Lula lidera nas mesmas pesquisas em que há 12 meses é campeão de rejeição. Eleitores duvidam da honestidade e da capacidade dos candidatos à Presidência
Vai ser a
eleição da desconfiança, sugerem as pesquisas. Os eleitores não escondem suas
dúvidas sobre a honestidade, a sinceridade e a capacidade de liderança dos
atuais candidatos à Presidência. Essa resiliência se reflete nas taxas de
rejeição, persistentemente elevadas. O caso de
Lula é exemplar. Aos 72 anos, é o político mais popular — nove entre dez
eleitores o reconhecem, segundo o Datafolha, e, entre esses, 67% afirmam
conhecê-lo “muito bem”. Natural para quem atravessou metade da vida em cima de
um palanque. O
primeiro comício de Lula candidato aconteceu 35 anos atrás, na Curitiba de
1982. Eleito presidente, duas décadas depois, manteve três discursos diários,
por rádio e TV, durante oito anos. Elegeu Dilma Rousseff falando por ela na
campanha de 2010, às vezes imitando-a, como fez em Salgueiro (PE) para uma
plateia de sertanejos. Escanteado por Dilma, em 2014, persevera como o eterno
candidato preferencial do PT.
Lula
lidera com 36% a preferência para 2018, informa a pesquisa da semana passada. É
o dobro das intenções de voto do segundo colocado, Jair Bolsonaro, ex-capitão
paraquedista que desceu na cena política em 1987, com um plano para explodir
bombas na Vila Militar, da Academia das Agulhas Negras, em Resende (RJ), e em
quartéis da cidade do Rio. [Bolsonaro foi processado por essa acusação e comprovada sua inocência foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar;
aliás, até os locais escolhidos para as explosões eram (e continuam sendo) inapropriados para o tipo de ação, tendo em vista se tratar de quartéis, ÁREA MILITAR, locais em que as tentativas de explosão estavam fadadas ao fracasso;
nos tempos do terrorismo, idiotas guerrilheiros, hoje abrigados no PT, entre eles Dilma Rousseff e Diógenes do PT, tentaram explodir bombas em área militar - Quartel-general do IIº Exército - e covardemente assassinaram o soldado Mario Kozel Filho, mas, a operação foi um fracasso, apesar de ter vitimado um inocente soldado que prestava o Serviço MIlitar Obrigatório.
Bolsonaro tentasse, em 1987, algo parecido, pior seria o fracasso.]
aliás, até os locais escolhidos para as explosões eram (e continuam sendo) inapropriados para o tipo de ação, tendo em vista se tratar de quartéis, ÁREA MILITAR, locais em que as tentativas de explosão estavam fadadas ao fracasso;
nos tempos do terrorismo, idiotas guerrilheiros, hoje abrigados no PT, entre eles Dilma Rousseff e Diógenes do PT, tentaram explodir bombas em área militar - Quartel-general do IIº Exército - e covardemente assassinaram o soldado Mario Kozel Filho, mas, a operação foi um fracasso, apesar de ter vitimado um inocente soldado que prestava o Serviço MIlitar Obrigatório.
Bolsonaro tentasse, em 1987, algo parecido, pior seria o fracasso.]
O
resultado obtido por Lula é considerável, e compatível com o histórico de
liderança mais reconhecida, cujas votações sempre foram acima do patamar
alcançado pelo PT nas urnas, em torno de 20%. Pode ser visto como proeza,
considerando-se a circunstância de ser um candidato já condenado a nove anos e
seis meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, que figura como réu
em mais cinco processos, está acusado em outros três e é, ainda, investigado em
mais um dos casos de propinas em negócios da Petrobras, do BNDES, das
indústrias de construção civil, de automóveis e de aviões. Lula vagueia pelo
país em campanha na tentativa de transformar seus problemas judiciais em causa
eleitoral.
Mais
significativa, porém, é a resiliência do eleitorado na rejeição ao
ex-presidente. Há 12 meses seguidos, segundo o Datafolha, quatro em cada dez
eleitores repetem que não votariam em Lula “de jeito nenhum”. Isso ocorre tanto
nas capitais e cidades de regiões metropolitanas (40%) quanto nos municípios do
interior (38%) com mais de 50 mil habitantes. Há uniformidade no repúdio por
idade, por escolaridade (a partir do ensino médio), por renda (mais de dois
salários mínimos) entre empregados, desempregados ou ocupados.
Alguns
interpretam a persistência na rejeição a Lula como evidência de resistência a
símbolos da corrupção na política desvendada nos inquéritos do mensalão e na
Lava-Jato. Mais provável é a decepção de um eleitorado que não reconhece
líderes com capacidade suficiente para resgatar o país de crises como a da
saúde e reconduzi-lo à rota do desenvolvimento. O risco é de fragmentação
superior à da eleição de 2014, quando um terço dos eleitores anulou, deixou em
branco ou simplesmente se recusou a sair de casa para votar. Num cenário assim
cabem os versos elegantes de Paulinho da Viola:
“Desilusão,
desilusão/ Danço eu dança você/ Na dança da solidão.”
José Casado - O Globo
José Casado - O Globo