Autoridade Palestina apresenta pela primeira vez
acusações contra Israel no TPI
Chanceler
entrega documentos à corte europeia sobre conflito em Gaza, assentamentos
israelenses e tratamento a prisioneiros
A Autoridade Nacional Palestina fez sua
primeira apresentação
sobre
supostos crimes
de guerra praticados por Israel ao Tribunal Penal Internacional (TPI)
nesta quinta-feira, tentando acelerar uma investigação
da corte europeia sobre os abusos cometidos durante o conflito na Faixa de Gaza
no ano passado.
Do lado
de fora do TPI após uma reunião com o promotor-chefe do tribunal, Fatou
Bensouda, o ministro das Relações Exteriores palestino, Riyad al-Maliki, disse
que tinha entregado à corte documentos sobre a guerra em Gaza, os assentamentos
israelenses e o tratamento dado prisioneiros palestinos detidos por Israel. A Palestina é um
teste para a credibilidade dos mecanismos internacionais. Um teste que mundo
não pode se permitir falhar. A Palestina decidiu procurar a Justiça, não a
vingança — ressaltou Maliki.
A
Autoridade Palestina se juntou ao tribunal sediado em Haia em abril, e Bensouda
iniciou um inquérito preliminar sobre a situação. Investigadores da Organização
das Nações Unidas (ONU) disseram na segunda-feira que grupos militantes
israelenses e palestinos cometeram graves
abusos da lei humanitária internacional durante o conflito de Gaza em 2014,
que podem ser
considerados como crimes de guerra.
Cabe a
Bensouda decidir se e quando uma investigação formal de crimes de guerra será
iniciada. Israel
se opõe ao TPI e informou que não iria
cooperar com os procuradores. Israel
nega alegações de crimes de guerra praticados por suas forças durante a
guerra de Gaza e acusa militantes islâmicos que controlam o território de
atrocidades ao dispararem milhares de foguetes contra cidades israelenses. [na ótica israelense e dos seus apoiadores, matar civis desarmados,
incluindo crianças e mulheres não é crime e sim uma forma de testar o
treinamento dos soldados israelenses.]
Um
cessar-fogo em agosto terminou com 50 dias de combates entre militantes de Gaza
e Israel. Mais
de 2.100 palestinos, a maioria civis, foram mortos no conflito. Do lado de Israel, 67 soldados e seis civis foram mortos.
Fonte: O Globo