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terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Choque de desconfiança



Lula lidera nas mesmas pesquisas em que há 12 meses é campeão de rejeição. Eleitores duvidam da honestidade e da capacidade dos candidatos à Presidência

Vai ser a eleição da desconfiança, sugerem as pesquisas. Os eleitores não escondem suas dúvidas sobre a honestidade, a sinceridade e a capacidade de liderança dos atuais candidatos à Presidência. Essa resiliência se reflete nas taxas de rejeição, persistentemente elevadas. O caso de Lula é exemplar. Aos 72 anos, é o político mais popular — nove entre dez eleitores o reconhecem, segundo o Datafolha, e, entre esses, 67% afirmam conhecê-lo “muito bem”. Natural para quem atravessou metade da vida em cima de um palanque. O primeiro comício de Lula candidato aconteceu 35 anos atrás, na Curitiba de 1982. Eleito presidente, duas décadas depois, manteve três discursos diários, por rádio e TV, durante oito anos. Elegeu Dilma Rousseff falando por ela na campanha de 2010, às vezes imitando-a, como fez em Salgueiro (PE) para uma plateia de sertanejos. Escanteado por Dilma, em 2014, persevera como o eterno candidato preferencial do PT. 

Lula lidera com 36% a preferência para 2018, informa a pesquisa da semana passada. É o dobro das intenções de voto do segundo colocado, Jair Bolsonaro, ex-capitão paraquedista que desceu na cena política em 1987, com um plano para explodir bombas na Vila Militar, da Academia das Agulhas Negras, em Resende (RJ), e em quartéis da cidade do Rio. [Bolsonaro foi processado por essa acusação e comprovada sua inocência foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar;
aliás, até os locais escolhidos para as explosões eram (e continuam sendo) inapropriados para o tipo de ação, tendo em vista se tratar de quartéis, ÁREA MILITAR,  locais em que as tentativas de explosão estavam fadadas ao fracasso;

nos tempos do terrorismo, idiotas guerrilheiros, hoje abrigados  no PT, entre eles Dilma Rousseff e Diógenes do PT, tentaram explodir bombas em área militar - Quartel-general do IIº Exército -  e covardemente assassinaram o soldado Mario Kozel Filho, mas, a operação foi um fracasso, apesar de ter vitimado um inocente soldado que prestava o Serviço MIlitar Obrigatório.

Bolsonaro tentasse, em 1987, algo parecido, pior seria o fracasso.]
 

O resultado obtido por Lula é considerável, e compatível com o histórico de liderança mais reconhecida, cujas votações sempre foram acima do patamar alcançado pelo PT nas urnas, em torno de 20%. Pode ser visto como proeza, considerando-se a circunstância de ser um candidato já condenado a nove anos e seis meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, que figura como réu em mais cinco processos, está acusado em outros três e é, ainda, investigado em mais um dos casos de propinas em negócios da Petrobras, do BNDES, das indústrias de construção civil, de automóveis e de aviões. Lula vagueia pelo país em campanha na tentativa de transformar seus problemas judiciais em causa eleitoral.

Mais significativa, porém, é a resiliência do eleitorado na rejeição ao ex-presidente. Há 12 meses seguidos, segundo o Datafolha, quatro em cada dez eleitores repetem que não votariam em Lula “de jeito nenhum”. Isso ocorre tanto nas capitais e cidades de regiões metropolitanas (40%) quanto nos municípios do interior (38%) com mais de 50 mil habitantes. Há uniformidade no repúdio por idade, por escolaridade (a partir do ensino médio), por renda (mais de dois salários mínimos) entre empregados, desempregados ou ocupados. 

Alguns interpretam a persistência na rejeição a Lula como evidência de resistência a símbolos da corrupção na política desvendada nos inquéritos do mensalão e na Lava-Jato. Mais provável é a decepção de um eleitorado que não reconhece líderes com capacidade suficiente para resgatar o país de crises como a da saúde e reconduzi-lo à rota do desenvolvimento. O risco é de fragmentação superior à da eleição de 2014, quando um terço dos eleitores anulou, deixou em branco ou simplesmente se recusou a sair de casa para votar. Num cenário assim cabem os versos elegantes de Paulinho da Viola:

“Desilusão, desilusão/ Danço eu dança você/ Na dança da solidão.” 

José Casado - O Globo

 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Lula vira ministro, e família vai para a cadeia?

Lula tem certeza absoluta que, nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal o libera para assumir a Casa Civil, ratificando seu foro privilegiado para responder pela Lava Jato no próprio STF. No entanto, Lula recebeu a informação que, depois do feriadão, corre o risco de que o juiz Sérgio Moro acate pedido da Força Tarefa para que a Polícia Federal promova a prisão preventiva ou provisória de um de seus filhos ou até da esposa Marisa Letícia - que não contam com o supremo privilégio de defesa. A eventual ação contra a família Lula da Silva deve ter um efeito de imagem mais devastador que a recente divulgação do conteúdo pornopolítico de gravações telefônicas.

Até Dilma Rousseff, candidata a ser impedida, foi obrigada a falar a correspondentes estrangeiros sobre os efeitos da Lava Jato. A Presidanta respondeu à obvia pergunta sobre seu conhecimento acerca dos fatos graves de corrupção: "Você me pergunta uma coisa interessante. Você me pergunta se eu não sabia. Tão perto e não sabia. Foi preciso a delação premiada, foi preciso o reconhecimento da independência dos procuradores, do Ministério Público, uma atitude em relação à Polícia Federal. Foi preciso um conjunto de leis para que isso fosse descoberto. Agora, o que é próprio da corrupção: ser feito às escuras. Ser escondido. Ela tem que ser investigada. Não acredito que a Lava-Jato é um raio em céu aberto. Hoje eu não acredito. Antes estava tudo debaixo do tapete. Ainda tem muita coisa que não se sabe. Não vamos acreditar que está tudo escancarado, não é?".

O próximo passo da Lava Jato - numa operação que poderia ser batizada de "Famíglia" - é a preocupação imediata de Lula. Atingir Michel Temer é outra prioridade de Lula, prestes a passar de acuado a acusado. Não foi à toa a ordem dada hoje pela manhã para que a petelândia promova a "deslegitimação" do "traidor" Michel Temer. O vice-presidente, que agora adota oficialmente a tática do silêncio, principalmente para não assumir compromisso de falar sobre a Lava Jato, encontra dificuldades para definir a equipe econômica de seu eventual mandato. Reunir 54 votos no Senado, para impedir Dilma, parece menos complicado que escalar um ministério que nasce com a hegemonia de Wellington Moreira Franco.

A cúpula do PT, embora discurse com o triunfo mentiroso de sempre, já dá como "inevitável" a derrota pelo impeachment. Tanto que a tática nazicomunopetista se resume a esculhambar Temer, chamando-o de traidor e golpista, enquanto torce para que dê certa a operação tartaruga, arquitetada pela dupla Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski. O Presidente do Senado já sinalizou que apenas no dia 17 de maio, uma terça-feira, deverá acontecer a votação da admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Basta um mínimo de 41 votos para que ela seja afastada por 180 dias, com direito a "exílio" no Palácio da Alvorada. O julgamento final dela, no plenário, não tem data para acontecer. São necessários pelo menos 54 votos dos 81 senadores para Dilma ser impedida definitivamente.

Em entrevista a correspondentes estrangeiros nesta terça-feira, Dilma insistiu na retórica de que sofre um golpe: "A conspiração se dá pelo fato que a única forma de chegar ao poder no Brasil é utilizando de métodos, transformando e ocultando o fato que esse processo de impeachment é uma tentativa de eleição indireta, de um grupo que de outra forma não teria acesso pelo único meio justificável, que é o voto direto. O Brasil tem um veio que é adormecido. Um veio golpista adormecido. Se acompanharmos a trajetória dos presidentes no meu país, no regime presidencialista, a partir de Getúlio Vargas, vamos ver que o impeachment, sistematicamente, se tornou um instrumento contra os presidentes eleitos. Eu tenho certeza de que não houve um único presidente depois da redemocratização do país que não tenha tido processos de impedimento no Congresso Nacional. Todos tiveram. TodosO que eu chamo de veio? É essa possibilidade nunca afastada".

Será este o troco da mal escrita e contada História brasileira na guerrilheira Dilma - que no passado da luta armada para implantar uma ditadura comunista no Brasil não teve apreço algum pela democracia?

Talvez o soldado Mário Kozel Filho, vítima fatal das ações do grupo terrorista de Dilma, possa responder, se a consciência verdadeira iluminar o cérebro da maioria dos brasileiros...

Enquanto nada se decide de verdade, começa a crescer a tese democrática do "Fora, todos"...

 

Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão