Julia Lindner
Presidente do Senado afirmou que pautou projeto porque parlamentares queriam 'transformar a realidade' de mulheres em situação de vulnerabilidade
Governo diz que vai 'trabalhar para viabilizar' medida
Também nesta sexta-feira, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência afirmou que o governo federal irá "trabalhar para viabilizar
a aplicação dessa medida, respeitando as leis que envolvem o tema, para
atender de forma adequada as necessidades dessa população". A Secom não
explicou como isso seria feito.
Na mesma rede social, Pacheco destacou que pautou o projeto no Senado porque os parlamentares queriam transformar a realidade de mulheres em situação de vulnerabilidade. "São impressionantes as histórias de proteção com papel de jornal e miolo de pão por adolescentes e mulheres carentes."
O veto de Bolsonaro foi publicado na quinta-feira no Diário Oficial da União (DOU). O presidente sancionou um projeto de lei que cria o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, mas vetou os principais pontos do texto. A proposta originalmente determinava a distribuição de absorventes para estudantes de baixa renda de escolas públicas, mulheres em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema e mulheres presidiárias ou internadas em unidades para cumprimento de medida socioeducativa.
O
presidente justificou o veto dizendo que os parlamentares não
apresentaram fonte de custeio e que a definição das beneficiárias seria
contrária ao conceito de universalidade do Sistema Único de Saúde (SUS). [o presidente Bolsonaro, não tem o poder de modificar leis aprovadas, pode apenas vetar. Modificar leis aprovadas pelo Congresso, via nova redação, é competência EXCLUSIVA do Congresso - só que o senador Pacheco considera possuir.]
A secretaria fez uma série de publicações no Twitter, dizendo que o governo "reconhece o mérito da medida", mas que os trechos vetados "apresentavam problemas técnicos e jurídicos quanto à sua aplicação, podendo ser entendidos como crime de responsabilidade caso fossem sancionados pelo Presidente da República".