A conversa entre Jair Bolsonaro e os ministros Edson Fachin e
Alexandre de Moraes foi curta, não durou mais do que 15 minutos, e ainda
assim houve um momento de constrangimento. [ao nosso entendimento não houve constrangimento;quanto ao presidente Bolsonaro não comparecer a compromissos protocolares no Poder Judiciário está sendo apenas coerente - não tem sentido afagar quem quer te ferrar. Os fatos mostram que o presidente da República não desfruta da simpatia da maior parte dos ministros do STF. Nos parecem falsas, desnecessárias, as tentativas de ocultar o que é público e notório.]
Foi quando o senador Flávio Bolsonaro surgiu no gabinete do pai para cumprimentar os ministros, tentando ser simpático e dar um tom descontraído à conversa, descrita pelos presentes como "protocolar".
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O propósito da visita de Fachin e Moraes ao Palácio do Planalto era levar o convite para a posse deles como presidente e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Fachin assume no próximo dia 22 e fica até agosto. Em setembro, é Moraes quem passa a presidir o tribunal. Ele estará no comando durante as eleições presidenciais.
Mas Bolsonaro, que já não foi à cerimônia de retomada dos trabalhos no STF, na semana passada, não confirmou se vai ao evento.
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O clima entre o presidente e a corte anda azedo, depois que Bolsonaro se recusou a depor no inquérito sobre a live em que divulgou trechos de outro inquérito sigiloso da PF, sobre uma invasão hacker no sistema do TSE. Em seu relatório, a delegada Denisse Rios disse houve crime do presidente, mas não pediu o seu indiciamento. Moraes é o relator do inquérito.
(...)
O STJ também anulou parte das provas desse mesmo processo.
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Além de Flávio, também estiveram com Fachin e Moraes no
Palácio o Advogado-Geral da União, Bruno Bianco, e o secretário Nacional
de Justiça, José Vicente Santini. Como, no horário anterior, Bolsonaro
havia recebido o ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto, e os
três comandantes das Forças Armadas, todos se encontraram no gabinete,
entre um compromisso e outro. Aparentemente, porém, a presença dos três comandantes
militares não causou tanto estranhamento quanto a do filho 01 do
presidente da República.
Malu Gaspar, colunista - O Globo