Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador trogloditas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador trogloditas. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

A depuração do bolsonarismo - Folha de S. Paulo

Vinicius Mota

Tamanho e características da base popular da direita brasileira ficam mais nítidos conforme o presidente se desgasta

Deve ser particularmente dolorido para a esquerda, cuja autoimagem sempre foi a de única representante legítima das massas trabalhadoras, o fato de ter florescido uma direita popular no Brasil. Não me refiro às maiorias que sustentaram as duas eleições de Fernando Henrique Cardoso, que apenas na propaganda de seus rivais do PT pode ser tachado de direitista. Ou alguém imagina FHC a elogiar torturadores, a aliar-se carnalmente aos Estados Unidos ou a incentivar trogloditas destruidores de florestas?

Direita é o que temos agora. E ela só chegou ao poder porque, a despeito de galvanizar o sentimento anti-establishment, atraiu simpatias na sociedade numa escala inédita em mais de três décadas de democracia. O tamanho e as características dessa base popular da direita brasileira ficam mais nítidos conforme o presidente se desgasta. O vasto contingente de batalhadores cuja família ganha de R$ 2 mil a R$ 5 mil por mês desponta como o mais importante bastião da resistência bolsonarista. Não se trata das elites da Faria Lima, do Leblon ou dos Jardins. Essas categorias somadas mal conseguiriam, no sentido figurado, lotar uma Kombi. Que dirá sustentar a popularidade presidencial nos níveis atuais.

Aliás, o Datafolha publicado nesta segunda (2) mostra que no estrato mais elevado da renda —acima de R$ 10 mil mensais, em que estão apenas 5% dos eleitores— ocorreu fuga em massa do apoio a Jair Bolsonaro. Algo parecido aconteceu entre a minoria que completou a faculdade. Já o escalão intermediário da remuneração e da escolaridade, que congrega cerca de 40% do eleitorado, por ora exibe afinidade mais sólida com o presidente. Ninguém nessa condição vive com folga no bolso nem passeia na Riviera Francesa.

Será que tantos brasileiros dependentes da labuta diária só estão temporariamente iludidos com Bolsonaro mesmo depois de ele já ter apresentado um repertório amazônico de excentricidades? Ou enxergam no governo algo que os representa?
[Ficamos com um eloquente e sincero  SIM para a segunda pergunta;
Lembramos que valorizar pesquisas faltando mais de três anos para as eleições é apenas a forma encontrada para tentar diminuir o nosso presidente Bolsonaro;
O Bolsonaro que será votado em 2022, com as bençãos de DEUS, é o Bolsonaro de 2022 - que estará a frente de um Governo forte, uma economia em crescimento e que sabe uma distância entre o seu inconsciente e os lábios.
É este que os inimigos do presidente Bolsonaro, e do Brasil, terão que derrotar.]
 
Vinicius Mota - Folha de São Paulo 
 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Cunha tem de decidir nesta semana se aceita ou não a denúncia contra Dilma



Não há mais espaço para procrastinação; nem o país nem os movimentos pró-impeachment podem ser reféns dessa demora, já injustificada
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, tem de saber que já chegou a hora. Aliás, já passou da hora. Não há mais dúvida jurídica possível. Ou ele concorda com os termos apresentados na denúncia de Hélio Bicudo, Janaina Paschoal e Miguel Real Jr. e a aceita, ou deles discorda e a rejeita. Ponto final. A cada hora, a partir desta segunda, o que se tem é só procrastinação, aumentando a suspeita de que algo de tamanha magnitude — a possibilidade do impeachment — está sendo usado, no fim das contas, apenas para que ele tente salvar a própria cabeça.


Inserir foto cunha
O Movimento Brasil Livre lidera um acampamento nos gramados do Congresso em defesa do impeachment — o que passa, obviamente, pela decisão de Cunha. Um grupo de delinquentes, vestindo camisetas do MTST, invadiu a área na semana passada para espancar moças e rapazes que lá estavam. Neste domingo, houve uma nova provocação, desta feita sem escaramuças porque a forte presença da Polícia Militar do DF inibiu os trogloditas...

Os defensores do mandato de Dilma e da alta moralidade do seu governo voltaram a pedir a cabeça de Cunha e queimaram um boneco representando o presidente da Câmara. Repararam, diga-se, como esquerdistas gostam de fogo? Queimam bonecos, queimam bandeiras, queimam pneus, queimam ônibus… Qual será a razão? Vai ver é porque o fogo, mais do que qualquer outro evento, traz a ideia da destruição total, irrecuperável, irrecorrível. E isso combina com as taras totalitárias da esquerda.

Ontem, diga-se, durante a manifestação do MTST, foi preciso, sim, que a polícia interviesse, mas para conter uma briga lá entre eles, com direito a voadora, sangue jorrando, essas coisas. Quando os valentes não podem bater nos outros, trocam sopapos entre si.

Volto a Cunha
Não há mistério nenhum na denúncia entregue por Bicudo e pelos dois juristas. Os argumentos são sólidos, claros, transparentes. Não requerem grandes voos interpretativos, dadas as evidências de que Dilma cometeu crime de responsabilidade. Mas Cunha pode achar que não. Pois, então, que diga. O movimento cívico que está no gramado do Congresso não pode ficar esperando indefinidamente a decisão do presidente da Câmara. Essas pessoas representam hoje o que o Brasil tem produzido de melhor na mobilização da opinião pública.

É preciso que Cunha decida para que eles saiam de lá: se ele disser “sim”, sairão com um discurso; se disser “não”, é claro que a fala será outra. Nos dois casos, será preciso conversar com a sociedade brasileira para mobilizá-la. Cunha não tem o direito de tornar o Brasil virtuoso refém de um tempo que só interessa a si mesmo.

Se é que interessa… Ainda que seus argumentos venham a convencer a maioria de seus pares na Câmara, coisa de que duvido um pouco, será preciso convencer os ministros do Supremo. E, nesse caso, a tarefa me parece bem difícil. Ou Cunha vai se confrontar com suas explicações no STF — se for deputado à época do julgamento — ou será na 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba.

Dê ele sequência ou não à denúncia contra Dilma, essa escrita não muda. Para encerrar, noto: achei engraçada uma análise que li, segundo a qual o presidente da Câmara tem a certeza de que, caso opte pelo “sim”, a oposição o abandona em seguida… É mesmo? E se ele disser “não”, ela ficará com ele? “Ah, mas aí os petistas ficariam…”, poderia dizer alguém.
Ora, o deputado sabe que, no PT, trair um acordo é questão de princípio. Não vou aqui dizer que Cunha tem a chance da redenção e coisa e tal… Melhor deixar isso com Deus. Sou bem mais modesto: ele tem a chance de fazer a coisa certa, acolhendo a denúncia. E deixe que o Congresso faça a sua análise.

Não há nenhuma razão aceitável para que não tome essa decisão até sexta-feira. O Espírito Santo não vai baixar no Congresso para interceder. [nota: o Espírito Santo é DEUS, portanto, não intercede. Age.] Até porque, se fosse se manifestar entre nós, a Pomba Sagrada certamente escolheria um local mais salubre.

Cunha não pode confundir a sua história pessoal com a do país. Nem “sim” nem “não” à denúncia mudam a sua situação objetiva. O STF fará o que a Câmara eventualmente não fizer.

Chega, deputado! A hora é agora.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo