O ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux, confirmou que é contrário à
mudança de entendimento sobre a prisão após esgotados os recursos em
segunda instância, firmado em outubro de 2016 pela Corte. Em trecho de
entrevista divulgado na madrugada desta terça-feira, 3, ao programa
Conversa com Bial, da Rede Globo, o ministro explicou que o pedido de
revisão parte de uma premissa de presunção de inocência, que não deveria
ser observada nos casos em que a condenação foi confirmada em segundo
grau, de acordo com ele.
“Como você pode dizer que um cidadão que sofreu inquérito,
foi denunciado, foi condenado… O juízo da apelação no tribunal
colegiado, composto por inteligências e homens mais maduros do que os
juízes de primeira instância, confirma a condenação e esse homem entra
presumidamente inocente. Você consegue entender isso?”, disse, no trecho
da entrevista. A íntegra será exibida pelo programa ainda nesta semana.
Fux é considerado um voto certo contra o habeas corpus
preventivo pedido pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e que será julgado pelo STF na quarta-feira. Caso as ações que
questionam o aprisionamento após a segunda instância e que têm
abrangência universal voltarem a ser apreciadas pela Corte, o ministro
também deverá manter seu entendimento.
Estadão - Conteúdo
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terça-feira, 3 de abril de 2018
Fux confirma ser contra mudança de entendimento sobre 2ª instância
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ministro Luiz Fux,
presidente do Tribunal Superior Eleitoral - TSE,
segundo grau
terça-feira, 20 de março de 2018
STF vive dias de STL, Supremo Tribunal do Lula
A seis dias do julgamento em
que o TRF-4 deve confirmar a sentença que autorizará o juiz Sergio Moro a
expedir a ordem de prisão de Lula, os ministros do Supremo Tribunal Federal
farão, nesta terça-feira, uma reunião a portas fechadas.
Foi convocada por
sugestão do ministro mais antigo da Corte, o decano Celso de Mello. Ele é uma
espécie de líder da banda que defende no Supremo a revisão da regra que permite
a prisão de condenados em segunda instância, como Lula. Está empenhado em
convencer Cármen Lúcia, presidente do STF, a pautar o julgamento de duas ações
sobre o tema. Nesta segunda-feira, Cármen
Lúcia confirmou a reunião numa entrevista à Rádio Itatiaia.
Esforçou-se para atribuir à novidade ares de normalidade: “O que tem de
concreto é que o ministro Celso de Mello me disse que seria conveniente nós
conversarmos, os ministros, se poderíamos nos encontrar. Não é nem reunião
formal nem fui eu que convoquei. Mas é comum a conversa acontecer. Se recebo
pessoal de fora, seria absurdo que nós não conversássemos. Não tem nada de
convocação, muito menos de extraordinário nisso.” [o ministro Celso de Mello já era para estar aposentado; já alcançou os 70 anos de idade e foi salvo da aposentadoria compulsória pela 'emenda da bengala'.
Lamentável que mais um ministro do STF opine por conspurcar sua aposentadoria defendendo um condenado - o ministro Celso de Mello tenta adiar (felizmente se conseguir êxito o adiamento será só por uns dias) a prisão do criminoso condenado Lula da Silva ressalte-se condenado por NOVE JUÍZES.
Também o ex-ministro do Supremo Sepúlveda Pertence ao aceitar defender Lula - entrou mais como advogado reserva, para negociações (á que defender o sentenciado Lula é defender o indefensável) deslustrou sua merecida aposentadoria que coroava uma carreira brilhante.]
A única coisa extraordinária
que há na conjuntura é a iminência do encarceramento de Lula. Na entrevista,
Cármen Lúcia reiterou que não cogita marcar um novo julgamento sobre a prisão
em segunda instância. Disse que o tema já foi decidido em 2016. Reanalisá-lo
agora, em função de um caso específico, “seria quebrar o princípio
constitucional da impessoalidade.” O que poderia comprometer outro princípio
caro aos magistrados: o da “imparcialidade.” Mas a presidente do Supremo
iluminou na entrevista a saída de emergência que pode ser aberta para Lula.
Cármen Lúcia disse que não
hesitará em apregoar o julgamento do pedido de habeas corpus protocolado pela
defesa de Lula se o relator da petição, ministro Edson Fachin, levar o tema ao
plenário. Segundo ela, um habeas corpus “tem preferência constitucional. É uma
ação nobre, porque lida com a liberdade.” [o que complica é que Fachin além de ser favorável a que a prisão ocorra após decisão confirmatória da condenação em segunda instância, sabe que o ônus de manter Lula solto é muito elevado.
Gilmar Mendes que o diga em alguns constrangimentos que sofreu em suas andanças em aviões de carreira.
Além de se expor a vaias, xingamentos e outros constrangimentos o ministro estaria agindo em desacordo com seu entendimento sobre a matéria.]
A ministra acrescentou: “Todo e
qualquer cidadão, desde uma liderança tão significativa, tão expressiva tão
importante como o ex-presidente, até qualquer cidadão, tem o direito de ser
julgado. E será julgado. Da minha parte, chegando ao plenário [o pedido de
habeas corpus], levando o ministro Fachin para que seja apregoado, será
apregoado.” Cármen Lúcia usou a palavra “imediatamente”. Faria por qualquer cidadão
—“mais ainda quando se tem um caso como esse, de extrema envergadura.”
Há quatro dias, Fachin divulgou
um despacho no qual negou pedido dos advogados de Lula para submeter ao
plenário do Supremo o julgamento do habeas corpus que pode livrar o ex-presidente
petista da cadeia. Embora Cármen Lúcia atribua ao relator da Lava Jato decisão
de solicitar a apreciação do pedido, Fachin empurrou a batata quente para a
presidente da Suprema Corte. Escreveu que será necessário aguardar ''a
designação de julgamento a critério da Presidência.''
De passagem por São Paulo, onde
participou de evento promovido por uma faculdade da qual é sócio, o ministro
Gilmar Mendes ironizou o jogo de empurra. Sem mencionar os nomes de Cármen
Lúcia e de Fachin, declarou: “Nunca ninguém discutiu a pauta ou não de um
habeas corpus. Isso é coisa de Direito achado na rua. Quando há a possibilidade
de o réu ser preso ou está preso, em geral, colocamos isso com a maior
urgência. Isso não está à disposição do presidente.”
Em condições normais, o Supremo
deveria julgar e indeferir o habeas corpus de Lula. Faria isso porque está em
pleno vigor a jurisprudência que autoriza a prisão de condenados no segundo
grau. E não há vestígio de violência processual cometida contra Lula, condenado
a 12 anos e 1 mês de cadeia. Entretanto, se a petição chegar ao plenário, é
muito provável que seja utilizada como uma gambiarra para eletrificar o debate
sobre a revisão da regra sobre prisão na segunda instância.
Ao farejar o cheiro de
queimado, Sergio Moro incluiu uma reflexão sobre o tema no despacho em que
determinou, nesta segunda-feira, a prisão do ex-vice-presidente da Engevix,
Gerson de Mello Almada, também condenado no TRF-4, exatamente como Lula. O juiz
da Lava Jato anotou: “Com todo o respeito ao Egrégio
Supremo Tribunal Federal, uma eventual alteração seria desastrosa para os
avanços havidos recentemente em prol do fim da impunidade da grande corrupção
no Brasil.”
Noutro trecho, Moro escreveu:
“A presunção de inocência não deve ser interpretada como um véu de ignorância
que impede a apreensão da realidade nem como um manto protetor para criminosos
poderosos, quando inexistir dúvida quanto à sua culpa reconhecida nos
julgamentos.”
O Supremo, o nome já indica, é
integrado pelos 11 magistrados mais poderosos do país. Mas um pedaço da Suprema
Corte insiste, misteriosamente, em conspirar contra a própria supremacia. No
trato com condenados poderosos, a instância máxima do Judiciário entrega-se a
mistérios que são difíceis de entender. Um deles é essa irrefreável vontade que
parte do STF tem de modificar a logomarca da Corte pra STL, Supremo Tribunal do
Lula.
Blog do Josias de Souza
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