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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Multas da Anatel lavam a alma de quem não para de ser interrompido por ligações - Alexandre Garcia

VOZES - Gazeta do Povo

Telemarketing

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) multou cinco empresas e nos ajudou a lavar a alma
Nós, que somos incomodados por ligações inconvenientes, que chegam nas piores horas, quando estamos almoçando, jantando, trabalhando, pensando, escrevendo, pesquisando, dormindo, descansando, amando ou assistindo a um filme. 
A Anatel aplicou um total de R$ 28 milhões em multas para cinco empresas; quem mais pagou foram Claro e Bradesco, que receberam multas imensas. 
É pelo excesso de ligações que a pessoa atende e parece que a ligação cai, mas a empresa só queria conferir se seu telefone existe mesmo, para depois mandar a propaganda. É um desrespeito; sempre que posso, bloqueio. O Nubank me telefona todos os dias, eu bloqueio todos os dias e eles telefonam com outro número. 
Já conseguiram que eu jamais seja cliente de alguém que me incomoda desse jeito.

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Criar o IVA é trocar seis por meia dúzia
O que também está me incomodando é a reforma tributária.  
Trabalhamos a vida toda para deixar patrimônio para os filhos, para os herdeiros, para os netos, para os sobrinhos. 
Mas, com essa reforma tributária, vamos ser obrigados a deixar cada vez mais para o Estado. E, ao mesmo tempo, a reforma alivia para os bancos, porque, se você precisar de dinheiro, o banco não alivia nos juros.  
Ainda bem que o texto voltou para a Câmara dos Deputados, já que o Senado alterou o que a Câmara tinha aprovado. 
Por ser uma PEC, precisará de 60% dos votos, no mínimo, em duas votações. [é torcer que os aplausos do 'maligno' e do 'poste' à subserviência do Pacheco se transformem em profundo desgosto para os dois e toda a corja que fez o "L".]
 
O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) criado na reforma substituirá vários impostos. Mas vão trocar seis por meia dúzia. Há tanta exceção, tanto privilégio, uns pagando pelos outros que serão dispensados do pagamento integral
Então, não há igualdade perante a lei tributária, por mais que o artigo 5.º da Constituição diga que todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza. Vamos ver agora na Câmara.
 
Julgamento cancelado no STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) continua com os julgamentos do 8 de janeiro, mas um deles foi cancelado porque viram que o que estava nos autos não correspondia à verdade. 
A defesa conseguiu mostrar para o Supremo que o réu não estava no acampamento em Brasília; ele chegou às 14h25 do dia 8, e isso foi comprovado pela Polícia Federal. 
Com isso, cancelaram a condenação a 17 anos de prisão. O sujeito seria condenado a 17 anos baseado em uma informação falsa! O julgamento será revisto.
 
Mas essa não é a única estranheza
O Supremo foi invadido e está julgando os invasores. 
Não faz sentido a vítima julgar; além disso, nenhum dos réus tem foro privilegiado, por isso deveriam estar todos sendo julgados na primeira instância. 
Enfim, faz parte da estranheza desse país, como é estranho que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) fique caladinha diante dessas coisas. Porque a OAB sabe ler a Constituição, não sabe? 
Todos nós, alfabetizados, podemos ler a Constituição.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia,
colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 29 de outubro de 2023

Golpe desvia pagamentos via Pix em compras online feitas por computadores; veja dicas se proteger - O Estado de S. Paulo

Nomeado de GoPix, novo malware é instalado em desktops e notebooks quando o usuário acessa sites falsos, que normalmente contêm erros de digitação no nome

Mais um golpe que desvia pagamentos feitos pelos Pix, agora em pagamentos feitos por computadores, foi identificado pela Equipe de Investigação e Análise da Kaspersky, empresa de segurança digital. A fraude, com versão similar em celulares, redireciona os valores para criminosos e o vírus infecta equipamentos de consumidores e empresas.

Segundo a Kaspersky, a técnica não é nova, mas é a primeira vez que é usada para esquemas fraudulentos de pagamentos envolvendo o Pix. Identificada em dezembro de 2022, a fraude já foi bloqueada mais de 10 mil vezes.

O esquema anterior, também denunciado pela empresa de segurança, visava transações instantâneas realizadas pelo celular. Já o novo malware, nomeado de GoPix, infecta desktops e notebooks e usa uma técnica diferente para redirecionar pagamentos online.

Compras online

Segundo Fabio Assolini, diretor da Kaspersky para a América Latina, o novo golpe afeta também empresas públicas e privadas. “Verificamos que ele não atua em transferência entre indivíduos, mas apenas em pagamentos de compras online”. diz.

Nessa modalidade, o lojista gera uma cobrança via Pix para o pagamento. O mais comum é o cliente copiar e colar o código e é nesse momento que é feita a troca da chave para redirecionar o dinheiro para os golpistas.

A disseminação do GoPix ocorre por meio de anúncios maliciosos na internet, usando links patrocinados em buscas no Google feitas com erro de ortografia para WhatsApp Web. Por exemplo, se o usuário escreve WatsApp. Também houve fraudes usando o dos Correios, no mesmo esquema de links patrocinados.

“A infecção ocorre em etapas”, afirma Assolini. Após a instalação do GoPix, o malware entra em um estágio de espera aguardando que a vítima realize um pagamento digital via Pix. Segundo ele, desde janeiro, a ameaça já foi bloqueada 10.443 vezes nos produtos da Kaspersky, somente em clientes brasileiros.

Como evitar o golpe

  • Anúncios falsos: priorize resultados de buscas orgânicos e baixe apenas sites oficiais. A infecção ocorre quando o usuário acessa sites falsos
  • Pagamento digital: revise o nome do destinatário do Pix para verificar se é o do vendedor. Muitas vezes são usados nomes de ‘laranja’ para receber o pagamento
  • Segurança: Tenha um bom antivírus instalado, pois o GoPix consegue identificar alguns dos dispositivos e desviar o vírus para uma pasta compactada, por exemplo em formato zip

Economia - O Estado de S. Paulo


domingo, 20 de março de 2022

Alexandre de Moraes suspende bloqueio do Telegram

A plataforma havia sido suspensa há dois dias por decisão do próprio Alexandre de Moraes 

Dois dias depois de ter determinado o bloqueio do aplicativo Telegram, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou atrás e suspendeu a medida neste domingo, 20.

De acordo com Moraes, a revogação ocorre porque a plataforma cumpriu as determinações judiciais que estavam pendentes.

“Diante do exposto, considerado o atendimento integral das decisões proferidas em 17/3/2022 e 19/3/2022, revogo a decisão de completa e integral suspensão do funcionamento do Telegram no Brasil, proferida em 17/3/2022, devendo ser intimado, inclusive por meios digitais — , o Presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Wilson Diniz Wellisch, para que adote imediatamente todas as providências necessárias para a revogação da medida, comunicando-se essa Corte, no máximo em 24 horas”, escreveu Moraes.

Entre as ordem acatadas pelo Telegram, está a exclusão de uma mensagem do canal pessoal do presidente Jair Bolsonaro. A postagem continha um link para a investigação da Polícia Federal sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, lista também continha outras exigências como o bloqueio do canal do jornalista Claudio Lessa, esclarecimentos sobre as medidas que a plataforma vem tomando para barrar a propagação de notícias consideradas falsas e a indicação de um representante da empresa no Brasil.

 Leia também: “3 anos de ‘fake news’: o STF não é o Judiciário”, artigo de Caio Coppolla para a Edição 104 da Revista Oeste

Revista Oeste


sábado, 19 de março de 2022

Telegram: Moraes abre investigação sobre vazamento de decisão

Poder 360 - Justiça


quinta-feira, 10 de março de 2022

Prefixo 0303 para ligações de telemarketing passa a valer hoje

O objetivo é fazer com que as pessoas identifiquem facilmente esse tipo de chamada 

As empresas de telemarketing serão obrigadas a ligar para os clientes usando o prefixo “0303” nesta quinta-feira, 10. A nova regra para as ligações foi determinada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em dezembro de 2021.

O objetivo é fazer com que as pessoas identifiquem esse tipo de ligação e possam optar por atender, bloquear ou ignorar o número. Além disso, as operadoras terão de realizar o bloqueio preventivo de chamadas a pedido do consumidor. Dessa forma, as pessoas não vão receber as chamadas, se não quiserem. A plataforma Não me Perturbe, que permite o bloqueio de chamadas de telemarketing e de bancos, encerrou 2021 com 9,5 milhões de números de telefone.

Criado pelas operadoras, o serviço faz parte das medidas de autorregulação do setor para melhorar a relação com os consumidores. A determinação da Anatel ocorre depois de uma consulta pública realizada entre agosto e setembro de 2021.

Na ocasião, foram recebidas quase cem contribuições de consumidores, empresas e associações de defesa do consumidor e do setor de telecomunicações.

Chamadas indesejadas de telemarketing
O telemarketing ativo é caracterizado por aquelas chamadas recebidas com a publicidade de serviços ou produtos, gravadas previamente ou não. “Ao longo dos últimos anos, as chamadas de telemarketing têm se tornado cada vez mais abusivas, têm caído em descrédito ou desconfiança pelo consumidor. São chamadas de números diversos que não sabemos a procedência”, declarou o superintendente de Outorgas da Anatel, Vinícius Caram, em 2021.
 [sugerimos à Anatel que implante para valer, valer mesmo, a obrigatoriedade de todo e qualquer telefone celular só ser habilitado, ativado, mediante o fornecimento pelo usuário do número do IMEI .
Mas tem que exigir mesmo, em qualquer circunstância. É essencial que o sistema seja protegido contra fraudes em desbloqueio - sabemos de alguns casos em que os celulares foram tomados de assalto, os proprietários bloquearam junto as prestadoras, ficou garantido que aquele celular estava bloqueado. Dias depois foi constatado que por R$ 20, certos 'técnicos' reativavam o celular.
Insistimos na necessidade de um bloqueio eficiente - que só possa ser desfeito mediante comprovação de que o desbloqueio está sendo solicitado pelo legitimo proprietário. O bloqueio é o modo mais eficiente, prático e seguro para impedir furtos e roubos de celulares - nenhum receptador compra um celular irremediavelmente perdido.
 
Aqui mesmo em Brasília o índice de roubos e furtos de celulares é elevadíssimo -  levando algumas pessoas a portarem dois celulares: um de qualidade inferior, o celular do ladrão e o melhor escondido. Ser assaltado, o bandido exigir o celular e a vítima dizer que não tem é meio caminho para ser executado pelo assaltante.]
 
Revista Oeste
 

domingo, 22 de março de 2020

A bolha e o dragão - Nas entrelinhas


“Não temos nada a ganhar brigando com os chineses, nossos maiores parceiros comerciais, mesmo que o aliado principal de Bolsonaro seja o presidente Trump”


Em dias normais, o presidente da República vive numa “jaula de cristal”, no sentido conceitual estudado nas escolas de administração pública: 
o líder isolado, prisioneiro da corte “que controla os acessos à sua importante personalidade”; sem vida privada, sempre na vitrine da opinião pública. Quando sai dessa jaula, porém, embarca no mundo virtual dos seus partidários nas redes sociais, nas quais seu recente protagonismo, por causa do coronavírus, vem sendo mais negativo do que positivo, segundo análises de especialistas.

Bolsonaro passará o domingão nessa bolha. Seu único compromisso na agenda oficial divulgada ontem é uma reunião de 30 minutos com o ministro da Economia, Paulo Guedes, às 14h de segunda-feira. Sua agenda sinaliza isolamento e reforça interrogações em relação ao seu estado de saúde. Já são 22 integrantes da comitiva que o acompanhou aos Estados Unidos com coronavírus, entre eles o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o conselheiro que mais frequentava seu gabinete.

Na sexta-feira, foram registrados mais quatro casos de coronavírus no Palácio do Planalto: o major Mauro César Barbosa Cid, ajudante de ordens do presidente; o coronel Gustavo Suarez da Silva, diretor adjunto do Departamento de Segurança do GSI; o assessor especial da Presidência Filipe Martins e o embaixador Carlos França, chefe do cerimonial da Presidência, contraíram a doença. Todos estiveram com Bolsonaro em vários momentos, durante a viagem e depois.

Os exames da primeira-dama Michelle Bolsonaro, do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e dos ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Ernesto Araújo (Relações Internacionais) deram negativo. Mesmo assim, o clima é de muita apreensão entre os que ficaram expostos. Ninguém sabe quantas pessoas foram contaminadas. Estatisticamente, 22 casos podem infectar até 2.800 pessoas durante o período de incubação, se não forem logo isolados. É assim que o crescimento exponencial da “gripezinha” funciona. O próprio presidente da República, na sexta-feira, admitiu que precisa fazer um novo exame.[O risco é contínuo - saiu do isolamento, volta a ter contato com terceiros e volta a correr risco de contágio;
Antônio e Joaquim podem estar hoje com Luiz (contagiado e com capacidade de contagiar) e Joaquim sai contagiado e Luiz não.
Só que ambos voltam a estar com Luiz,  amanhã, e o Antonio pode ser contagiado, ou não.
Em medicina nada é definitivo -  o que inclui as doenças.]

Voltemos à bolha. Quando se afasta da rotina administrativa, como no ano-novo e no carnaval passado, interagindo apenas com a família, Bolsonaro lacra nas redes sociais. Longe dos generais de quatro estrelas quem hoje formam seu estado-maior, sua convivência é mais intensa com os filhos, que comandam a tropa de choque do clã nas chamadas novas mídias. É aí que os confrontos com desafetos políticos e as narrativas conspiratórias ganham força, algumas com consequências desastrosas.

O caso chinês
A crise diplomática com o governo chinês, provocada por comentários do deputado federal Eduardo Bolsonaro (São Paulo) sobre a China, aos quais o embaixador Yang Wanming respondeu duramente, é resultado de uma das teorias conspiratórias. A tese de que a China disseminou a epidemia para dominar a economia mundial está de vento em popa nas redes sociais bolsonaristas. Não temos nada a ganhar brigando com os chineses, nossos maiores parceiros comerciais, mesmo que o aliado principal de Bolsonaro seja o presidente Donald Trump, com quem se alinha automaticamente.
[parte da teoria se sustenta que neste século, tivemos a gripe aviária, a peste suína e agora a covid-19 - todas originárias de vírus.
As três crises começaram pela China e das duas primeiras a China saiu maior, fortalecida - resultado que tudo  indica vai ocorrer na do Covid-19  - a China já controlou a epidemia, o total de mortos é inferior ao da Itália e já está iniciando o processo de recuperação econômica.
Até o sucesso no combate a uma epidemia pode sustentar teorias de conspiração.]

A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China é o tipo de situação na qual a diplomacia brasileira nadaria de braçadas ao defender nossos próprios interesses. Entretanto, estamos sendo arrastados para o alinhamento com os Estados Unidos no seu contencioso comercial, num momento em que nós e o mundo precisamos dos chineses para conter a epidemia de coronavírus e enfrentar a recessão econômica. Na sua xenofobia, Trump chama a epidemia de “vírus chinês”. E tem interesses objetivos aqui no Brasil nesse confronto com a China.

O leilão das redes 5G está previsto pela Anatel para o segundo semestre de 2020. Empresas como Nokia e Huawei estão muito interessadas em liderar o movimento do 5G no Brasil, uma vez que já atuam no cenário brasileiro e até possuem fábricas no estado de São Paulo. A chinesa Huawei anunciou o plano de investir US$ 800 milhões (mais de R$ 3 bilhões, em conversão direta) para construir mais uma fábrica de smartphones em São Paulo nos próximos três anos. A sueca Ericsson planeja dedicar R$ 1 bilhão para aumentar a fábrica em São José dos Campos (SP). Estes investimentos resultariam em uma linha de montagem totalmente voltada aos produtos com tecnologia 5G.

O governo americano acusa a fabricante chinesa de atuar por meio dos dispositivos para fazer espionagem, o que a China nega veementemente, e pressiona países aliados a não adquirir tecnologia fabricada pela empresa sediada em Shenzhen. Aqui, a Huawei alega que não participa de leilões, apenas fornecerá equipamentos para as operadoras, o que já acontece atualmente.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense




domingo, 9 de fevereiro de 2020

5G no Brasil – Editorial - O Estado de S. Paulo

Não deveria tirar o sono de Bolsonaro

Até o final de 2020, grandes cidades dos Estados Unidos, da China e de alguns países da Europa experimentarão os avanços trazidos pela rede 5G. São avanços tais que analistas do setor de telecomunicações – e não só eles, como também psicólogos e outros estudiosos do comportamento humano – chegam a afirmar que o modo de vida das pessoas tocadas por essa nova tecnologia mudará radicalmente já na próxima década.

A tecnologia 5G proporciona muito mais do que acesso mais rápido à internet por meio de dispositivos móveis (celulares e tablets, por exemplo) ou TVs inteligentes. Em uma rede 5G será possível assistir a vídeos e trafegar arquivos pesados em velocidade impressionante – sob determinadas condições, a velocidade da rede 5G pode chegar a 1 gigabit por segundo (Gbps), cerca de 20 vezes mais rápido do que a 4G. Esta velocidade aliada à redução da latência – o tempo entre um comando dado em um site ou aplicativo e a sua execução – dos atuais 10 milissegundos para 4 milissegundos é fundamental para o funcionamento da internet das coisas, ou seja, a comunicação entre equipamentos de uso doméstico ou industrial. Eis um dos pontos mais relevantes dessa revolução.

Enquanto o mundo desenvolvido já está com um dos pés no futuro projetado pela chegada da rede 5G, que amplia enormemente o rol de possibilidades para as pessoas e para as empresas, o Brasil vem patinando. No entanto, um importante passo foi dado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na quinta-feira passada. A agência finalmente aprovou a proposta de edital do leilão da rede 5G no País após divergências entre os membros do Conselho Diretor. Sucessivos pedidos de vista atrasaram muito o início do prazo de 45 dias para consulta pública e, consequentemente, a definição da data do leilão.

O primeiro relator, o conselheiro Vicente Aquino, defendia um modelo que privilegiava as pequenas operadoras. No fim do ano passado, o conselheiro Emmanoel Campelo apresentou nova proposta que, ao contrário, favorecia as grandes teles. Prevaleceu a proposta apresentada este mês pelo conselheiro Moisés Moreira, que prevê o aumento de 100 MHz na faixa de 3,5 GHz, ampliando o espectro de frequência de 300 MHz para 400 MHz. A medida tende a evitar interferências entre o 5G e o sinal de TV aberta captado pelas antenas parabólicas, um dos pontos que geraram as divergências entre os conselheiros. A ampliação de 100 MHz também permitirá que pequenas e médias empresas participem do leilão. O texto foi aprovado por unanimidade (cinco votos).

Definido o modelo técnico do leilão, há agora uma importante decisão política a ser adotada pelo governo federal. O edital aprovado pela Anatel não impôs quaisquer restrições à tecnologia 5G da empresa chinesa Huawei, a mais bem preparada do ponto de vista técnico e que oferece boas condições comerciais. No entanto, governos do mundo inteiro têm sido pressionados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a banir a Huawei de seus certames, tanto por razões comerciais – Trump quer privilegiar as companhias de seu país – como por questões geopolíticas. Há poucos dias, o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, foi fortemente pressionado pelo “trator” americano por permitir que a Huawei participe do leilão de 5G em seu país.

Jair Bolsonaro tem adiado o leilão para achar uma solução que não abale o que acredita ser sua “boa relação” com Trump. Este não vê com bons olhos a entrada da Huawei no Brasil, pois teme que dados capturados pela empresa possam ser repassados ao governo de Pequim. Porém, é a Huawei que parece oferecer as melhores condições para a rede 5G no País. Não deveria tirar o sono de Bolsonaro decidir entre o interesse do governo americano e o interesse nacional. As possibilidades de crescimento tecnológico e econômico trazidas pela rede 5G são enormes. Quanto antes o Brasil tiver acesso a ela, melhor. [Presidente Bolsonaro, o senhor precisa ter em contra que, antes de todos os outros interesses, estão do do Brasil.]
Editorial - O Estado de S. Paulo 
 
 
 

segunda-feira, 1 de julho de 2019

“O pó que esconde o sucesso” e outras notas de Carlos Brickmann

Houve uma vitória de grande porte na viagem de Bolsonaro: um enorme acordo de livre comércio entre a União Européia e o Mercosul





Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

Houve ameaças de má recepção europeia a Bolsonaro, mas não houve nada de errado. Bolsonaro conversou com o presidente francês Macron, que acabou convidado a visitar a Amazônia. E, ao mesmo tempo, houve uma vitória de grande porte: um enorme acordo de livre comércio entre a União Européia e o Mercosul. Dois números: espera-se que, em 15 anos, o Brasil aumente as exportações à UE em US$ 100 bilhões; e, com o acordo, o PIB brasileiro pode crescer em US$ 125 bilhões no mesmo período.

Com isso, nossa economia, que está devagar quase parando, tomaria um choque de entusiasmo, e demonstraria que a reforma da Previdência, embora essencial, não é a única ferramenta disponível para o aumento do emprego. Mas tudo foi ofuscado por uma nuvem de pó: a prisão em Sevilha de um dos integrantes do grupo de apoio à viagem presidencial, que tentou carregar 39 kg de cocaína para fora do aeroporto de Sevilha. Como um comissário de bordo entra num avião da Presidência com 39 kg de cocaína na mala? Como levou a cocaína, poderia ter levado explosivos. Quem falhou na vigilância?
Quem viaja em comitiva presidencial, seja ou não no avião do presidente, tem de ser examinado – com raios X, revista pessoal, o que houver de mais seguro. A cúpula se esquiva: até o Gabinete de Segurança Institucional diz que a questão é da FAB, não dele. A poeira tapou a visão de tudo e de todos. [Gabinete de Segurança????, pressupõe que os assuntos de segurança estejam afetos a ele; sem que isso seja limitante, a FAB também pode e deve cuidar do assunto.].

E ainda riram
O presidente já sofreu um atentado, a segurança não pode ser descuidada. E não é a primeira vez que o avião presidencial é usado por traficantes. Em 1999, a Operação Mar Aberto, da Polícia Federal, apurou que aviões da FAB eram usados por pessoal de bordo para tráfico de drogas. Um coronel pegou 16 anos de prisão e perdeu o posto e a patente. Tudo indica que algo parecido ocorreu agora: o tripulante levou sua mala sem ser revistado, sem sequer passar pelos raios X, e transportou quase R$ 6 milhões em cocaína.

O ministro da Educação fez piada: disse que o avião presidencial já havia transportado muito mais drogas, referindo-se aos presidentes Lula e Dilma. Só que não é caso de piada: é caso sério, que não pode jamais se repetir. [os dois são uma droga realmente, apenas o momento para a piada foi inoportuno.]

(...)

O Idec, Instituto de Defesa do Consumidor, apresentou à Anatel uma série de medidas para limitar o abuso de ligações de telemarketing – as ligações chatas que caem tão logo o caro leitor atende, e quando não caem veiculam mensagens de interesse zero.  

O Idec sugere que só possam receber ligações os assinantes que autorizem o serviço, e desde que haja limitação de horários.







 

domingo, 24 de março de 2019

Anatel: bloqueio de celulares ‘piratas’ chega a todo o Brasil

Fase final do projeto Celular Legal chega a AP, AM, RR, PA, MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, MG e SP neste domingo



O bloqueio de celulares “piratas“, aqueles que não tem certificação, foi expandido para todo o país neste domingo, 24, pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) expandiu neste domingo, 24. Na fase final do projeto Celular Legal, deixarão de funcionar os aparelhos irregulares em 15 estados. Antes, 244.217 celulares de outros 11 estados e do Distrito Federal haviam sido boqueados desde o início do ano.

Entrem no bloqueio a partir deste domingo os seguintes estados: Amapá, Amazonas, Roraima, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais e São Paulo.

Deixarão de funcionar os aparelhos sem certificação da Anatel, cujos roubos tenham sido notificado às autoridades e aparelhos com IMEI (International Mobile Equipment Indentity) adulterado o número único de identificação de cada aparelho, que aparece na caixa do produto ou em um adesivo na bateria.

Celulares comprados fora do Brasil não serão bloqueados desde que atendam certificações internacionais aceitas pela Anatel. O iPhone, celular favorito dos brasileiros em compras fora do País, obedece as exigências. O desligamento, diz a Anatel, é justificado porque os aparelhos piratas podem ser perigosos para saúde dos usuários, pois costumam ter grande quantidade de chumbo e cádmio, não têm garantias de limites de radiações eletromagnéticas e usam materiais de baixa qualidade, como carregadores e baterias sujeitos a quebras e explosões. Além disso, os bloqueios combatem a falsificação e clonagem de IMEIs.  Para saber se um celular é certificado pela Anatel basta procurar por um selo presente no carregador e no verso da bateria.

Estadão Conteúdo

domingo, 5 de agosto de 2018

Agências federais criados para regular setores estratégicos deixam de proteger os cidadãos para defender empresas

Com diretores indicados por políticos, órgãos federais criados para regular setores estratégicos deixam de proteger os cidadãos para defender interesses das empresas

Na semana passada, os brasileiros tiveram mais uma clara demonstração de que as agências regulatórias não estão cumprindo a parte mais importante de suas atribuições, que é defender o interesse dos contribuintes e protegê-los de abusos das empresas que prestam serviços essenciais. Na segunda-feira 30 a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável por regular as operadoras de planos ou seguro saúde, voltou atrás em uma decisão que havia publicado há mais de um mês. A Resolução Normativa 433, entre outras medidas, havia autorizado a cobrança de 40% do valor do exame ou consulta médica a ser pago pelo usuário de plano de coparticipação ou franquia. Mesmo criticada, a ANS não havia atendido as demandas da sociedade contra as medidas. Precisou a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, conceder uma liminar requerida pela OAB para que a resolução fosse revogada. “A ANS entendeu a necessidade de ser sensível à apreensão que se instaurou na sociedade e decidiu rever seu ato de aprovação da norma para reabrir o debate sobre o tema”, afirmou a agência por meio de nota. Evidentemente, a sociedade deveria ter sido atendida sem depender da Suprema Corte do País.

ANS
Coparticipação e franquia de planos

Após cobranças da OAB e de entidades de direito do consumidor, a ANS voltou atrás da decisão de cobrar dos usuários de planos de saúde de coparticipação e franquia até 40% do valor dos exames e das consultas médicas. Agora não haverá limite e o assunto será novamente debatido junto à sociedade.


A postura da ANS é lamentável até perante a Lei 9.961/2000, que a criou. Entre suas atribuições legais está visar “a eficácia da proteção e defesa do consumidor de serviços privados de assistência à saúde”. Essa função tem sido descumprida. “A ANS nega um diagnóstico verdadeiro e elabora grandes paliativos que não resolvem os problemas dos consumidores, pelo contrário, sempre visam garantir sustentabilidade e receita das operadoras”, diz Igor Britto, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). É bem verdade que as seguradoras precisam arcar com o alto custo das ações judiciais, bem como das fraudes e das novas tecnologias na área da saúde. Não é o consumidor, porém, que deve pagar essa conta. Uma boa medida seria a ANS fiscalizar melhor as cláusulas em contratos de saúde privada que dão margem para as operadoras reajustarem seus planos acima da tabela que a agência solta anualmente. “A formação de preço é nebulosa. Qual é o valor que os seguros precisam aumentar para que os custos de saúde não superem a remuneração? A discussão passa pela análise atuarial do valor”, diz Gilberto Alonso, especialista em direito médico e sócio do escritório Urbano Vitalino. 

Em nota, a ANS afirma que “reitera a total transparência adotada durante todo o processo de discussão da normativa, estando todos os documentos produzidos disponíveis para consulta em seu portal”. Para Bitto, do Idec, não é assim: “Nossas contribuições são ouvidas, mas não atendidas, o que é o mesmo que nada”, afirma.

ANAC
Cobrança de despacho de bagagem

A Anac foi acusada de permitir que empresas aéreas violem o direito do consumidor ao cobrarem a mais por despachos de bagagens e marcação de assentos. A campanha “Bagagem sem Preço”, da OAB e mais de 20 entidades de proteção ao consumidor, autuou quatro companhias por irregularidades
Multa reduzida
Um dos graves problemas que impedem as agências reguladoras de defender o consumidor é a indicação política para cargos de chefia, a maior parte feita por senadores e deputados. Os três atuais diretores da ANS foram indicados pelo MDB. “As agências foram criadas para ter autonomia e a cúpula fica à mercê do governo federal”, diz Gilberto Alonso. Em resposta, a ANS diz que segue estritamente o que determina a legislação no processo de nomeação da diretoria, “feita pela Presidência da República, após passar por indicação do Ministério da Saúde e avaliação da Casa Civil. Compete ao Senado Federal sabatinar e aprovar os indicados.”


Matéria completa, IstoÉ


domingo, 22 de outubro de 2017

Crise da Oi pode provocar 'caladão' em 2.051 cidades



Documento do governo avalia que eventual falência da operadora afetaria serviços de telefonia e internet

Uma eventual falência da Oi pode deixar sem sinal os serviços de telecomunicações em 2.051 municípios brasileiros da noite para o dia. O número, que representa 37% do total de cidades do país, abrange locais onde só a Oi opera em telefonia fixa, celular ou banda larga e áreas atendidas por outras teles e provedores que usam apenas a infraestrutura da empresa carioca. Esse “caladão” nos serviços de telefonia e internet (voz e dados) pode afetar 46 milhões de linhas de celular, 14 milhões de telefones fixos e cinco milhões de pontos de acesso à banda larga. Os números constam de documento do governo, ao qual O GLOBO teve acesso, que retrata a preocupação com a companhia carioca, a maior concessionária do país. 

Um dos trechos do documento é enfático: “2.051 municípios estão em risco de apagão imediato dos serviços de voz e dados”. Segundo uma fonte do governo envolvida no grupo de trabalho criado há duas semanas e coordenado pela Advocacia-Geral da União (AGU), em caso de uma possível falência da Oi, os mais afetados serão os usuários de telefonia  e internet.

O objetivo do documento é criar esforços para evitar que a Oi entre em processo de falência. Para isso, a AGU está liderando as conversas entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Justiça e possíveis investidores para buscar uma solução conjunta entre credores e Conselho de Administração, que vêm se desentendendo com a diretoria executiva da Oi. A empresa está em recuperação judicial desde junho do ano passado e até agora não conseguiu aprovar seu plano de reestruturação. A assembleia de credores prevista para amanhã foi adiada para o dia 6 de novembro a pedido de credores, como bancos públicos, instituições financeiras privadas e fundos detentores de títulos. O objetivo é dar tempo para que se crie nova proposta de consenso.

O impasse em torno do futuro da Oi esbarra em problemas para seus concorrentes, TIM, Vivo e Claro, alerta o documento em análise na AGU e nos ministérios das Telecomunicações e da Fazenda. As teles alugam rede da Oi para prestar serviços em diferentes áreas do país, aponta o documento. Em quase 40% das cidades em que há alguma alternativa ao serviço da Oi, os concorrentes da tele carioca utilizam alguma parte da rede da concessionária, alugando equipamentos, circuitos ou até mesmo espaço nos imóveis da Oi. — Praticamente todo o tráfego telefônico do Brasil, exceto no Estado de São Paulo, passa pela rede da Oi. O mais preocupante, porém, é o nível de dependência das outras empresas Brasil afora. Todas as teles dependem da Oi em algum grau. Assim, um problema na Oi afetaria não só os seus clientes, mas também os de outras empresas que alugam a rede da Oi e dependem da infraestrutura da concessionária para oferecer os serviços de voz e dados — disse uma fonte do governo.

A crise da Oi começou quando a tele comprou a Brasil Telecom (BrT) em 2010. Na ocasião, a união das duas concessionárias, que contou com ajuda do governo dentro da política de campeões nacionais, criou a chamada supertele. [além da ajuda da politica de campeões nacionais, a OI, na época TELEMAR,  investiu US$ 5.00.000 em uma empresa de fundo de quintal, a GAMECORPS, de propriedade de um dos filhos do Lula, o Lulinha;
tudo indica que esta foi a primeira propina recebida pela família Lula da Silva. CLIQUE AQUI e saiba mais.] Com o negócio, a dívida da Oi aumentou, após a descoberta de passivos bilionários relativos à BrT. Quatro anos depois, a tele, endividada, decidiu se unir com a Portugal Telecom. E outra surpresa: no processo de unificação, a Oi descobriu rombo bilionário, desta vez em euros. Na última década, há diversas denúncias de uso político da Oi. Assim, a dívida da companhia aumentou ano a ano, forçando a empresa a entrar em recuperação judicial em junho de 2016, com débitos de cerca de R$ 64 bilhões.

ELEIÇÕES E HOSPITAIS
Desde o início do ano, a crise na companhia se agravou com as brigas envolvendo credores, acionistas e diretoria executiva. Com os desentendimentos ganhando força, o governo decidiu montar um grupo de trabalho interministerial para encontrar soluções para a Oi. Foram até o momento quatro planos diferentes de recuperação judicial, e um quinto pode ser feito ao longo de novembro.
— A situação da Oi foi ganhando complexidade. Como os credores podem reprovar o plano de recuperação judicial da Oi, o risco de intervenção cresce. A Anatel ainda analisa se abre ou não um processo para tomar a concessão — destacou outra fonte.

Assim, os reflexos podem ir além dos consumidores finais. O documento menciona efeito em serviços básicos de saúde e educação. Um dos trechos cita a importância da prestação de voz e dados da Oi em 40 mil unidades de saúde e cem mil estabelecimentos de ensino público. Quem também usa a rede da Oi é o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para transmissão de dados. Nas últimas eleições, em 2016, a rede da companhia foi usada em 4.924 municípios em 23 estados e Distrito Federal. A tele atende 61 postos de fronteira controlados pelo Exército.

Segundo Hermano Pinto, consultor em telecomunicações, a Oi é a empresa com maior integração nacional. Para ele, uma eventual paralisia da concessionária vai afetar o desenvolvimento do setor de telecomunicações. — Norte, Nordeste e Centro-Oeste serão as regiões mais afetadas. Muitas cidades nessas regiões têm basicamente uma empresa com acesso fixo, que é a Oi. A empresa tem ainda todo um trabalho em escolas e hospitais, além da transmissão dos dados nas eleições do país — disse Pinto.

Segundo fontes do setor, nas regiões Nordeste e Norte, a dependência é maior, perto de 40% das cidades. Já no Sul e Centro-Oeste, esse número cai para cerca de 30%, chegando a 35% dos municípios de alguns estados. Isso ocorre, dizem analistas, porque a Oi tem a maior rede de fibra ótica da América Latina, com 363 mil quilômetros de extensão.

O especialista Ronaldo Sá, da Orion Consultores Associados, explica que as grandes empresas e provedores não tendem a investir na construção de uma rede em cidades onde não há renda suficiente. Com isso, explica ele, os conselhos de administração das companhias não aprovam o aporte de recursos, pois os investimentos são deficitários. A Oi aluga sua rede para cerca de 300 companhias.  — É uma decisão econômica. As empresas não investem em um local onde não haverá demanda para pagar todo o investimento — disse Sá.

AUMENTO DE INVESTIMENTO
Por outro lado, Eduardo Tude, da consultoria Teleco, minimiza os impactos de uma crise da Oi para o sistema de telecomunicações. Segundo ele, a grande força da companhia é em telefonia fixa e não em telefonia móvel e internet. Porém, reconhece que a tele tem papel relevante no aluguel de rede a outras empresas. — A situação de dependência da Oi já foi mais crítica sobretudo em banda larga. Em telefonia móvel, há muitas opções também. Nos últimos anos, as redes das outras empresas também cresceram no país. Mesmo assim, o aluguel da rede da Oi por outras empresas ainda existe. Um dos efeitos que se sente hoje com a crise na Oi é o baixo volume de investimentos, como em banda larga e celular — avalia.

A Oi afirma que vem desempenhando suas atividades normalmente. A tele disse que, desde o início do processo de recuperação judicial, teve aumento de 45,5% no caixa e o volume de investimentos cresceu 18% em 2016. “A empresa está focada em iniciativas que garantem aumento da produtividade e eficiência operacional, que no primeiro semestre impactaram em um corte de custos da ordem de R$ 1,2 bilhão e melhoria de qualidade com redução de 58% das entradas de processos nos Juizados Especiais Cíveis frente ao mesmo período do ano passado”, destacou a Oi em nota. Procurada, a AGU não comentou.

Segundo a Anatel, as prestadoras são obrigadas a tornar suas redes disponíveis para interconexão quando solicitado. “Deste modo, o tráfego de chamadas ou dados pode ser realizado pela rede de uma ou mais empresas, na medida em que pode envolver usuários de diferentes prestadoras”, disse a agência, em nota, ressaltando que temas como esse são acompanhados constantemente.

Fonte: O Globo