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quarta-feira, 12 de julho de 2017

Ocupação da mesa do Senado é expressão do totalitarismo

Senadoras do PT e PCdoB tentaram impedir uma votação à força e mostraram do que é feito o modo totalitário de pensar


A ocupação da mesa diretora do Senado pelas senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) nesta terça-feira (11) vai entrar para a história como um dos ataques mais constrangedores à democracia brasileira desde a redemocratização. Sentadas no lugar de quem deveria conduzir a sessão, as três parlamentares quiseram impor, à força, ideias que não conseguiriam vencer no voto.

O funcionamento de uma democracia exige respeito às instituições e, por consequência, às regras que as regem. É o respeito a essas regras que garante à sociedade que não haverá abuso no uso do poder concedido a qualquer um dos três poderes. As três senadoras, vendo frustrada sua vontade de alterar o projeto de lei da reforma trabalhista, pisaram fora dos limites impostos a seu trabalho parlamentar. A consequência que se espera agora é um processo no Conselho de Ética do Senado.

Elas, infelizmente, não estão sozinhas. Episódios como esse têm se tornado mais comuns em votações que incomodam alguns setores organizados da sociedade. Recentemente, em Curitiba, sindicatos de funcionários públicos invadiram a Câmara Municipal com o igual propósito de impedir uma votação. Não aceitaram que o assunto fosse resolvido pelos representantes eleitos. Invasões, ameaças e tomadas de mesa estão no mesmo lado errado da história. O tempo da conquista do poder usando todos os meios foi enterrado pelas vantagens incomparáveis do debate democrático. Muita gente que chegou a Brasília pela via democrática, no entanto, parece não entender o risco implícito na negação do debate.

Disse a senadora Gleisi Hoffmann em um evento no último sábado no qual ameaçou tomar a cadeira do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE): “Às vezes a gente pensa que tem que ir para as vias de fato”. Como se viu nesta terça-feira, esta não era uma força de expressão, mas sim um chamado à ação. Levado ao limite, o argumento da senadora é o de que todo cidadão deve impor sua vontade pela força.

Até o momento, a tramitação da reforma trabalhista seguiu a normalidade no Congresso. O projeto foi apresentado pelo Executivo no fim do ano passado. Em uma negociação que envolveu deputados e o Palácio do Planalto, chegou-se ao texto atual, uma reforma ampla das leis trabalhistas que moderniza as normas sem retirar direitos, como insiste em dizer a oposição. Aprovada no plenário da Câmara, seguiu para o Senado, onde recebeu relatórios em três comissões – dois a favor e um contra. Em um acordo, os líderes da base do governo decidiram votar o texto como enviado pela Câmara e deixar possíveis alterações para um segundo momento, provavelmente por uma medida provisória.

O cálculo político feito pelas lideranças governistas faz parte da tramitação de qualquer projeto. Como as alterações pleiteadas no Senado são pontuais e não alteram substancialmente o texto, não há risco de uma diminuição do papel dos senadores nessa negociação. Seria provavelmente mais arriscado o país perder a chance de fazer o que parece ser a única reforma econômica viável neste momento de crise política – modificações nesta fase fariam o texto voltar para a Câmara, agora ocupada com a denúncia contra o presidente Michel Temer.

Nada impede que qualquer senador inconformado apresente depois um novo projeto de lei para alterar os pontos de discórdia, caso o governo não cumpra o compromisso de redigir uma medida provisória. O voto deve ser sempre a saída para qualquer impasse ou inconformismo. Ao tomarem conta da mesa diretora do Senado, as senadoras do PT e do PCdoB querem dizer que há um caminho alternativo, no qual pode-se impor uma visão de mundo. Esse é invariavelmente o rumo do totalitarismo.


Fonte: Editorial - Gazeta do Povo
 

sexta-feira, 17 de junho de 2016

A medicina comunista



O horror e a repressão de uma medicina que se tornou em arma estatal.

O Estado - enquanto organização de pessoas que naturalmente tende à própria perpetuação e ao aumento do seu poder e de suas funções - pode transformar-se num perigoso elemento de totalitarismo numa sociedade. O Estado também pode instrumentalizar todas as instituições e grupos da sociedade para o propósito final de crescer cada vez mais, drenando tudo e todos.


 Cartaz educativo sobre o aborto seguro na União Soviética.

Já a medicina, que detém grande autoridade científica e social, pode ser um eficaz instrumento de controle e manipulação da sociedade, para o bem ou para o mal. O médico tem o poder para remover alguém do trabalho, aposentá-lo, abrir seu corpo causando um dano controlado chamado cirurgia, declarar alguém morto e, talvez o mais assombroso, nomear uma doença e determinar parcialmente o futuro de um paciente. Talvez este último seja o mais sutil e poderoso elemento da profissão médica.

Quando estamos diante de uma doença claramente identificável, como um carcinoma basocelular na pele de um paciente, não há muito que duvidar. Pode chamá-lo por outro nome, pode tratá-lo de diferentes formas, mas a evolução e as repercussões físicas são bem objetivas e previsíveis. O problema começa quando estamos diante da doença psiquiátrica. Há, obviamente, um espaço muito maior para elementos subjetivos de comportamento que podem alterar radicalmente o prognóstico do paciente, e é justamente aí que um grande perigo pode surgir.

A mistura é explosiva. De um lado, um Estado ocupado por perigosos psicopatas[1], sedentos de poder e controle. Do outro, a medicina, capaz de gerar gigantesca influência na sociedade. Una tudo isso a um governo do tipo revolucionário e totalitário[2] e voilá! A máquina de moer carne humana está pronta. E qualquer um que se oponha poderá ser denominado louco ou doente. A racionalidade por trás de tudo isso é cruel: “nós temos a perfeição encarnada no sistema, qualquer um que avance contra nós é louco e perigoso.”

Nenhum regime encarnou tão bem o ideal do totalitarismo político e espiritual – no sentido de domínio sobre a mente do sujeitodo que o Comunismo em suas diversas encarnações.

Os maiores crimes contra a vida humana podem simplesmente ser cobertos pela desculpa de que pessoas precisam de tratamento psiquiátrico. Ainda hoje alguns manifestantes e oposicionistas dos regimes de esquerda (Rússia, China e tantos outros) desaparecem da sociedade quando adentram um hospital psiquiátrico para que sejam “tratados”. É uma solução muito cômoda, porque muitas explicações seriam necessárias se simplesmente matassem o indivíduo, certo?[3]

Conforme o que o próprio Nikita Khrushchev disse em 1959:
“Um crime é um desvio dos padrões geralmente reconhecidos de comportamento, frequentemente causado por problemas mentais. É possível que existam doenças, problemas mentais, entre certas pessoas da sociedade comunista? É evidente que sim. Se é assim, logo existirão ofensas características de pessoas com mentes anormais... Para aqueles que comecem a erigir oposição ao Comunismo de tal forma, nós podemos dizer que... claramente seu estado mental não é normal.” [4]
Não é surpresa o intenso trabalho vindo de terras socialistas e comunistas a leste investido na pesquisa dos processos psicológicos e psiquiátricos, muitos buscando a chave de como manipular o comportamento humano. O bom e velho Pavlov, e toda uma hoste de pesquisadores da psicologia social e da manipulação não me deixam mentir. Aliado ao uso da medicina psiquiátrica para fins totalitários, basta misturar a manipulação da cultura conforme os ditames de Antônio Gramsci e de toda a Escola de Frankfurt [5] e teremos o caminho para a escravidão perfeitamente pavimentado.

E novamente voltamos ao problema da medicina que perdeu sua identidade. Uma vez que a proteção da vida e da integridade do paciente movida por um compromisso inegociável com a beneficência for trocada por qualquer outra coisa ou qualquer outra fidelidade, está encerrada a medicina tradicional hipocrática e cristã.

Ao invés de direcionar-se ao paciente como objetivo concreto e imediato da prática médica, o juramento médico soviético, por exemplo, se direcionava à abstrata humanidade e à sociedade, demonstrando o predomínio do utilitarismo social contra a beneficência direta ao ser humano. Ao invés de apelar para uma lei universal, apela-se à moralidade comunista – isso é assustador para qualquer um que tenha lido o mínimo de história soviética – e à obediência ao Estado. Sem dúvida nenhuma é o juramento que todos os Estados com tendência totalitarista gostariam de impor aos seus médicos.[6]

Voltando aos dias de hoje, longe no tempo e na geografia, não estranho nem um pouco a insistente atenção dada aos médicos e à educação ou deseducação – pelos governos da esquerda radical no Brasil. O constante desmanche da autoridade médica, substituída é claro pela autoridade ideológica radical que ocupa o vácuo deixado, e o trabalho de hegemonia cultural sempre presente nas universidades e escolas, onde temos ideólogos manipuladores aliados aos piores índices educacionais internacionais, deixam bem claro a tendência entrópica de nossa elite.

A progressiva substituição do perfil médico brasileiro, saindo de uma classe profissional altamente científica e técnica, com padrões de qualidade reconhecidos internacionalmente, porém quase que completamente destituída de formação política, para uma classe subserviente ao Estado, menos qualificada e muito mais ideologizada, claramente remete a uma intensa medida de engenharia social. Pessoalmente, considero os dois modelos errados e distantes da identidade tradicional da medicina, que deve ansiar por excelência em termos científicos, técnicos e morais, incluindo a política.

Junto com a destruição da identidade médica, atos frontalmente contrários à vida humana - e à opinião majoritária do provo brasileiro, diga-se de passagem - são cotidianamente instituídos. Prega-se o abortamento voluntário e a eutanásia, por exemplo, e a vida humana deixa de ser sagrada.

Realmente sagrado deve ser o Estado - esse Leviatã insaciável - e a vontade de nossa elite política esquerdista, certo?  Não. Certo é o compromisso mais que milenar de nossa Medicina com a vida humana e com o ser humano concreto, de carne e osso, que todos os dias senta-se à frente de seu médico e pede auxílio, socorro e compreensão. Certo é defender a vida humana, pressuposto de qualquer atividade médica. Certo é defender nossa própria identidade moral contra os enxertos desumanos que ideologias monstruosas tentam empurrar à força sobre a sociedade.  A boa medicina, de raiz cultural hipocrática e cristã, tem sua própria escala de valores a ser defendida.

Notas:
[1] LOBACEWSKI, Andrew. Ponerologia Política. Campinas: Vide Editorial, 2015.
[2] Na concepção de Olavo de Carvalho, revolução é a concentração de poder mediante a promessa de um futuro melhor, justificando a inversão moral, isto é, desculpando atos imorais para se alcançar um distante fim desejável.
[3] VAN NOREN, Robert. Ending political abuse of psychiatry: where we are at and what needs to be done. BJPsych Bulletin (2016), 40, 30-33, doi: 10.1192/pb.bp.114.049494
[4] Ibid.; KNAPP, M. Mental Health Policy and Practice Across Europe: The Future Direction of Mental Health Care. McGraw-Hill, 2007.
[5] CARVALHO, Olavo de. A Nova Era e a Revolução Cultural. Campinas: Vide Editorial, 2015.
[6] Association of American Physicians and Surgeons. Comparison between Oath of Hippocrates and Other Oaths. Internet,

 Prof. Dr. Hélio Angotti Neto, autor do livro A Morte da Medicina, é coordenador do Curso de Medicina do UNESC, diretor da Mirabilia Medicinæ (Revista internacional em Humanidades Médicas), membro da Comissão de Ensino Médico do CRM-ES, visiting scholar da Global Bioethics Education Initiative do Center for Bioethics and Human Dignity em 2016, membro do Comitê de Ética em Pesquisa do UNESC e criador do Seminário de Filosofia Aplicada à Medicina, SEFAM –