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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Quem vai lucrar com a desgraça do Petrolão?



O projeto ideológico de poder nazicomunopetralha, que descobriu na corrupção uma fonte de fabricação de hegemonia, arrasou com a Petrobras. O dano causado a um patrimônio imaterial do povo brasileiro só terá algum ressarcimento se frutificarem as dezenas de ações judiciais movidas por investidores nos Estados Unidos. Com imagem abalada, e com seu sonho do pré-sal transformado em pesadelo inviável com a baixa cotação do barril de petróleo, a tendência é que a União acabe forçada a vender o controle da companhia para "salvá-la". Não será este o plano dos bandidos?

As ações da empresa estão desabando de cotação nas Bolsas de Valores daqui e lá de fora. A marketagem governamental repete as mesmas mentiras de sempre para tentar vender a falsa noção de que está tudo sob controle. O rombo na estatal de economia mista foi tão gigantesco que não se consegue determinar, com exatidão, quando e quanto foi roubado pelo esquema do Petrolão. O endividamento da empresa é assustador. O calote que ela dá nos fornecedores, prestadores de serviços e empreiteiras já provoca uma quebra sistêmica e "rouba" milhares de empregos. No final das contas vão sair ganhando os de sempre: os que roubaram e os que tiverem fôlego e paciência para comprar ações da petrolífera na bacia das almas. O futuro pertence a eles...

O noticiário sobre a Petrobras enche o saco dos leitores - e de quem escreve sobre ele (falo por mim mesmo). A merda repercute mundialmente. A coluna Lex, do Financial Times, já adverte que a Petrobras deve precisar de reforço de capital até o final do ano... O jornalão inglês, "bíblia do mercado financeiro globalitário", prevê que os "múltiplos" da empresa - como o que compara a dívida com o lucro - pode chegar a patamares "assustadores". O FT mete o pau, insistindo naquilo que todos de bom senso já sabem: "A Petrobras admitiu que, até agora, é incapaz de calcular quanto dinheiro foi roubado da empresa em um escândalo de corrupção que abalou a confiança no segundo maior mercado emergente do mundo".

Agora, surgem os impasses jurídicos. José Dirceu, ilustre condenado no Mensalão, corre risco de voltar à cadeia se seu santo nome acabar formalmente implicado no Petrolão. O mesmo pode acontecer com Paulo Roberto Costa, por supostas contradições e omissões do que teria revelado como prova. O doleiro Alberto Youssef pode ter cancelado seu acordo de "colaboração premiada"... Nestor Cerveró não abre o bico, não delata ninguém, e tende a acabar como bode expiatório. O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, é indiciado, mas também deve segurar as broncas sozinho, sem dedurar quem realmente está acima dele...

Enfim, o fato concreto, até agora, é: sambou quem investiu nas ações da empresa para ganhos de curto prazo. Os bandidos que a roubaram, agora sob ameaça, têm dinheiro de sobra para se defenderem judicialmente no Brasil, e para aguardar o juízo final no exterior. Para a maioria deles, principalmente os ladrões políticos que ficarão impunes, só haverá uma punição simbólica. Não poderão levar os netinhos e os filhos para passear na Disneylândia, se forem condenados nos EUA, pois acabarão iguais aos irmãos metralha: na cadeia...

Fonte: Blog Alerta Total – Jorge Serrão