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terça-feira, 26 de novembro de 2019

Paulo Guedes critica fala de Lula: 'Não se assustem se alguém pedir o AI-5'

[ministro Paulo Guedes merece um puxão de orelhas do presidente Bolsonaro, por estar perdendo tempo ao dar atenção às bravatas de um criminoso (valorizando bravatas sem valor), que está, temporariamente, fora da cadeia.]

Ao reclamar do ex-presidente por chamar o povo para rua, ministro da Economia citou o ato mais radical [também mais necessário e eficiente]  da ditadura militar

O ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou de “irresponsabilidade” o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de chamar o povo para rua. “Não se assustem, então, se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez?”, questionou. A declaração ocorreu, nessa segunda-feira (25/11), em entrevista coletiva em Washington. Ao deixar a prisão, o petista convocou a juventude para ir as ruas e seguir o exemplo do Chile e da Bolívia. [qualquer criminoso condenado, em liberdade provisória,  aguardando julgamento de recurso DEVE SER PRESO ao tentar com suas bravatas, provocar balbúrdia nas ruas - isto claro na legislação e a iniciativa cabe ao Ministério Público.] 

Na fala, o ministro comentava a crise social e institucional em países da América Latina. “Chamar povo para rua é de uma irresponsabilidade... Chamar o povo para rua pra dizer que tem o poder, para tomar. Tomar como? Aí o filho do presidente fala em AI-5, aí todo mundo se assusta, fala 'o que que é?' (...) Aí bate mais no outro. É isso o jogo? É isso o que a gente quer? Eu acho uma insanidade chamar o povo pra rua pra fazer bagunça. Acho uma insanidade”, afirmou.

Durante uma entrevista à jornalista Leda Nagle, publicada no fim do mês passado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro afirmou que, se a esquerda radicalizasse no Brasil, como ocorria nos protestos no Chile naquele momentoera preciso "ter uma resposta que pode ser via um novo AI-5."

Já na declaração dessa segunda, Guedes disse que “assim que ele (Lula) chamou para a confusão, veio logo o outro lado e disse 'é, saia para a rua, vamos botar um excludente de ilicitude, vamos botar o AI-5, vamos fazer isso, vamos fazer aquilo. Que coisa boa, né? Que clima bom”, criticou o ministro.

O responsável pela economia na gestão de Bolsonaro também sugeriu que o projeto de lei de excludente de ilicitude para militares e agentes de segurança pública em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é uma resposta ao discurso de Lula. “Aparentemente digo que não (Bolsonaro não está com medo do Lula). Ele só pediu o excludente de ilicitude. Não está com medo nenhum, coloca um excludente de ilicitude. Vambora”, disse.

Ministro pediu off
Após a coletiva, Paulo Guedes pediu que as declarações fossem mantidas em off — que é a prática jornalística de não publicar ou não revelar de quem é uma declaração —, mas foi alertado que havia transmissão da coletiva. “É irresponsável chamar alguém pra rua agora pra fazer quebradeira. Pra dizer que tem que tomar o poder. Se você acredita numa democracia, quem acredita numa democracia espera vencer e ser eleito. Não chama ninguém pra quebrar nada na rua”, ponderou, logo após saber que tinha sido gravado.

“Este é o recado para quem está ao vivo no Brasil inteiro. Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo pra quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo pra rua pra quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática”, prosseguiu.

Ele também foi questionado se achava a volta do AI-5 concebível. “É inconcebível, a democracia brasileira jamais admitiria, mesmo que a esquerda pegue as armas”. Guedes também reiterou a todo momento que fazia as declarações como “pessoa física”, não como ministro da Economia e que não caberia ao ministro da economia discutir com Lula.

O que foi o AI-5?

O Ato Institucional nº 5 (AI-5) foi uma das medidas mais duras e sombrias tomadas durante a ditadura militar. [foi realmente uma medida dura, porém, necessária e insubstituível e que permitiu o RESTABELECIMENTO da ORDEM PÚBLICA e até mesmo uma nova Constituição.

Alguns, muitos até por desconhecimento de causa, atribuem que o AI-5 foi motivador de supostos casos de tortura e mesmo morte.
O que se sabe é que o AI-5, permitiu que o Brasil continuasse - como continua e continuará - uma NAÇÃO LIVRE e SOBERANA, sem ser subjugada pelo tacão soviético.

Infelizmente, devido a revogação do AI-5, surgiu a oportunidade para a criação da chamada NOVA REPÚBLICA, que trouxe todos os malefícios que hoje sujeitam os brasileiros.] Emitido pelo presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968, resultou na suspensão de direitos políticos, demissões, intervenções nos estados e nos municípios e na suspensão de garantias constitucionais que resultaram na repressão, tortura e morte de opositores do regime.

O ato dava poderes quase que ilimitados ao presidente, como fechar o Congresso Nacional e demais casas legislativas por tempo indeterminado. Reuniões políticas não autorizadas pela polícia eram tidas como ilegais. Houve também a suspensão do habeas corpus por crimes de motivação política. O chefe do Executivo tinha ainda o poder de decretar a suspensão dos direitos políticos dos cidadãos considerados “subversivos”, privando-os da capacidade de votação ou de eleição.

Durante os 10 anos de vigência, o documento fundamentou a cassação do mandato de 110 deputados federais e sete senadores, 161 deputados estaduais, 22 prefeitos e 22 vereadores. No total, essas cassações descartaram arbitrariamente mais de seis milhões de votos. Por meio do AI-5, também foram cassados três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de professores universitários e pesquisadores.

Política - Correio Braziliense