Moradores do Sudoeste se uniram, na manhã deste sábado (21/8), para protestar em prol das árvores locais que, segundo eles, serão retiradas para a construção do viaduto da Epig
A organizadora da ação, Giselle Foschetti, 51 anos, conta que o encontro nesta manhã é um movimento pacífico em prol do bom convívio da população local. "A comunidade unida consegue convencer o poder público de que o que está sendo oferecido não é o que nós do bairro queremos, não fomos consultados sobre a obra", detalha a servidora pública. Segundo Giselle, a praça que será demolida é um local de diversas atrações para o público do Sudoeste.
O espaço que abriga saraus e ponto de ginástica, também é endereço de encontro para os pais e filhos aproveitarem em família ao ar livre. "Sem contar que esse viaduto vai dificultar a travessia dos moradores ao outro lado da rua, sendo que o comércio, colégio das crianças, tudo que fica do outro lado. É um bairro residencial. Entendemos que é necessário fazer a obra, mas o impacto dentro do Sudoeste precisa ser minimizado”, ressalta.
A obra do viaduto da Epig teve a ordem de serviço assinada no dia 21 de junho e recebeu um investimento de aproximadamente R$ 27 milhões. A estrutura será implementada na interseção da Estrada Parque Indústrias Gráficas com o Sudoeste e o Parque da Cidade. Com a reforma, os semáforos e árvores serão removidos do local para a construção do viaduto, visando reduzir os engarrafamentos constantes na via de ligação para as saídas Oeste e Sul do Distrito Federal.
No entanto, para Elizabete Mieko Itai, 62 anos, a construção de seis pistas vai transformar o local em algo que os moradores não esperavam: "a falta de árvores locais e a movimentação de vários carros vai mudar a forma como o Sudoeste é visto. Aqui temos um convívio muito bom com o meio ambiente presente."
Há 27 anos à procura de um lar que trouxesse conforto à
família, sendo próximo de trabalho mas que tivesse áreas verdes, Eliane
Ulhoa, 64 anos, escolheu residir no Sudoeste. "Quando eu estava grávida
me mudei pra cá e vi muita árvore nascer, é muito triste pensar em
perder a visão do bairro", pontua a jornalista. Para ela, o ato ao
transformar o bairro residencial em via expressa terá um impacto
ambiental que os residentes não esperavam. "O protesto não é contra o viaduto e, sim, a favor da preservação das
árvores e ao espaço de convivência, porque é um bairro residencial”,
fala a moradora. Ela conta que além da busca pelo ar puro e natureza, já
chegou a ver vaga-lumes e tucanos de sua janela. [o direito de milhares de motoristas respirarem um ar mais puro, serem favorecidos por uma redução do stress, certamente é maior que o de dona Eliana ver vaga-lumes, etc.]
Correio Braziliense