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quinta-feira, 5 de julho de 2018

Médicos fazem ofensiva contra a lei do aborto na Argentina



Profissionais ameaçam desobediência se projeto passar no Senado

BUENOS AIRES - Faltando pouco mais de um mês para que o Senado da Argentina debata e vote a legalização do aborto, já aprovada na Câmara dos Deputados, médicos e clínicas que se opõem à iniciativa em todo o país intensificam a campanha que definem como “a favor das duas vidas” e ameaçam até mesmo uma onda de desobediência civil caso o projeto vire lei. A tensão é cada vez maior e elevou-se ainda mais nos últimos dias após a vice-presidente, Gabriela Michetti, que é, também, presidente do Senado, ter reafirmado sua oposição ao aborto legal, até mesmo em casos de estupro de menores de idade. [o absurdo, o ridículo, é que para condenar um perigoso bandido a morte é necessários mudanças no texto constitucional, realização de plebiscitos e o cumprimento de todo um ritual;
mas, para autorizar que uma vagabunda, uma criminosa (uma aborteira jamais pode ser chamada de mãe, título muitonobre para quem assassina seu próprio filho)   decida matar um ser humano inocente e indefeso, basta uma lei comum.]

Profissionais de saúde de todas as regiões se uniram em grupos, entre eles o “Médicos pela Vida Argentina”, para reforçar sua posição por meio das redes sociais e manifestações públicas. O projeto aprovado na Câmara permite a chamada “objeção de consciência” aos trabalhadores de hospitais públicos e privados. Isso significa que os médicos poderão, num determinado prazo, registrar seus nomes numa lista de profissionais do sistema de saúde que se negam a realizar abortos. Mas não existe a objeção de consciência para instituições. Se o projeto se tornar lei, quem não avisar antecipadamente que não está disposto a praticar abortos poderá ser condenado pela Justiça a até três anos de prisão.  — A maioria dos médicos tem como objetivo curar pacientes e salvar vidas. Eliminar uma vida humana é algo difícil de aceitar — disse ao GLOBO o cirurgião Luis Durán, que trabalha no Hospital de Clínicas de Buenos Aires e pertence ao grupo “Médicos pela Vida”. — O aborto é uma situação violenta, expulsar do ventre um bebê vivo é uma loucura. Se fosse para salvar a vida da mãe, seria mais seguro, também para ela, concluir a gravidez.


Os médicos argentinos que são contra a legalização do aborto já realizaram passeatas e protestos em várias províncias, como Córdoba, Mendoza e Chaco. Nesta última, trabalhadores de clínicas que também se recusam a realizar abortos asseguraram que 90% dos médicos estão decididos a não aceitar uma eventual legalização dos procedimentos. Não ajudam mulheres em estado de vulnerabilidade. Aqui, 90% dos médicos não vão aceitar (realizar abortos) e aviso que isso é desobediência civil — disse a médica Silvana Fernández Lugo, que liderou a manifestação no Chaco.

Na opinião do jornalista Mariano Obarrio, que virou uma espécie de líder do debate público contra a legalização do aborto, “cerca de 95% dos médicos argentinos são contra a iniciativa”:

— A Academia Nacional de Medicina é contra. Cresce o lema “não conte comigo”.


Saia justa na Casa Rosada

Fernando Secin, cirurgião especialista em urologia que também uniu-se ao “Médicos pela Vida”, descreve o cenário de desobediência dos médicos como provável em caso de aprovação da lei.

— Quando nos formamos como médicos juramos várias coisas, entre elas respeitar a vida humana desde sua concepção. Um dos pontos de nosso juramento diz que nem mesmo sob ameaça podemos utilizar nossos conhecimentos médicos contra as leis da Humanidade, e uma delas é matar — afirma Secin. — As mortes por aborto em mulheres entre 14 e 49 anos representam 0,5% do total. Não se trata de uma emergência sanitária, temos muitas outras prioridades antes.


O movimento dos médicos esquentou o debate sobre a legalização do aborto na Argentina. Médicos a favor da lei também têm se manifestado e o ministro da Saúde, Adolfo Rubinstein, já defendeu a lei. Ativistas que defendem direitos das mulheres mantêm a pressão sobre o Congresso.[as mulheres deveriam se envergonhar e não aceitar que individuos que incluem entre os direitos das mulheres o de assassinar quem não pode se defender, as defendam.]  o A votação no Senado está prevista para o início de agosto.


O governo do presidente Mauricio Macri, que propôs o debate sobre a legalização do aborto, entrou numa saia justa. Segundo admitiu publicamente a deputada Elisa Carrió, uma das principais aliadas políticas de Macri, o chefe de Estado defendeu o debate porque “lhe disseram que ganharia o não (ao aborto legal)”. Mas a discussão pública sobre o assunto superou amplamente qualquer projeção realizada pela Casa Rosada e, finalmente, o projeto foi aprovado na Câmara, para surpresa até mesmo de seus defensores dentro do governo.


Carrió optou por não votar “pela unidade da aliança (governista) Mudemos” e agora o governo enfrenta pressões para que Macri vete uma eventual lei aprovada pelo Senado. E as pressões são intensas. Um dos que pediu publicamente o veto presidencial foi Ignacio Peña, irmão do chefe de gabinete e número dois da Casa Rosada, Marcos Peña. O presidente evitou fazer declarações. Com o país — e seu governo — dividido, a grande incógnita no momento é saber o que fará Macri, que está em baixa nas pesquisas e convive com diversas frentes de conflito abertas simultaneamente.