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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Bendine, o presidente de banco que guardava dinheiro embaixo do colchão

Aldemir Bendine é o primeiro ex-presidente da Petrobras a ser preso pela Lava-Jato

A prisão de Aldemir Bendine é um marco da operação Lava-Jato. Trata-se do primeiro ex-presidente da Petrobras a ser preso desde o início das investigações. Com um agravante: Bendine foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para a presidência da Petrobras justamente para sanear a empresa, em meio às denúncias da operação Lava-Jato, em 2015. 
 Enquanto anunciava medidas "moralizadoras" em público, nos bastidores, segundo as investigações, Bendine recebia R$ 3 milhões da empreiteira Odebrecht. A cereja do bolo: o pedido de propina teria sido feito pelo executivo na véspera de assumir o comando da Petrobras. Já na época da nomeação de Bendine, fevereiro de 2015, havia algo de estranho no reino da Dinamarca. O executivo chegou à presidência da Petrobras porque sua antecessora, Maria das Graças Foster, emitiu um comunicado admitindo que a estatal deveria reduzir seus ativos em R$ 88,6 bilhões devido a desvios e má gestão. A divulgação foi interpretada não como um ato de transparência, mas de fragilidade da empresa, e Graça Foster perdeu sustentação no governo. Acabou renunciando, junto com quatro diretores da Petrobras.

Bendine não era a primeira opção do governo, que tentou emplacar um nome de mercado, sem sucesso. Dilma teve que recorrer a um fiel aliado dos governos petistas: Aldemir Bendine, que era presidente do Banco do Brasil havia quase seis anos, desde o final do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.


No entanto, ao assumir a Petrobras, o executivo já acumulava um histórico de polêmicas. A mais famosa delas, a concessão de um empréstimo de R$ 2,7 milhões para a socialite Val Marchiori, a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, apesar de ela não ter quitado dívida anterior com o BB e de não ter comprovado capacidade de pagamento do novo empréstimo.

Antes disso, em 2012, foi autuado pela Receita Federal por não comprovar a procedência de aproximadamente R$ 280 mil informados na sua declaração de Imposto de Renda. Bendine acabou pagando multa de R$ 122 mil, em 2014. Ele entrou no radar do Fisco depois de comprar com dinheiro vivo um apartamento no interior de São Paulo, por R$ 150 mil.

A compra de um imóvel com dinheiro em espécie não é ilegal, mas o motivo que levou o então presidente do maior banco do país (o Banco do Brasil só foi ultrapassado pelo Itaú em volume de ativos em 2017) a guardar tanto dinheiro em casa, em vez de depositá-lo numa conta, é um mistério.

Bendine: Histórico de polêmicas e suposto favorecimento a socialite paulista

Durante sua presidência, Banco do Brasil emprestou R$ 2,7 milhões a Val Marchiori

Quando foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para a presidência da Petrobras, em fevereiro de 2015, Aldemir Bendine já tinha um histórico de polêmicas. Depois de quase seis anos na presidência do Banco do Brasil (BB), o executivo substituiu Graça Foster no comando da petrolífera, no auge das denúncias de corrupção na estatal e após a divulgação de um comunicado indicando que a companhia deveria baixar seus ativos em R$ 88 bilhões. O executivo não era a primeira opção do governo, que tentou emplacar um nome do mercado, sem sucesso.

Quando era presidente do BB, Bendine foi acusado de favorecimento à socialite Val Marchiori por meio de empréstimos concedidos pelo banco. De acordo com reportagem da “Folha de S. Paulo”, em 2013 o banco emprestou R$ 2,7 milhões para Marchiori a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, o que contrariaria normas internas dos dois bancos, já que a empresária teria crédito restrito por não apresentar capacidade financeira, além de não ter pago empréstimo anterior ao BB. Bendine negou as irregularidades. Para rebater a denúncia, o banco afirmou que a análise do empréstimo foi dada por três comitês, que envolveram no mínimo 17 técnicos de carreira, antes do aval do BNDES.

Em 2015, o ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo disse em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) que Aldemir Bendine deu carona para a socialite Val Marchiori, num jato a serviço do Banco do Brasil, na época em que era o presidente da estatal. Toledo disse que estava presente na viagem a Buenos Aires, em missão oficial em abril de 2010, para concluir a aquisição do Banco da Patagonia. Bendine e Marchiori teriam ficado hospedados no mesmo hotel. Na época, a assessoria do BB negou que ela estivesse no avião.


Além das denúncias relacionadas à socialite — que ficou conhecida após participar do programa Mulheres Ricas, da TV Bandeirantes —, o ex-motorista de Bendine, Sebastião Ferreira, relatou ao Ministério Público Federal ter feito diversos pagamentos em dinheiro vivo a mando do chefe. O depoimento de Ferreirinha, como era conhecido, gerou a abertura de uma investigação contra Bendine, em junho de 2014, por lavagem de dinheiro. Em uma das ocasiões, Ferreirinha contou que o presidente do Banco do Brasil saiu de um prédio nos Jardins, área nobre de São Paulo, com uma sacola cheia de notas de R$ 100. O dinheiro teria sido entregue, segundo o motorista, ao empresário Marcos Fernandes Garms, amigo de Bendine.

Em agosto de 2014, Bendine pagou multa de R$ 122 mil à Receita Federal após ser autuado por não comprovar a procedência de aproximadamente R$ 280 mil informados na sua declaração de Imposto de Renda. Segundo a Receita, os bens do executivo aumentaram mais do que seria possível com sua renda. Ele entrou no radar do Fisco depois da denúncia da compra de um apartamento no interior de São Paulo, por R$ 150 mil, pagamento feito em espécie.

Bendine assumiu a presidência do Banco do Brasil em abril de 2009, no final do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, convidado pelo próprio ex-presidente. Antes de assumir o cargo, o funcionário de carreira, sempre ligado ao PT, era vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo da instituição.

Fonte: O Globo