tem de ser examinado – com raios X, revista
pessoal, o que houver de mais seguro. A cúpula se esquiva: até o
Gabinete de Segurança Institucional diz que a questão é da FAB, não
dele. A poeira tapou a visão de tudo e de todos. [Gabinete de Segurança????, pressupõe que os assuntos de segurança estejam afetos a ele; sem que isso seja limitante, a FAB também pode e deve cuidar do assunto.].
E ainda riram
O presidente já sofreu um atentado, a
segurança não pode ser descuidada. E não é a primeira vez que o avião
presidencial é usado por traficantes. Em 1999, a Operação Mar Aberto, da
Polícia Federal, apurou que aviões da FAB eram usados por pessoal de
bordo para tráfico de drogas. Um coronel pegou 16 anos de prisão e
perdeu o posto e a patente. Tudo indica que algo parecido ocorreu agora:
o tripulante levou sua mala sem ser revistado, sem sequer passar pelos
raios X, e transportou quase R$ 6 milhões em cocaína.
O ministro da Educação fez piada: disse que o
avião presidencial já havia transportado muito mais drogas,
referindo-se aos presidentes Lula e Dilma. Só que não é caso de piada: é
caso sério, que não pode jamais se repetir. [os dois são uma droga realmente, apenas o momento para a piada foi inoportuno.]
(...)
O Idec, Instituto de Defesa do Consumidor,
apresentou à Anatel uma série de medidas para limitar o abuso de
ligações de telemarketing – as ligações chatas que caem tão logo o caro
leitor atende, e quando não caem veiculam mensagens de interesse zero.
O
Idec sugere que só possam receber ligações os assinantes que autorizem o
serviço, e desde que haja limitação de horários.