Com a expulsão de Marcelo 'Piloto', líder e articulador do Comando
Vermelho na região, pode crescer o domínio de outra facção brasileira, o
Primeiro Comando da Capital (PCC), na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, segundo
a polícia. Policiais da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) paraguaia que
atuam em Pedro Juan Caballero e da Polícia Civil de Ponta Porã (MS), cidades
separadas apenas pela linha de fronteira, disseram à reportagem que as disputas
entre as duas facções podem se acirrar. Desde a execução do chamado 'rei da
fronteira', Jorge Rafaat Toumani, em junho de 2016, que teria sido planejada
pelos dois grupos, o Comando Vermelho e o PCC travam uma luta sangrenta pelo
controle da área. Grande parte da droga e de armas distribuídas no Brasil
passam pela região de fronteira seca, considerada estratégica pelas
organizações criminosas. Mais de 50 mortes estariam relacionadas a essa
disputa.
'Piloto' é a segunda 'baixa' importante sofrida pela facção carioca na
fronteira. Em dezembro de 2017, a justiça paraguaia autorizou a extradição do
narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão, para cumprir no Brasil a pena de 17 anos
e anos e 8 meses no Brasil - ele está preso na penitenciária federal de Mossoró
(RN).
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MP questiona a demora na extradição
O Ministério Público do Paraguai abriu investigação para apurar a demora
excessiva no processo de extradição do narcotraficante Marcelo Piloto para o
Brasil. Conforme a apuração inicial, pelo menos um agente público teria
retardado "de forma demasiada e proposital" a permanência do acusado
na prisão paraguaia. A demora custou a vida da jovem Lidia Meza Burgos e levou
o presidente paraguaio Mario Benítez a determinar a a expulsão do criminoso,
entregue à Polícia Federal brasileira, na manhã desta segunda-feira.
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