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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018
O passo em falso do sonho eleitoral de Temer
A intervenção, portanto, se justifica, mas não pode ser manipulada com objetivos eleitoreiros ou quaisquer outros. A imagem do Exército está em jogo, assim como o direito da população de usufruir um padrão aceitável de segurança. Não se trata de questões menores que podem ser usadas e deixadas de lado a qualquer momento. Se Temer e seu grupo palaciano exercitaram um maquiavelismo de quinta categoria, ao antecipar a inevitável intervenção, eles também conectaram seu futuro à manobra. E, para o bem de todos, a começar por eles, é preciso que a operação federal tenha sucesso. [a intervenção terá sucesso - desde que deixe de ser uma intervenção meia-sola = equivalente a que os obstáculos decorrentes da legislação pró bandidos sejam removidos e as interferências descabidas do Poder Judiciário não ocorram - descabidas por atender pedidos absurdos e sem fundamentação (o exemplo do veto a nomeação da deputada Cristiane Brasil está bem presente.]
O perigo é que se Temer e grupo ousam manobrar com a intervenção, podem produzir outros estragos, como criar o tal Ministério da Segurança, que servirá apenas para empregar apaniguados, distribuir verbas a aliados, entre outros “negócios”. Eleição é vital, por óbvio, para os políticos. Para Temer, tem uma importância adicional: continuar no refúgio do foro privilegiado, crucial para quem tem duas denúncias barradas na Câmara, prontas para irem à primeira instância tão logo o presidente deixe o cargo. Com essas manobras arriscadas, porém, Michel Temer pode é apressar o fim virtual do seu governo, antes de acabar o mandato em 31 de dezembro.
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