A apreensão de
uma arma recém-lançada pela Glock torna ainda mais evidente a assimetria
das batalhas travadas entre os bandidos e as forças de segurança
Foram 15 fuzis, 32 pistolas, uma granada, 106 carregadores e
40 mil munições de calibres diversos. Mas não foi o tamanho do arsenal o
que chamou a atenção dos policiais rodoviários federais que pararam o
veículo que o transportava no quilômetro 207 da BR-116 na manhã desta
segunda feira. A atração maior foi a presença de uma pistola Glock último modelo banhada em ouro. “A arma foi lançada pela Glock em 22 de janeiro deste ano”,
contou Flávio Werneck, presidente do Sindicato dos Policiais Federais no
Distrito Federal. “A polícia nem pensa em ter um modelo parecido”.
Pistola Glock de último modelo apreendida no Rio de Janeiro em 26 de fevereiro de 2018 (Divulgação/Divulgação)
Werneck informa que para uma pistola ser banhada em ouro sem
que esse requinte afete o funcionamento da arma é preciso contar com os
conhecimentos de um especialista. “Tudo indica que o banho em outro foi
dado na cidade paraguaia de Ciudad del Este, que faz fronteira com Foz do Iguaçu”, disse. A dedicatória na arma — “RB da Clínica Nova Holanda” — seria uma referência a algum chefe do tráfico na favela da Nova Holanda, no Complexo da Maré.
Arsenal apreendido na BR-116, no Rio de Janeiro, em 26 de fevereiro de 2018 (Divulgação/Divulgação)
Uma reportagem do Globo revelou que a última compra
de fuzis para a Polícia Militar do Rio ocorreu em 2013, quando o
Batalhão de Operações Especiais recebeu 600. As armas utilizadas pelo
restante da tropa têm cerca de dez anos de uso. A descoberta torna ainda mais evidente a assimetria da
guerra travada entre os bandidos e as forças de segurança no Rio de
Janeiro. Nem a iminência do confronto com o Exército nas ruas e morros
inibiu a arrogância dos criminosos, que continuam investindo na
sofisticação do seu armamento.
Branca Nunes - Coluna do Augusto Nunes - Veja
Um candidato como Haddad é o mesmo que nada
A agonia do PT será acelerada pelo raquitismo das bancadas no Senado, na Câmara e nas Assembleias Legislativas
Ainda atordoado com a suspensão de Lula, punido por
vigorosos pontapés no Código Penal, o PT teve de engolir nesta
segunda-feira a expulsão de Jaques Wagner, eliminado do jogo da sucessão
presidencial pela Operação Cartão Vermelho. E a curtíssima fila de
possíveis candidatos do PT ao Palácio do Planalto passou a ser liderada
por Fernando Haddad.
É o mesmo que nada. Em 2012, o ministro da Educação incapaz
de organizar com eficácia um exame do ENEM virou prefeito de São Paulo
porque Lula ainda conseguia tapear multidões de incautos com os postes
que fabricava. Quatro anos depois, ao disputar um segundo mandato,
Haddad foi destroçado por João Doria já no primeiro turno.
Se não chegou sequer à etapa final do duelo pela prefeitura
paulistana, como acreditar que o ex-prefeito escapará da votação de
candidato nanico? Há dois anos, desmoralizado pela ladroagem sem
precedentes, a seita da missa negra foi massacrada em todos os
municípios importantes. Com um candidato desses, estará condenada a um
fiasco monumental nas eleições de outubro. O partido que virou bando terá a agonia acelerada pelo
raquitismo das bancadas no Senado, na Câmara dos Deputados e nas
Assembleias Legislativas. A goleada reservada a uma nulidade política
como Fernando Haddad vai escavar a cova rasa em que o PT merece ser
enterrado.
Augusto Nunes - Veja