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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Casadas com o poder (Última parte) - Augusto Nunes

Revista Oeste

Perto de Marisa Letícia, Janja parece tão discreta quanto uma rainha de bateria Rosemary Noronha, Janja da Silva e Marisa Letícia da Silva | Foto: Montagem Revista Oeste/Agência Brasil/Reprodução/Shutterstock

 Rosemary Noronha, Janja da Silva e Marisa Letícia da Silva | Foto: Montagem Revista Oeste/Agência Brasil/Reprodução/Shutterstock  
 
A expressão “primeira-dama” — com hífen, alertam os dicionários — nunca deu as caras em nenhum artigo, parágrafo ou inciso da Constituição, tampouco foi vista em qualquer organograma do Poder Executivo, fosse qual fosse o ocupante do gabinete no 3° andar do Palácio do Planalto. 
Oficialmente, dividir alcovas, palácios, alegrias ou tristezas com o presidente da República não é função legalmente remunerada, seja em espécie, seja em favores. 
Como ocorre com a first lady dos Estados Unidos, que teria servido de modelo para a versão brasileira, primeira-dama não é cargo; é título. Simples assim, certo? Errado: nada é assim tão simples nestes trêfegos trópicos.

Aqui, o que uma mulher do presidente da República faz ou deixa de fazer depende do temperamento, dos humores e das conveniências do marido. A exceção ficou por conta de Nair de Teffé, com quem Hermes da Fonseca se casou em 1913, logo depois da morte de Orsina da Fonseca. Viúvo de uma típica dona de casa, o sisudo presidente de 55 anos optou pelo avesso. Com apenas 24, a pintora e desenhista Nair invertia o prenome para publicar nos jornais caricaturas em que uma certa Rian zombava dos figurões da República Velha. Até janeiro deste ano, Hermes foi o único presidente a governar o país com duas diferentes primeiras-damas. Agora tem a companhia de Lula, que exerceu dois mandatos casado com Marisa Letícia e começou o terceiro como marido de Rosângela da Silva, a Janja.

O marechal Hermes e Nair, ao lado do cardeal Arcoverde, na escadaria do Palácio Rio Negro, em Petrópolis, depois do casamento religioso | Foto: Wikimedia Commons
O contraste entre a introvertida Orsina da Fonseca e a exuberante Nair de Teffé pode ser reeditado em escala portentosa. Comparada a Marisa Letícia, que em público não fez mais que meia dúzia de declarações, Janja parece tão retraída quanto uma rainha de bateria. Ao longo de 2003, por exemplo, Marisa tentou manter sob controle os movimentos do cônjuge. Instalada numa sala do Palácio do Planalto, entrava no gabinete presidencial assim que o sol se punha para pedir ao marido que chegasse mais cedo em casa. 
Alojada no Palácio da Alvorada, enfeitou o jardim com uma estrela vermelha feita de sálvias. Foi obrigada a desfazer a homenagem ao PT. Mais tarde, tentou mobiliar um sítio e um apartamento com donativos que o presidente em fim de mandato ganhou de empreiteiros agradecidos. Deu cadeia. 
Também sugeriu a indicação para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal do filho de uma vizinha chamado Ricardo Lewandowski. A Corte piorou. Perto do que Dilma Rousseff faria, são pecados veniais.
Nos primeiros quatro anos, Marisa não fez feio no campeonato brasileiro de milhagem a bordo do AeroLula. Mas baixou perigosamente a guarda quando, farta de visitas a países mais pobres que o Brasil, fez a opção preferencial por pousos e decolagens em países europeus bem mais charmosos. As rotas que levavam a grotões da África e da Ásia caíram no colo de uma viajante sempre disponível: Rosemary Noronha.  
Coisa de amadora, deve achar Janja. Aos 56 anos, em seu segundo casamento, a paranaense formada em Sociologia (com mestrado em militância no PT) tem ficado junto com Lula 25 horas por dia. Não quer deixar espaço para outra Rose Noronha.

Ao lado do presidente do Brasil, Janja cumprimentou os governantes estrangeiros com a pose de quem encabeçara uma chapa vitoriosa em que o marido havia figurado como vice

Sem paciência, ela já deixou claro que vai meter-se em tudo. Em vez de esperar a data da coroação, passou a encarnar o papel de primeira-dama um minuto depois de encerrada a apuração do segundo turno. Discursou no comício da vitória na Avenida Paulista, voou com Lula no jatinho que o levou ao Egito para um piquenique ambientalista, não pediu licença ao Gabinete de Transição para pendurar amigos no cabide de empregos do primeiro e segundo escalões, vistoriou minuciosamente o Palácio da Alvorada para saber como estava a célebre criação de Oscar Niemeyer e decidiu que não merecia abrigar o casal real. Precisava de reformas urgentes. Ela nunca se queixou do modesto espaço ocupado por Lula no prédio da Polícia Federal em Curitiba, e noivou na cadeia com a alegria de quem troca alianças numa catedral. Promovida a primeira-dama, parece bem mais exigente.

Janja forneceu uma notável amostra do que é capaz ao nomear-se presidente da comissão organizadora da festa de posse e preparar detalhadamente a espetaculosa aparição inaugural em rede nacional de rádio e televisão. 
Além do próprio traje, a dona da festa resolveu como seriam o ritual da subida da rampa do Planalto, a escolha das atrações artísticas, a triagem da lista de convidados, a decoração do local da solenidade, a entrega da faixa presidencial, o cardápio e a cesta de bebidas, fora o resto. 
Ao lado do presidente do Brasil, cumprimentou os governantes estrangeiros com a pose de quem encabeçara uma chapa vitoriosa em que o marido havia figurado como vice. Não é pouca coisa. Mas era só o começo, demonstrariam as semanas seguintes.
Presenteada com um gabinete no palácio, raramente é vista por lá. Para encontrá-la, deve-se descobrir onde Lula está. Janja estará ao lado. Depois da posse, acompanhou o marido nas viagens à Rússia, à Argentina, ao Uruguai e aos Estados Unidos. Em Washington, permaneceu grudada ao parceiro até na hora da clássica foto em que o presidente anfitrião e o visitante trocam um aperto de mãos. Estranhamente, não compareceu ao ato festivo que celebrou o aniversário do PT. 
 
[mais uma foto mostrando o bom entendimento entre o casal presidencial e o anfitrião.]
 
Solteiro, Lula derramou-se em elogios e gestos carinhosos endereçados à presidente do partido, Gleisi Hoffmann. No dia seguinte, Janja vingou-se: em vez de acompanhar o marido num jantar de gala da companheirada, fez Lula acompanhá-la numa segunda lua de mel na Bahia.
Luiz Inácio Lula da Silva, Janja e Joe Biden na Casa Branca, 
Washington | Foto: Ricardo Stuckert/PR
O namoro no Carnaval em Salvador foi interrompido por algumas horas para que o chefe de governo visitasse por um punhado de horas o Litoral Norte de São Paulo, atingido por temporais devastadores. Janja avisou no Twitter que estava muito triste com o calvário das vítimas. O semblante exibido em dezenas de fotos desmentiu aos gritos o que a primeira-dama escreveu. 
Mas é compreensível o estado de euforia em que vive a mulher que, por anos a fio, lutou com método e bravura para transformar-se na terceira esposa de Lula, na segunda autorizada a usar o título de primeira-dama e na única poupada — até agora — de dividir o cargo com uma segunda dama. 
Enquanto o objeto do desejo esteve preso, Janja perdeu a conta das saudações (“Bom dia, presidente”, “Boa noite, presidente”) que berrava diariamente nas imediações da cadeia para animar a celebridade engaiolada. Isso antes de começarem as visitas ao prisioneiro que abreviaram o namoro, o noivado e o casamento.
 
Lula e Janja trocam frequentes juras de amor, mas é bastante provável que a atual primeira-dama seja assombrada pelo fantasma de Rosemary Noronha. Entre 2004 e 2012, a secretária que José Dirceu apresentou a Lula num bailão do sindicato dos bancários chefiou o escritório da Presidência da República em São Paulo. 
Nesse período, foi incluída na comitiva chefiada por Lula em 20 viagens internacionais e passeou por mais de 30 países. Rose só viajava quando Marisa avisava que preferia ficar em casa. Como seu nome fica fora da lista de passageiros publicada no Diário Oficial, a segunda dama do Brasil talvez se tenha transformado na clandestina com mais horas de voo desde a invenção ao avião.
O expediente aéreo da penetra de estimação começava quando anoitecia. Risonha, as ancas que exigiam poltronas largas balançavam em direção ao dormitório presidencial — e só depois do café da manhã regressavam ao seu lugar na traseira do AeroLula. 
Em terra, seguia a programação oficial com a expressão de quem ignora se está no litoral do Caribe ou num deserto africano. Terminado o jantar, o casal rumava para duas suítes sempre contíguas do hotel 5 estrelas. No solo ou nos céus, as missões cumpridas por Rose consistiam, essencialmente, em garantir que Lula acordasse com a expressão de quem passara a noite tripulando flocos de nuvens extraordinariamente azuis.
 
A farra acabou quando a Polícia Federal descobriu que Rose usava essas relações especiais para conseguir favores — de ingressos para shows de Roberto Carlos à nomeação de amigos vigaristas para a direção de agências reguladoras, passando por outras modalidades de tráfico de influência
Escapou de uma temporada na cadeia graças ao bando de advogados contratados para defendê-la pelo Instituto Lula. 
 
Ela conta com voz magoada que nunca mais conversou com o presidente. Sorri quando lembra que a coisa esquentou às vésperas do segundo mandato, quando Lula começou a escoltar com uma bravata qualquer menção à idade e à possível candidatura à reeleição. “Por que não disputar de novo? Tenho 57 anos e tesão de 30.” Ele já anda falando em mais um mandato. Aos 77, jura que a libido segue estacionada nos 30. Como não foi incluído no inquérito das fake news, Janja que se cuide.
Por acreditar em pesquisas, ficou feliz ao saber que uma lojinha de porcentagens jura que 41% dos brasileiros aprovam seu desempenho. Em qual papel? Em que situação? Fazendo o quê?  
Discursando num palanque? 
 Balbuciando um gracias em Buenos Aires ou um thank you em Washington?
Isso ninguém sabe. O que se sabe é que a política não costuma ser gentil com primeiras-damas. E trata com especial crueldade quem entra com mais de 50 anos num mundo que se deve começar a conhecer ainda nos tempos do berçário.
Rosemary Noronha | Foto: Reprodução/YouTube

Leia também “Casadas com o poder (Primeira parte)”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Gilmar desbloqueia R$ 5,5 milhões de Marisa para Lula

Cristyan Costa

Advogado do presidente eleito argumentou que o valor é essencial para a 'manutenção da subsistência' do petista e sua família
 

O então presidente Lula cumprimenta o então recém-empossado presidente do STF, Gilmar Mendes, na sede da Corte, em Brasília - 23/04/2008 | Foto: José Cruz/Agência Brasil
O então presidente Lula cumprimenta o então recém-empossado presidente do STF, Gilmar Mendes, na sede da Corte, em Brasília - 23/04/2008 | Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), desbloqueou R$ 5,5 milhões da previdência privada da ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017, e liberou o dinheiro para o presidente eleito Lula. A decisão foi tomada na quarta-feira 9. O petista é beneficiário de 20% do montante, enquanto seus quatro filhos têm direito a 80% do espólio deixado por Marisa. [supondo-se que os filhos do eleito estão em pleno gozo das faculdades mentais - tem até um,  o Lulinha da Telemar/OI/Gamecorps, que o pai classificou como um fenômeno  - o valor liberado alcançou 20% só para o petista e a socialite Janga  = os dois terão para gastar uma bagatela suficiente para pagar 9.000 Auxílio Brasil de R$ 600,00,ou 13.500 do Bolsa Família, valor R$ 400,00,  que é o nome e valor desejado pelo eleito.]

Lula foi atendido um dia depois de seu advogado Cristiano Zanin protocolar o processo na Corte. Em linhas gerais, a defesa pediu ao juiz do STF para obrigar o Tribunal Regional da 3ª Região a liberar o patrimônio milionário, congelado em virtude de investigações no âmbito da Operação Lava Jato.  “Os recursos são essenciais para a manutenção da subsistência de Lula e de sua família”, argumentou a defesa do petista, na ação enviada a Mendes. O juiz do STF concordou ainda com o argumento de Zanin segundo o qual “não há lastro para embasar o arrolamento de bens ou constrição de valores de Lula”.

“O simples fato de o comando dispositivo da decisão cautelar ter se limitado a suspender a ação cautelar fiscal e demais procedimentos fiscais a cargo da Receita Federal do Brasil é algo que não milita em favor de uma manutenção ad eternum do bloqueio aos bens do casal, ainda mais sob a odiosa presunção de que todos os bens do casal seriam proveitos de atividade criminosa, consoante colacionado na peça produzida pela Bradesco Vida e Previdência S/A”, sustentou Gilmar Mendes.

NÃO DEIXE DE LER:  Eu quero é pau nessa direita idiota, diz desembargador, sobre protestos contra Lula

Cristyan Costa, Redação - Revista Oeste


sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Bolsonaro desmente Lula

Candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) usou quase 9 minutos da sua live dessa quinta-feira (15/9) para criticar o Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e países presididos pela esquerda. 
No total, a transmissão teve pouco mais de 36 minutos, sendo que 11 deles foram dedicados a fazer campanha para seus aliados em diferentes estados. [um esclarecimento: não é que o PT, o criminoso petista e países presididos pela esquerda mereçam atenção especial (os habitantes dos países governados pela esquerda merecem piedade, pena, compaixão e o descondenado petista voltar para a cadeia) e sim que o nosso presidente resolveu desmentir o criminoso petista e convenhamos que sendo aquele   individuo petista  o maior mentiroso do mundo, é necessário muito tempo para desmentir ainda que uma pequena parte das inverdades vomitadas por aquele indivíduo].
 
Alguns destaques:  
- ... Logo no início da transmissão, o presidente leu o título "maior reduto lulista no país, Nordeste caminha para derrotar o PT" de uma matéria da revista Veja e comentou que "o pessoal está entendendo que tem duas opções e escolhe aquele que pode melhor representar".
 
- Sigilo de 100 anos
Jair Bolsonaro disse que não fez "nenhum decreto no tocante a sigilo" e que o que existe é uma lei de 2011, que ele é obrigado a cumprir nos casos de assuntos de natureza particular. Ainda segundo o presidente, foram os governos de Lula e Dilma Rousseff (PT) que fizeram uso excessivo dessa legislação.

Neste momento, o presidente passou a ler uma série de títulos de matérias feitas durante os governos petistas, e comentando sobre Marisa Letícia, falecida esposa do ex-presidente. "'Governo trata como segredo de estado o cartão corporativo de Rose (Rosemery Noronha) para esconder farra criminosa do casal', quem diz isso é a Veja. Quando o Lula viajava para o exterior, ela ia, a não ser que a Marisa fosse também. Tinha um cartão corporativo para ela", afirmou Bolsonaro.

Em seguida, Jair Bolsonaro diz que o ex-presidente pediu sigilo sobre a herança que seria recebida após a morte de sua então esposa, pois, segundo o presidente, ela não teria como indicar a origem do dinheiro.

"'Lula pede segredo a inventário de Marisa para evitar devassa sobre as suas contas'. Quando a Marisa faleceu, as informações que tivemos pela imprensa são a de que ela deixou uma fortuna para o maridão, e depois, abusando da lei de acesso a informações, o Lula pede segredo. Se for tudo aquilo que a imprensa divulgou, não tinha como ela justificar tudo aquilo", comentou Bolsonaro.

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

'Se começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema', diz juíza a Lula

Ao ser questionado pela magistrada, petista disse que não sabia do que estava sendo acusado

[O condenado, multiprocessado e presidiário Lula, que sempre reclamou dos interrogatórios conduzidos pelos juiz Sérgio Moro,  sentiu ontem o peso do pé da Justiça em seu pescoço, e, apesar de sua empáfia, se  desmontou.]

A juíza Gabriela Hardt , que substituiu Sergio Moro no interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, advertiu o ex-presidente logo no início da sessão, após o petista questionar se era ou não dono do sítio de Atibaia. ( VÍDEO: Assista ao momento em que a juíza adverte Lula )  

Ao iniciar o depoimento, a magistrada fez uma pergunta de praxe ao petista, questionando-o se sabia da acusação à qual estava se defendendo, mas se surpreendeu com a resposta do petista, que negou. Após um breve resumo feito por Gabriela Hardt, lembrando o ex-presidente de que era acusado de ser o beneficiário de reformas feitas no sítio de Atibaia, Lula respondeu que achava que a acusação era de que respondia à denúncia de ser o dono da propriedade.  

- Mas, doutora, eu só queria perguntar, para o meu esclarecimento, porque eu estou disposto a responder toda e qualquer pergunta: eu sou dono do sítio ou não?
- Isso é o senhor quem tem que responder, não eu, doutor, e eu não estou sendo interrogada nesse momento - respondeu Hardt.
- Não, quem tem que responder é quem me acusou - disse Lula.
- Doutor, e assim, senhor ex-presidente, esse é um interrogatório e se o senhor começar nesse tom comigo a gente vai ter problema - disse Hardt, que completou: - Então, vamos começar de novo: eu sou a juíza do caso, eu vou fazer as perguntas que eu preciso para que o caso seja esclarecido para que eu possa sentenciá-lo ou para que um colega possa sentenciá-lo. Num primeiro momento, você tem direito de ficar em silêncio mas, nesse momento, eu conduzo o ato. 

Após a advertência da juíza, o advogado José Roberto Batochio afirmou que o ex-presidente tinha, naquele momento, sua oportunidade de falar no processo e tinha liberdade para questionar sobre sua acusação. Neste momento, a juíza repreendeu o advogado: - Eu posso fazer as perguntas ao seu cliente? O senhor o orientou do que está sendo acusado nesse processo? Ele está apto a ser interrogado ou o senhor precisa sair dessa sala e conversar com ele e ele retornar? - disse a juíza. 

Hardt, então, retorna para Lula e questiona se ele já está apto a começar a responder as questões.
- E quando eu posso falar, doutora? - disse Lula.
- O senhor pode falar, responder, quando eu perguntar no começo - respondeu Hardt.
- Mas pelo que eu sei, é meu tempo de falar - afirmou Lula.
- Não, é o tempo de responder às minhas perguntas. Eu não vou responder interrogatório nem questionamentos aqui. Está claro? Que eu não vou ser interrogada? - questionou a juíza.
- Eu não imaginei que fosse assim. Como eu sou vítima de uma mentira...
- Eu também não imaginava, então vamos começar com as perguntas. Eu já fiz o resumo e vou fazer perguntas: O senhor fica em silêncio ou o senhor responde. 

Lula e a juíza Gabriela se desentenderam também quando o ex-presidente tentou dizer que quem entende de cozinha é mulher. 

- Não sei se a senhora é casada, mas seu marido entende pouco de cozinha, como eu.  

Gabriela disse que é divorciada e não discute nada de cozinha. Em outro momento do depoimento, Lula relembrou da discussão no início. O petista disse no depoimento que só soube que a Odebrecht havia realizado obras no sítio quando foram publicadas reportagens sobre o assunto. O representante do Ministério Público Federal perguntou se, ao saber disso ele, procurou Emilio Odebrecht, acionista da empresa, para pagar pelos trabalhos.
- A chácara não é minha. Portanto quem tinha que falar de obra da chácara era quem é dono da chácara. Não era da minha competência - responde o ex-presidente. 

Em seguida, o procurador questionou se Lula havia conversado com a sua mulher, Marisa Leticia, sobre o assunto.  O ex-presidente se queixou de uma suposta repetição de perguntas e usou a fala da juíza no início da audiência para reafirmar não ser dono da propriedade:
- Nunca conversei com ninguém sobre as obras do sítio de Atibaia porque eu queria provar que o sítio não era meu. E hoje aqui nessa tribuna  vocês deram testemunho: o sítio não é do seu Lula, graças a Deus.
Gabriela Hardt rebateu disse que o processo não tratava da propriedade do sítio, mas negou ter afirmado na audiência que a propriedade não era dele.  

O Globo

 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Pobre Marisa Letícia - Lula: antes de tudo, um covarde

Pobre Marisa Letícia


Foi tudo obra dela, segundo Lula. Foi ela que quis comprar o tríplex — ele, não. Quando visitou o apartamento, enxergou nele mais de 500 defeitos

Exemplo a ser seguido no DF - cada manifestação no DF dá m ... , a INsegurança Pública não funciona.

Sigam o exemplo acima, de Curitiba. 

 

Para se livrar do escândalo do mensalão em 2005, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou a cabeça do ex-ministro José Dirceu, o coordenador de sua campanha vitoriosa de 2002 à Presidência da República. Para se livrar do escândalo dos aloprados, quando assessores seus forjaram, em 2006, documentos contra o PSDB, ele entregou as cabeças que pôde, inclusive a do coordenador de sua campanha à reeleição, Ricardo Berzoini.

Pouco antes, havia entregado a cabeça do ex-Ministro da Fazenda Antonio Palocci, quando restou provado que a máquina do seu governo fora usada para quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.  Nada demais, pois, que Lula tenha se valido de sua mulher, Marisa Letícia, para driblar a acusação de que ganhara o tríplex do Guarujá como uma espécie de propina paga pela construtora OAS. Maria Letícia está morta.

Foi tudo obra dela, segundo Lula. Foi ela que quis comprar o tríplex — ele, não. Quando visitou o apartamento, enxergou nele mais de 500 defeitos. Mesmo assim, ela insistiu em comprar para fazer investimento, ele não.  Diante da insistência do juiz Sergio Moro em querer arrancar-lhe respostas mais precisas, novamente invocou Marisa: “Perguntar coisa para mim de uma pessoa que já morreu é muito difícil, sabe? É muito difícil”.

O Lula eloquente, imbatível quando desafiado, dono de um estoque inesgotável de frases prontas, deu lugar a um Lula reticente, quase monossilábico em certos momentos, que tentava disfarçar o nervosismo.  Cobrou provas da acusação que pesa contra ele na ação. Mas, quando uma delas lhe foi apresentada, desconversou. Sergio Moro perguntou sobre um documento rasurado de compra do tríplex encontrado no seu apartamento.

Lula respondeu: “Não sei, quem rasurou? Eu também gostaria de saber”. E sobre o documento em si? Lula respondeu: “Não sei, nunca soube”. Consultou rapidamente o documento e o devolveu ao juiz da Lava-Jato.  Um interrogatório como o de ontem serve como peça de defesa do réu. Mas serve ao juiz para ajudá-lo a formar sua própria convicção a respeito da inocência ou da culpa do réu. Como peça de defesa, foi pífio.


 Fonte: Ricardo Noblat - O  Globo

O foco na política

O ex-presidente Lula não se preparou para responder às questões de ontem ou é um investidor descuidado a ponto de não saber por que não pediu de volta R$ 209 mil. Toda a sua atenção continua sendo na preparação da cena pública onde montou o palanque no qual pensa que poderá se salvar da briga judicial. Lula primeiro precisa ganhar a briga na Justiça, mas é à luta política que ele se dedica.

Ele apresentou uma versão em relação ao triplex que não tem sequência lógica. Alega que soube duas vezes do imóvel: quando D. Marisa comprou a cota, em 2005, e depois em 2013. Mas admite que visitou o imóvel em 2014 com Leo Pinheiro, quando “colocou um milhão de defeitos no apartamento”. Disse que nunca pensou em comprar o apartamento, e que isso era ideia de investimento da mulher. Mas em seguida afirma que desistiu de comprar, em 2014, ao visitá-lo, com o presidente da empreiteira, Leo Pinheiro, e se dar conta de que não poderia ir àquela praia, por ser pessoa pública. Admite que nunca comunicou Leo Pinheiro dessa desistência. Quando o juiz Sergio Moro perguntou por que ele nem confirmou a compra, nem pediu ressarcimento dos R$ 209 mil no prazo que houve para fazer isso, em 2011, ele respondeu: “Tem que falar com D. Marisa”.

A estratégia seguida foi a de mostrar distanciamento em relação ao fato. Mal soube dele. Coisa da esposa. Depois que se deu conta que não era uma boa compra, desistiu. Maiores explicações teriam que ser com sua esposa, que “lamentavelmente não está viva para perguntar”. Diante das acusações feitas a ele, como a do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, de que ele teria mandado retirar o dinheiro da conta no exterior, Lula admite que conversou com Duque. Mas sua versão é um pouco diferente. Disse que falou com ele sobre esse assunto porque havia boato de roubo e de que Duque tinha conta no exterior. Em vez de demiti-lo ou fazer alguma sindicância, ele relata que falou: “Duque é o seguinte, você tem conta no exterior?”. Ele teria respondido que não, e ele aceitou. “Acabou, para mim era o que interessava”.
Enfadado e contraditório nas respostas, ou irritado algumas vezes, Lula demonstra vigor apenas quando vai para se encontrar com os militantes, aí então proclama sua candidatura e se diz perseguido e massacrado pela imprensa, ou vítima da “maior caçada jurídica” que um político já teve.  O ex-presidente Lula anda pelo povo, mas apenas em ambiente controlado, como ocorreu ontem na praça onde se juntaram os manifestantes levados pelos grupos que sempre estiveram com ele e sempre estarão. O uso do avião de um empresário, Walfrido Mares Guia, para ir a Curitiba é mais do que a busca do conforto, é também uma forma de evitar o risco de um ambiente aberto em que ele poderia ser hostilizado. Uma cena dessas seria viral nas mídias sociais e ele prefere evitar o desgaste. A crise atual não é de um partido só e expõe todos os políticos ao risco de constrangimento público, mas ele é o principal foco. Lula é amado pelos seus seguidores, que hoje são apenas uma fração do que já foram, mas também é odiado por outros que passaram a acreditar que ele solto é o símbolo da impunidade.

A Operação Lava-Jato deixa o país com os nervos expostos, como se viu ontem. Não por seus defeitos, mas por suas qualidades. A investigação não se deteve diante de poderosos políticos e econômicos, nem mesmo de Lula que sempre se apresentou como o dono do povo. Ele tem mais quatro processos e uma denúncia a caminho, mas sua estratégia é tão focada na política que precisou ser lembrado por Moro de que suas considerações finais não poderiam ser as de um programa eleitoral. Ele estava de novo repetindo o discurso de que “quem vem de baixo” não pode ser presidente. 
Conseguirá Lula mobilizar os militantes, criar o clima de jogo de decisão em Copa do Mundo, e captar as atenções do país como aconteceu ontem a cada novo depoimento? Dificilmente. A estratégia exibida ontem é boa para político em disputa eleitoral, mas não o livra dos vários processos que continuarão a rondá-lo nos próximos meses.

Fonte: Míriam Leitão - O Globo

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

LEIA A ÍNTEGRA DA DECISÃO DE SERGIO MORO QUE TRANSFORMOU LULA EM RÉU PELA SEGUNDA VEZ



Titular da 13ª Vara Federal de Curitiba aceita a denúncia contra ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro 

AÇÃO PENAL Nº 5046512-94.2016.4.04.7000/PR

AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RÉU: ROBERTO MOREIRA FERREIRA

RÉU: PAULO TARCISO OKAMOTTO
RÉU: PAULO ROBERTO VALENTE GORDILHO
RÉU: MARISA LETICIA LULA DA SILVA
RÉU: JOSE ADELMARIO PINHEIRO FILHO
RÉU: FABIO HORI YONAMINE
RÉU: AGENOR FRANKLIN MAGALHAES MEDEIROS
RÉU: LUIZ INACIO LULA DA SILVA

DESPACHO/DECISÃO
1:Trata-se de denúncia oferecida pelo MPF contra (evento 1):1) Agenor Franklin Magalhães Medeiros;2) Fábio Hori Yonamine;3) José Adelmário Pinheiro Filho, vulgo Léo Pinheiro;4) Luiz Inácio Lula da Silva; 5) Marisa Letícia Lula da Silva; 6) Paulo Roberto Valente Gordilho; 7) Paulo Tarciso Okamotto; e 8) Roberto Moreira Ferreira.

A denúncia tem por base os inquéritos 5035204-61.2016.4.04.7000 e 5049557-14.2013.404.7000, e processos conexos, entre eles o processo 5006617-29.2016.4.04.7000.

A denúncia é extensa, sendo oportuna síntese.

2:Tramitam por este Juízo diversos inquéritos, ações penais e processos incidentes relacionados à assim denominada Operação Lava Jato.

Em grande síntese, na evolução das apurações, foram colhidas provas, em cognição sumária, de um grande esquema criminoso de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da empresa Petróleo Brasileiro S/A – Petrobras cujo acionista majoritário e controlador é a União Federal.

Grandes empreiteiras do Brasil, especificamente a OAS, Odebrecht, UTC, Camargo Correa, Techint, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Promon, MPE, Skanska, Queiroz Galvão, IESA, Engevix, SETAL, GDK e Galvão Engenharia, teriam formado um cartel, através do qual, por ajuste prévio, teriam sistematicamente frustrado as licitações da Petrobras para a contratação de grandes obras, e pagariam sistematicamente propinas a dirigentes da empresa estatal calculadas em percentual sobre o contrato.

O ajuste prévio entre as empreiteiras eliminava a concorrência real das licitações e permitia que elas impusessem o seu preço na contratação, observados apenas os limites máximos admitidos pela Petrobrás (de 20% sobre a estimativa de preço da estatal).
...
Em nova grande síntese, alega o Ministério Público Federal que o ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva teria participado conscientemente do esquema criminoso, inclusive tendo ciência de que os Diretores da Petrobrás utilizavam seus cargos para recebimento de vantagem indevida em favor de agentes políticos e partidos políticos.

Leia a íntegra clicando aqui



quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Inclusão de Marisa Letícia em denúncia do MPF irrita Lula – vale o ditado: mulher de bandido, bandida é - Lava Jato vai levar a Moro primeiras denúncias contra Lula



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu as primeiras notícias sobre a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal nesta quarta-feira, 14, durante o almoço em um hotel na zona sul de São Paulo. Segundo pessoas que compartilharam a mesa, Lula ficou indignado com a inclusão da ex-primeira-dama Marisa Letícia na acusação, mas reagiu com naturalidade em relação ao seu próprio nome. Para aliados, a denúncia faz parte de uma perseguição cujo objetivo é impedir Lula de disputar a eleição de 2018.  “Eles (adversários do PT) foram derrotados quatro vezes (em eleições presidenciais). Como não querem sofrer uma nova derrota tentam barrar a candidatura do ex-presidente Lula”, disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão. 

O ex-presidente participou de uma reunião do Conselho da Presidência do PT, formado por dirigentes, parlamentares e governadores petistas além de intelectuais sem vínculo formal com o partido. Ao final da reunião, quando se preparava para almoçar, um assessor mostrou, na tela do celular, as primeiras notícias sobre a denúncia do MPF referente ao apartamento tríplex no Guarujá. 

Nas redes sociais, Lula se comparou ao ex-presidente Juscelino Kubitschek. “Curiosidade histórica: JK foi acusado de ser dono de imóvel em nome de amigo.”  Antes mesmo de a denúncia ser noticiada, a ofensiva da Lava Jato em direção ao ex-presidente foi tema de algumas das falas dos participantes da reunião. “Venho dizendo desde o começo. Seria o cúmulo da ingenuidade supor que iriam fazer este carnaval que fizeram para depois deixar o Lula ganhar a eleição em 2018”, disse o escritor Fernando Morais, integrante do conselho.
Para a maioria dos participantes da reunião, a denúncia já era esperada. “Lula está tranquilo e triste como todos nós. Não é surpresa nenhuma. O objetivo do golpe não é só tirar a Dilma, é também o Lula”, disse o escritor Eric Nepomuceno.  O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), defendeu a inocência do ex-presidente. “Não é a primeira vez que tem ações da Justiça contra o ex-presidente. Lula deve ser o brasileiro mais investigado da história”, afirmou. 

O PT e o Instituto Lula aguardavam o fim da entrevista dos procuradores da Lava Jato para se posicionarem oficialmente.
Os procuradores acusarão Lula de ser o verdadeiro dono do tríplex que estava em reforma – a defesa do petista nega taxativamente
O Ministério Público Federal (MPF) apresentará denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro na reforma do tríplex do Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista. O petista é alvo de três investigações centrais na Operação Lava Jato, em Curitiba – sede do escândalo de cartel e corrupção na Petrobras. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também será acusado criminalmente.

Lula teria recebido “benesses” da empreiteira OAS – uma das líderes do cartel que pagava propinas na Petrobras – em obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris. O prédio foi construído pela Bancoop (cooperativa habitacional do sindicato dos bancários), que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto – preso desde abril de 2015. O imóvel foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira.  Os procuradores da Lava Jato acusarão na Justiça Lula de ser o verdadeiro dono do tríplex que estava em reforma – a defesa do petista nega taxativamente. No último mês, a Polícia Federal indiciou Lula, a ex-primeira dama Marisa Letícia, o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e um engenheiro da empreiteira que participou da reforma do imóvel. No indiciamento, o delegado Márcio Adriano Anselmo, afirmou que “[Lula] recebeu vantagem indevida por parte de José Aldemário Pinheiro e Paulo Gordilho, presidente e engenheiro da OAS, consistente na realização de reformas no apartamento 174”. O imóvel recebeu obras avaliadas em 777.000 reais, móveis no total de 320.000 reais e eletrodomésticos no valor de 19.000 reaistotalizando 1,1 milhão de reais.

Processos – Lula foi alvo de condução coercitiva, no dia 4 de março, quando foi deflagrada a 24ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Aletheia. Na ocasião ele negou conhecer o engenheiro da OAS Paulo Gordilho, que teria participado da reforma da cozinha do tríplex e de outra propriedade que investigadores atribuem a Lula, o sítio de Atibaia (SP). Investigadores da força-tarefa, em Curitiba, reuniram elementos para apontar a participação de Lula no esquema de cartel e corrupção que vigorou de 2004 a 2014, na Petrobras – e teria sido espelhado em outras áreas do governo, como contratos do setor de energia, concessões de aeroportos e rodovias.

Com base em uma sistemático padrão de corrupção como “regra do jogo”, empreiteiras, em conluio com agentes públicos e políticos da base, PT, PMDB e PP, em especial, desviavam de 1% a 3% em contratos das estatais. Um rombo de pelo menos 6,2 bilhões de reais só na Petrobras. Lula teria recebido “benesses” das empreiteiras do cartel, como Odebrecht, OAS e outras. Executivos das duas empresas  negociam desde o início do ano acordos de delação premiada com o MPF – a da OAS foi encerrada pela Procuradoria Geral da República (PGR).

Nas mensagens encontradas nos celulares apreendidos do ex-presidente da OAS e do engenheiro do grupo há elementos, para a PF, de que o casal Lula orientou as reformas no apartamento do Guarujá. Os pagamentos da OAS também devem gerar outra denúncia sobre o custeio do armazenamento de bens do ex-presidente pela empresa Granero. Desde 2011, quando ele deixou a Presidência, a empreiteira teria pago cerca de 1,3 milhão de reais pela guarda do material.

Outro inquérito, em fase final, investiga a compra e reformas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, interior de São Paulo. O imóvel, para a Lava Jato, pertence a Lula e recebeu obras da OAS e da Odebrecht. O ex-presidente nega ser o proprietário do sítio. O terceiro inquérito da PF vasculha pagamentos e doações à LILS Palestras e Eventos e ao Instituto Lula. A PF suspeita que a LILS e o Instituto receberam valores de empreiteiras contratadas durante os dois mandatos de Lula (2003/2010).

Fonte: Estadão Conteúdo