Povo que não é ensinado a pensar, também não sabe que é a origem do poder, mandante de seus mandatários políticos e daqueles que são servidores do público
A reforma tributária já tem relator no Senado, e o povo
brasileiro está alheio a ela. Só as elites se manifestam; algumas
prevendo mais carga tributária, outras antevendo prosperidade. Ela
parece cinzenta, pois está entre o preto e o branco: ou é caixa preta ou
é cheque em branco. Depois de aprovada na Câmara, ouvem-se dos próprios
deputados queixas de que votaram sem conhecer o texto, ou votaram sem
entender as consequências das mudanças.
Representantes do povo são
espelho de seus eleitores, que se calam quando seu representante vota o
oposto do compromisso de campanha, ou que lhe dá as costas e deixa de
representá-lo, para ganhar um cargo em outro Poder.
Uns e outros carecem
de educação e ensino que lhes credencie para praticar um sistema que
tem defeitos, mas ainda não se encontrou outro melhor: a democracia, em
que todo poder emana do povo e é exercido em seu nome através de seus
representantes nomeados pelo voto.
Por isso, a massa dos pagadores de
impostos não é ouvida nem sabe o que vai acontecer quando se mexe nas
leis tributárias.
Muitos políticos não pensam que educação e ensino são
prioridades absolutas para tirar de uma situação crônica uma país tão
rico de recursos naturais e tão pobre em bem-estar.
Políticos que não
pensam que é preciso educação e ensino porque, afinal, muitos deles não
tiveram formação e, ainda assim, tiveram votos. [começando pelo apedeuta que atualmente preside o Brasil = que quando recebeu o diploma atestando ter sido eleito para o seu primeiro mandato presidencial, se orgulhou de NUNCA ter lido um livro - ratificando que SUA FALTA DE ESTUDO não o impedia de receber o primeiro diploma da vida o credenciando para exercer, até aquela ocasião, o cargo mais importante da Nação = importância que foi extinta após dois mandatos seguidos conferidos àquele semianalfabeto e , na sequência, mais dois conferidos a sua sucessora, gênio na ignorância, Dilma Rousseff.] Há políticos que nem
querem educação e ensino, porque povo sem um e outro é mais fácil de ser
conduzido.
Paternalismo e clientelismo andam juntos.
São pagadores de
impostos que nem sabem que pagam e recebem qualquer esmola como dádivas
pessoais de quem usa o imposto do suor alheio. Povo que não é ensinado a
pensar, também não sabe que é a origem do poder, mandante de seus
mandatários políticos e daqueles que são servidores do público. Não sabe
que o Estado está a seu serviço.
Esse povo que se deixa conduzir só se libertará com a
educação e o ensino. Desde criança convive com maus exemplos exaltados
na mídia que omite os heróis verdadeiros. Aí, fica fácil enganar o povo,
como aconteceu na pandemia, quando usaram o medo para paralisar corpos e
mentes. Uma fórmula antidemocrática em que o medo paralisa e a
ignorância aliena.
Agora o Censo nos mostra que estamos cada vez mais
velhos e aposentados e cada vez menos jovens produtivos.
Não há país que
gere bem-estar se os que geram riqueza forem menores em número.
A
janela dessa oportunidade vai se fechar em breve e é preciso correr com
mais produtividade dos que estão em idade ativa.
Para mais produtividade, ensino; para cidadania e
democracia, educação. Educação é tarefa da família; ensino, tarefa da
escola.
É sinal de que estamos carentes de pais e professores, se as
pessoas não praticam a cidadania ou não sabem interpretar um texto nem
acertar as letras das palavras que jogam nas redes sociais. Professores
que não transmitem conhecimento da língua, da matemática, das ciências;
pais que transferem a educação para os professores, se eximindo de sua
missão.
Famílias que não ensinam seus filhos a ética, o cumprimento das
leis, a cidadania, as virtudes, o respeito aos outros, os modos de viver
em coletividade, estão formando que país?
Não há outra saída para
garantir futuro para este país a não ser educando e ensinando.
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo