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quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Abigail Disney - A herdeira milionária que vive no mundo mágico da lacração - IDEIAS

Ideias - Omar Godoy

Perfil   

Quando Abigail Disney fez 21 anos, ela foi informada que acabara de receber uma fortuna de herança, fruto do império de entretenimento que leva o nome de seu tio-avô Walt Disney. 
Mas, ao contrário da reação que eu – e acredito que você também - teria, ela detestou. “Eu fiquei muito, muito aborrecida. Diria até que fiquei traumatizada com o número”, conta Abigail.  
 
O “trauma” a fez seguir um caminho diferente. Em vez de trabalhar nas empresas da família, preferiu se tornar uma justiceira social, que faz protestos contra o uso de jatinhos particulares (que ela descobriu abominar quando se viu voando sozinha em um Boeing 737). 
O editor Omar Godoy conta a história de Abigail, que guarda muitas semelhanças com outras pessoas que nasceram em berço de ouro graças ao esforço dos pais, mas parecem se ressentir disso.

Abigail Disney durante um protesto ambientalista em Nova York contra o uso de jatinhos particulares| Foto: Divulgação/Margaret Klein (Climate Emergency Fund)

“Era uma espécie de cerimônia. Quando completávamos 21 anos, nosso advogado nos levava para almoçar e informava quanto havíamos herdado. Quando chegou a minha vez, em 1981, soube que receberia US$ 10 milhões [R$ 49,2 milhões na cotação atual]. Eu fiquei muito, muito aborrecida. Diria até que fiquei traumatizada com o número.”

É assim que Abigail Disney,
herdeira de um dos maiores conglomerados de entretenimento do planeta, costuma contar como ela e seus três irmãos descobriram que seriam ricos para sempre. Sobrinha-neta de Walt, neta de Roy Oliver (cofundador da companhia) e filha de Roy Edward (responsável pelo chamado “renascimento da Disney”, no final da década de 1990, quando a empresa voltou a produzir animações de sucesso, como ‘A Pequena Sereia’ e ‘O Rei Leão’), ela seguiu os passos da família e também atua no meio audiovisual.

Seu campo de trabalho, no entanto, não é o dos desenhos, comédias ou filmes de aventura. Aos 63 anos, Abigail é uma ativista política e diretora de documentários que buscam denunciar a opressão contra os menos favorecidos.  
Uma atividade nobre em se tratando de uma mulher privilegiada, com ótima educação superior (fez cursos em Yale, Stanford e Columbia) e dona de um patrimônio atualmente estimado em cerca de US$ 500 milhões (R$ 2,46 bilhões na cotação atual).
 
Mas, para parte da opinião pública norte-americana, Abigail é uma milionária mimada e vaidosa, que encontrou na justiça social uma janela para se promover e sair da sombra de seus parentes famosos. 
Sua última “sinalização de virtude”, como se diz nos EUA, aconteceu há duas semanas, quando ela foi detida e fichada em um aeroporto de Nova York durante um protesto contra o uso de jatinhos particulares.

Liderados por entidades ambientalistas, os manifestantes invadiram a pista e formaram uma espécie de barreira humana, rapidamente desfeita pela polícia — o que não impediu a circulação global dos registros em fotos e vídeos. Dias depois, Abigail escreveu um artigo para o jornal britânico The Guardian sobre o ocorrido intitulado “Eu costumava andar de avião particular, agora prefiro ser presa protestando contra eles”.

O texto defende a ideia de que os voos privados são insustentáveis e moralmente indefensáveis em tempos de uma suposta catástrofe ecológica iminente. 
E traz uma passagem na qual a herdeira do império Disney relata como se conscientizou com relação à causa. “Meu pai tinha um Boeing 737 com uma cama queen size. Eu adorava aquele avião. 
Mas, um dia, voando sozinha da Califórnia [seu estado natal] para Nova York [onde mora], tive uma epifania. 
Meu conforto e conveniência de repente pareciam problemas ridiculamente pequenos quando confrontados com o trem de carga climático que está vindo em nossa direção.”

Em tempo: no dia seguinte da publicação, o Guardian retirou do artigo a informação de que 50% das emissões de carbono da aviação são causadas por jatos particulares. “O dado foi baseado em uma leitura incorreta das estatísticas”, explicou o jornal.

Para a ativista, a Disney perdeu sua “bússola moral”
Casada com o produtor de cinema Pierre Hauser e mãe de quatro filhos, Abigail gosta de dizer que se converteu ao progressismo na universidade de Yale, no início dos anos 1980, quando ganhou de uma amiga camisetas com a imagem de Che Guevara e o símbolo dos sandinistas da Nicarágua. “Na faculdade, entendi que Ronald Reagan não era uma boa pessoa. E meus pais adoravam o chão por onde ele pisava. Isso se tornou uma coisa muito dolorosa para mim”, afirmou, em 2019, à revista New Yorker.

Essa foi apenas uma das várias ocasiões em que a diretora expôs ou criticou publicamente a própria família e a fonte de sua fortuna. Segundo ela, o pai trocou a mãe, doente de Alzheimer, por uma mulher muito mais jovem, e o tio-avô, Walt, era racista, sexista e antissemita. Mas o ponto alto desse fogo amigo foi a produção de ‘The American Dream and Other Fairy Tales’ (‘O Sonho Americano e Outros Contos de Fadas’), um filme-denúncia sobre as péssimas condições de trabalho nos parques da Disney.

Lançado no ano passado, o documentário acompanha a rotina de quatro funcionários da Disneylândia, na Califórnia. Com sérias dificuldades para sobreviver devido aos baixos salários recebidos, alguns deles chegam a procurar comida no lixo para alimentar seus filhos. “A Walt Disney Co. seguiu o caminho de quase todas as grandes companhias deste país e também começou a se achar maior do que tudo. Era uma empresa mais humana, gentil e bondosa. Mas perdeu sua bússola moral”, disse a cineasta durante a divulgação do longa.

Em uma nota enviada à imprensa, um porta-voz do conglomerado afirmou: “O relato da ativista social e cineasta é um exagero grosseiro e injusto dos fatos”. O comunicado ainda traz informações que contestam a narrativa do filme — especialmente quanto à política de correção salarial, cobertura de saúde, assistência infantil e acesso ao ensino superior gratuito, entre outros benefícios oferecidos pela empresa.

Nos bastidores, comenta-se que o documentário é fruto de uma picuinha pessoal envolvendo Abigail e Robert Iger, CEO da companhia e sistematicamente condenado pela herdeira por conta dos altos salários e bônus anuais que define para si.
A rixa teria começado em 2003, quando seu pai pediu para deixar o conselho da Disney, em um movimento que teve como consequência a escalada de Iger (notório por dobrar a receita global da empresa em sua gestão). Desde então, nenhum membro da família participa da administração do grupo.

Diretora é considerada superficial em seus documentários
Mesmo tendo recebido um Emmy — o principal prêmio da televisão americana — pelo documentário ‘The Armor of Light’ (‘A Armadura de Luz’, de 2015, acerca da relação entre a religião e a cultura armamentista nos EUA), Abigail não é exatamente uma realizadora consagrada no meio cinematográfico. Para muitos críticos, seus trabalhos, seja como diretora ou produtora, são parciais, possuem uma linguagem arrastada e trazem abordagens superficiais, além de manipular emocionalmente os personagens para comover o público.

‘Pray the Devil Back to Hell’ (‘Reze para o Diabo Voltar ao Inferno’, 2008),
por exemplo, sobre o papel pacificador das mulheres durante a guerra civil da Libéria, recebeu avaliações negativas por não mostrar o contexto sociopolítico do país, entregando para o espectador uma visão incompleta daquela realidade.

"Forks Over Knives" (de 2011, conhecido no Brasil como “Troque as Facas pelos Garfos”) peca por promover uma dieta 100% vegetariana sem apresentar dados científicos rigorosos. E mesmo o premiado ‘The Armor of Light’ foi acusado de omitir perspectivas diferentes das defendidas pela cineasta.

Esses comentários se estendem ao ativismo da “pessoa física” Abigail, considerado vazio, marqueteiro e desconectado do mundo real
Do alto de seu castelo, construído pela empresa que tanto denuncia, ela jamais fez o mínimo esforço para resolver internamente, em nível corporativo, os problemas de ordem social apontados pelos empregados da Disney.

E por mais que alegue já ter doado US$ 70 milhões (R$ 344,4 milhões) para a caridade nos últimos 30 anos, esse valor é bem inferior ao destinado por outros filantropos da indústria do entretenimento — o próprio Robert Iger, seu “rival, e rico há menos tempo, comanda uma fundação com ativos avaliados em mais de US$ 100 milhões (R$ 492 milhões).

Por trás da lacração de seus protestos performáticos, Abigail Disney parece ainda habitar um reino de fantasia paralelo, onde ignora a complexidade da vida contemporânea e não dá sinais de que está realmente comprometida com mudanças efetivas.

Omar Godoy, editor, Gazeta do Povo - IDEIAS

 

 

 


segunda-feira, 28 de junho de 2021

Finalmente a POLÍCIA CUMPRE O SEU DEVER: Lázaro é baleado e morto em Goiás no 20º dia de buscas

'Goiás não é Disneylândia de bandido', diz Ronaldo Caiado após captura de Lázaro

Ele era procurado por uma força-tarefa policial desde o dia 9 de junho após matar uma família em Ceilândia, no DF. Aos 32 anos, Lázaro já tinha extensa ficha criminal, fugiu três vezes da prisão e era acusado de diversos crimes desde 2007.

Governador de Goiás disse que era "questão de tempo" até que a polícia capturasse o suspeito. Lázaro trocou tiros com a polícia e acabou morto nesta segunda-feira (28/6)

Lázaro Barbosa foi morto após ser baleado em Águas Lindas de Goiás, nesta segunda-feira (28), no exato 20º dia de uma megaoperação que contou com mais de 270 policiais 


O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, anunciou na manhã desta segunda-feira (28/6), que Lázaro Barbosa Souza , foi preso. O suspeito é investigado de assassinar uma família em Ceilândia Norte, balear quatro pessoas — entre elas um policial — e manter reféns. O homem acabou morrendo na troa de troca de tiros com a polícia de Goiás. "Ta aí, minha gente, como eu disse, era questão de tempo até que a nossa polícia, a mais preparada do País, capturasse o assassino Lázaro Barbosa. Parabéns para as nossas forças de segurança. Vocês são motivo de muito orgulho para a nossa gente! Goiás não é Disneylândia de bandido", escreveu o governador na legenda da publicação.

Ta aí, minha gente, como eu disse, era questão de tempo até que a nossa polícia, a mais preparada do País, capturasse o assassino Lázaro Barbosa. Parabéns para as nossas forças de segurança. Vocês são motivo de muito orgulho para a nossa gente! Goiás não é Disneylândia de bandido pic.twitter.com/pIwYWT7iYW

— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) June 28, 2021

Em entrevista à Globonews, o governador de Goiás exaltou as forças de segurança e garantiu que Lázaro não agia sozinho e exaltou as forças de segurança que fazem parte da força-tarefa que buscavam o suspeito. Segundo ele, a Casa Militar do estado foi a responsável por capturar o foragido, após uma troca de tiros. “Nós temos, hoje, a melhor polícia do pais. Não houve hora nenhuma a necessidade de mudar a iniciativa e o preparo dos nosso policiais. Não houve nenhum assassinato a mais, nossa policia não se excedeu em nenhum momento.”, disse.
[senhor governador: as PESSOAS DE BEM esperam que a famigerada turma dos 'direitos dos manos' e a Defensoria Pública do DF (que já  estava preocupada com a segurança do assassino quando fosse preso = chegaram a pedir cela exclusiva para o bandido, quando fosse preso) não queira punir   os policiais que no ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL revidaram ao ataque do Lázaro e o abateram.
Afinal, a Defensoria do DF cogitou de processar o GDF por estar prendendo muito bandido e a turma dos 'direitos dos manos' sabemos como age: já chega acusando a polícia.]

Além disso, Caiado afirmou que as investigações em torno das pessoas que ajudaram Lázaro durante a fuga. “É uma rede criminosa. Ele estava ali muito bem aparelhado”, frisou. Na última sexta-feira (25/6), a polícia prendeu duas pessoas suspeitas de esconderem o foragido. O caseiro, Alain Reis Santana, foi liberado após audiência de custódia. O proprietário da chácara, Elmir Caetano, 74, segue preso.

Correio Braziliense e G1


quinta-feira, 30 de julho de 2020

Gilmar e os Valentes da Live - Guilherme Fiuza

A Disneylândia da cruzada contra o fascismo imaginário transforma qualquer proscrito em herói, e isso foi irresistível para o ministro

O genocídio digital de Gilmar Mendes fez o maior sucesso. Aliás, tem sido sempre assim: no que aparece na sua frente uma tela dividida com aquele monte de janelinhas, cada uma delas ocupada por uma cabecinha educada, ética, empática, simpática, solidária, civilizada, perfumada (não dá pra sentir o cheiro, mas tá quase), consciente, antifascista, quarentenada e culta, com cara de quem está no lugar certo, protegido pela ciência e pronto para repreender os ignorantes do mundo lá fora — enfim, quando você está diante de uma cena como essa, já sabe que vem merda.

E não deu outra. Gilmar Mendes, que era a criatura mais detestada do Brasil e hoje é um queridinho da grande imprensa — a militância contra o  fascismo imaginário faz milagres —, deu um show. Mostrando que para os Valentes da Live verdade se faz em casa, Gilmar saiu inventando com grande fluência e desassombro. Os Valentes da Live não têm medo de nada.
O ex-vilão sabe que o confinamento burro campeão de contágio e responsável por 12 mil mortes diárias de fome no mundo é, no Brasil, obra do STF. Gilmar sabe que foi a Suprema Corte (ou seja, ele e seus colegas) quem deu a caneta mágica para governadores e prefeitos brincarem de fascismo (real) prendendo e arrebentando o cidadão — e recitando o famoso “fica em casa enquanto a gente rouba você”.
O mínimo que um picareta espera do seu ídolo é que ele minta com desenvoltura — e assim foi feito.

Todo ladrão que ficou rico com o Covidão é grato aos supremos juízes que inventaram a pandemia estadual — e assim deram poderes mágicos aos tiranetes para montar as estatísticas que lhes rendessem mais hospitais de campanha fantasmas e respiradores superfaturados. Qualquer desses picaretas que ficaram milionários em dois meses fingindo salvar vidas, barbarizando os cidadãos sob o silêncio dos humanistas de Zoom, diria sem pestanejar: meu time é Gilmar e mais dez.

O craque do time não decepcionou. O mínimo que um picareta espera do  seu ídolo é que ele minta com desenvoltura — e assim foi feito. Gilmar Mendes trocou tudo sem a menor inibição e disse que o descalabro patrocinado por togados, tiranetes e sanguessugas foi obra do governo federal e da militarização. Um genocídio. Enfim, um Valente da Live sabe quais são as palavrinhas mágicas que lhe darão as manchetes certas e os holofotes mais luminosos.

Não deixa de ser comovente assistir a um personagem execrado pela opinião pública como Gilmar Mendes se lambuzando no mel da mídia que o tratava como ser abjeto. Curiosamente, Gilmar havia feito um contraponto importante dentro do STF às tentativas da Corte de sabotar o impeachment de Dilma Rousseff. E também ajudou a expor as manobras conspiratórias em 2017 baseadas na delação forjada de Joesley Batista. Mas a Disneylândia da cruzada contra o fascismo imaginário transforma qualquer proscrito em herói, e isso foi irresistível para ele. Chegou a hora do banho de loja.

Um mundo ideal em que as pessoas permaneçam trancafiadas de pavor ou egoísmo (tanto faz)
Nessa mesma live estavam o médico Drauzio Varella, que disse no início da epidemia ser possível circular com responsabilidade, e o ex-ministro Henrique Mandetta, que pregou o lockdown horizontal, o isolamento total e se despediu do cargo abraçando-se ao vivo e sem máscara com seus auxiliares. Num alegre jogral com o genocídio digital de Gilmar, Mandetta disse que o ministro interino da Saúde, um militar especializado em logística, deveria na verdade ser especializado “em balística”, considerando-se a quantidade de mortos pela covid. Veja toda a empatia do ex-ministro da Saúde para com as vítimas fatais de uma epidemia e entenda a ética circense dos Valentes da Live.

Qual o mundo ideal para um Gilmar Mendes repaginado e toda a freguesia dessa fabulosa butique humanitária? É um mundo onde as pessoas permaneçam trancafiadas de pavor ou egoísmo (tanto faz) e não seja preciso nunca mais cruzar com alguém na rua, que aí complica. Eles vão lutar com todas as forças para que o novo paradigma de liberdade seja o pombal do Zoom.

Guilherme Fiuza, jornalista -  Coluna na Revista Oeste


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

De Guedes para Lula - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Ministro devolveu a Lula e ao PT a marca social e o slogan do rico contra o pobre

Durante anos, o PT e o próprio ex-presidente Lula insistiram no que parecia uma fantasia, ou peça de marketing: a de que “as elites” rejeitavam Lula porque era um nordestino retirante e nunca suportaram que pobres viajassem lado a lado com eles nos aviões. Isso sempre soou bobo, ridículo, populista. Desde a quinta-feira, contudo, passou a fazer sentido, a ser levado a sério.

Em geral correto no conteúdo e desastrado na forma, o ministro Paulo Guedes acaba de dar de bandeja uma superbandeira política e eleitoral para o PT e Lula. “Empregada doméstica indo pra Disneylândia? Uma festa danada. Peraí!”, disse o ministro, que acaba de passar férias em... Miami!

[1º - o povo, no caso o povo pobre, não quer  marca social nem slogan e sim emprego, melhores condições de vida, saúde, educação, segurança e algumas partes do que o povo quer já estão sendo devolvidas pelo Governo Bolsonaro e outras serão devolvidas de forma gradativa e sempre crescente;

2º - não se devolve nada aos mortos, assim Lula e PT,   mortos politicamente, nada podem receber. A ilustre Colunista encerra o artigo com a expressão "Basta jogar parado". Jogar parado pode ser boa estratégia, mas, no caso o jogo está parado porque um das equipes está politicamente morta.

3º - Qualquer acontecimento - seja um acidente, um comentário, um trecho de palestra, entrevista, - tem o fato e a versão. Se tratando do presidente Bolsonaro,  e/ou alguém de sua equipe, a imprensa sempre apresenta a versão, a interpretada da forma mais negativa para o capitão e equipe. Paciência. O tempo mostrará que Bolsonaro fará um bom governo e a sua reeleição só DEUS pode impedir que ocorra. NÃO ESQUEÇAM QUE AS ELEIÇÕES ESTÃO MARCADAS PARA 2022.]

Assim como há no Brasil o reino da piada pronta, Guedes introduz agora o slogan pronto de campanha. Só que da oposição, do adversário. Já dá para ouvir Lula e candidatos petistas entoando País afora: “Empregada doméstica indo pra Disneylândia? Uma festa danada Peraí!”. Nenhum marqueteiro maquiavélico faria melhor. [Em 2022 Lula pode estar preso - tem duas condenações, outros processos e logo essa onda de impedir a prisão após condenação em segunda instância, vai cair.]

Para piorar as coisas para o bolsonarismo e melhorar para o petismo, a declaração foi exatamente na véspera de Lula se encontrar com o papa Francisco no Vaticano, por uma hora e em lugar reservado, para, segundo Lula, discutirem um “mundo  mais justo e mais fraterno” e “a experiência brasileira no combate à miséria”. “Justiça”, “fraternidade”, “combate à miséria” remetem às origens e aos propósitos anunciados na criação do PT, há 40 anos – ou seriam séculos? E, mais do que isso, marcam um contraponto poderoso ao presidente Jair Bolsonaro e ao bolsonarismo, que investem em “família”, “empresários”, “armas” e “combate à corrupção”. [O Papa Francisco é um líder católico atualizado e sabe que a “Justiça”, “fraternidade”, “combate à miséria”exercida pelo PT, quando estava no poder, se resume ao assalto aos cofres públicos. Ele concordou em receber Lula em um ato de generosidade cristã.]

O maior troféu de Lula, porém, foi a foto com o papa. O presidente mais popular da história recente brasileira e o papa mais humanista, inclusivo e generoso em décadas. Às favas os fatos, ora, os fatos: a prisão, a condenação em primeira e segunda instâncias, os processos, o envolvimento de filhos, as relações promíscuas entre público e privado, o favorecimento pessoal. [esses fatos serão destacados, mostrados, comprovados na campanha, não se descartaa verdade com a facilidade que muitos julgam.] E os erros do PT, sem autocrítica.

Com o foco obviamente no governo, como sempre é, essas coisas vão perdendo interesse e espaço para manifestações surpreendentes do presidente Bolsonaro, dos ministros da Economia, da Educação, das Relações Exteriores, dos Direitos Humanos. E não são só manifestações, mas, às vezes, também ações que chocam e vão escancarando a real alma do governo. Nesta semana, Paulo Guedes tinha acabado de pedir desculpas publicamente por chamar os funcionários públicos de “parasitas”, como também de apagar um incêndio criado pelo próprio Bolsonaro. Num rompante populista, o presidente tinha desafiado os governadores: se eles zerassem os impostos sobre combustíveis, a União faria o mesmo. Era uma bravata, praticamente impossível. E lá se foi Guedes acalmar os governadores. Segundo ele, foi só um “mal-entendido”.

Tudo parecia estar se acalmando, mas a guerra continua. Ato contínuo, o governo atacou de novo os governadores, desta vez os nove da Amazônia. Depois de excluir a sociedade civil do Conselho Nacional do Meio Ambiente, limou os governos estaduais do Conselho da Amazônia. Se há uma coisa que Bolsonaro não gosta é de conselhos, contraditório, visões diferentes, debates... Logo, as empregadas domésticas não estão sozinhas. Fazem parte de uma lista longa, e crescente, de alvos de Bolsonaro e de seu governo: jornalistas, ambientalistas, pesquisadores, professores, estudantes, diplomatas, policiais federais, auditores fiscais, políticos e governadores. [não se faz omelete sem quebrar os ovos e consertar o Brasil é fazer um OMELETÃO. As vezes, sai mais barato e mais fácil implementar mudanças, correções, adequações, promovendo a derrubada do que existe e erguendo um novo.          O sucesso do Bolsonaro está vinculado de forma proporcional ao sucesso na economia.]

Lula e o PT estão fazendo festa. Eles não acertam uma, mas lucram com os erros absurdos do presidente e seu governo. Basta jogar parado.
 
Eliane Cantanhêde, jornalista - Coluna O Estado de S. Paulo
 
 

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Salvem a ciência - J R Guzzo

Blog dos Fatos - Veja

Vivemos um momento riquíssimo em opiniões automáticas e desinformadas. É o que há, em matéria de escuridão


Há diversas guerras sendo travadas ao mesmo tempo no Brasil de hoje – tantas, na verdade, que o indivíduo precisa prestar um bocado de atenção para não confundir uma com outra e acabar tomando partido a favor de algo que é contra, ou ficando contra algo de que é a favor. Temos neste momento guerras contra e a favor do governo, contra e a favor da Operação Lava Jato, contra e a favor da comida orgânica e por aí afora, numa irada paleta de conflitos que vão do zero ao infinito, e dali seguem em frente. Uma das mais perversas que se pode encontrar hoje é a guerra contra a ciência. Não é coisa só brasileira, infelizmente – o que aumenta em 50 tons, ou sabe Deus quantos, o tamanho da complicação. É certo, em todo caso, que qualquer cidadão consciente deveria estar na linha de frente neste combate – pois o ataque à ciência, sejam quais forem as suas formas, é um dos mais conhecidos atalhos para o ataque às liberdades individuais. Ir contra os preceitos científicos, e em consequência contra o conhecimento obtido pelo homem com base na observação dos fatos, é ir contra um dos direitos humanos mais básicos e evidentes por si mesmos: o direito que as pessoas têm de pensar livremente, e chegar às conclusões que a sua razão recomenda. O contrário disso é obedecer a aquilo em que os mais fortes, ou a maioria, querem que você acredite. Em suma: sem o respeito à ciência não pode haver democracia.

Parece bem simples, e realmente é simples – mas está dado um trabalho danado, nos dias em que vivemos, explicar a coisa às organizações e pessoas que têm opiniões diferentes das suas. Cada vez mais, a regra vigente parece ser: ou você concorda, ou você está errado. Quando o Estado age com base em tal princípio, e impõe seu ponto de vista porque tem a força, chamamos a isso de despotismo. Quando são às pessoas à sua volta que agem assim, a proibição ao ato de pensar se transforma em “causa”. É o que estamos vendo hoje em dia. E se a lógica, ou os fatos, estiverem do seu lado? Danem-se a lógica e os fatos. Nas regiões escuras da mente de onde sai essa visão do mundo, o que importa não é a busca da verdade, e nem a liberdade que só ela pode dar ao homem – o que interessa é a “virtude”, e virtude é tudo aquilo que os defensores das “causas” dizem hoje que é virtude. A observação da realidade, nesse universo, importa cada vez menos. Vivemos um momento riquíssimo em opiniões automáticas e desinformadas. É o que há, em matéria de escuridão.

Por conta disso, o Brasil e o mundo assistem no momento ao rápido crescimento de uma Disneylândia mental onde é proibida a entrada de fatos. Voltou-se a sustentar que a Terra é plana, e há cada vez mais gente exigindo novas provas de que a Terra gira em volta do sol. As ideias “criacionistas” alegam, com apoio crescente, que o homem, o mundo e o universo são o resultado da ação de algum agente sobrenatural – e não da transformação da matéria e da evolução das espécies. O presidente francês Emmanuel Macron insiste que a Amazônia “está em chamas” e diz que tem no bolso, inclusive, um plano para resolver o problema. A biologia não existe mais como fator relevante na determinação do sexo, ou “do gênero”, dos seres humanos. Hospitais exigem que os seus pacientes assinem declarações atestando qual a religião que seguem, para se livrarem de possíveis processos na justiça pela aplicação de transfusões de sangue e outros procedimentos da medicina. Aumenta, a partir dos Estados Unidos, o número de gente que se opõe à vacinação. É cada vez mais espalhada a crença de que os animais têm “alma”, ou que os vegetais, e até as pedras, são capazes de sentimentos. Autoridades tentam impor censura à manifestação de pontos de vista que porventura se choquem com suas convicções.

(...)

Combatem a ciência, em nossa era, os espécimes mais diversos: magnata com jatinho, doutor em ciência social ou executivo liberal, moderno e descolado, que se imagina mais inteligente por ter deixado de usar gravata e aprendido a dizer palavras como “sustentabilidade”, etc. Políticos de todos os naipes estão entre os grandes generais desse exército das trevas – à esquerda e à direita, no centro, no centrão e no centrinho. Mais que tudo, a atual resistência ao conhecimento científico parece ter suas principais bases de operação dentro das universidades, onde é proibido estudar, pesquisar ou sequer indagar qualquer coisa que incomode a fé política dos professores, diretores, reitores. Todos eles trabalham com crenças, e não com realidades.
“Salvem as baleias”, dizem a você quase todo dia. Muito justo. Mas bem que alguém poderia começar a dizer: “Salvem a ciência”.

domingo, 24 de março de 2019

Está no ar a barafunda Bolsonaro

Presidente superou as marcas de impopularidade de seus antecessores 

[afirmando: quadros adversos podem ser revertidos e os excelentes resultados costumam surpreender - o atual presidente da República Federativa do Brasil (milhões odeiam essa afirmativa) vai fazer um bom Governo e será reeleito.

Clique aqui para vídeo esclarecedor do Plano B.

Governo enriquece Lei de Murphy: se algo pode dar certo, trabalha para que dê errado [é só questão de ajustar o ritmo.]

Jair Bolsonaro superou as marcas de impopularidade de seus antecessores no início do primeiro mandato. Com viés de piora, esse desempenho deve-se em parte a um processo de autocombustão, mas nem tudo pode ser atribuído a Bolsonaro. Ele teve a ajuda de ministros civis e militares. Resolveram fazer uma reforma da Previdência. Poderiam ter seguido a sugestão do economista Paulo Tafner, fatiando-a. Mandariam primeiro o corte dos privilégios dos marajás e depois cuidariam dos miseráveis. Resolveram juntar as duas brigas. Vá lá.

É elementar que a profissão e a Previdência dos militares nada têm a ver com as dos servidores civis. Poderiam ter separado as duas questões. Não só juntaram os debates, como decidiram botar no combo um projeto de reestruturação da carreira militar, coisa que não tem nada a ver com a Previdência. Todas essas decisões embaralham o debate e dificultam a aprovação de algo parecido com o projeto original do governo. Como alguma reforma haverá de ser aprovada sempre se poderá cantar vitória. Afinal, Fernando Henrique Cardoso e Lula também fizeram reformas da Previdência. Nenhum deles atritou-se com o presidente da Câmara.
[comentando: o grande problema, o maior deles é que o presidente da Câmara, do alto dos seus 70.000 e poucos votos - foi o que  obteve nas eleições 2018 - resolveu governar o Brasil (agora em um governo paralelo e em 2022 espera ser eleito), até mudou a rotina  
(o usual é o Supremo, as vezes até o Executivo, invadir a competência do Legislativo, só que agora é a Câmara dos Deputados quem quer ditar as regras de trabalho do Poder Executivo na tramitação das reformas, conforme a Constituição e o RI da Câmara, os deputados mandam, mas, não podem cobrar, nem exigir e menos ainda impor)  
decidindo que a reforma da Previdência só começaria a tramitar quando chegasse o Projeto de Lei dos militares, foi dos senhores deputados.]

A barafunda vai além da reforma. O ministro Sergio Moro resolveu peitar Rodrigo Maia com mais uma de suas jeremíadas. Tomou um tranco e ficou em paz. Durante a visita de Bolsonaro a Washington, o ministro das Relações Exteriores foi humilhado, um filho do presidente disse que os brasileiros que vivem nos Estados Unidos sem documentação são “vergonha nossa” e o condestável da Economia informou que gosta de Coca-Cola e da Disneylândia. (Quem passava dias sozinho na Disney era o professor Mário Henrique Simonsen, mas ele nunca anunciou isso a uma plateia de empresários.)

Se tudo isso fosse pouco, Bolsonaro disse na Casa Branca que acredita “piamente” na reeleição de Donald Trump. Sentiu cheiro de banana e foi procurar a casca para escorregar. Os dois presidentes que mais ajudaram a ditadura brasileira foram Lyndon Johnson e Richard Nixon. Um encantou-se com o marechal Costa e Silva, o outro com Emilio Médici. Ambos foram eleitos com memoráveis maiorias e acabaram naufragando. Amaldiçoado, Johnson desistiu da reeleição. Acuado, Nixon renunciou. Os presidentes brasileiros não disseram coisa parecida. Trump nunca teve a força de qualquer um desses antecessores.

A Lei de Murphy diz que, se uma coisa pode dar errado, errado ela dará. O governo do capitão parece disposto a enriquecê-la: Se uma coisa pode dar certo, trabalham para que dê errado.

BRETAS PRENDEU TEMER PORQUE QUIS
Lula foi para a carceragem de Curitiba depois de ter sido indiciado, denunciado e condenado em duas instâncias. Temer foi encarcerado sem ter sido ouvido, indiciado, denunciado ou condenado. Tudo bem, o juiz Marcelo Bretas prendeu-o preventivamente e decisão judicial deve ser cumprida. Na sua decisão o doutor Bretas reconheceu que Temer não foi condenado e ofereceu uma “análise ainda superficial” dos crimes que o ex-presidente teria cometido.

Cuidando do “superficial”, ocupou 40 páginas de sua decisão. Sua análise faz sentido, e muito, mas é apenas uma opinião. Justificando a prisão preventiva de Temer, Bretas não escreveu uma só linha. Justificou-a genericamente, quando associou-a à de outros integrantes da “suposta organização criminosa”, e nisso ocupou três páginas. Nelas, justificou as preventivas porque “no atual estágio de modernidade, bastam um telefonema ou uma mensagem instantânea” para ocultar “grandes somas de dinheiro”. (São Paulo tem rede de telefonia desde o início do século passado.) [comentando: O Brasil espera que no dia 27 se faça JUSTIÇA: o TRF-2 determine a imediata libertação de Temer.]

Mais: o coronel Lima, faz-tudo de Temer, cuidava de apagar rastros e documentos no próprio escritório. (Bretas não fez qualquer referência à tentativa de depósito de R$ 20 milhões em dinheiro vivo na conta do coronel.) Mesmo admitindo-se que tudo o que Bretas atribuiu a Temer na sua “análise ainda superficial” seja apenas parte de uma horrível verdade, as razões que citou para encarcerá-lo preventivamente são ralas. O Brasil teve dois ex-presidentes presos. Um porque foi condenado. O outro não foi ouvido, indiciado, denunciado ou sentenciado. Os tempos estranhos ficaram mais estranhos.



EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo é um idiota e acredita em tudo o que dizem os presos, a polícia e os procuradores, só não entende como alguém entrou numa agência bancária para depositar R$ 20 milhões em dinheiro vivo.

Alguém deveria carregar duas malas, cada uma pesando 25 quilos.

O cretino acha que existe um vídeo registrando a passagem desse estranho personagem pelo banco. O Ministério Público informou que esse fato “ainda precisa ser investigado e apurado”.


BOA NOTÍCIA
Uma dezena de fundações privadas cacifam o programa Ensina Brasil, que seleciona jovens formados em universidades públicas e privadas interessados em trabalhar por dois anos como professores nas redes escolares do país. Eles já atuam em alguns municípios de Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Programas semelhantes existem em 45 países.

A sabedoria convencional ensina que poucos recém-formados em seja lá o que for topariam trabalhar dois anos como professor. Pois neste ano o Ensina Brasil teve 10 mil candidatos para 123 vagas. Depois de um processo seletivo, eles passam por quatro semanas de curso presencial em São Paulo e assistem a 2.000 horas de aulas a distância. A ideia do projeto é achar gente interessada em melhorar a educação no país, formando lideranças nessa área.

Os jovens que entram no Ensina Brasil recebem os salários da escola e uma pequena ajuda do programa. Como nem tudo são flores, há estados onde os sindicatos de professores não querem nem ouvir falar no assunto. [sindicatos, felizmente, caminham para a extinção - pena que extingui-los por sufoco financeiro tem um inconveniente: é mais demorado]
Elio Gaspari, jornalista -  O Globo e  Folha de S. Paulo